Arthur Schopenhauer: diferenças entre revisões

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Adicionada uma citação do autor na secção "Viver é sofrer" e seu livro de origem, de modo a melhor ilustrar a filosofia de Schopenhauer dentro de seus preceitos epistemológicos.
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===Viver é sofrer===
 
No [[sistema]] de Schopenhauer, a vontade é a raiz metafísica do mundo e da conduta humana; ao mesmo tempo, é a fonte de todos os sofrimentos. Sua filosofia é, assim, profundamente [[pessimismo|pessimista]], pois a vontade é concebida em seu sistema como algo sem nenhuma [[meta]] ou finalidade (ateleológica), um querer [[irracional]] e inconsciente. Sendo um [[mal]] inerente à [[existência]] do homem, ela gera a [[dor]], necessária e inevitavelmente, sendo aquilo que se conhece como felicidade, por conseguinte, apenas a interrupção temporária de um processo de [[infelicidade]] e somente a lembrança de um sofrimento [[passado]] criaria a ilusão de um bem [[presente]]. Para Schopenhauer, o [[prazer]] é [[momento]] fugaz de ausência de dor e não existe satisfação durável. Todo prazer é ponto de partida de novas aspirações, sempre obstadas e sempre em [[luta]] por sua realização: "Viver é sofrer". Nesse sentido, verifica-se como seu pessimismo não é gratuito, dado que suportado por uma antropologia-metafísica-realista de fundo, apresentando-se, deste modo, como apanágio e característica natural desta. Como preconizou Schopenhauer em [[O Mundo como Vontade e Representação]] <ref>{{citar livro|título=Die Welt als Wille und Vorstellung|ultimo=Schopenhauer|primeiro=Arthur|editora=Dover Publications|ano=1966|local=New York|páginas=163|acessodata=02/11/2018}}</ref>,{{quote2|O maior grilhão do homem é acreditar que nunca esteve agrilhoado.}}Mas, apesar de todo seu profundo realismo-pessimista, a filosofia de Schopenhauer aponta algumas vias para a suspensão da dor. Num primeiro momento, o caminho para a supressão da dor encontra-se na contemplação artística. A contemplação desinteressada das ideias seria um ato de intuição artística e permitiria a contemplação da vontade em si mesma, o que, por sua vez, conduziria ao domínio da própria vontade. Na arte, a relação entre a vontade e a representação inverte-se, a [[inteligência]] passa a uma posição superior e assiste à história de sua própria vontade; em outros termos, a inteligência deixa de ser atriz para ser espectadora. A atividade artística revelaria as ideias [[eterno|eternas]] através de diversos graus, passando sucessivamente pela [[arquitetura]], [[escultura]], [[pintura]], [[poesia]] [[Lirismo|lírica]], poesia [[Tragédia|trágica]], e, finalmente, pela [[música]]. Em Schopenhauer, pela primeira vez na história da filosofia, a música ocupa o primeiro lugar entre todas as artes. Liberta de toda referência específica aos diversos objetos da vontade, a música poderia exprimir a Vontade em sua essência geral e indiferenciada, constituindo um meio capaz de propor a libertação do homem, em face dos diferentes aspectos assumidos pela Vontade.
 
Mas, apesar de todo seu profundo realismo-pessimista, a filosofia de Schopenhauer aponta algumas vias para a suspensão da dor. Num primeiro momento, o caminho para a supressão da dor encontra-se na contemplação artística. A contemplação desinteressada das ideias seria um ato de intuição artística e permitiria a contemplação da vontade em si mesma, o que, por sua vez, conduziria ao domínio da própria vontade. Na arte, a relação entre a vontade e a representação inverte-se, a [[inteligência]] passa a uma posição superior e assiste à história de sua própria vontade; em outros termos, a inteligência deixa de ser atriz para ser espectadora. A atividade artística revelaria as ideias [[eterno|eternas]] através de diversos graus, passando sucessivamente pela [[arquitetura]], [[escultura]], [[pintura]], [[poesia]] [[Lirismo|lírica]], poesia [[Tragédia|trágica]], e, finalmente, pela [[música]]. Em Schopenhauer, pela primeira vez na história da filosofia, a música ocupa o primeiro lugar entre todas as artes. Liberta de toda referência específica aos diversos objetos da vontade, a música poderia exprimir a Vontade em sua essência geral e indiferenciada, constituindo um meio capaz de propor a libertação do homem, em face dos diferentes aspectos assumidos pela Vontade.
 
===No Nada, há salvação===