Estação Romana da Quinta da Abicada: diferenças entre revisões

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{{Info/Edifício
[[File:Villa_Romana_da_Abicada_2017_1.jpg|thumb|Estação Romana da Quinta da Abicada]]
| nome = Estação Romana da Quinta da Abicada
| imagem = Villa_Romana_da_Abicada_2017_1.jpg
| imagem_legenda = Estação Romana da Quinta da Abicada, em 2017.
| imagem_tamanho = 300
| cidade = [[Mexilhoeira Grande]], [[Faro]]
| país = {{POR}}
| tipo = [[Vila romana|Vila rústica]]
| data_início = {{Séc|I}}
| restauro = {{Séc|III}} - {{Séc|IV}}
| proprietário_inicial= [[Império Romano]]
| função_inicial = Residência privada
| proprietário_atual = Estado Português
| classificação_pt = {{MN}}
| ano_de_classificação=
| numero_igespar = 69702
| mapa = Faro
| latd=37 |latm=9 |lats=4.59 |latNS=N
| longd=8 |longm=35 |longs=48.79 |longEW=W
}}
 
A '''Estação Romana da Quinta da Abicada''' localiza-se na [[Mexilhoeira Grande]], em [[Portimão]]. Trata-se de uma villa romana, a qual terá sido uma grande mansão. Foi escavada na encosta por José Leite de Vasconcellos em 1917. A riqueza deste monumento, património da região de [[Portimão]], está no seu mosaico com motivos geométricos de várias cores. A Villa foi ocupada entre o século II e V d.C., da qual apenas se conhece a parte residencial (pars urbana) composta por dois peristilos (um quadrangular e outro hexagonal), à volta dos quais se desenvolvem as restantes salas e quartos. Está classificado como [[Monumento Nacional]].<ref>{{citar web|título=Época Romana”|url=https://www.cm-portimao.pt/atividades-municipais/cultura/patrimonio/patrimonio-imovel/epoca-romana|publicado=Câmara Municipal de Portimão|acessodata=11 de setembro de 2017}}</ref><ref>{{citar web|título=Estação Romana da Quinta da Abicada”|url=http://www.visitportimao.com/pt/conteudo/709/estacao-romana-da-quinta-da-abicada|publicado=Visit Portimão|acessodata=11 de setembro de 2017}}</ref>
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[[File:Abicada römische Villa Gebäudeplan.png|thumb|esquerda|Planta da antiga casa da Abicada.]]
==Descrição==
As ruínas da Abicada correspondem a um complexo de origem romana, que inclui uma casa de grandes dimensões (''pars urbana'' - parte urbana). Este edifício estava disposto em redor de dois peristilos, um de forma quadrangular e outro de forma hexagonal, com várias divisões em redor.{{carece de fontes}} Destacam-se os painéis de mosaicos encontrados no chãosolo das divisões, que são considerados dos mais belossignificativos não só na região dono Algarve mas em todo o país, sendo um dos maiores conjuntos na região.<ref name=Sulinfo2013/> Cerca de dois terços da casa estavam decorados com mosaicos no solo, que formavam motivos geométricos multicoloridos.<ref name=Sulinfo2013/>
 
O complexo visível das ruínas é uma zona de 80 por 30 m, que pertence ao estado, rodeada por propriedade privada.<ref name=Sulinfo2013/>
 
[[File:Estação romana da Quinta da Abicada 3, Mexilhoeira Grande.jpg|thumb|Estação romana da Quinta da Abicada em 2006, vendo-se ainda os vestígios dos mosaicos de solo.]]
[[File:Villa Romana da Abicada 2017 10.jpg|thumb|''Villa'' Romana da Abicada em Novembro de 2017, vendo-se à esquerda um edifício de apoio, e ao fundo as ruínas da exploração agrícola construída no Século XX.]]
==História==
A ''villa'' romana da Abicada terá sido fundada no Século I e ocupada até cerca do Século IV.<ref name=Sulinfo2013/> Fazia parte de um complexo maior, tendo sido escavada apenas esta parte, que é a única na posse do estado português.<ref name=Sulinfo2013/> A localização foi escolhida devido à fertilidade das terras em redor, e da sua proximidade ao oceano, o que fornecia alimento e facilitava o transporte de mercadorias.<ref name=Sulinfo2013/> Com efeito, nessa época a Ria de Alvor era navegável, tendo existido um cais de acostagem para barcos de pequeno calado, junto à casa romana.<ref name=Sulinfo2013/>
A ''villa'' romana da Abicada foi ocupada no período entre os séculos II e V. Foi alvo de uma intervenção em 1917, pelo arqueólogo [[Leite de Vasconcelos|José Leite de vasconcellos]].
 
A povoação romana da Abicada pode ter estado sob o domínio administrativo da cidade de [[Lacobriga]], em Lagos.<ref>{{citar web|url=http://www.barlavento.online.pt/index.php/noticia?id=7418&edid=171&tnid=3|título=Ruínas romanas da Abicada estão ao abandono|acessodata=24 de Outubro de 2009|data=23 de Junho de 2006|autor=TIAGO, João|publicado=Barlavento Online|datali=30 de Outubro de 2018}}</ref>
Entre 2010 e 2011, vários especialistas da empresa Palimpsesto removeram as tesselas dos mosaicos e transferiram-nas para o Museu de Portimão, devido ao seu avançado estado de degradação, provocados pela exposição aos elementos e por vandalismo.<ref name=Sulinfo2013>{{citar web|url= https://www.sulinformacao.pt/2013/04/villa-romana-da-abicada-nao-esta-abandonada-mas-parece/|titulo=Villa romana da Abicada não está abandonada…mas parece|autor=RODRIGUES, Elizabete|publicado=Sul Informação|data=23 de Abril de 2013|acessodata=29 de Outubro de 2018}}</ref>
 
A ''villa'' romana da Abicada foi ocupada no período entre os séculos II e V. Foi alvo de uma intervenção em 1917, pelo arqueólogo [[Leite de Vasconcelos|José Leite de vasconcellos]].{{carece de fontes}}
 
As primeiras grandes escavações na Abicada foram feitas por iniciativa do arqueólogo José Formosinho, que no entanto expôs desta forma os mosaicos, que estavam protegidos pela camada de terra que os encobria.<ref name=Sulinfo2013/> Assim, começaram a sofrer os efeitos da chuva e da exposição solar, que levou à sua degradação.<ref name=Sulinfo2013/>
 
Em meados do Século XX, foi construído um extenso complexo agropecuário junto às ruínas romanas, que foi posteriormente abandonado.<ref name=Sulinfo2013/>
 
Nos princípios da Década de 2010, as ruínas apresentavam marcas visíveis de vandalismo recente, devido à falta de protecção e vigilância.<ref name=Sulinfo2013/> Embora tenha sido instalada uma rede em volta das ruínas, o portão metálico tinha sido roubado.<ref name=Sulinfo2013/> Além disso, também foram danificadas pela vegetação e pela água das chuvas, e pela gradual queda das ruínas no sentido da ria, devido ao terreno argiloso, à proximidade da água e à construção de edifícios agrícolas em redor.<ref name=Sulinfo2013/> Apesar disso, o estado tem feito vários investimentos de conservação das ruínas, que impediram a sua total destruição.<ref name=Sulinfo2013/> Várias obras foram feitas por grupos de jovens, integrados no programa de ocupação de tempos livres da Câmara Municipal de Portimão.<ref name=Sulinfo2013/> Um dos investigadores estrangeiros que participou nas escavações na Abicada foi o arqueólogo Felix Teichner, da [[Universidade de Marburgo]], na Alemanha, que se destacou pelos seus trabalhos nas ruínas romanas em vários pontos da região, incluindo no [[Cerro da Vila]] em [[Vilamoura]], no [[Estação Arqueológica de Monte Molião|Monte Molião]] em [[Lagos (Portugal)|Lagos]], e nas [[Ruínas romanas de Milreu]], em [[Estói]].<ref>{{citar web|url=http://www.sulinformacao.pt/2014/08/monte-moliao-volta-a-estar-de-portas-abertas-para-mostrar-escavacoes-arqueologicas/|titulo=Monte Molião volta a estar de portas abertas para mostrar escavações arqueológicas|data=11 de Agosto de 2014|publicado= Sul Informação|acessodata=30 de Outubro de 2018}}</ref>
 
Entre 2010 e 2011, vários especialistas da empresa Palimpsesto removeram as tesselas dos mosaicos e transferiram-nas para o Museu de Portimão, devido ao seu avançado estado de degradação, provocados pela exposição aos elementos e por vandalismo.<ref name=Sulinfo2013/> Os mosaicos iriam ser alvo de um processo de restauro, e depois apresentados numa exposição.<ref name=Sulinfo2013/> Também foram analisadas as patologias que estavam a danificar os mosaicos, tendo-se apurado que os construtores originais da casa romana não utilizaram uma camada de argamassa para sustentar os mosaicos, como era habitual, tendo em vez disso assente as tesselas directamente sobre a argila do solo, o que complica os trabalhos de conservação.<ref name=Sulinfo2013/>
 
EntreAlém 2010disso, ea 2011,natureza váriosdo especialistassolo, daquase empresatotalmente Palimpsestocomposto removeramde asargila, tesselascria dosproblemas mosaicosde econservação transferiram-nas para o Museu de Portimãoestruturas, devido ao seuinchar avançadocom estadoa dechuva degradação,e provocadosao pelacriar exposiçãogretas aosprofundas elementosdurante eo porclima vandalismoseco.<ref name=Sulinfo2013>{{citar web|url= https://www.sulinformacao.pt/2013/04/villa-romana-da-abicada-nao-esta-abandonada-mas-parece/|titulo=Villa romana da Abicada não está abandonada…mas parece|autor=RODRIGUES, Elizabete|publicado=Sul Informação|data=23 de Abril de 2013|acessodata=29 de Outubro de 2018}}</ref>
 
Estes trabalhos fizeram parte de um programa de conservação das ruínas, que incluiu igualmente a construção de um muro de betão no lado Sul, perto da ria, assente em microestacas de dez metros de profundidade, para estabilizar a parte residencial das ruínas.<ref name=Sulinfo2013/> Este programa também contemplou obras de estabilização nalguns dos muros e paredes das ruínas, e a instalação de uma rede de drenagem para canalizar a água da chuva, impedindo desta forma que se infiltrasse e causasse mais danos.<ref name=Sulinfo2013/> Esta intervenção, feita por iniciativa pela Direcção Regional de Cultura do Algarve, teve um valor aproximado de 120 mil Euros.<ref name=Sulinfo2013/>
 
Nessa altura, estava a ser planeada a construção de um centro de interpretação e de estruturas de cobertura para proteger as ruínas e permitir a recolocação dos mosaicos, de forma a valorizar as ruínas da Abicada como um pólo cultural e turístico.<ref name=Sulinfo2013/> No entanto, a falta de fundos impediu a realização deste projecto.<ref name=Sulinfo2013/>
 
A propriedade privada em redor das ruínas pertence a uma família do Norte de Portugal, que há já vários anos que pretende urbanizar a zona, de forma a instalar ali um estabelecimento turístico.<ref name=Sulinfo2013/> Com efeito, a ''Aquazul'', empresa proprietária dos terrenos, foi uma das duas entidades interessadas no concurso para um Núcleo de Desenvolvimento Turístico, lançado em 2013 pela Câmara Municipal de Portimão.<ref name=Sulinfo2013/> A ''Aquazul'' manteve-se em contacto com a Direcção Regional de Cultura do Algarve, esperando-se nessa altura que, caso ganhasse o concurso, iria integrar as ruínas da Abicada no empreendimento turístico, em parecia com a Direcção Regional e o Museu de Portimão, permitindo desta forma a recuperação do monumento e a construção de um centro de interpretação.<ref name=Sulinfo2013/>
 
Em 18 de Abril de 2013, a estação romana foi alvo da conferência ''Villa Romana da Abicada: Que Futuro?'' no Museu de Portimão, no âmbito das comemorações do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, onde discursaram Rui Parreira, director dos serviços de Bens Culturais da Direcção Regional de Cultura do Algarve, Eduardo Porfírio, da empresa Palimpsesto, José Gameiro, director do Museu de Portimão, e Carla Melo Pereira, vereadora da Cultura de Portimão.<ref name=Sulinfo2013/> Também nas comemorações do Dia Internacional, a Direcção Regional de Cultura organizou um passeio até à Abicada, no qual participaram cerca de 50 pessoas, com uma visita às ruínas e à Ria de Alvor, orientada por Rui Parreira e pelo biólogo Filipe Bally Jorge, da Câmara de Portimão.<ref name=Sulinfo2013/> No entanto, esta visita foi dificultada pelo estado do monumento, que estava coberto por ervas e por isso de reduzida visibilidade.<ref name=Sulinfo2013/>
 
Em Setembro de 2014, foi inaugurada a exposição temporária ''O mediterrâneo aqui tão perto'' no Museu de Portimão, que exibiu o mosaico da sala de refeições da Abicada, após uma intervenção de restauro.<ref>{{citar web|url=https://www.sulinformacao.pt/2014/09/mosaico-da-villa-romana-da-abicada-desvenda-se-no-museu-de-portimao/|titulo=Mosaico da villa romana da Abicada desvenda-se no Museu de Portimão|autor=RODRIGUES, Elizabete|publicado=Sul Informação|data= 26 de Setembro de 2014|acessodata=30 de Outubro de 2018}}</ref>
 
[[File:Portugal - Algarve - Abicada, roman Villa (25167915673).jpg|thumb|Vista geral das ruínas da Abicada, em 2016.]]
==Ver também==
*[[Balsa (Lusitânia)|Balsa]]
*[[Lacóbriga]]
*[[Cerro da Vila]]
*[[Ruínas romanas de Milreu]]
*[[Ruínas lusitano-romanas da Boca do Rio]]
*[[Miróbriga]]
*[[Ruínas romanas de Troia]]
*[[Vila de São Cucufate]]
*[[Villa Lusitano-Romana de Torre de Palma]]
*[[Villa Romana de Nossa Senhora da Tourega]]
 
{{referências}}
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== Ligações externas ==
* {{Link-endovélico|47556}}
* {{Link-ippar|69702}}
* {{SIPA|2828}}
* {{Link|en|2=http://www.megalithic.co.uk/article.php?sid=40577|3=Página sobre a Estação Romana da Quinta da Abicada, no sítio electrónico Megalithic}}
 
[[Categoria:Património edificado em Portimão]]
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[[Categoria:Lusitânia]]
[[Categoria:Monumentos nacionais no distrito de Faro]]
 
[[de:Abicada]]
[[en:Roman ruins of Quinta da Abicada]]