Absolutismo: diferenças entre revisões

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A [[monarquia absolutista]] nasce com [[Luís XIV de França]], conhecido como "Rei-Sol", logo após a morte do seu primeiro-ministro, em 9 de março de 1661, o cardeal [[Jules Mazarin]]. E que, nessa altura, terá se voltado para o seu [[chanceler]] e declarado solenemente:
::''Senhor, eu lhe pedi que se reunisse com meus ministros e secretários de Estado para dizer que até agora eu deixei o falecido senhor cardeal conduzir os assuntos de Estado; já é hora que eu próprio governe. Vocês me auxiliarão com seus conselhos, quando eu lhes pedir.''
Em seguida, proibiu os ministros de expedir qualquer coisa sem sua ordem.<ref>[{{citar web | url=http://www2.uol.com.br/historiaviva/artigos/dossie_luis_xiv_franca_rei_sol_absolutismo.html | título=Luís XIV e o Estado todo-poderoso, Dimitri Casali, História Viva] | publicado=www2.uol.com.br }}</ref>
 
== O absolutismo na Europa ==
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Em [[Portugal]], verdadeiramente nunca existiu a [[monarquia absolutista]] mas sim o que os [[monárquico]]s chamam uma [[monarquia tradicional]],<ref name="ReferenceA">"A Monarquia Tradicional" de Victor Emanuel Vilela Barbuy</ref> pois o rei português sempre teve poder limitado pelas cortes e por outros órgãos de soberania. Todavia, para muitos [[Miguel I de Portugal|D. Miguel]] foi considerado como «''o rei absoluto''» e ficou conhecido com esse cognome.
 
No entanto, também é verdade que o [[Reino de Portugal]] passou por várias fases do desenvolvimento em um sentido crescente do aumento de autoridade e concentração do poder nas mãos dos reis, até ao aparecimento da [[monarquia constitucional]], atingindo o seu auge no reinado de [[João V de Portugal|João V]].<ref name="port"/> Contudo, não se pode determinar com muita precisão que a monarquia portuguesa se tenha encontrado estruturada em bases absolutistas depois disso. Essa questão é difícil porque as raízes do poder monárquico foram se desenvolvendo aos poucos, em várias estruturas e crescendo ao longo de três séculos. Outrora, fruto de propaganda liberal posterior,<ref name="ReferenceA"/> devemos entender o regime absolutista português como um processo de longa duração, e ao decorrer de toda a [[Idade Moderna]], colheu frutos do prestígio que tinha em seu território.<ref name="port">{{Citar livro|autor=Nicolina Luiza de Petta|edição=1ª Edição|ano=2005|local=São Paulo|páginas=75, 76, 77, 78|título=História - Uma Abordagem Integrada|isbn=}}</ref>
 
A [[Espanha]] conheceu em [[1469]] a [[Reconquista|unificação política]] com o casamento da rainha [[Isabel I de Castela]] com o rei [[Fernando II de Aragão|Fernando de Aragão]]. Unificado, o reino espanhol reuniu forças para completar a expulsão dos mouros e, com a ajuda da burguesia, lançar-se às grandes navegações marítimas.<ref name="port"/> O poder real foi crescendo á medida que a exploração colonial enriquecia o estado. No governo de Carlos V, neto de Fernando e Isabel, os castelhanos possuíam um enorme império colonial, o que fez da Espanha a maior potência do século XVI.<ref name="port"/> De acordo com objetivos mercantilistas, o governo absolutista espanhol buscava a hegemonia no comércio internacional e na disputa por áreas coloniais. Por essas disputas, a Espanha se envolveu em diversas guerras, sobretudo com a França. [[Filipe II de Espanha|Filipe II]], que governou a Espanha de 1556 a 1598, resolveu atacar a Inglaterra e, para executar a tarefa, organizou uma força de guerra que denominou de "Invencível Armada". O ataque não se concretizou, porque a [[Invencível Armada]] desorganizou-se durante uma grande tempestade, acabaram sendo derrotados pelos ingleses. Isso marcou o iniciou do declínio do império espanhol, perderam algumas de suas colonias e grande parte do poder internacional, mesmo assim, o Estado espanhol não deixou de ser absolutista, mantendo os poderes concentrados nas mãos do rei.<ref name="port"/>
 
Na [[França]], durante o século XVI, sob a [[dinastia Valois]], a França ensaiou a consolidação do governo absolutista. Parte da burguesia adorara a religião [[Calvinismo|calvinista]], enquanto o Estado era fortemente influenciado pelo [[catolicismo]]. A fim de solucionar o problema, [[Henrique III de França|Henrique III]], que era católico, aliou-se a [[Henrique de Bourbon]], líder dos huguenotes (protestantes de orientação [[Calvinismo|calvinista]]). Após a morte do rei, em 1589, Henrique de Bourbon aceitou se converter ao catolicismo, isso fez com que ele assumisse o trono - ficou conhecido como Henrique IV.<ref name="portU">{{Citar livro|autor=Nicolina Luiza de Petta|edição=1ª Edição|ano=2005|local=São Paulo|página=78|título=História - Uma Abordagem Integrada|isbn=}}</ref> O longo processo de centralização do poder monárquico atingiu seu ponto culminante com o rei [[Luís XIV de França|Luís XIV]], conhecido como "Rei Sol", que reinou entre 1643 e 1715. A ele atribui-se a célebre frase "o Estado sou eu". Ao contrário de seus antecessores, recusou a figura de um "[[primeiro-ministro]]", reduziu a influência dos [[parlamento]]s regionais e jamais convocou os [[Assembleia dos Estados Gerais|Estados Gerais]].
 
Na [[Inglaterra]], o absolutismo teve início em [[1509]] com [[Henrique VIII da Inglaterra|Henrique VIII]], que, apoiado pela [[burguesia]], ampliou os poderes monárquicos, diminuindo os do [[Parlamento do Reino Unido|parlamento]].<ref name="port"/> No reinado da rainha [[Isabel I de Inglaterra|Isabel I]], o absolutismo monárquico foi fortalecido, tendo iniciado a expansão marítima inglesa, com a colonização da [[América do Norte]]. Contudo, após a [[Guerra Civil Inglesa]], o absolutismo perdeu força na Inglaterra, com o rei gradualmente perdendo poderes em favor do parlamento. A revolução de 1688 - a [[Revolução Gloriosa]] - pôs um ponto final no absolutismo inglês.<ref name="port"/>
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[[Jacques-Bénigne Bossuet|Jacques Bénigne Bossuet]], contemporâneo de Luís XIV, foi um dos maiores defensores do absolutismo e, simultaneamente, do "[[direito divino dos reis]]"; em sua obra ''Política Segundo a Sagrada Escritura'',<ref>Kelley, p. 309.</ref> afirmava que a Monarquia era a origem divina, cabendo aos homens aceitar todas as decisões reais, pois questioná-las transformá-los-ia não somente em inimigos públicos, mas também em inimigos de [[Deus]].<ref name="port"/>
 
[[Thomas Hobbes]], autor de ''[[Leviatã (livro)|Leviatã]]'',<ref>{{Citar enciclopédia |titletitulo=Hobbes's Moral and Political Philosophy |encyclopediaenciclopédia=[[Stanford Encyclopedia of Philosophy]] |url=http://plato.stanford.edu/entries/hobbes-moral/}} (Acessado em 24 de setembro de 2012)</ref> proclamou que, em seu estado natural, a vida humana era "solitária, miserável, desprezível, bestial e breve"; buscando escapar da guerra de todos contra todos, os homens uniram-se em torno de um contrato para formar uma sociedade civil, legando a um soberano todos os direitos para protegê-los contra a violência. Hobbes defende a teoria de que um rei só poderia subir ao trono pela vontade do povo e não pela vontade divina. A monarquia é justificada pelo consenso social.<ref name="port"/>
 
[[Hugo Grócio]] é considerado um dos precursores do direito universal, pois defendia que, se todos os países adotassem o absolutismo, seria possível se estabelecer um sistema único de legislação. Sua principal obra foi 'Direito de Paz e de Guerra'.<ref name="port"/>