Intentona Comunista: diferenças entre revisões
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== História ==
A Intentona Comunista de 1935, conspiração de natureza político-militar, inscreve-se, pelas suas reivindicações políticas imediatas (de protesto político-institucional contra um governo
Esta confluência de influências corporificou-se na pessoa de seu principal líder, [[Luís Carlos Prestes]], capitão do [[Exército Brasileiro]] e líder tenentista convertido ao comunismo, com tendencias subversivas, que dirigiu o levante - à revelia da liderança formal do [[Partido Comunista Brasileiro]], e em articulação direta com a direção da [[Internacional Comunista]], que mantinha junto a Prestes um grupo de militantes comunistas internacionais, composto pela companheira de Prestes, a alemã [[Olga Benário]], além do argentino [[Rodolfo Ghioldi]], o alemão [[Arthur Ernest Ewert]], [[Ranieri Gonzales]] e alguns outros militantes, também subversivos, ligados ao Comitê Executivo da Internacional Comunista (CEIC).
A direita brasileira sempre caracterizou esta interferência do [[Comintern]] no movimento como prova do seu caráter antinacional, em que os militantes brasileiros teriam agido como simples fantoches do comunismo internacional. Dentro de terreno brasileiro, Prestes especulou fortemente sobre
Num primeiro momento, Prestes parecia considerar que o programa nacionalista da [[ANL]] seria capaz de permitir-lhe impor-se como um movimento de massa legal, capaz de atrair apoio tanto entre a classe operária e o campesinato como também entre a burguesia "progressista" de tendências
O levante eclodiu em pontos esparsos do território nacional, a saber:<ref name="cpdoc1">{{citar web|url=http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/FatosImagens/RevoltaComunista|titulo=A revolta comunista de 1935 - CPDOC - FGV|acessodata=21/04/2015}}</ref>
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* no [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], em 27 de novembro.
Fora de Natal, onde chegou a ser instalado um governo
No Rio de Janeiro, as proporções do movimento foram mais amplas e cruéis, tendo sido deflagrado, simultaneamente, no 3º Regimento de Infantaria, na Praia Vermelha; no 2º Regimento de Infantaria e no Batalhão de Comunicações, na Vila Militar; e na Escola de Aviação, no Campo dos Afonsos. Os amotinados, companheiros de véspera, teriam
[[Imagem:Julgamento no Tribunal de Segurança Nacional dos líderes da Intentona de 1935.tif|thumb|250px|esquerda|Julgamento no Tribunal de Segurança Nacional dos líderes da Intentona de 1935.]]
Por trás da estratégia equivocada do levante estava, de um lado, a superestimação que Prestes fazia de seu prestígio no interior do Exército Brasileiro, de outro, a crença da IC de que, numa sociedade "semicolonial", bastaria proclamar o movimento para produzir uma sublevação espontânea que englobaria de militares a operários e "cangaceiros ''partisans'' [guerrilheiros](sic)". O [[agente duplo]] do [[MI6]] ([[serviço de inteligência]] britânico), Johann Heinrich Amadeus de Graaf, conhecido como [[Johnny de Graaf]], estava infiltrado na rebelião de Prestes.<ref>{{citar livro|autor=R. S. Rose & Gordon D. Scott|título=Johnny: a vida do espião que delatou a rebelião comunista de 1935|editora=[[Editora Record]]|ano=2009|páginas=600|isbn= 9788501082534}}</ref> Graaf revelou os planos dos rebeldes ao serviço de inteligência britânico que repassou estas informações para a inteligência brasileira.<ref>{{citar web|URL=http://www.acervo.revistabula.com/posts/livros/o-espiao-alemao-que-detonou-a-revolucao-de-prestes|título=Revista Bula: O espião alemão que detonou a revolução de Prestes|autor=Euler de França Belém|data=|publicado=16 de novembro de 2010|acessodata=19 de março de 2017}}</ref> Prestes também teria sabotado o próprio levante
O episódio mais dramático do levante comunista foi a tentativa de conquistar o Regimento de Aviação no [[Campo dos Afonsos]], à época integrante do exército (a [[Força Aérea Brasileira]] só seria criada em 1941), visando obter aeronaves para bombardear a cidade do Rio de Janeiro.
As unidades
Uma vez reprimido e derrotado , o movimento foi submetido a intensa desmoralização- a começar pelo nome
[[Imagem:Monumento intentona comunista 1935.jpg|thumb|250px|direita|[[Monumento aos mortos na Intentona Comunista]] ([[praça General Tibúrcio (Rio de Janeiro)|praça General Tibúrcio]], [[Urca]]).<ref>[http://www.agr.eb.mil.br/index.php/comunicacao-social/131-restauracao-do-monumento-da-intentona-comunista-e-de-placas Arsenal de Guerra do Rio] - ''Restauração de Monumento da Intentona Comunista pela Seção de Fundição do Arsenal de Guerra do Rio.'' Acessado em 17/10/2018.</ref>]]
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Diferentemente dos golpes tenentistas, que haviam criado divisões temporárias entre legalistas e insurretos, superáveis posteriormente por anistias e reorganizações de carreira, o movimento de 1935 criou uma clivagem político-ideológica até hoje não superada, em que os insurretos tiveram negada a sua própria condição de membros da corporação militar, com sua ação política sendo duradouramente criminalizada e estigmatizada como traição e ato hostil à hierarquia militar.<ref name="cpdoc2">{{citar web|url=http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/Jango/artigos/AConjunturaRadicalizacao/O_anticomunismo_nas_FFAA|titulo=O anticomunismo nas Forças Armadas - CPDOC - FGV|acessodata=21/04/2015}}</ref> A Intentona Comunista gerou, nos meios militares, um forte [[anticomunismo]] e foi um dos fatores que contribuíram para implantação do [[Estado Novo (Brasil)|Estado Novo]] em [[1937]].<ref>{{citar livro|autor=Maud Chirio|título=A política nos quartéis: Revoltas e protestos de oficiais na ditadura militar brasileira|editora=Zahar|ano=2012|páginas=|id=pág. 243 ISBN 9788537808306}}</ref>
Até o governo do presidente [[Fernando Henrique Cardoso]], anualmente, na data de 27 de novembro, eram realizadas comemorações públicas pelo [[Exército Brasileiro]], no [[Cemitério de São João Batista (Rio de Janeiro)|Cemitério de São João Batista]], no Rio de Janeiro, em homenagem aos militares
No início de 1936, tentando encontrar responsáveis pelo fracasso do levante, Prestes mandou matar, covardemente, a moça de 18 anos [[Elza Fernandes]], namorada do secretário-geral do PCB. Prestes suspeitava que ela fosse informante da polícia, o que mais tarde provou-se um engano. O jornalista [[William Waack]] alegou que Olga não se opôs à decisão.<ref name="epoca">{{citar notícia|url=http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG65925-6011-326,00.html|titulo=Entrevista com o autor de Camaradas|ultimo=Mendonça|primeiro=Martha|coautores=Martins, Elisa|data=13 de agosto de 2004|obra=[[Revista Época]]|acessodata=26 de dezembro de 2008}}</ref>
A repressão ao movimento permitiu que o [[Congresso Nacional do Brasil|Congresso Nacional]] decretasse o Estado de Guerra, com uma erosão decisiva nas liberdades e garantias individuais liberais-democráticas, o que preparou o caminho para que [[Getúlio Vargas]] decretasse o [[Estado Novo (Brasil)|Estado Novo]] em 1937, reforçado pelo chamado [[Plano Cohen]].
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== Controvérsia a respeito das versões sobre as mortes durante a revolta ==
Segundo a professora Marly Vianna, doutora em história pela USP e professora da Universidade Federal de São Carlos além de autora do livro ''Revolucionários de 35'', apenas duas mortes ocorreram no episódio que envolve o levante do 3ºRI e estas seriam do major Misael Mendonça
== Ver também ==
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