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O '''tradicionalismo''' é um sistema [[filosofia|filosófico]] ou [[política|político]] que coloca a [[tradição]] como critério e regra de decisão, entendendo-a como o conjunto de hábitos e tendências que procuram manter uma sociedade no equilíbrio das forças que lhe deram origem.<ref name="Marcondes1993">Hilton Japiassú, Danilo Marcondes (1993). '[http://books.google.com/books?id=2K0bP_T6F_oC&pg=PA270 Dicionário básico de filosofia]'', Zahar. p. 270. ISBN 978-85-378-0341-7.''</ref> Segundo os tradicionalistas, as sociedades não resultam de um acto de exclusiva vontade pessoal ou de uma imposição deliberada de um grupo. Consideram que a sociedade é uma [[criação]] e não uma [[construção]] ou um [[mecanismo]]. Sendo uma criação, a sua existência é condicionada por [[Lei natural|leis naturais]]<ref>[http://www.infoescola.com/sociologia/tradicionalismo/ Tradicionalismo, InfoEscola]</ref>.
 
== Doutrina Tradicionalista==
Mas ter atenção que atitude tradicionalista distingue-se da mentalidade conservadora, alicerçada no [[conservadorismo]], que apenas vê o tradicionalismo como apego às tradições sem que estas tenham a possibilidade de evolução, por este último não ser hostil às inovações políticas, sociais, individuais ou grupais. Enquanto o espírito conservador tem uma atitude que se caracteriza pela deliberação em manter a ordem social, política ou económica existente, o espírito tradicionalista é aberto à mudança e até pugna frequentemente pela mudança.
Segundo os tradicionalistas, as sociedades não resultam de um acto de exclusiva vontade pessoal ou de uma imposição deliberada de um grupo. Consideram que a sociedade é uma [[criação]] e não uma [[construção]] ou um [[mecanismo]]. Sendo uma criação, a sua existência é condicionada por [[Lei natural|leis naturais]]<ref>[http://www.infoescola.com/sociologia/tradicionalismo/ Tradicionalismo, InfoEscola]</ref>.
 
Mas ter atenção que atitude tradicionalista distingue-se da mentalidade conservadora, alicerçada no [[conservadorismo]], que apenas vê o tradicionalismo como apego às tradições sem que estas tenham a possibilidade de evolução, por este último não ser hostil às inovações políticas, sociais, individuais ou grupais. Enquanto o espírito conservador tem uma atitude que se caracteriza pela deliberação em manter a ordem social, política ou económica existente, o espírito tradicionalista é aberto à mudança e até pugna frequentemente pela mudança.
== Pensadores Tradicionalistas ==
Foram tradicionalistas autores como [[Taine]], [[Galéot]], [[Paul Bourget]], [[Joseph de Maistre]], [[Louis de Bonald]] e [[Félicité de Lamennais]].
 
==Tradicionalismo em Portugal==
Em Portugal, no século passado, distinguiram-se nesse campo autores como [[Camilo Castelo Branco]] e a generalidade dos [[integralistas]] como [[Luís de Almeida Braga]], [[António Sardinha]] ou [[Hipólito Raposo]], em que a [[tradição]] transformou-se na palavra-chave congregadora do [[Integralismo Lusitano]].
A gênese do tradicionalismo português está na obra contra-revolução de [[Pascoal de Meio Freire]]<ref>PAIM, Antonio. “O ponto de partida comum”</ref>. Rejeitando os ideiais da [[Revolução Francesa]], do movimento das rebeliões liberais do Porto e separatista do Brasil, os tradiconalistas se identificaram com o absolutismo de [[D. Miguel I]].
 
Obras panfletárias do naipe de ''Dissertação a favor da monarquia'' (1799) do [[marquês de Penaiva]]; os escritos anti-franceses de [[José Acúrcio das Neves]] (1808-1817) e de [[José Agostinho de Macedo]] (1809-1812); a ''Refutação metódica das chamadas bases da Constituição política da monarquia portuguesa'' (1824); ''Os povos e os reis'' (1825), de [[Faustino da Madre de Deus]]; enquanto no Brasil, a obra propagou tais ideiais o [[Visconde de Cairu]].
 
Após a derrota do miguelismo, [[José da Gama e Castro]] (1795-1873) continua viva a chama tradicionalista lusitana com sua obra magna ''O Novo Príncipe ou o espírito dos governos monárquicos'' (Rio, 1841). Além da influência patente de [[Maquiavel]], inspirou-se em Burke, Vico e Montesquieu para justificar a monarquia absolutista com base na história e na experiência dos povos, rejeitando qualquer especulação de modo apriorista dedutivista.
 
"A monarquia origina-se diretamente das famílias, tendo se verificado o mesmo por toda a parte. As famílias --que tiveram originariamente o chefe, os filhos e os fâmulos-- fizeram nascer os estados, onde as denominações passam a ser rei ou monarca, nobres e plebe. Examinando-se o curso histórico dos povos verifica-se que a particular organização política que chegaram a adotar dependia das circunstâncias concretas. Uma nação comerciante organiza-se de muito diferente maneira que uma nação agrícola; o mesmo podendo-se dizer da posição geográfica, se marítima ou continental. Assim, quando se diz fazer a constituição, trata-se de declarar direitos pré-existentes ou relações anteriormente formadas. A constituição de uma nação não faz a posição política dessa nação, explica-a.
Examinada a experiência européia verifica-se que a estabilidade e felicidade das nações não depende da forma de sua constituição mas das qualidades do príncipe." <Ref>MACEDO, U. Diferenças Notáveis Entre o Tradicionalismo Português e o Brasileiro</ref>
 
Em Portugal, no século passadoXIX, distinguiram-se nesse campo autores como [[Camilo Castelo Branco]] e a generalidade dos [[integralistas]] como [[Luís de Almeida Braga]], [[António Sardinha]] ou [[Hipólito Raposo]], em que a [[tradição]] transformou-se na palavra-chave congregadora do [[Integralismo Lusitano]].
 
Segundo Sardinha, ''tradição não é somente o passado; é antes a permanência no [[desenvolvimento]]''. Assim como Almeida Braga que salienta que a tradição não é contrária ao [[progresso]]: ''o passado é força que nos arrasta, não é cadeia que nos prende. Toda a exata noção de Progresso está numa sã interpretação da Tradição, pois o verdadeiro tradicionalismo é, antes de tudo, uma interpretação crítica do Passado, quer dizer, uma atitude de [[razão]]. Nega-se assim a identificação da tradição com a inércia, o passadismo e a rotina''<ref>[http://www.politipedia.pt/tradicionalismo/ Tradicionalismo, Polipédia]</ref>