Companhia Holandesa das Índias Ocidentais: diferenças entre revisões

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Correção de algumas partes do texto, retirando certa benevolência para com a Companhia holandesa, que na realidade foi uma empresa monopolista e militar de colonização económica.
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[[Imagem:West-Indisch Huis.jpg|thumb|320px|A ''West-Indisch Huis'' em [[Amesterdão|Amsterdã(o)]], sede da WIC de 1623 a 1647]]
 
A '''Companhia Holandesa das Índias Ocidentais''' ou '''Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais''' (em [[língua holandesa|holandês]]: ''West-Indische Compagnie'' ou WIC) foi uma [[companhia majestática]] e militar, da república, cidades e de [[mercador]]es [[Países Baixos|holandesesda Holanda]]. Representa um exemplo de organização privada monopolista do [[comércio externo]], de pendor [[Capitalismo|capitalista]], que contrasta com o modelo de comércio [[Portugal|português]], queaberto permaneceuà fortementeiniciativa dependenteautónoma dodos [[Estado]]mercadores atée bemdos maisproprietários de tardeplantações.
 
A companhia tornou-se instrumento da [[império colonial holandês|colonização holandesa]] nas [[Américas]] e foi responsável pela [[Invasões holandesas no Brasil|ocupação e exploração]] de áreas no [[nordeste brasileiro]] no {{séc|XVII}}.
 
==História==
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[[Imagem:33475.jpg|thumb|240px|[[Olinda]], então o local mais rico do [[Brasil Colônia]], foi saqueada e destruída pelos holandeses, que escolheram o [[Recife]] como a capital da [[Nova Holanda]]. A gravura neerlandesa mostra o cerco a Olinda em 1630.<ref>{{citar web|url=https://books.google.com.br/books/about/A_faina_a_festa_e_o_rito.html?hl=pt-BR&id=N-ue_iT-jkQC|título=A Faina, a Festa e o Rito. Uma etnografia histórica sobre as gentes do mar (sécs XVII ao XIX)|página=122|autor=Luiz Geraldo Silva|publicado=Google Books|acessodata=28 de junho de 2016}}</ref>]]
[[Ficheiro:Cidade mauricia.jpg|240px|thumb|Maurícia (atual [[Recife]]), capital da [[Nova Holanda]].]]
O objetivo da companhia era levar ao [[Novo Mundo]] (tal como a sua congênere, a bem sucedida [[Companhia Holandesa das Índias Orientais]], já fazia na Ásia), a [[Revolta holandesa|guerra da independência dos Países Baixos]], atacando os pontos-chave do [[Império espanhol]]. As possessões portuguesas, segundo se calculava, seriam o [[calcanhar-de-aquiles]], e pensava-se que a Espanha sacrificaria sua própria defesa em benefício da proteção dos seus domínios americanos. Por isso, em 1624-1625, a ''WIC'' dedicava ao [[Brasil]] o melhor de suas atenções, tentando ocupar [[Salvador (Bahia)|Salvador]], capital da colônia [[lusitana]] na [[América]], onde, porém, os neerlandeses não obtiveram êxito.
 
Por isso, em 1624, a ''WIC'' dedicava ao [[Brasil]] o melhor de suas atenções, conquistando [[Salvador (Bahia)|Salvador]], a capital da colônia [[lusitana]] na [[América]], então a maior cidade de todo o hemisfério sul. Porém, os neerlandeses não obtiveram êxito, sendo derrotados em 1625 por uma poderosa armada de socorro vinda de Lisboa e de Sevilha, com mais de 50 navios.
A opção por ocupar [[Pernambuco]] era óbvia: D. [[Diogo de Menezes]], governador-geral, escreveria na época à Corte que "no Brasil, não há mais que este lugar de Pernambuco e da [[Bahia]]". Eram as chamadas "[[Capitanias do Brasil|capitanias]] de cima", que monopolizavam a produção do [[açúcar]], principal gênero de [[exportação]], e que geravam o excedente fiscal que tornava o Brasil rentável, pois as "capitanias de baixo" eram deficitárias. A Capitania de Pernambuco tornara-se a maior e mais rica área de produção de açúcar do mundo. Mas, mesmo assim, não se pense serem povoadas as capitanias de cima: a ocupação era meramente litorânea, não excedendo uma faixa de 70 quilômetros a partir da costa.<ref>{{Citar web|url=http://www.recife.pe.gov.br/pr/seccultura/fccr/historia/cap2/textos.html|título=A conquista flamenga|publicado=Prefeitura do Recife|acessodata=14 de abril de 2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.infoescola.com/historia/invasoes-holandesas-no-brasil/|título=Invasões Holandesas no Brasil|publicado=InfoEscola|data=|acessodata=21 de janeiro de 2016}}</ref>
 
AExpulsos da Bahia, a opção por ocupar [[Pernambuco]] era óbvia: D. [[Diogo de Menezes]], governador-geral, escreveria na época à Corte que "no Brasil, não há mais que este lugar de Pernambuco e da [[Bahia]]". Eram as chamadas "[[Capitanias do Brasil|capitanias]] de cima", que monopolizavamconcentravam a produção do [[açúcar]], principal gênero de [[exportação]], e que geravam o excedente fiscal que tornava o Brasil rentável, pois as "capitanias de baixo" eram deficitárias. A Capitania de Pernambuco tornara-se a maior e mais rica área de produção de açúcar do mundo. Mas, mesmo assim, não se pense serem povoadas as capitanias de cima: a ocupação era meramente litorânea, não excedendo uma faixa de 70 quilômetros a partir da costa.<ref>{{Citar web|url=http://www.recife.pe.gov.br/pr/seccultura/fccr/historia/cap2/textos.html|título=A conquista flamenga|publicado=Prefeitura do Recife|acessodata=14 de abril de 2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.infoescola.com/historia/invasoes-holandesas-no-brasil/|título=Invasões Holandesas no Brasil|publicado=InfoEscola|data=|acessodata=21 de janeiro de 2016}}</ref>
Em 1630, uma nova e poderosa esquadra da ''WIC'' com sessenta e sete navios e cerca de sete mil homens — a maior já vista na colônia — sob o comando do almirante [[Hendrick Lonck]], bloqueou o litoral pernambucano e desembarcou um exército que tomou [[Olinda]] e [[Recife]], começando a conquista da área entre o [[rio São Francisco]] e o [[rio Grande]]. A Espanha, sob [[Filipe IV de Espanha|Filipe IV]] e o [[conde-duque de Olivares]], optou por uma guerra lenta, mas, em 1636, quando foi nomeado [[João Maurício de Nassau]] para governador civil e militar do Nordeste do Brasil, o exército da ''WIC'' já conseguira dominar a região entre [[Natal (Rio Grande do Norte)|Natal]] e [[Porto Calvo]]. Maurício de Nassau fora nomeado por seu talento administrativo, para pôr o Brasil a render – pois os lucros obtidos pela ''WIC'' com o [[corso]] contra Espanha e Portugal no Atlântico e nas Antilhas, que se estima em 30 milhões de florins, não davam para pagar a guerra (45 milhões) e a burocracia da ''WIC''. A Companhia tomara dinheiro emprestado aos acionistas e não distribuía [[dividendo]]s desde 1628, quando [[Piet Hein|Piet Heyn]] capturara a frota espanhola da prata ao largo de [[Cuba]]. Sua dívida acumulada superava 18 milhões de florins. E um partido, o dos [[burgueses]] de Amsterdã, no seio da Companhia, queria a paz, prevendo restituir a área conquistada no Nordeste brasileiro em troca da abertura do comércio com as possessões da América espanhola.
 
Em 1630, uma nova e poderosa esquadra da ''WIC'' com sessenta e sete navios e cerca de sete mil homens — a maior já vista na colônia — sob o comando do almirante [[Hendrick Lonck]], bloqueou o litoral pernambucano e desembarcou um exército que tomou [[Olinda]] e [[Recife]], começando a conquista da área entre o [[rio São Francisco]] e o [[rio Grande]]. A Espanha, sob [[Filipe IV de Espanha|Filipe IV]] e o [[conde-duque de Olivares]], optou por uma guerra lenta, mas, em 1636, quando foi nomeado [[João Maurício de Nassau]] para governador civil e militar do Nordeste do Brasil, o exército da ''WIC'' já conseguira dominar a região entre [[Natal (Rio Grande do Norte)|Natal]] e [[Porto Calvo]]. Maurício de Nassau fora nomeado por seu talento administrativo, para pôr o Brasil a render – pois os lucros obtidos pela ''WIC'' com o [[corso]] contra Espanha e Portugal no Atlântico e nas Antilhas, que se estima em 30 milhões de florins, não davam para pagar a guerra (45 milhões) e a burocracia da ''WIC''. A Companhia tomara dinheiro emprestado aos acionistas e não distribuía [[dividendo]]s desde 1628, quando [[Piet Hein|Piet Heyn]] capturara a frota espanhola da prata ao largo de [[Cuba]]. Sua dívida acumulada superava 18 milhões de florins. E um partido, o dos [[burgueses]] de Amsterdã, no seio da Companhia, queria a paz, prevendo restituir a área conquistada no Nordeste brasileiro em troca da abertura do comércio com as possessões da América espanhola.
 
Apesar da cobrança de impostos no Brasil e da fixação monopolista dos preços, a Companhia tomara dinheiro emprestado aos acionistas e não distribuía [[dividendo]]s desde 1628, quando [[Piet Hein|Piet Heyn]] capturara a frota espanhola da prata ao largo de [[Cuba]]. Sua dívida acumulada superava 18 milhões de florins. E um partido, o dos [[burgueses]] de Amsterdã, no seio da Companhia, queria a paz, prevendo restituir a área conquistada no Nordeste brasileiro em troca da abertura do comércio com as possessões da América espanhola.
 
Em 26 de Janeiro de [[1654]], dá-se [[capitulação]] [[neerlandesa]] a favor do [[Reino de Portugal]], conhecido pelo [[Tratado de Taborda]] por ter sido assinada no [[Campo do Taborda]], no [[Recife]], provocando a saída desta companhia do Brasil<ref>Hulsman, L; WITH, Gisbert de en PAES Anna. De geschiedenis van het huwelijk van een Dordtenaar en een Braziliaanse in de zeventiende eeuw in. Oud Dordrecht 23 2005, p. 44</ref>.