Autoritarismo: diferenças entre revisões

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Os modelos criados por Arendt são muito controversos, e receberam várias críticas. Sua comparação entre o III Reich e o stalinismo soviético foi criticada por concentrar-se em aspectos superficiais, como o sistema de partido único e a "ideologia oficial", e ignorar os aspectos econômicos, culturais, jurídicos e políticos que diferenciavam os dois regimes. Entre estas diferenças, há destaque para a ideologia [[racista]], [[eugênia]] e [[colonialista]] da ditadura nazista, em contraste com as instituições do Estado multinacional da União Soviética. Outro contraste importante é a defesa da [[propriedade privada]] [[capitalista]] pelos nazistas e fascistas, em contraste com o socialismo oficial do Estado soviético.
 
A insistência de Arendt em fazer analogias entre o fascismo e o stalinismo soviético foi acusado de expressar um apoio implícito aos [[Estados Unidos]] na [[Guerra Fria]]. [[Henry Kissinger]], importante líder e teórico do [[neoconservadorismo]], recorreu à distinção entre autoritarismo e totalitarismo para justificar o apoio financeiro e militar do governo dos Estados Unidos às ditaduras de [[extrema-direita]] na América Latina, África, Ásia e Europa, acusando governos como os de [[Salvador Allende]], [[Fidel Castro]] e [[Daniel Ortega]] de líderes totalitários.<ref name="Schenoni y Mainwaring">{{Cita libro |apellido=Schenoni, Luis y Scott Mainwaring |título=US Hegemony and Regime Change in Latin America |editorial=Democratization |año=2018 |url=https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/13510347.2018.1516754?journalCode=fdem20}}</ref>
 
[[Giorgio Agamben]], em [[Homo sacer]] e [[Estado de exceção]], reconstrói a teoria do totalitarismo a partir do resgate da categoria de Homo sacer, figura do Direito Romano antigo, caracterizada como excluída da comunidade humana. A peculiaridade do Homo sacer é que ele pode ser morto ou agredido impunemente, embora não possa ser sacrificado em rituais. Segundo Agamben, o judeu sob o regime nazista e aprisionado em um [[campo de concentração]] é o arquétipo do moderno Homo sacer. Mas o risco de tornar-se um Homo sacer é universal, e Agamben aponta, entre os exemplos desta categoria na atualidade, os prisioneiros da base militar estadunidense de Guantánamo.