Identidade linguística: diferenças entre revisões

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Para alguns autores, a identidade linguística se constrói na [[interação]] comunicativa e depende de fatores como: conduta, afetivos, cognitivos, os quais se materializam através das atitudes linguísticas. São esses fatores que permitem aos indivíduos mostrarem a sua identidade e a sua avaliação com respeito a própria forma da fala de si, e a fala dos outros.
 
A identidade linguística se baseia na própria identidade da linguagem que os falantes usam, especialmente na sua [[língua nativa]], materna.
 
Para Schiffrin (1996) os discursos pessoais são uma lente linguística através da qual se pode descobrir as visões que as pessoas têm sobre si mesmas, sobre os outros, sobre a estrutura social e a posição em que os falantes estão imersos. Para alguns outros pesquisadores (Wodak, 1999, Archakis e Tzanne 2005) identidades são transformadas e negociadas através do [[discurso]]. Entende-se, então, pela identidade linguística, o vínculo que o indivíduo cria com a comunidade de fala da qual ele se torna membro, e cuja variedade de linguagem ele adota como sua. Portanto a identidade linguística não é inata, mas sim uma configuração a partir do desenvolvimento nas relações dialéticas sendo transformadas nos aspectos da vida biológica, material e social.
 
Um falante não constrói uma identidade linguística única e unificada para diferentes situações comunicativas. Ao contrário, constrói identidades linguísticas múltiplas e complexas, como os mesmos atos de interação comunicativa.
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==Identidade linguística e cultura==
 
De acordo Gomes (2008), o [[idioma]] está umbilicalmente ligado ao conceito de [[cultura]], estando incorporado como um elemento que faz parte da essência do [[indivíduo]]. O idioma tem relação com a noção de pertencimento à comunidade pelo indivíduo; o [[direito]] de se expressar em sua própria língua está ligado à noção de identidade.
 
Como língua e cultura são indissociáveis, também a identidade linguística é relevante para a [[Identidade cultural]], porque o uso da própria língua é uma maneira de praticar sua cultura e mantê-la viva.
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O mesmo autor defende, que a [[globalização]] tem implicações significativas sobre como esses aspectos se desdobram. Identidade linguística torna-se central na globalização devido ao fato de que o movimento de pessoas, ideias, produtos e formas culturais através das fronteiras nacionais intensifica o contato entre as línguas e as culturas.
 
Atualmente os debates em torno da identidade linguística no mundo global questionam dois pontos: se a globalização leva para uma maior homogeneidade de língua e cultura em todo mundo (influenciada pelas línguas mais usadas - inglês[[língua inglesa]], espanhol[[língua castelhana]], entre outras), ou se atem em uma ênfase renovada nas línguas locais ([[euskera]], [[Língua galega|galego]], entre outras).
Nunca na história da humanidade a identidade linguística das pessoas esteve tão sujeita como nos dias de hoje às influências estrangeiras, segundo Rajagopalan, inclusive volatilidade e instabilidade são marcas registradas da identidade linguística.