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Livro Via Láctea
 
Via Láctea é um conjunto de trinta e cinco sonetos publicado no livro Poesias, tendo sua publicação no ano de 1888, juntamente com Panóplias e Sarças de Fogo. Os poemas que compõe Via Láctea são de um lirismo intimista, cujo o eu lírico revela seus anseios, desejos e lamentos amorosos. O conjunto de sonetos traduzem os amores juvenis que Olavo Bilac teve, sendo um deles a irmã do também poeta e amigo de Bilac – Alberto de Oliveira – : Amélia de Oliveira.
Sobre o lirismo intimista que permeia Via Láctea, Ivan Teixeira, em prefácio para a edição de Poesias, diz: “Os poemas de lirismo intimista resultam do convívio de Bilac com a tradição petrarquista. Acham-se sobretudo nos sonetos de Via Láctea. Trata-se de uma visão do amor iluminado, o amor das grandes abstrações. Suas imagens compõem-se de estrelas, luar e amplidão celeste. ”
Mencionado por Teixeira como inspiração do príncipe dos poetas brasileiros, Petrarca é responsável pela consolidação do gênero poético soneto, que por sua vez foi estabelecido como forma poética do Parnasianismo. Sergio Faraco, em “Nota sobre o soneto” – Livro dos sonetos –, escreve: “O primeiro poeta de nomeada a cultivar o soneto foi Dante Alighieri (1265-1321), mas quem lhe ordenou as rimas, dando-lhe a figura que, depois, serviria de modelo, foi Francesco Petrarca (1304-1374). Em evidência nos séculos XVI-XVIII, perdeu prestígio na estação romântica, mas voltou à berlinda entre parnasianos e simbolistas [...]”. Bilac, componente da tríade parnasiana brasileira, adere às convenções do soneto para compor os versos que por muito tempo foram decorados e recitados pelos amantes da poesia, servindo de declarações e confissões amorosas. Nestes versos, figuras como a estrela, a lua e o céu são constantemente citadas e aludidas. Por consequência, criou-se o lirismo estelar, que define, de uma vez por todas, a poesia de Via Láctea. Nas palavras de Ivan Teixeira: “Nessa série, configura-se o que se convencionou chamar lirismo estelar de Olavo Bilac, em que as estrelas (e também a lua) funcionam como verdadeiros correlatos objetivos de sentimentos e êxtases indizíveis [...]”.
O exemplo mais concreto deste tipo de lirismo é o soneto XIII, também o mais conhecido do conjunto, – que tem como primeiro verso os seguintes dizeres: “‘Ora (direis) ouvir estrelas! Certo”. Neste poema, o eu lírico refere-se às estrelas alegoricamente, sendo elas símbolos dos amantes que, restritamente, são capazes de ouvi-las. É neste tom que os versos são constituídos, ora a lamentar, ora a regozijar; mas tendo como pano de fundo a imensidão do céu, as estrelas cintilantes que integram a via láctea e o sentimento amoroso elevado, que é “capaz de ouvir e de entender estrelas. ”
Vale ainda destacar, por fim, que, por conta de sua fama, não raramente, o título Via Láctea é atribuído ao soneto XIII, de forma equivocada, já que trata-se de um conjunto de poemas, como já exposto.
<FARACO, S. (Org). Livro dos sonetos: 1500-1900 (Poetas portugueses e brasileiros). Porto Alegre: L&PM POCKET, 2016.><TEIXEIRA, I. (Org). Poesias: Olavo Bilac. São Paulo: Martins Fontes, 2001.>