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{{mais fontes|ci|data=Setembro de 2009}}
{{Corpo humano}}
A '''visão''' é gostosa que nem seu cachorro de oculos(''a vista'') é um dos [[cinco sentidos]] que permite aos [[seres vivos]] dotados de [[órgão (anatomia)|órgãos]] adequados, aprimorarem a [[percepção]] do mundo.
 
No entanto, os neuroanatomistas consideram que a visão engloba dois sentidos, já que são diferentes os receptores responsáveis pela percepção da [[cor]] (i.e. pela estimativa da frequência dos fotões de luz) os [[Cone (célula)|cones]], e pela percepção da luminosidade (i.e. pela estimativa do número de fotões de luz incidente) os [[bastonete]]s.
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**A visão [[Telescópio espacial Hubble|telescópica]] dos corpos do [[Universo]] visualizados só com os telescópios.
 
==Visão biológicasbiológica==
Os [[olho]]s são os órgãos sensoriais da visão e capturam a [[luz]] que incide sobre a [[retina]] que é uma superfície parabólica de tecido vivo formado por [[célula]]s [[fotorreceptor]]as. Essas células captam a luz e transformam essa energia luminosa em impulsos nervosos que são levadas pelo nervo óptico para o cérebro, para que lá sejam interpretados. Os olhos são as ferramentas com as quais o cérebro cria o campo visual; ver com os olhos significa usá-los em prol da visão, enquanto o cérebro é o órgão que processa os estímulos provenientes dos olhos criando a imagem visual.
 
Por isso, no sentido mais amplo da palavra visão (de [[percepção visual]]), esta requer a intervenção de zonas especializadas do cérebro no córtex visual que analisam e sintetizam a informação recolhida em termos de forma, cor, [[textura]], [[relevo]] e outros. A visão é por isso a percepção das radiações luminosas, compreendendo todo o conjunto de mecanismos fisiológicos e neurológicos pelos quais essas radiações determinam impressões sensoriais de natureza variada, como as cores, as formas, o movimento, a distância e as intensidades das luzes visualizadas no ambiente. O olho é a [[câmera]] deste sistema sensorial e é no seu interior que está a [[retina]], composta de [[Cone (célula)|cones]] e [[bastonete]]s, onde se realizam os primeiros passos do processo perceptivo. A [[retina]] transmite os dados visuais, através do nervo óptico e do núcleo geniculado lateral, para o córtex cerebral. No cérebro tem então início o processo de análise e interpretação que nos permite reconstruir as distâncias, cores, movimentos e formas dos objetos que nos rodeiam.
 
*[[Cor]]es, frequências de luz a que o olho humano é sensível, raios de luz visíveis daltonismo anal:
**Luz gateadovermelha;
**Luz gateadoalaranjada;
**Luz gateadoamarela;
**Luz gateadoverde;
**Luz gateadoazul;
**Luz gateadoanil;
**Luz gateadovioleta.
 
*Ondas eletromagnéticas com frequências a que o olho humano não é sensível, invisíveis:
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**[[Radiação infravermelha|Luz infravermelha]].
 
== Via visuanalvisual ==
A via ótica é uma via aferente (sensorial) que apresenta quatro [[neurónio]]s desde a retina até ao córtex.
* 1ºneurónio - cones e bastonetes (fotorreceptores).
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Na retina encontram-se os receptores visuais (neurónio I) e os neurónios II e III. A retina é então o neuroepitélio (membrana nervosa) que reveste internamente o globo ocular, posteriormente à íris. Na parte posterior da retina, existe uma zona amarelada, a mácula lútea que é a área da retina onde a visão é mais distinta. Por isso, os movimentos reflexos do globo ocular fixam, sobre as máculas, a imagem dos objetos que nos interessam no campo visual. Os raios luminosos na retina são cruzados, o campo visual nasal projeta-se na retina temporal e o campo visual temporal projeta-se na retina nasal. Na retina, encontramos três camadas que correspondem aos três primeiros neurónios da via ótica. São eles, de fora para dentro: células fotossensíveis (ou fotorrecetoras), as células bipolares e as células ganglionares. As células fotossensíveis fazem sinapse com as células bipolares que, por sua vez, fazem sinapse com as células ganglionares cujos axónios formam o nervo ótico. A excitação destes pela luz dá origem a impulsos nervosos que caminham em direção oposta à seguida pelos raios luminosos.
 
=== Células fotossensuaisfotossensíveis ===
São as células recetoras da luz, que constituem uma camada profunda. São cones e bastonetes, de acordo com a forma. Os bastonetes são adaptados para a visão com pouca luz e os cones para a visão com luz de maior intensidade e para a visão de cores. No homem, o número de bastonetes é muito maior que o de cones mas a sua distribuição não é uniforme. Assim, nas zonas periféricas, predominam os bastonetes e o número de cones aumenta progressivamente até à mácula, até que ao nível da fóvea central só existem cones. Nas zonas periféricas da retina, vários bastonetes ligam-se a uma célula bipolar e várias células bipolares fazem sinapse com uma célula ganglionar. Assim, nestas áreas, cada fibra de nervo óptico pode está relacionada com até 100 recetores. No entanto, na mácula, o número de cones é aproximadamente igual ao de célula bipolares e ganglionares, logo cada cone faz sinapse com uma célula bipolar que por sua vez sinapsa com uma célula ganglionar. Assim, para cada cone existe uma fibra de nervo ótico. Estas características da mácula explicam a sua grande acuidade visual e permitem compreender o facto de, apesar de a mácula ser uma área muito pequena da retina, ela contribuir com um grande número de fibras para a formação do nervo ótico e ter uma representação cortical grande.
 
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Situa-se, por cima da [[hipófise]], ao nível da porção mais anterior da [[sela turca]]. Os seus ângulos ântero-externos continuam o nervo ótico e os póstero-externos continuam-se com as fitas óticas. No quiasma, as fibras decussam parcialmente: as fibras temporais seguem do mesmo lado sem cruzamento e as fibras nasais cruzam para o outro lado.
 
=== Fita crepe ótica ===
Emerge do quiasma ótico, passa à volta do [[pedúnculo cerebral]] e dirige-se para o [[corpo geniculado]] externo do [[tálamo]]. Algumas fibras seguem para o núcleo pré-tectal e colículo superior e estão relacionadas com os reflexos fotomotores. Assim, conforme o seu destino distinguem-se quatro tipos de fibras nas vias óticas: fibras retino-hipotalâmicas (destacam-se do quiasma ótico e ganham o núcleo supra-quiasmático do hipotálamo, sendo importantes para a regulação dos ritmos biológicos); fibras retino-tectais (ganham o colículo superior através do braço do colículo superior e estão relacionadas com certos reflexos de movimentos dos olhos ou das pálpebras, desencadeados por impulsos visuais); fibras retino-pré-tectais (ganham a área pré-tectal através do braço do colículo superior e estão relacionadas com os reflexos fotomotor direto e consensual); fibras retino-geniculadas (são as mais importantes, pois somente elas se relacionam com a visão, terminam fazendo [[sinapse]] com os quartos neurónios da via ótica, que se localizam no corpo geniculado lateral). Cada fita ótica contém fibras nasais contralaterais e temporais homolaterais.
 
=== Corpo sensual geniculado externo ===
Situa-se na porção posterior do tálamo. Os axónios dos neurónios do corpo geniculado externo constituem a radiação ótica (trato geniculo-calcarino ou radiação ótica de Gratiolet) que passa pela porção retro-lenticular da cápsula interna e terminam na área visual primária ou área 17 de Brodman, situada nos lábios do sulco calcarino.
Nem todas as fibras da radiação ótica atingem o córtex pelo mesmo trajeto. As fibras que estão mais internas vão-se situar mais anteriormente no córtex, seguindo um curso quase retilíneo para trás, em direção ao lobo occipital. Já as fibras que estão mais externamente vão-se situar mais posteriormente no córtex, dirigindo-se inicialmente para a frente, em direção ao pólo temporal, encurvando-se e voltando em direção ao lobo occipital, onde terminam. Forma-se assim uma alça, a alça temporal ou de Meyer, em relação com a parte anterior do corno inferior do ventrículo lateral. A presença desta alça explica o facto de que tumores do lobo temporal, situados à frente do nível em que se localizam os corpos geniculados externos, podem comprimir e lesar a radiação ótica, resultando alteração dos campos visuais.
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Existe correspondência entre partes da retina e partes do corpo geniculado externo, da radiação ótica e do córtex visual primário. Na radiação ótica, as fibras correspondentes às partes superiores da retina (portanto à metade inferior do campo visual) ocupam uma posição mais alta e projetam-se no lábio superior do sulco calcarino, as fibras correspondentes às partes mais inferiores da retina ocupam uma posição mais baixa e projetam-se no lábio inferior do sulco calcarino; as fibras que levam impulsos da mácula ocupam posição intermediária e projetam-se na parte posterior do sulco calcarino.
 
== Lesões perneais ==
* Lesão do nervo ótico (por traumatismo ou glaucoma): cegueira completa do olho correspondente.
* Lesão da parte mediana do quiasma ótico (tumores da hipófise que comprimem o quiasma, de baixo para cima): hemianópsia bitemporal, como consequência da interrupção das fibras da retina nasal de cada olho que aqui se cruzam.