Grão Vasco: diferenças entre revisões

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'''Vasco Fernandes''' ([[Viseu (Portugal)|Viseu]], ~{{Circa}} [[1475]] — ~{{Circa}} [[1542]]), mais conhecido por '''Grão Vasco''', é considerado o principal nome da pintura portuguesa quinhentista. Nasceu provavelmente em [[Viseu (Portugal)|Viseu]] e exerceu a sua atividade artística no Nortenorte de [[Portugal]] na primeira metade do [[século {{Séc|XVI]]}}.
 
'''Vasco Fernandes''' ([[Viseu (Portugal)|Viseu]], ~[[1475]] — ~[[1542]]), mais conhecido por '''Grão Vasco''', é considerado o principal nome da pintura portuguesa quinhentista. Nasceu provavelmente em [[Viseu (Portugal)|Viseu]] e exerceu sua atividade artística no Norte de [[Portugal]] na primeira metade do [[século XVI]].
 
== Biografia e obra ==
A primeira referência a Vasco Fernandes ocorreu em [[1501]], quando se iniciou a feitura do grande retábulo da [[capela-mor]] da [[Sé de Viseu]]. Nesses anos, que duraram de 1501 a [[1506]], Vasco Fernandes trabalhou com o pintor [[Condado da Flandres|flamengo]] [[Francisco Henriques]], trata-se de uma obra [[oficina]]l colectivacoletiva, sendo difícil determinar com rigor o papel que Vasco Fernandes desempenhava. Mais tarde, entre [[1506]] e [[1511]], trabalhou em [[Lamego]] pintando o retábulo da [[capela-mor]] da [[Sé (Lamego)|Sé]], nesta obra toma a responsabilidade individual sendo auxiliado por entalhadores flamengos.
 
Esteve depois em [[Coimbra]] (cerca de [[1530]]), onde pintou quatro painéis retabulares para o [[Mosteiro de Santa Cruz]], dos quais sobrou apenas um magnífico ''[[Pentecostes (Grão Vasco)|Pentecostes]]'' actualmenteatualmente na [[sacristia]] do mosteiro. Mais tarde instalou-se novamente em Viseu e realizou vários trabalhos, considerados as suas obras mais importantes, para a Sé e o [[Paço Episcopal do Fontelo]], junto com o seu colaborador [[Gaspar Vaz (pintor)|Gaspar Vaz]].
[[Ficheiro:GraoVasco1.jpg|thumb|left|300px|''[[São Pedro (Grão Vasco)|São Pedro]]'' pintado por '''Vasco Fernandes''' para a [[Sé de Viseu]], hoje no [[Museu Grão Vasco]] em Viseu.]]
Vasco Fernandes foi um pintor de transição do [[Manuelino]], pintura flamenga e [[Renascimento|renascentista]] à custa do [[humanista]] [[D. Miguel da Silva]], que com o seu conhecimento e biblioteca lhe cria influências renascentistas. Além dos traços italianizantes é também a utilização de uma [[iconografia]] humanista que mostra o impacto que os ideias de D. Miguel da Silva tiveram sobre a oficina de Viseu.
 
[[FicheiroImagem:GraoVasco1.jpg|thumbminiatura|leftesquerda|300px|''[[São Pedro (Grão Vasco)|São Pedro]]'' pintado por '''Vasco Fernandes''' para a [[Sé de Viseu]], hoje no [[Museu Grão Vasco]] em Viseu.]]
A maior parte das pinturas de Vasco Fernandes estão no [[Museu Grão Vasco]], em [[Viseu]], com obras da sua primeira e última fases artísticas. No [[Museu de Lamego]] estão cinco das vinte tábuas do retábulo da [[Sé de Lamego]], desmontado no [[século XVIII]]. Na igreja matriz de [[Freixo de Espada à Cinta]], construída na época [[manuelino|manuelina]], assim como no Mosteiro de [[Salzedas]], encontram-se outros importantes grupos de pinturas de Vasco Fernandes. Finalmente, na sacristia do [[Mosteiro de Santa Cruz]] de [[Coimbra]] pode-se apreciar o ''Pentecostes''.
 
Vasco Fernandes foi um pintor de transição do [[ManuelinoEstilo manuelino|manuelino]], pintura flamenga e [[Renascimento|renascentista]] à custa do [[humanista]] [[D. Miguel da Silva]], que com o seu conhecimento e biblioteca lhe cria influências renascentistas. Além dos traços italianizantes é também a utilização de uma [[iconografia]] humanista que mostra o impacto que os ideias de D. Miguel da Silva tiveram sobre a oficina de Viseu.
 
A maior parte das pinturas de Vasco Fernandes estão no [[Museu Grão Vasco]], em [[Viseu]], com obras da sua primeira e última fases artísticas. No [[Museu de Lamego]] estão cinco das vinte tábuas do retábulo da [[Sé de Lamego]], desmontado no [[século {{Séc|XVIII]]}}. Na igreja matriz de [[Freixo de Espada à Cinta]], construída na época [[estilo manuelino|manuelina]], assim como no [[Mosteiro de [[Santa Maria de Salzedas]], encontram-se outros importantes grupos de pinturas de Vasco Fernandes. Finalmente, na sacristia do [[Mosteiro de Santa Cruz]] de [[Coimbra]] pode-se apreciar o ''Pentecostes''.
 
Vasco Fernandes esteve casado duas vezes, a primeira com Ana Correia, e a segunda com Joana Rodrigues, e teve duas filhas.
 
== Obras ==
{{artigoArtigo principal|Lista de pinturas de Grão Vasco}}
* ''[[Adoração dos Reis Magos (Museu Grão Vasco)|Adoração dos Reis Magos]]'' (1501-1505)
* ''[[São Pedro (Grão Vasco)|São Pedro]]'' (1506)
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* ''[[Última Ceia (Grão Vasco)|Última Ceia]]'' (c. 1535)
 
== Legado ==
A memória de grande pintor Vasco Fernandes, reconhecido autor de muitas obras que ornamentavam a Sé de Viseu, manteve-se muito viva na cidade, no decurso do século {{Séc|XVII}}. Se, por um lado, apenas mais de meio século separa este período cronológico do tempo de Vasco Fernandes, por outro, estamos perante uma época nova, que recusa os pressupostos estéticos que subjazem ao universo espiritual do artista e do seu tempo, definitivamente superados pela emergência de outros modelos culturais e, naturalmente, de novas propostas estéticas. Porém, é na pintura regional ulterior à sua morte, e até aos primeiros anos do século {{Séc|XVII}}, que justamente podemos avaliar o impacto da sua arte. Através de um claro fenómeno de imitação, os pintores locais (...) mostram um apego directodireto ao vocabulário de Vasco Fernandes. Prolongando o seu estilo, reproduzindo os modelos da sua obra, os mestres de diversas localidades das regiões de [[Lordosa]], de [[Vil de Soito]] de [[São Pedro de Mouraz]], entre outras, constituem, a par de referências manuscritas, importantes testemunhos da projecçãoprojeção excepcionalexcecional da obra do artista.
 
[[FicheiroImagem:Grão Vasco, Pentecostes, da capela da portaria do mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, 1534-35, assinada Velasco.jpg|thumbminiatura|rightdireita|300px|''[[Pentecostes (Grão Vasco)|Pentecostes]]'', da capela da portaria do mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, 1534-35, assinada Velasco]]
 
O cónego da Sé de Viseu, Luís Ferreira, a propósito do restauro do ''S. Pedro'', ocorrido no ano de [[1607]], justifica não o ter mandado pintar de novo, [...] ''por ser feita por mao de Vasco Frz'' e, procurando justificar as razões que o levaram a não encomendar para esta capela outra pintura, refere : [...] ''e ficou tambom que me pareceo ser ero grãde mandar fazer outra pintura que os pintores deste tempo confessão que não se fará outra tamboa tamperfeita ebem acabada'' (...).
 
Com Manuel Ribeiro Botelho Pereira, in ''Dialogos morais historicos e politicos....''<ref>Cópia pública em pdf do manuscrito desta obra pela Biblioteca Nacional de Portugal, {{citar web | url=http://purl.pt/24848/1/index.html#/7/html | título= Título ainda não informado (favor adicionar) | publicado=purl.pt }}</ref> de [[1630]] surge, pela primeira vez, a comparação do génio artístico de Vasco Fernandes ao dos grandes mestres da Antiguidade, [[Apeles]] e [[Zêuxis|Zeuxipo]] (...).
 
Outra importante referência é a do Padre Mestrepadre-mestre Jorge de S. Paulo no manuscrito ''Epilogo e Compendio da origem da congregação de Sam Joam Euangelista, etc.'' de [[1658]] no qual se dá conta do testemunho de Ana Fernandes, uma pretensa bisneta de Vasco Fernandes, e que se reporta ao ano de [[1618]]. Ana Fernandes ''[...] ouvira dizer à sua mãy houvera um Bispo nesta cidade chamado do Azul tido na terra por Santo, e affirmava a dita sua Mãy que seu avo Vasco Fernandes pintor hia tirar oleo do que corria da sepultura do Bispo santo para aperfeiçoar as tintas das pinturas de mais porte.'' <ref name=autogenerated1>Dalila Rodrigues: "Vasco Fernandes, ou a contemporaneidade do diverso", in ''Grão Vasco, catálogo da exposição da [[Ajuda]], Galeria de Pintura do Rei D. Luís, 17 de Março a 10 de Junho 1992. Comissão nacional para as comemorações dos descobrimentos portugueses</ref><ref>Obra citada por Dalila Rodrigues, ''Modos de Expressão na Pintura Portuguesa - O Processo Criativo de Vasco Fernandes'', tese de doutoramento, 2000, pag. 54, {{citar web | url=https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/645/1/Tese%20MDR.pdf | título= Título ainda não informado (favor adicionar) | publicado=estudogeral.sib.uc.pt }}</ref>
 
{{Referências|Notas e referências}}
 
== Ligações externas ==
{{commons categoryCommonscat|Grão Vasco}}
*[http://www.uc.pt/artes/6spp/frames.html Seis Séculos de Pintura Portuguesa]
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