Cruzada Albigense: diferenças entre revisões

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==Consequências==
A primeira e evidente consequência da cruzada aconteceu no plano religioso. O movimento cátaro, ainda sem parar de ser minoritário e pese ter sido perseguido em outras partes da Europa, atingiria ao longo o {{séc|XII}} uma influência crescente na sociedade do [[Languedoque]], incrementando o seu número de fiéis, particularmente entre os membros da nobreza. Como consequência da guerra e da repressão posterior, o movimento foi desorganizado e entrou em decadência; embora conseguisse sobreviver em áreas periféricas do reino de Aragão e da Bósnia, a sua influência acabou desaparecendo de [[Europa Ocidental]] em princípios do {{séc|XIV}} (definitivamente com a conquista turca da [[Bósnia]]). A Igreja Romana consolidou assim a sua posição hegemônica antes que a ameaça herética se estendesse por toda a sociedade languedociana ou a outros territórios. Além disso, no curso do conflito nasceram dois instrumentos que seriam fundamentais para a Igreja nos séculos seguintes: a [[Inquisição]] e a [[Ordem dos Irmãos Pregadores]].
[[Imagem:FranceCapitole Toulouse1Toulouse - Salle des Illustres.jpg|thumb|Galeria dos ilustres do [[Capitólio de Toulouse]], onde alguns afrescos representam cenas da Cruzada.]]
No plano político houve dois: o fim da expansão aragonesa a norte dos [[Pirenéus]] e o desaparecimento do Condado de Toulouse.
Os aragoneses sofreram uma dupla derrota, militar na batalha de Muret, e estratégica com o desaparecimento de territórios que lhes rendiam vassalagem. Até aquele momento, Toulouse, Carcassonne, Foix, Provença ou Comminges, embora teóricos vassalos do rei da França, levavam décadas agindo com independência da ilha de França, e em 1213 declararam-se súbditos aragoneses. Após a cruzada albigense, quase todos estes territórios voltaram para a órbita francesa, ficando só como posses da coroa aragonesa o [[senhorio de Montpellier]] (até 1349) e os condados do [[Condado do Rossilhão|Rossilhão]] e a [[Condado de Cerdanha|Cerdanha]]. Este declínio na sua expansão para norte, unido à limitação nos seus avanços para sul ([[Sentença Arbitral de Torrellas]] e [[Tratado de Elche]]) seria uma das causas de a monarquia aragonesa se devotar na sua expansão pelo [[Mediterrâneo]] nos séculos seguintes.