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[[Imagem:Anésia Pinheiro Machado (1922).jpg|thumb|250px|Anésia diante do avião em que realizou o voo entre São Paulo e Rio de Janeiro, em setembro de 1922]]
[[Ficheiro:Left to right- Anesia Pinheiro Machado (1904-1999) and Donald Dionne (8492316156).jpg|miniaturadaimagem|Anésia Pinheiro Machado foi a primeira mulher brasileira a realizar um voo solo ]]
'''Anésia Pinheiro Machado''' (Itapetininga, 5 de junho de 1904— São Paulo, 10 de maio de 1999) foi a segunda mulher a conseguir o [[brevê]] de aviadora no Brasil e a primeira a realizar um voo solo em céu nacional.<ref name=":0">{{Citar web|url=http://www.fab.mil.br/personalidades|titulo=Força Aérea Brasileira — Asas que protegem o país|acessodata=2018-11-24|obra=Força Aérea Brasileira|ultimo=Brasileira|primeiro=Força Aérea}}</ref> Ela ficou muito conhecida no mundo por ser uma grande personagem para as causas [[feministas]] e pelas conquistas aéreas durante toda sua vida.<ref name=":1">{{Citar web|url=http://memoria.bn.br/DocReader/Hotpage/HotpageBN.aspx?bib=348970_04&pagfis=19994&url=http://memoria.bn.br/docreader#|titulo=Jonal A NOITE de 1943|data=|acessodata=2018-11-24|obra=memoria.bn.br|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref> Foi considerada pelo jornal [[A Noite]] como "bandeira da aviação feminina brasileira". <ref>{{Citar web|url=http://memoria.bn.br/DocReader/Hotpage/HotpageBN.aspx?bib=348970_04&pagfis=2416&url=http://memoria.bn.br/docreader#|titulo=Jornal A Noite Edição 10273|data=|acessodata=2018-11-28|obra=memoria.bn.br|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref>
 
== Biografia ==
[[Imagem:Anésia Pinheiro Machado (1922).jpg|thumb|250px|Anésia diante do avião em que realizou o voo entre São Paulo e Rio de Janeiro, em setembro de 1922]]
O primeiro emprego de Anésia foi no jornal Diário de Itapetininga, enquanto fazia faculdade de [[farmácia]]. Foi em sua cidade natal que viu um [[avião]] pela primeira vez durante as comemorações do “Festeiro do Divino”. Com a indicação de um piloto que estava na cidade, Anésia foi para [[São Paulo]] em 1921, com apenas 17 anos, para aprender a pilotar um avião.<ref name=":6">{{Citation|título="Anesia, Um Vôo No Tempo" Parte 1|último =historiadebotucatu|data=2011-08-10|url=https://www.youtube.com/watch?v=izL0vpSGisY|acessodata=2018-11-24}}</ref> Ela Iniciou seus estudos em 1921 com o instrutor alemão Fritz Roesler e realizou seu primeiro voo solo em 17/03/1922 a bordo de um [[Caudron G.3|Caudron G3]].<ref name=":2">{{Citar web|url=https://aeromagazine.uol.com.br/artigo/brasileiras-pioneiras_1014.html|titulo=Brasileiras pioneiras · AERO Magazine|acessodata=2018-11-24|obra=AERO Magazine|ultimo=Ltda.|primeiro=Inner Editora}}</ref><ref name=":3">{{Citar web|url=http://www.aeroclubebauru.com.br/o-aeroclube/trofeu-anesia-pinheiro-machado/|titulo=Troféu Anésia Pinheiro Machado {{!}} Aeroclube de Bauru|acessodata=2018-11-24|obra=www.aeroclubebauru.com.br}}</ref>[[Ficheiro:3 Caudron G3 Maracay (7454371680).jpg|miniaturadaimagem|Esse é o modelo de avião que Anésia usou para fazer seu voo solo ]]
'''Anésia Pinheiro Machado''' ([[Itapetininga]], [[5 de junho]] de [[1904]]<ref>[http://books.google.com.br/books?id=H73NDtxiy_oC&pg=PT179&lpg=PT179&dq=Santo+Ant%C3%B4nio+dos+Carrapatos&source=bl&ots=iPXUQL2Nm-&sig=qGBwYrtdJjHX6rryIbm3Q-gBY-w&hl=pt-BR&sa=X&ei=9ewIUKbzB4SY8gT-ueHQCg&ved=0CE0Q6AEwAA#v=onepage&q=Santo%20Ant%C3%B4nio%20dos%20Carrapatos&f=false] FAB</ref> — São Paulo, [[10 de maio]] de [[1999]]) foi a primeira mulher a conseguir o brevet de [[aeroplano|aviadora]] no Brasil. Iniciou seus estudos em 1921 e já no ano seguinte recebia seu ''brevet'' internacional pelo Aéro Club do Brasil. Ainda no mesmo ano, realizou seu primeiro voo interestadual de São Paulo ao Rio de Janeiro, como parte das comemorações do centenário da [[Independência do Brasil]], e participou de uma apresentação de [[acrobacia]]s aéreas. Ninguém sabe se ela foi de fato pilotando tais voos pois nunca estava desacompanhada. De toda forma, por estes, foi homenageada por [[Santos Dumont]]. Entre [[1927]] e [[1928]], manteve uma coluna dominical sobre aviação no jornal carioca "[[O Paiz]]". Em 1943, fez curso nos Estados Unidos, onde também se licenciou como piloto e instrutora de voo. Entre os feitos pioneiros, destacam-se uma travessia da [[Cordilheira dos Andes]] e uma viagem transcontinental pelas três Américas, ambos em [[1951]] ?. Em 1954, foi proclamada pela [[Federação Aeronáutica Internacional]] (FAI), durante a Conferência de Istambul, ''Decana Mundial da Aviação Feminina''. Recebeu dezenas de condecorações civis e militares, nacionais e estrangeiras. A urna com as cinzas está depositada no [[Museu de Cabangu]], na cidade de [[Santos Dumont (Minas Gerais)|Santos Dumont]] (MG).
 
Assim, Anésia conseguiu seu brevê número 77 no dia 9/04/1922 pelo Aero Club do Brasil, tornando-se a segunda mulher a ter o documento no pais. A primeira foi [[Thereza de Marzo]], que teve o mesmo instrutor que Anésia. Elas realizaram o voo solo no mesmo dia, mas Thereza conseguiu o brevê de número 76 no dia 8 de abril.<ref name=":2" />
== O primeiro voo interestadual ==
Com apenas vinte anos de idade e cinco meses após obter seu ''brevet'', Anésia decidiu fazer o voo entre São Paulo e Rio de Janeiro como forma de participar das comemorações do centenário da Independência e não imaginava que causaria tanta sensação, conforme afirmou em entrevista concedida em [[1961]] ao jornal ''The Evening Star'' , de [[Washington]].
A viagem foi realizada no [[monomotor]] [[Caudron G.3]], batizado de "Bandeirante", o mesmo em que aprendeu a voar.
A duração foi de quatro dias, de 5 a 8 de setembro. Anésia voava, no máximo, uma hora e meia por dia, quando tinha que pousar para reabastecimento e revisão da aeronave. Foi recepcionada no aeroporto do Rio de Janeiro por autoridades do governo e populares, dos quais recebeu flores e outros presentes.
Na ocasião, Santos Dumont presenteou Anésia com uma medalha de ouro, réplica de uma que ele próprio havia recebido da [[Princesa Isabel]], e que Anésia levou sempre consigo ao longo de toda a vida, por considerá-la um [[amuleto]] de boa sorte.
 
Anésia diz que a vontade de voar existe por ela ser quem é. ''"O meu desejo de voar talvez seja fruto do meu anseio, sempre cada vez mais intenso, de me elevar, de sair da banalidade do viver comum. E o incontido impelo de minha alma, que me impulsiona e me leva a procurar as emoções mais fortes do voo. A vida corriqueira não me satisfaz; ando sempre em busca de alguma coisa nova. E essa faceta de minha personalidade que dirão inconstante, que fez com que eu me dedicasse a [[aviação]] [...]"'' <ref>{{Citar web|url=http://memoria.bn.br/DocReader/Hotpage/HotpageBN.aspx?bib=348970_04&pagfis=2416&url=http://memoria.bn.br/docreader#|titulo=A Noite Edição 10299|data=|acessodata=2018-11-28|obra=memoria.bn.br|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref>
== Pioneirismo contestado ==
A filial brasileira da [[International Organization of Women Pilots]] atribui a [[Teresa De Marzo]] a primazia de ter sido a primeira mulher brasileira a pilotar um avião. Teresa e Anésia são contemporâneas e colegas da mesma escola de aviação, em São Paulo. Tiveram o mesmo instrutor, [[Fritz Roesler]], com quem Teresa viria a casar. Teresa iniciou os estudos em março de [[1921]], Anésia, em dezembro do mesmo ano. O voo solo (sem a companhia do instrutor) de ambas aconteceu na mesma data, [[17 de março]] de [[1922]]. Teresa recebeu o ''brevet'' de nº 76 da FAI, em [[8 de abril]] de 1922, Anésia, o de nº 77, no dia seguinte. Teresa abandonou a carreira de aviadora em 1926, ao casar, enquanto Anésia permaneceu em atividade por mais três décadas.
 
== VerAcontecimentos tambémmarcantes ==
* [[Ada Rogato]]
* [[Lista de pilotos (aviação)|Lista de pilotos]]
* [[Museu Aeroespacial]]
* [[Teresa De Marzo]]
 
=== BibliografiaConquistas iniciais ===
Em 23 de abril de 1922, Anésia tornou-se a primeira mulher a realizar um voo com passageiro.<ref>{{Citar web|url=http://memoria.bn.br/DocReader/Hotpage/HotpageBN.aspx?bib=089842_08&pagfis=29350&url=http://memoria.bn.br/docreader#|titulo=Correio da Manhã|data=1972|acessodata=2018-11-25|obra=memoria.bn.br|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref> Ela também foi a primeira brasileira a fazer um voo com acrobacias.<ref name=":0" /> A bordo do Caudron G3, ela conquistou o recorde feminino de altura no Brasil, alcançando 1.425 metros, também em 1922.<ref name=":1" />
*''Ada – Mulher, pioneira, aviadora''. Lucita Briza.
 
=== Voo interestadual São Paulo - Rio de Janeiro ===
{{Referências}}
Em 1922, Anésia realizou seu primeiro voo interestadual de São Paulo ao [[Rio de Janeiro]], como parte das comemorações do [[centenário da Independência do Brasil]]. A viagem durou 4 dias, pois ela voava apenas 1 hora e meia por dia, precisando parar para reabastecer e para manutenções diárias. Ela foi a primeira mulher a fazer um voo interestadual no país. Por conta disso, Anésia recebeu uma carta de [[Santos-Dumont]], responsável pelo primeiro voo de um avião no mundo, parabenizando-a pelo sucesso na viagem. Junto com o bilhete, o aviador mandou uma réplica da medalha de São Bento que ganhou da [[Princesa Isabel]] pelos feitos inéditos realizados em Paris, e que Anésia levou consigo pela vida inteira.<ref>{{Citar periódico|ultimo=G1|titulo=A arriscada vida de piloto|url=http://especiais.santosdumont.eptv.g1.globo.com/o-inventor/dirigivel/NOT,0,0,1269146,A+arriscada+vida+de+piloto.aspx|jornal=Santos Dumont}}</ref><ref>{{citar web|url=https://educacao.uol.com.br/biografias/alberto-santos-dumont.htm|titulo=Alberto Santos Dumont|data=07/05/2013|acessodata=24/11/2018|publicado=UOL Educação}}</ref><ref name=":4">{{Citar periódico|data=2017-03-08|titulo=As vanguardistas da aviação brasileira {{!}} Aeroflap|url=https://www.aeroflap.com.br/as-vanguardistas-da-aviacao-brasileira/|jornal=Aeroflap}}</ref><ref name=":2" /> Esse voo foi muito importante para ela e para a causa [[feminista]] da época, pois no mesmo período a piloto participou do I Congresso Feminista Internacional representando a Liga Paulista pelo Progresso Feminino.<ref name=":5">{{citar livro|título=Mulheres na Aviação|ultimo=de Melo Alencar|primeiro=Kaique|ultimo2=Costa Machado|primeiro2=Rafael|ultimo3=Marcondes Marcon|primeiro3=Thais|ultimo4=de Freitas Gomes|primeiro4=Victoria Regina|editora=Centro Histórico Embraer|ano=2017|local=São Paulo|páginas=8 e 9|acessodata=24/11/2018}}</ref>
 
=== Revolução de 1924 ===
Anésia participou da [[Revolta Paulista de 1924|<nowiki>'''Revolução de 1924'''</nowiki>]], por afinidade com o [[Isidoro Dias Lopes|General Isidoro Dias Lopes]], ao lado dos capitães [[Joaquim Távora]], [[Juarez Távora]] e [[Índio do Brasil]], chegando a ser detida pelas tropas revoltosas. Sua participação foi voar sobre a tropas legalistas e pelo navio Minas Gerais jogando flores e panfletos escritos “E se fosse uma bomba?”. Por conta disso, ela foi proibida de voar. Assim, durantes os anos de 1927 e 1928, voltou ao [[jornalismo]] e manteve um coluna sobre aviação no jornal [[O Paiz]].<ref name=":5" /> Ela também trabalhou como jornalista no [[Departamento de Imprensa e Propaganda]] e na Assembleia Legislativa, voltando a voar somente em 1939.<ref name=":3" /><ref>{{Citation|título="Anesia, Um Vôo No Tempo" Parte 1|último =historiadebotucatu|data=2011-08-10|url=https://www.youtube.com/watch?v=izL0vpSGisY|acessodata=2018-11-24}}</ref><ref name=":5" /><ref>{{Citation|título="Anesia, Um Vôo No Tempo" Parte 1|último =historiadebotucatu|data=2011-08-10|url=https://www.youtube.com/watch?v=izL0vpSGisY|acessodata=2018-11-24}}</ref>
 
=== Estudos e licenças ===
[[Ficheiro:Anésia Pinheiro Machado - recorte do jornal A NOITE.jpg|miniaturadaimagem|Anésia fez um show ao lado de [[Floripes do Prado]] que impressionou então presidente do [[Women's International Association of Aeronautics]], Mrs. Ulysses Grant McQueen<ref name=":7">{{Citar web|url=http://memoria.bn.br/DocReader/Hotpage/HotpageBN.aspx?bib=348970_04&pagfis=2416&url=http://memoria.bn.br/docreader#|titulo=A Noite Edição 10150|data=1940|acessodata=2018-11-24|obra=memoria.bn.br|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref>]]
Em julho de 1940, Anésia consegue sua licença de [[Piloto Privado]] nº 271 e em agosto de [[Piloto Comercial]], ambos pelo [[Departamento de Aviação Civil]] (DAC). Dois anos depois, Anésia consegue sua licença de Piloto Instrutor pelo Aeroclube Brasil.<ref name=":5" /><ref name=":3" />
 
Em 1943, convidada a estudar nos [[Estados Unidos]] pela CAA (Civil Aviation Administration), hoje denominada FAA, (Federal Aviation Agency), Anésia conquistou suas licenças para Piloto Comercial e Instrutor de Voo, funções que exerceu no [[Panair do Brasil]] (companhia aérea pioneira no Brasil) e no CPOR da Força Aérea Brasileira (Centro de Preparação de Oficiais da Reserva), além de conseguir também licenças de Instrutor de Voo por Instrumentos e Instrutor de Link Trainer. Ela chegou a frequentar aulas na Pan American World Airways a convite da própria companhia<ref>Fazendo Gênero 10 - Desafios Atuais dos Feminismo
A mulher na Aviação brasileira
por: Claudia Musa Fray (PUCRS) e Geneci Guimarães de Oliveira (PUCRS)
 
http://www.fg2013.wwc2017.eventos.dype.com.br/resources/anais/20/1382030742_ARQUIVO_ASMULHERESNAAVIACAOBRASILEIRA.pdf</ref><ref name=":3" /><ref name=":2" />
 
=== Primeiro campeonato feminino da "Semana da Asa" ===
Anésia participou, ao lado de Floripes do Prado, Rosa Sehorling, Leda Batista, Cecília Bolognani, Ida Rogato e Carolina de Assis, das provas femininas disputadas pela primeira vez durante o campeonato "Semana da Asa", organizado pelo Aero Club do Brasil. Ela participou da prova "Cruzeiro do Sul" e chegou em 5º lugar, com 10 pontos perdidos. A prova seguinte foi de acrobacia, sendo a segunda a levantar voo, ficando em 4º lugar na colocação geral após voar com Joana Martins Castilho, Nelly Bordini e Ada Rogata. <ref name=":8">{{Citar web|url=http://memoria.bn.br/DocReader/Hotpage/HotpageBN.aspx?bib=348970_04&pagfis=2416&url=http://memoria.bn.br/docreader#|titulo=Jornal A Noite Edição 10315|data=|acessodata=2018-11-28|obra=memoria.bn.br|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref>
 
=== Conquistas internacionais ===
Em 1951, Anésia realizou um voo [[transcontinental]] de [[Nova York]] até o Rio de Janeiro, percorrendo mais de 17.000 km em um avião Kian-Navion Super 260. No mesmo ano, ela cruza a [[Cordilheira dos Andes]], de [[Santiago do Chile]] à [[Mendoza]], na [[Argentina]].<ref name=":2" /><ref name=":3" />
 
Anésia fez parte da [[Ninety-Nines|The Ninety-nines: Internacional Organization of Women Pilots]], fundado por [[Amelia Earhart]], focando no suporte e no desenvolvimento de mulheres pilotas em todo o mundo.<ref>{{Citar periódico|data=2018-09-29|titulo=Ninety-Nines|url=https://en.wikipedia.org/w/index.php?title=Ninety-Nines&oldid=861730945|jornal=Wikipedia|lingua=en}}</ref>
 
== Muito além do céu ==
 
=== Santos Dumont ===
Anésia começou a difundir o nome de Santos Dumont pelo mundo em 1956, quando foi comemorado o cinquentenário do primeiro voo de avião do piloto.<ref name=":3" /> Ela embarcou em uma viagem internacional e sua primeira conquista foi a doação de uma réplica do avião [[14-Bis]] e do [[dirigível]] de Santos Dumont ao [[Smithsonian Institution|Museu de Aviação Smithsonian]] em [[Washington]]<ref>{{Citar periódico|data=2017-12-29|titulo=Model, Static, Santos-Dumont "14-Bis"|url=https://airandspace.si.edu/collection-objects/model-static-santos-dumont-14-bis|jornal=National Air and Space Museum|lingua=en}}</ref>. Além disso, ela lutou para que o nome do aviador fosse dado a uma das [[crateras]] da lua. Seu esforço foi recompensado durante a 15ª Assembleia Geral da União Aeronáutica Internacional, realizada na Austrália, quando o nome foi aprovado. <ref name=":2" />
 
=== Morte ===
Anésia morreu aos 94 anos no dia 10 de maio de 1999. Ela morava em [[Brasília]], mas estava internado no Hospital das Força Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro.<ref name=":9">{{Citar web|url=https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff12069925.htm|titulo=Folha de S.Paulo - Morre no Rio, aos 95, pioneira da aviação - 12/06/99|acessodata=2018-11-25|obra=www1.folha.uol.com.br}}</ref> Ela foi cremada e suas cinzas estão no [[Museu de Cabangu]], Minas Gerais, cidade de Santos Dumont.<ref name=":9" />
 
== Reconhecimento e legado ==
Em 1940, o Brasil recebeu a visita de Mrs. Ulysses Grant McQuenn, presidente da Women's International Association of Aeronautics, em julho. Ela ficaria dois dias em território nacional, mas acabou ficando duas semanas por se encantar com o entusiasmo brasileiro na [[aviação civil]]. Segundo o jornal A Noite, Anésia realizou com maestria sua apresentação para Mrs. McQueen a bordo de um Bucker-Jungman e a aviadora norte-americana ficou chocada com o desempenho dela. As duas acreditavam que a aviação feminina precisava de muito mais reconhecimento do que tinha na época. ''"Quando procurei incutir no espírito das moças norte-americanas o entusiasmo pelo avião, os homens dificultaram meus planos alegando que a mulher jamais poderia ter o que chama de "self-control" para dominar o espaço. Entretanto, hoje, depois que viram do que é capaz uma aviadora, são os próprios homens que oferecem prestimoso auxilio para as elevadas finalidades da instituição que tenho honra de presidir"'' disse Mrs. Ulysses ao jornal A Noite. <ref name=":7" />
 
Já Anésia pediu maior facilidade para as mulheres acessarem os cursos de pilotagem. ''"Qualquer iniciativa ligada a aviação só os homens são convidados a tomar parte. Parece que ninguém confia na perícia de uma aviadora quando estamos prontas para dar a prova das nossas habilidades. Precisamos de estímulo e merecemos estímulo por que temos o mesmo direito que os homens tem de prestar serviço a nossa pátria"'' <ref name=":7" /> A presidente da Women's International Association of Aeronautics aproveitou a visita e fundou uma vertente da associação no Brasil, elegendo Anésia como presidente. <ref>{{Citar web|url=http://memoria.bn.br/DocReader/Hotpage/HotpageBN.aspx?bib=348970_04&pagfis=2416&url=http://memoria.bn.br/docreader#|titulo=Jornal A Noite Edição 10258|data=1940|acessodata=2018-11-28|obra=memoria.bn.br|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref>
 
Em setembro de 1954, durante a conferência de Istambul pela Federação Aeronáutica Internacional (FAI), Anésia foi proclamada Decana Mundial da Aviação Feminina, sendo detentora do brevê mais antigo do mundo ainda exercendo atividade.<ref name=":2" /><ref name=":3" />
 
Uma estátua em sua homenagem foi colocada na frente do Centro Cultural de Itapetininga, sua cidade natal, na praça [[Marechal Deodoro]].<ref>{{Citar web|url=http://www.jornalrol.com.br/estatua-de-teddy-vieira-em-itapetininga-sera-restaurada-pelo-mis/|titulo=Jornal Rol — Estátua de Teddy Vieira em Itapetininga será restaurada pelo MIS|acessodata=2018-11-24|obra=www.jornalrol.com.br}}</ref><ref name=":2" />
 
Desde 2000, o prêmio Anésia Pinheiro Machado de Segurança de Vôo parabeniza escolas, aeroclubes e centros de ensino especializado envolvidos com a instrução e formação aeronáutica que aplicando as regras do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SIPAER).<ref name=":3" />
 
A diretora de cinema Ludmila Ferrola gravou um documentário sobre Anésia dois anos antes da morte da pilota. Nele, a própria Anésia conta as conquistas de sua vida, os detalhes que só ela pode saber. Ao lado de historiadores e especialistas em aviação, "Anésia, um voo no tempo" percorre os melhores momentos da vida da brasileira.<ref name=":6" />
 
A historiadora [[Mary del Priore]], autora do livro "História das Mulheres do Brasil", explicou no documentário que, mesmo inserida em uma sociedade machista, Anésia foi capaz de marcar seu momento na história do Brasil. ''"Vale lembrar que o mundo dessa mulher burguesa, ou seja, o imaginário dessa mulher burguesa é um imaginário absolutamente hidratado por romance romântica da segunda metade do século XIX. Ou seja, as heroínas de [[José de Alencar]], as heroínas de [[Joaquim Manuel de Macedo]]. É curioso por que, embora a Anésia não tenha nenhuma identificação com essas criaturas frágeis, quase que transparentes, etéreas, extremamente femininas e voltadas para a casa, ela vai procurar a sua maneira de ser ela também uma heroína.",'' disse Mary.<ref name=":6" />
 
== Carreira como atriz ==
Além de desbravar os céus, Anésia também se aventurar no [[cinema mudo]]. O primeiro filme em que atuou foi [["Hei de Vencer"]], de [[Luiz de Barros]], uma história de aventura evolvendo aviões pilotados por Anésia e por João Ribeiro de Barros lançado em 1924.<ref>{{citar livro|título=Uma situação colonial?|ultimo=Gomes|primeiro=Paulo Emílio Sales|editora=Companhia das Letras|ano=2016|local=São Paulo|páginas=|acessodata=25/11/2018}}</ref> O segundo foi [["Quando elas querem"]], uma comédia lançada em 1925 e dirigida por Eugenio Centenaro Kerrigan. Nesse, Anésia interpretar Laura, pilota e amiga de infância da personagem principal, Clarinda.<ref>{{Citar web|url=http://bases.cinemateca.gov.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=FILMOGRAFIA&lang=P&nextAction=search&exprSearch=ID=002839&format=detailed.pft|titulo=FILMOGRAFIA - QUANDO ELAS QUEREM|acessodata=2018-11-25|obra=bases.cinemateca.gov.br}}</ref>
 
No 30º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro de 1997 homenageou Anésia Pinheiro Machado, com 97 anos na época, pelos filmes mudos em que atuou. Não há cenas dos vídeos disponíveis, apenas arquivo fotográfico publicado no livro "Pioneiros do cinema brasileiro" de [[Jurandyr Noronha]].<ref>{{Citar periódico|data=2018-07-01|titulo=Jurandyr Noronha|url=https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Jurandyr_Noronha&oldid=52522837|jornal=Wikipédia, a enciclopédia livre}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq061122.htm|titulo=Folha de S.Paulo - Ex-aviadora é homenageada - 06/11/97|acessodata=2018-11-25|obra=www1.folha.uol.com.br}}</ref>
 
== Eventos relevantes ==
-1922: Fez o trajeto São Paulo - Rio de Janeiro em comemoração ao centenário da Independência do Brasil;<ref>{{Citar periódico|data=2017-03-08|titulo=As vanguardistas da aviação brasileira {{!}} Aeroflap|url=https://www.aeroflap.com.br/as-vanguardistas-da-aviacao-brasileira/|jornal=Aeroflap}}</ref>
 
- Primeira mulher brasileira com recorde de altura: 1.425 metros;<ref name=":1" />
 
- Primeira mulher brasileira a fazer voo com passageiro;<ref name=":0" />
 
- Primeira mulher brasileira a fazer voo com acrobacias;<ref name=":0" />
 
-1940: participou das primeiras provas femininas da "Semana da Asa"; <ref>{{Citar web|url=http://memoria.bn.br/DocReader/Hotpage/HotpageBN.aspx?bib=348970_04&pagfis=2416&url=http://memoria.bn.br/docreader#|titulo=Jornal A Noite Edição 10313|data=|acessodata=2018-11-28|obra=memoria.bn.br|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref><ref name=":8" />
 
-1951: realizou um voo de Nova York para o Brasil em uma nave Kian-Navion Super 260;<ref name=":4" />
 
- 1951: cruza a Cordilheira dos Andes, de Santiago do Chile à Mendoza na Argentina;<ref name=":2" />
 
- Foi Presidente da Women’s International Association of Aeronauties no Brasil, com sede em Los Angeles;<ref name=":1" />
 
- Foi vice-presidente da ala brasileira da Inter-American Escradille, com sede em Nova York;<ref name=":1" />
 
-Tem 19 medalhas nacionais e 7 internacionais;<ref name=":5" />
 
-Fez parte da associação [[:en:Ninety-Nines|The Ninety-nines: Internacional Organization of Women Pilots]], fundado por Amelia Earhart
 
= Licenças =
1922: brevê de aviação pelo Aéro Club do Brasil<ref name=":2" />
 
1940: licença de Piloto Privado e de Piloto Comercial<ref name=":3" />
 
1942: licença de Piloto Instrutor pelo Aeroclube Brasil.<ref name=":2" />
 
1943: licenças para Piloto Comercial, Instrutor de Vôo, Instrutor de Vôo por Instrumentos e Instrutor de Link Trainer nos Estados Unidos<ref name=":3" />
 
== Prêmios ==
1954: Federação Aeronáutica Internacional (FAI) - Decana Mundial da Aviação Feminina;<ref name=":2" />
 
1989: Prêmio Edward Warner - Pilota pioneira que contribuiu para a aviação civil.
 
{{Referencias}}
 
== Ligações externas ==