Henry Charles Carey: diferenças entre revisões

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'''Henry Charles Carey''' ([[Filadélfia]], [[15 de dezembro]] de [[1793]] — Filadélfia, [[13 de outubro]] de [[1879]]) foi um [[economista]] [[Estados Unidos|norte-americano]], um dos principais representantes da ''[[escola americana (economia)|escola americana]] de economia política'' no século XIX. Ele é hoje mais conhecido por seu livro ''Harmonia de interesses'', em que comparou e contrastou o que ele chamava de "sistema britânico" de ''[[laissez faire]]'' ([[livre-comércio]]) com o "sistema americano" de desenvolvimento econômico, mediante proteção alfandegária e intervenção governamental para estimular a produção. Ele foi um importante consultor econômico de [[Abraham Lincoln]] durante a sua presidência.
 
==Vida==
Com a idade de vinte e oito anos, ele substituiu seu pai, Mathew Carey (1760-1839), como membro da sociedade editora Carey & Lea, a qual foi por muito tempo a mais famosa nos Estados Unidos. Seu pai havia sido um influente economista, reformador político, editor e publicador nascido na Irlanda, mas por muitos anos radicado em Filadélfia. Entre os muitos escritos de Mathew Carey estava uma coleção (1822) de ''Ensaios sobre economia política'', um dos mais precoces tratados norte-americanos em favor da idéia de [[Alexander Hamilton]] de [[protecionismo|proteção]] e promoção da indústria. A vida e a obra do jovem Henry foi devotada à propagação da mesma filosofia econômica.
 
Em 1835, Carey foi um co-fundador da famosa ''Franklin Fire Insurance Company of Philadelphia'', uma companhia de seguros contra incêndios. Ele retirou-se do negócio em [[1838]], quase simultaneamente com o aparecimento (1837-1840) de seus ''Princípios de economia política''. Este tratado, que foi traduzido para o [[Língua italiana|italiano]] e o [[Língua sueca|sueco]], logo tornou-se a representação padrão da escola americana de pensamento econômico que, com algumas variações, dominou a política econômica dos Estados Unidos até 1973.
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==Contribuições para a economia==
[[Ficheiro:Henry Charles Carey.png|frame|Henry Charles Carey]]
A primeira grande obra de Carey sobre economia política foi precedida e seguida por muitos volumes menores sobre [[salário]]s, o sistema de crédito, [[juro]], [[escravidão]], [[direito autoral]] etc.; e em 1858-1859 ele reuniu os frutos dos trabalhos de toda a sua vida nos ''Princípios de ciência social'', em três volumes.
 
''Princípios'' é a mais abrangente bem como madura exposição de suas idéias. Nela Carey procurou mostrar que existia, independentemente dos desejos humanos, um sistema natural de leis econômicas, que é essencialmente benéfico, e do qual a prosperidade crescente de toda a comunidade, e especialmente das classes trabalhadoras, é o resultado espontâneo, impedido somente pela ignorância ou perversidade do homem que resiste à sua ação ou a obstrui. Ele rejeitou a teoria [[Thomas Malthus|malthusiana]] da população, sustentando que a única situação em que os meios de subsistência determinariam o crescimento da população é aquele em que uma dada sociedade não está sendo radicalmente produtiva (pela introdução de novas tecnologias ou pela adoção de prudentes políticas governamentais); as populações se regulam a si mesmas suficientemente em toda sociedade bem governada, mas sua pressão sobre a subsistência caracteriza os mais baixos, não os mais avançados, estágios de civilização. Ele negou como verdade universal, para todos os estágios de cultivo, a lei dos rendimentos decrescentes da terra.
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A assim chamada teoria [[David Ricardo|ricardiana]] da renda é uma fantasia especulativa, contraditada por toda experiência. Efetivamente, o cultivo se faz, não, como esta teoria supõe, começando pelo melhor, e descendo para os solos mais pobres na ordem de sua inferioridade. As terras mais altas secas e pouco profundas são cultivadas primeiro; e somente quando a população se tornou densa e o capital foi acumulado, são cultivadas as terras baixas, com sua maior fertilidade, mas também com seus pântanos, inundações, e miasmas, atacados e melhorados pela ocupação. A renda, vista como uma proporção do produto, decai, como todo juro sobre o capítal, com o passar do tempo, mas, em seu valor absoluto, aumenta. A parte do trabalhador cresce, considerada tanto como proporção e como valor absoluto. E assim os interesses destas diferentes classes sociais estão em harmonia. Mas, Carey prossegue dizendo que, na ordem em que este harmonioso progresso pode ser realizado, o que é tomado da terra deve ser devolvido a ela. Todos os artigos derivados dela são realmente partes separadas dela, que devem ser restituídos sob pena de sua exaustão. Por conseqüência o produtor e o consumidor devem estar próximos um do outro; os produtos não devem ser exportados para um país estrangeiro em troca de seus bens manufaturados, e assim enriquecer um solo estrangeiro. No valor de troca imediato o proprietário pode ganhar com tal exportação, mas os poderes produtivos da terra seriam prejudicados.
 
Em março de 1865, Carey publicou uma série de cartas ao presidente da Casa dos Representantes, Schuyler Colfax, intitulada "O caminho para sobrepujar a Inglaterra sem lutar com ela." Nestas cartas, Carey defendeu a continuidade da política de Abraham Lincoln de "Greenbacks" -- papel—papel-moeda livre de débito, dinheiro emitido pelo governo como um caminho para libertar a economia dos Estados Unidos dos capitalistas britânicos que estavam procurando controlar a riqueza norte-americana (o que elas finalmente conseguiram pela suspensão dos "Greenbacks" e a instauração do padrão-ouro nos Estados Unidos mediante o ''Coinage Act'' de 1873). A História mostra que a obra de Carey encontrou ouvidos moucos, na medida em que a subseqüente [[Longa Depressão]] de 1873-96 afetou os Estados Unidos com pânicos financeiros por causa da incapacidade do Sistema Bancário Nacional de abastecer o público com toda a moeda de que ele precisava.
 
== Ver também ==
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{{Biografias}}
 
{{authority control}}
{{NF|1793|1879|Carey, Henry Charles}}
[[Categoria:Economistas dos Estados Unidos]]