Reforma agrária: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Etiquetas: Edição via dispositivo móvel Edição feita através do sítio móvel
Linha 15:
 
== No Brasil ==
Após o [[Descoberta do Brasil|descobrimento do Brasil pelos portugueses]], estabeleceu-se a estratégia de ocupação das terras abundantes utilizando pouca [[mão de obra]] local. As [[Plantation|plantações]] voltaram-se para a [[exportação]], utilizando mão de obra composta majoritariamente por [[Comércio atlântico de escravos|escravos africanos]]. Apesar da abundância de terras, o acesso à terra sempre foi dificultado pela presença perene do "proprietário". Conforme [[Celso Furtado]], a mesma foi explorada pela chamada "[[Agronegócio|empresa agrícola-comercial]]", consequência da [[Revolução Comercial|expansão comercial europeia]]. A [[pecuária]] foi introduzida por causa da demanda por [[carne]] e [[Tração animal|animais de tração]] e [[Besta de carga|carga]] tanto da empresa agromercantilagro mercantil quanto da posterior [[Ciclo do ouro|exploração mineira]].
 
As primeiras [[Sesmaria|concessões de terras]] brasileiras foram feitas a homens de recursos, ou seja, economicamente poderosos, capazes de assumirem custos com grandes instalações e aquisição de [[Escravidão no Brasil|escravos]]. A nova população de homens livres que chegava não tinha acesso às terras, que já possuíam donos. Tornavam-se, assim, dependentes dos grandes proprietários, trabalhando como [[Artesanato|artesãos]], [[soldado]]s ou eram [[Aventura|aventureiros]], o que permitia que o controle da terra fosse mantido. O pequeno plantador se transforma em ''morador'' e os sitiantes se tornavam [[empreiteiro]]s para derrubadas ou agregados para tarefas auxiliares das empresas. [[Celso Furtado]] cita a [[doação]] de terras para [[Café|cafezais]] no [[Espírito Santo (estado)|Espírito Santo]] a famílias (quase todas [[Imigração alemã no Brasil|alemãs]]) que ficaram sob o controle dos comerciantes, que acabaram por [[Monopólio|monopolizar]] a terra.<ref>FURTADO,CELSO - Análise do "modelo" brasileiro, Editora Civilização Brasileira S/A, 1982,7.ª Edição, Rio de Janeiro, p. 101</ref> Esse autor afirma que "a propriedade da terra foi utilizada pra formar e moldar um certo tipo de comunidade, que já nasce tutelada e a serviço dos objetivos da empresa agro-mercantil".<ref>FURTADO,CELSO - Análise do "modelo" brasileiro, Editora Civilização Brasileira S/A, 1982,7.ª Edição, Rio de Janeiro, p. 102</ref> O que explica por que a massa escrava liberta também se transformou em comunidades tuteladas, sem afetar muito os negócios da empresa agromercantil no país. Nesse sentido, se insere a afirmação de autores que qualificaram o [[latifúndio]] como um [[sistema]] de [[poder]], pela manutenção do controle da terra.