Igreja Católica: diferenças entre revisões

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A Igreja Católica se considera a [[igreja]] estabelecida por Deus para salvar todos os homens [Mateus 16,18], embora admita a possibilidade de salvação dos que não a seguem<ref>{{Citation |título= Doutrina católica | contribution-url = http://www.domhenrique.com.br/index.php/doutrina-catolica/821-a-igreja-e-a-salvacao-dos-nao-catolicos |contribuição= A igreja e a salvação dos não católicos |publicado= Dom Henrique}}.</ref>. Esta ideia é visível logo no seu nome: o termo "católico" significa global em [[língua grega|grego]]. Ela elaborou sua [[Doutrina da Igreja Católica|doutrina]] ao longo dos [[concílio]]s a partir da [[Bíblia]], comentados pelos [[Pais da Igreja|Pais]] e pelos [[Doutor da Igreja|doutores da Igreja]]. Ela propõe uma vida espiritual e uma regra de vida aos seus fiéis inspirada no Evangelho e definida. Regida pelo [[Código de Direito Canónico]], ela se compõe, além da sua muita bem conhecida [[hierarquia]] ascendente que vai do [[diácono]] ao [[Papa]], de vários movimentos apostólicos, que comportam notadamente as [[Ordem religiosa |ordens religiosas]], os [[institutos seculares]] e uma ampla diversidade de organizações e movimentos de [[leigo]]s.
 
Desde o dia [[13 de março]] de [[2013]], a Igreja Católica encontra-se sob a liderança do [[Papa Francisco]]. O último papa antes do argentino foi o [[Papa Bento XVI]], que abdicou do cargo no mesmo ano. Quando de sua entronaçãoentronização, ela contava aproximadamente com 1,2 bilhões de membros{{Efn | 1.114.966.000 seria o número total dos fiéis registrados no último dia de 2005<ref>{{Citation |título= Annuarium Statisticum Ecclesiae | trans_title = Anuário estatístico da igreja |língua= latim | ISBN = 978-88-209-7928-7}}.</ref>}} (ou seja, mais de um sexto da população mundial<ref name= "Zenit">{{citar web|título=Number of Catholics and Priests Rises | trans_title = Número de católicos e sacerdotes aumenta |língua= inglês |publicado= Zenit News Agency |data= 2007-02-12 | url =http://www.zenit.org/article-18894?l=english |acessodata= 2008-02-21}}</ref> e mais da metade de todos os cristãos<ref name='Britannica'>{{citar livro|último1 = Marty |primeiro1 = Martin E |último2 = Chadwick |primeiro2 = Henry |último3 = Pelikan |primeiro3 = Jaroslav Jan |contribuição=Christianity |língua= inglês |título= Encyclopædia Britannica |edição= Millennium |publicado= Encyclopædia Britannica |ano= 2000 | trans_title = Enciclopédia britânica |citação= The Roman Catholics in the world outnumber all other Christians combined}}</ref>), distribuídos principalmente na [[Europa]] e nas [[Américas]] mas também noutras regiões do mundo. Sua influência na História do pensamento bem como sobre a [[História da arte]] é considerável, notadamente na [[Europa]].
 
A Igreja Católica, pretendendo respeitar a cultura e a tradição dos seus fiéis, é por isso atualmente constituída por 24 igrejas autônomas ''[[Igreja particular sui iuris|sui iuris]]'', todas elas em [[comunhão completa]] e subordinadas ao [[Papa]]. Estas Igrejas, apesar de terem a [[Doutrina da Igreja Católica |mesma doutrina e fé]], possuem uma tradição cultural, histórica, [[teológica]] e [[Liturgia|litúrgica]] diferentes e uma estrutura e organização territorial separadas. A Igreja Católica é muitas vezes confundida com a [[Igreja Católica de Rito Latino|Igreja Católica Latina]], uma das suas 24 Igrejas autônomas e a maior de todas elas<ref>{{citar web | titulo= Igrejas Católicas Orientais | url= http://www.igrejascatolicasorientais.com/ |acessodata=5 de junho de 2009}}</ref><ref>{{citar web | titulo= Lista das Igrejas sui iuris | publicado = Paróquia Melquita de Nossa Senhora do Líbano |local= [[Fortaleza]], [[Brasil]] | url= http://br.geocities.com/melquita/listaigrejas.htm/ |acessodata=5 de junho de 2009}} '''Nota:''' não confundir entre "[[Rito]]" no sentido de Igreja particular ''[[sui iuris]]'' (ou ''sui juris'') e "rito" no sentido de rito litúrgico; e a "''Igreja Iugoslava Católica''" deve ler-se "''[[Eparquia Greco-Católica de Križevci]]''".</ref><ref>{{citar livro |título=[[Catecismo da Igreja Católica]] | local=Coimbra|editora=Gráfica de Coimbra |ano= 2000| ISBN=972-603-208-3 |páginas= 1202 e 1203}}</ref>.
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As primeiras listas de papas diziam que o segundo papa após [[São Pedro]], foi [[São Lino]]<ref>{{Citation |primeiro = Eamon |último = Duffy |título= Saints and Sinners: A History of the Popes |publicado= Yale | series = Nota Bene |ano= 2002 |língua= inglês | trans_title = Santos e pecadores: a história dos papas |capítulo= Apêndice A}}.</ref> considerado sucessor do [[Apóstolo Pedro]], interveio em outras comunidades para ajudar a resolver conflitos,<ref name="The Primacy of Peter">{{Citation |primeiro = Fr. Nicholas |último = Afanassieff | trans_title = A primazia de Pedro |título= The Primacy of Peter |língua= inglês |capítulo= 4 |páginas= 126–127 |ano= c. 1992}}.</ref> tais como fizeram o [[Papa Clemente I]], [[Papa Vítor I|Vitor I]] e [[Calixto I]]. Nos três primeiros séculos a Igreja foi organizada sob três [[patriarca]]s: o [[Patriarcado de Antioquia|de Antioquia]], de [[jurisdição]] sobre a [[Síria]] e posteriormente estendeu seu domínio sobre a [[Ásia Menor]] e a [[Grécia]]; o [[Patriarca de Alexandria |de Alexandria]], de jurisdição sobre o [[Egito]]; e o [[Bispo de Roma |de Roma]], de jurisdição sobre o [[Ocidente]].<ref name="New Advent">{{Citar web |publicado= New advent | trans_title = Patriarca e patriarcado | url= http://www.newadvent.org/cathen/11549a.htm |título=Patriarch and Patriarchate |língua= inglês |acessodata= 1-7-2010}}</ref> Posteriormente os bispos [[Patriarca de Constantinopla |de Constantinopla]] e [[Patriarca de Jerusalém|de Jerusalém]] foram elevados à dignidade de patriarcas por razões administrativas.<ref name="New Advent"/> O [[Primeiro Concílio de Niceia]], em [[325]], considerou o Bispo de Roma como o "''primus''" (primeiro) entre os patriarcas, afirmando em seus quarto, quinto e sexto [[cânon]]es que está "seguindo a tradição antiquíssima",<ref>{{Citation |último = Congar |primeiro = Yves |título= Église et papauté |língua= francês | trans_title = Igreja e papado |publicado= Les Éditions du Cerf |ano= [[1994]] | ISBN = 2-204-05090-3}}.</ref> embora muitos interpretem esse título como o "''[[primus inter pares]]''" (primeiro entre iguais). Considerava-se que Roma possuía uma autoridade especial devido à sua ligação com São Pedro.<ref>{{Citation |último1 = Radeck |primeiro1 = Francisco |último2 = Dominic |primeiro2 = Radecki |ano= 2004 |título= Tumultuous Times |publicado= St. Joseph's Media |página= 79 | ISBN = 978-0-9715061-0-7 |língua= inglês}}.</ref>
 
Uma série de dificuldades (disputas doutrinárias e disciplinares, diferenças culturais, [[Concílio]]s disputados, a evolução de [[rito]]s separados e se a posição do Papa era ou não de real autoridade ou apenas de respeito) levaram à divisão em [[1054]], que separou a Igreja entre a Igreja Católica no Ocidente e a [[Igreja Ortodoxa]] no Leste ([[Grécia]], [[Rússia]] e muitas das terras [[Eslavos|eslavas]], [[Anatólia]], [[Síria]], [[EgiptoEgito]], etc.). A esta divisão chama-se o [[Cisma do Oriente]].
 
A grande divisão seguinte da Igreja Católica ocorreu no [[século XVI]] com a [[Reforma Protestante]], durante a qual se formaram muitas das atuais igrejas [[Protestantismo|Protestantes]], com maior presença no Norte da Europa.
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Com os seus estudos teológicos, a Igreja gradualmente proclama os seus [[Dogmas da Igreja Católica|dogmas]], que são a base imutável da sua doutrina, sendo o último dogma (o da [[Assunção da Virgem Maria]]) proclamado [[ex cathedra|solenemente]] apenas em [[1950]], pelo [[Papa Pio XII]]. Os dogmas são [[infalibilidade papal|definidos e proclamados solenemente]] pelo [[Magistério da Igreja Católica|Supremo Magistério]] ([[Papa]] ou [[Concílio Ecumênico]] com o Papa <ref>{{citar livro|autor=IGREJA CATÓLICA|título=Catecismo da Igreja Católica |local=Coimbra|editora=Gráfica de Coimbra|ano=2000|isbn= 972-603-208-3|páginas='''N. 889 - 891'''}}</ref>) como sendo verdades definitivas, porque eles estão contidos na [[Revelação divina]] ou têm com ela uma conexão necessária. Uma vez proclamado solenemente, nenhum dogma pode ser alterado ou negado, nem mesmo pelo Papa ou por decisão conciliar. Por isso, o católico é obrigado a aderir, aceitar e acreditar nos dogmas de uma maneira irrevogável.<ref name="CICDogma1">{{citar livro|autor=IGREJA CATÓLICA|título=Catecismo da Igreja Católica|local=Coimbra|editora=Gráfica de Coimbra|ano=2000|isbn= 972-603-208-3|páginas='''N. 88'''}}</ref>
 
Para os católicos, um dos dogmas mais importantes é o da [[Santíssima Trindade]], que, não violando o [[monoteísmo]], professa que Deus é simultaneamente uno (porque, em [[ousia|essência]], só existe um Deus) e trino (se apresenta em três [[pessoa (cristianismo)|pessoa]]: [[Deus, o Pai|o Pai]], [[Jesus|o Filho]] e o [[Espírito Santo]], que se estabelecem entre si uma comunhão perfeita). Estas 3 Pessoas eternas, apesar de possuirempossuírem a mesma natureza, "''são realmente distintas''" <ref name="SST1">''[[Compêndio do Catecismo da Igreja Católica]]'' (CCIC), n. 37, 41, 42, 44, 48, 49 e 50</ref>.
 
Logo, muitas vezes, certas actividades e [[atributos divinos]] são mais reconhecidas (mas não exclusivamente realizadas) em uma Pessoa do que em outra. Como por exemplo, a [[criação divina do mundo]] está mais associado a [[Deus Pai]]; a [[salvação]] do mundo a [[Jesus]], o [[Filho de Deus]]; e a protecção, guia, [[purificação]] e [[santificação]] da Igreja ao [[Espírito Santo]] <ref name="SST1" />.
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[[Jesus]] [[Cristo]] é a figura central do [[Cristianismo]], porque, por vontade de [[Deus Pai]] <ref>''[[CCIC]]'', n. 118</ref>, ele [[encarnação (religião)|encarnou-se]] (veio à Terra) para anunciar a [[salvação]] à [[humanidade]] inteira, "''ou seja: para nos reconciliar a nós [[pecador]]es com [[Deus]]; para nos fazer conhecer o seu [[amor]] infinito; para ser o nosso modelo de [[santidade]]; para nos tornar «participantes da natureza divina» (2 Ped 1, 4)''" <ref>''Ibidem'', n. 85</ref>; e para "''anunciar as boas novas do [[Reino de Deus]]''" <ref>{{citar bíblia|livro=Marcos|capítulo=10|verso=45}}, {{citar bíblia|livro=Lucas|capítulo=4|verso=43}} e {{citar bíblia|livro=João|capítulo=20|verso=31}}</ref>. [[Santo Atanásio]], um famoso [[Padres da Igreja|Padre]] e [[Doutor da Igreja]], afirmou que Jesus, "''o [[Filho de Deus]], Se fez homem, para nos fazer Deus''", ou seja, para nos tornarmos [[santo]]s como Deus <ref>{{citar livro|autor=IGREJA CATÓLICA|título=[[Catecismo da Igreja Católica]] |subtítulo=|edição=|local=Coimbra|editora=Gráfica de Coimbra|ano=2000|volume=|isbn= 972-603-208-3|páginas='''N. 460'''}}</ref>.
 
O dogma [[cristologia|cristológico]] ensina que [[Jesus]] é a encarnação do [[Verbo]] divino, [[União hipostática|verdadeiro Deus e verdadeiro homem]], [[Messias]], Salvador e Bom Pastor da Humanidade <ref>'''[[CCIC]]''', n. 86 e 87</ref>. Ele é também «''o Filho UnigénitoUnigênito de Deus''» (''1 Jo 2, 23''), a segunda [[pessoa (cristianismo)|pessoa]] da [[Santíssima Trindade]], o único e verdadeiro [[Sumo Sacerdote de Israel|Sumo Sacerdote]] <ref>{{citar web | titulo= Sumo Sacerdote | publicado = Enciclopédia Católica Popular | url=http://www.ecclesia.pt/catolicopedia/ | formato= |acessodata=4 de Junho de 2009}}</ref> e Mediador entre os homens e [[Deus Pai]], chegando mesmo a afirmar que "''«[[Jesus|Eu]] sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por Mim» (Jo 14, 6)''" <ref>{{citar livro|autor=IGREJA CATÓLICA|título=[[Catecismo da Igreja Católica]] |subtítulo=|edição=|local=Coimbra|editora=Gráfica de Coimbra|ano=2000|volume=|isbn= 972-603-208-3|páginas='''N. 459, 480 e 1544'''}}</ref>.
 
Nas suas muitas pregações, [[Jesus]], ao anunciar o [[Evangelho]], ensinou as [[bem-aventuranças]] e insistiu sempre {{citar bíblia|Mateus|10|7|citação=que o [[Reino de Deus]] está próximo}}. Exortou também que quem quisesse fazer parte desse Reino teria de ''nascer de novo'', de se arrepender dos seus [[pecado]]s, de se converter e purificar. Jesus ensinava também que o [[poder]], a [[graça]] e a [[misericórdia]] de [[Deus]] era maior que o [[pecado]] e todas as forças do [[mal]], insistindo por isso que o [[arrependimento]] sincero dos [[pecado]]s e a [[fé]] em Deus podem salvar os homens <ref>''[[Catecismo da Igreja Católica]]'' (CIC), n. 1427 e n. 545</ref>. Este misterioso Reino, que só se irá realizar-se na sua plenitude no [[fim do mundo]], está já presente na Terra através da [[Igreja]], que é a sua semente. No [[Reino de Deus]], o [[Mal]] será inexistente e os homens salvos e justos, após a [[ressurreição]] dos mortos e o fim do mundo, passarão a viver eternamente em Deus, com Deus e junto de Deus <ref name="fimundo1">''[[CCIC]]''; n. 216</ref>.
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Esta fé cristã "''opera pela [[caridade]]''" ou [[amor]] ({{citar bíblia|Gálatas|5|6}}), por isso ela obriga o crente a converter-se e a levar uma vida de [[santificação]]. Este modo de viver obriga o católico a participar e receber os [[Sacramentos católicos|sacramentos]] e a "''conhecer e fazer a vontade de Deus''" <ref>''[[CCIC]]'', n. 386</ref>. Este último ponto é cumprido através, como por exemplo, da prática dos ensinamentos revelados (que se resumem nos [[mandamentos de amor]] ensinados por Jesus), das [[boas obras]] e também das [[Teologia moral católica|regras de vida]] propostas pela Igreja Católica <ref name="DefDout2" /><ref>''Ibidem''; n. 388</ref><ref>{{citar web | titulo= A Fé e as Obras | publicado = Frente Universitária Lepanto | url=http://www.lepanto.com.br/ApFeObr.html | formato= |acessodata=3 de Junho de 2009}}</ref>. Estes mandamentos de amor consistem em {{citar bíblia|Mateus|22|37|39|citação=amar a Deus acima de todas as coisas ... amar ao próximo como a si mesmo}} (o [[Grande Mandamento]]) e {{citar bíblia|João|15|12|citação=amar uns aos outros como Eu vos amei}} (o [[Mandamento do Amor]] ou [[Novo Mandamento]]). Estes ensinamentos radicais constituem por isso o resumo de {{citar bíblia|Mateus|22|40|citação=toda a [[Lei Mosaica|Lei]] e os [[Nevi'im|Profeta]]s do [[Antigo Testamento]]}}<ref>''CCIC'', n. 435</ref>. No fundo, a vida de [[santificação]] proposta pela Igreja tem por finalidade e [[esperança]] últimas à [[salvação]] <ref name="Esp1">{{citar livro|autor=IGREJA CATÓLICA|título=[[Compêndio do Catecismo da Igreja Católica]] |subtítulo=|edição=|local=Coimbra|editora=Gráfica de Coimbra|ano=2000|volume=|isbn= 972-603-349-7|páginas='''N. 387'''}}</ref> e à implementação do [[Reino de Deus]] <ref name="fimundo1" /><ref name="DefSant1">''Ibidem'', n. 428</ref>.
 
A Igreja ensina também que todos os não- católicos que, sem culpa própria, ignoram a Palavra de Deus e a Igreja Católica, mas que "''procuram sinceramente [[Deus]] e, sob o influxo da [[graça]], se esforçam por cumprir a sua vontade''", podem conseguir a [[salvação]] <ref>''CCIC''; n. 171</ref>.
 
=== Eclesiologia ===
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Além disso, a Igreja, de entre os seus inúmeros nomes, também é conhecida por:
 
* «'''[[Corpus Mysticum|Corpo de Cristo]]'''» porque os católicos acreditam que a Igreja não é apenas uma simples [[instituição]], mas um corpo místico constituído por [[Jesus]], que é a Cabeça, e pelos fiéis, que são membros deste corpo único, inquebrável e divino. Este nome é assente também na fé de que os fiéis são unidos intimamente a Cristo, por meio do [[Espírito Santo]], sobretudo no sacramento da [[Eucaristia]] <ref>''Ibidem'', n. 156</ref>. A Igreja Católica acredita que os cristãos não- católicos também pertencem, apesar de um modo imperfeito, ao Corpo Místico, visto que tornaram-se uma parte inseparável d'Ele através do [[BaptismoBatismo]] - constituindo assim numas das bases do [[ecumenismo]] actual. Ela defende também que muitos elementos de [[santificação]] e de verdade estão também presentes nas Igrejas e comunidades cristãs que não estão em [[plena comunhão]] com o Papa <ref>''Ibidem'', n. 163</ref>.
 
* «'''Esposa de Cristo'''» porque o próprio Cristo "''Se definiu como o «''Esposo''» (''Mc 2,19'') que amou a Igreja, unindo-a a Si por uma Aliança eterna. Ele entregou-se a Si mesmo por ela, para a purificar com o Seu sangue, «para a tornar santa» (''Ef 5,26'') e fazer dela mãe fecunda de todos os filhos de Deus''" <ref>''Ibidem'', n. 158</ref>.
Linha 89:
A doutrina da [[Igreja Ortodoxa]] é bastante parecida com a da Igreja Católica. As únicas diferenças significativas dizem respeito ao ''[[filioque]]'', ao entendimento um pouco divergente da [[salvação]] e do [[arrependimento]] e principalmente à compreensão do papel e função do [[Papa]] na Igreja, que para os ortodoxos não tem jurisdição sobre as outras Igrejas nem é revestido de [[infalibilidade papal|infalibilidade]] quando fala ''ex cathedra''.
 
Em relação às [[Igrejas protestantes]], as diferenças mais significativas dizem respeito à doutrina da [[Eucaristia]], dos outros [[sacramento]]s (a maioria dos protestantes professam o [[BaptismoBatismo]] e a Eucaristia), à existência do [[purgatório]], à composição do [[Canon|Cânone das Escrituras]] e ao [[dulia|culto de veneração]] à [[Virgem Maria]] e aos [[santo]]s. Há também diferenças importantes na doutrina do [[pecado original]] e da [[graça]], na necessidade e natureza da [[penitência]] e no modo de obter a [[redenção]], com os protestantes a defender que a [[salvação]] só se atinge apenas através da fé (''[[sola fide]]''), em detrimento da crença católica que a fé deve ser expressa também através das [[boas obras]]. Esta divergência levou a um conflito sobre a [[Justificação (teologia)|doutrina da justificação]], mas o [[ecumenismo cristão|diálogo ecuménicoecumênico]] moderno levou a alguns consensos entre os católicos e os [[luteranos]], através da [[Declaração Conjunta Sobre a Doutrina da Justificação]], bem como com os [[anglicanos]] e outros.
 
=== Dez Mandamentos e a Moral ===
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Ao celebrá-los, a Igreja Católica alimenta, exprime e fortifica a sua fé, sendo por isso os sacramentos uma parte integrante e inalienável da vida de cada católico e fundamentais para a sua [[salvação]]. Isto porque eles conferem ao crente a [[graça divina]], os dons do [[Espírito Santo]], "''o [[perdão]] dos [[pecado]]s, [...] a conformação a Cristo Senhor e a pertença à Igreja''", que o torna capaz "''de viver a vida nova de filhos de Deus em Cristo acolhido com a [[fé]]''". Daí a grande importância dos sacramentos na [[Liturgia#Aprofundamento sobre a liturgia cat.C3.B3lica|liturgia católica]] <ref>''Ibidem'', n. 230 e 357</ref>. Ao todo, a Igreja Católica tem [[sete sacramentos]]:
 
* '''[[Baptismo]]''' é dado às criança e a convertidos adultos que não tenham sido antes baptizados validamente (o baptismobatismo da maior parte das igrejas cristãs é considerado válido pela Igreja Católica, contanto que seja feito pela fórmula: ''"em nome do [[Deus-Pai|Pai]], do [[Deus-Filho|Filho]] e do [[Espírito Santo]]"''. A rigor, todo cristão pode, nessa fórmula, batizar validamente alguém, nomeadamente em situações urgentes. Entretanto, o baptismobatismo será ilícito, devendo o baptizado ser levado na presença de um sacerdote, para que complete os rituais do sacramento, como a unção com o [[Crisma]] e com o óleo dos [[catecúmenos]]).
* '''[[Confissão (sacramento)|Confissão]]''', '''Penitência''' ou '''Reconciliação''' envolve a admissão de pecados perante um padre e o recebimento de penitências (tarefas a desempenhar a fim de alcançar a absolvição ou o [[perdão]] de Deus) [João 20,23].
* '''[[Eucaristia]]''' (Comunhão) é o sacramento mais importante da Igreja porque ela relembra e renova o [[mistério pascal]] de [[Cristo]], actualizando e renovando assim a salvação da humanidade <ref>''Ibidem'', n. 250</ref>. Por isso, recebe também o nome de [[Santíssimo Sacramento]]. Este sacramento está associado também à [[transubstanciação]], que é a crença de que, após a [[consagração]], o pão e o vinho oferecidos e consagrados se tornam realmente o Corpo e o Sangue de [[Jesus Cristo]], sob as aparências de pão e vinho [1 Cor 11,24-25].
* Na '''[[Crisma|Confirmação]]''' ou '''[[Crisma]]''', o [[Espírito Santo]], que é recebido no baptismobatismo é "''fortalecido e aprofundado''" <ref>''[[CIC]]'', n. 1303</ref> através da imposição de mãos e da unção com santo óleo do [[Crisma]]. Na maior parte das igrejas de [[Igreja Católica de Rito Latino|Rito latino]], este sacramento é presidido por um bispo e tem lugar no início da idade adulta (na maioria das vezes, quando se completam 15 anos). Nas Igrejas Católicas Orientais o sacramento do [[Crisma]] é geralmente executado por um padre imediatamente depois do baptismobatismo.
* '''[[Casamento religioso|Sagrado matrimóniomatrimônio]]''' é o sacramento que valida, diante de Deus, a união de um homem e uma mulher, constituindo assim uma [[família]]. Segundo a [[tradição católica]], com base no [[Evangelho de São Marcos]], o casamento é indissolúvel. Só é permitido um segundo casamento no caso da morte de um dos cônjuges ou em situações especiais de nulidade do casamento.
* A '''[[Ordem (sacramento)|Ordem]]''' recebe-se ao entrar para o [[clero]], através da consagração das mãos com o santo óleo do [[Crisma]] e, no [[Igreja Católica de Rito Latino|rito latino]] (ou ocidental), envolvem um [[voto]] de [[castidade]] enquanto que nos [[Rito oriental|ritos orientais]], os homens casados são admitidos como padres diocesanos, mas não como bispos ou padres monásticos. Em raras ocasiões, permitiu-se que padres casados que se converteram a partir de outros grupos cristãos fossem ordenados no rito ocidental. No rito ocidental, os homens casados podem ser ordenados diáconos permanentes, mas não podem voltar a casar se a esposa morrer ou se for declarada a nulidade do casamento. O sacramento das Ordens Sagradas é dado em três graus: o do [[diácono]] (desde o [[Concílio Vaticano II]] um diácono permanente pode ser casado antes de se tornar diácono), o de [[sacerdote]] e o de [[bispo]].
* A '''[[Unção dos enfermos]]''' era conhecida como "[[extrema unção]]" ou "último sacramento". Envolve a unção de um doente com um óleo sagrado dos enfermos, abençoado especificamente para esse fim. Já não está limitada aos doentes graves e aos moribundos, mas a Igreja recomenda esse sacramento e o [[viático]] para a hora da morte.
Linha 162:
| lingua = [[Língua portuguesa|português]]
}}</ref> Todos os membros da hierarquia respondem perante o Papa e a sua corte papal, chamada de Cúria Romana.
** [[CarmelengoCamerlengo]] em caso de morte ou renúncia do cargo, essa pessoa é quem detém todos os poderes de um papa até a eleição de outro pelo [[Colégio de Cardeais]].
 
* '''[[Cardeal|Cardeais]]''' são os conselheiros e os colaboradores mais íntimos do Papa, sendo todos eles bispos (alguns só são [[Bispo-titular|titulares]]). Aliás, o próprio Papa é [[conclave|eleito]], de forma vitalícia (a [[abdicação]] é rara, porque já não acontecia desde a [[Idade Média]]) pelo [[Colégio dos Cardeais]]. A cada cardeal é atribuída uma igreja ou capela (e daí a classificação em [[cardeal-bispo]], [[cardeal-presbítero]] e [[cardeal-diácono]]) em Roma para fazer dele membro do [[clero]] da cidade. Muitos dos cardeais servem na [[Cúria Romana|Cúria]], que assiste o Papa na administração da Igreja. Todos os cardeais que não são residentes em Roma são bispos diocesanos.
Linha 197:
Na Igreja Católica, para além do culto de adoração a Deus (''[[latria]]''), existe também o culto de [[veneração]] aos [[Santo]]s (''[[dulia]]'') e à [[Virgem Maria]] (''[[hiperdulia]]''). Estes dois cultos, sendo a ''latria'' mais importante, são muito diferentes, mas ambos são expressos através da [[liturgia]], que é o culto oficial e público da Igreja, e também através da [[piedade popular]], que é o culto privado dos fiéis <ref name="CCL1">{{citar web | titulo= Culto | publicado = Enciclopédia Católica Popular | url=http://www.ecclesia.pt/catolicopedia/ | formato= |acessodata=5 de Junho de 2009}}</ref><ref name="EncCatlit">{{citar web | titulo= Liturgia | publicado = Enciclopédia Católica Popular | url=http://www.ecclesia.pt/catolicopedia/ | formato= |acessodata=5 de Junho de 2009}}</ref>.
 
Dentro da liturgia, destaca-se a [[Missa]] (de frequência obrigatória aos [[Domingo]]s e festas de guarda) e a [[Liturgia das Horas]]; enquanto que na piedade popular, destacam-se indubitavelmente as [[devoção|devoções]] e as [[oração|orações]] quotidianas. Apesar de a [[piedade popular]] ser de certo modo facultativa, ela é muito importante para o crescimento espiritual dos católicos <ref name="CCL1" /><ref name="EncCatlit" />. As principais devoções católicas são expressas em "''fórmulas de [[oração|orações]]''" a Deus ([[Deus Pai|Pai]], [[Jesus|Filho]] e [[Espírito Santo]]), à [[Virgem Maria]] e aos [[Santo]]s ([[novena]]s, [[trezena]], [[Santo Rosário]]...); em "''[[peregrinação|peregrinações]] aos luga­reslugares sagrados''"; na [[veneração]] de [[medalha]]s, [[estátua]]s, [[relíquia]]s e [[veneração de imagens|imagens sagradas]] e bentas de Cristo, dos Santos e da Virgem Maria; em [[procissão|procissões]]; e em outros "''costumes populares''" <ref>{{citar web | titulo= Piedade popular | publicado = Enciclopédia Católica Popular | url=http://www.ecclesia.pt/catolicopedia/ | formato= |acessodata=5 de Junho de 2009}}</ref>.
 
=== Liturgia ===
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Jesus, como [[Jesus|Cabeça]], celebra a liturgia com os membros do [[Corpo místico de Cristo|seu Corpo]], ou seja, com a sua "''[[Igreja]] celeste e terrestre''", constituída por [[santo]]s e pecadores, por habitantes da Terra e do [[Céu]] <ref name="lit1" /><ref>''[[CCIC]]'', n. 233</ref>. Cada membro da Igreja terrestre celebra e atua na liturgia "''segundo a sua própria função, na unidade do [[Espírito Santo]]: os batizados oferecem-se em [[sacrifício]] espiritual [...]; os [[Bispo]]s e os [[presbítero]]s agem na pessoa de Cristo Cabeça''", representando-o no [[altar]]. Daí que só os [[clérigo]]s (excetuando os [[diácono]]s) é que podem celebrar e conduzir a Missa, nomeadamente a consagração da [[hóstia]] <ref>''Ibidem'', n. 235</ref>. Apesar de celebrar o único Mistério de Cristo, a Igreja possui muitas tradições litúrgicas diferentes, devido ao seu encontro, sempre fiel à [[Tradição católica]], com os vários povos e [[cultura]]s. Isto constitui uma das razões pela existência das 24 [[Igrejas sui iuris]] que compõem a Igreja Católica <ref>''Ibidem'', n. 247 - 248</ref>.
 
A missa é celebrada todos os [[domingo]]s; no entanto, os católicos podem cumprir as suas ''obrigações dominicais'' se forem à missa no sábado. Os católicos devem também ir à missa em cerca de dez dias adicionais por ano, chamados de [[Dias Santos de Obrigação]]. Missas adicionais podem ser celebradas em qualquer dia do ano litúrgico, exceto na [[Sexta-feira Santa]], pois neste dia não se celebra a Missa em nenhuma igreja católica do mundo. Muitas igrejas têm missas diárias. A missa é composta por duas partes principais: a Liturgia da Palavra e a Liturgia da Eucaristia. Durante a Liturgia da Palavra, são lidas em voz alta uma ou mais passagens da [[Bíblia]], acto desempenhado por um Leitor (um [[leigo]] da igreja) e pelo padre ou diácono (que lêemleem sempre as leituras do [[Evangelho]]). Depois de concluídas as leituras, é feita a [[homilia]] por um [[clérigo]]. Nas missas rezadas aos domingos e dias de festa, é professado por todos os católicos presentes o [[Credo]], que afirma as crenças ortodoxas (ou seja, oficiais) do [[catolicismo]]. A Liturgia da Eucaristia inclui a oferta de pão e vinho, a Prece Eucarística, durante a qual o pão e o vinho se transformam no [[Transubstanciação|Corpo e Sangue de Cristo]], e a procissão da comunhão.
 
Além da [[missa]], a [[Liturgia das Horas]] também é extremamente importante na vida eclesial, porque ela é a [[oração]] pública e comunitária oficial da Igreja Católica. Esta oração consiste basicamente na [[oração]] quotidiana em diversos momentos do dia, através de [[Salmos]] e cânticos, da leitura de passagens [[Bíblia|bíblicas]] e da elevação de [[prece]]s a [[Deus]]. Com essa oração, a Igreja procura cumprir o mandato que recebeu de [[Cristo]], de orar incessantemente, louvando a Deus e pedindo-Lhe por si e por todos os homens. A Liturgia das Horas, que é uma antecipacãoantecipação para a [[Missa|celebração eucarística]], não exclui, mas requer de maneira complementar, as diversas [[devoção|devoções católicas]], particularmente a adoração e o culto do [[Santíssimo Sacramento]].
 
== Organização por região ==
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As Igrejas ''sui iuris'' ou ''sui juris'' utilizam uma das seis tradições litúrgicas tradicionais (que emanam de [[Sé]]s tradicionais de importância histórica), chamadas de ''ritos''. Os [[rito litúrgico|ritos litúrgicos]] principais são o [[Rito Romano|Romano]], o [[Rito Bizantino|Bizantino]], o [[Rito de Antioquia|de Antioquia]], o [[Rito Alexandrino|Alexandrino]], o [[Rito Caldeu|Caldeu]] e o [[Rito Arménio|Arménio]]. O Rito Romano, que predomina na Igreja Latina, é por isso dominante em grande parte do mundo, e é usado pela vasta maioria dos católicos (cerca de 98%); mas mesmo na Igreja Latina existem ainda outros ritos litúrgicos menores, em particular o [[Rito Ambrosiano]], o [[Rito Bracarense]] e o [[Rito Moçárabe]]. Antigamente havia muitos outros [[Ritos litúrgicos latinos|ritos litúrgicos ocidentais]], que foram substituídos pelo Rito Romano pelas reformas litúrgicas do [[Concílio de Trento]].
 
A forma da Missa usada no Rito Romano durante a maior parte da história, codificada especialmente em [[1570]] (a "[[Missa Tridentina]]"), foi reformada a pedido do [[Concílio Vaticano II]] ([[1962]]-[[1965]]), modificando-se as preces e cerimônias do Missal e promulgado uma nova liturgia em 1970, que tornou-se a [[Missa de Paulo VI|forma ordinária do Rito Romano]], normalmente usando vérnaculovernáculo e com o padre voltado para a povo (''[[versus populum]]''). O uso antigo do Rito Romano, celebrado ocasionalmente, a partir de [[2007]], através da carta apostólica "[[Summorum Pontificum]]", foi designado pelo [[Papa Bento XVI]] como a "[[forma extraordinária do Rito Romano]]", podendo ser rezado a pedido dos fiéis.
 
O serviço correspondente das Igrejas Católicas Orientais, a [[Divina Liturgia]], é conduzido em várias línguas antigas e modernas, segundo o rito e a Igreja: as Igrejas de [[Rito Bizantino]] usam o [[Língua grega|grego]], o [[eslavo eclesiástico]], o [[Língua árabe|árabe]], o [[Roménia|romeno]], o [[georgiano]] e outras; as igrejas de Ritos Antioquiano e Caldeu usam o [[siríaco]] e o árabe; a Igreja de Rito Arménio usa o [[arménio]]; e as Igrejas de tradição alexandrina usam o [[copta]] e o [[língua ge'ez|ge'ez]].
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Atualmente, as críticas são frequentemente dirigidas, como por exemplo, à [[hiperdulia]], à [[dulia]], à ética católica sobre o [[casamento]] (que condena o [[divórcio]]), sobre a [[Doutrina católica#Vida, Planeamento familiar e Contracepção |Vida]] (que condena o [[aborto]], as pesquisas científicas que matam embriões humanos, a [[eutanásia]] e os [[contraceptivo]]s artificiais) e sobre a [[Doutrina católica#Amor, Sexualidade e Castidade |sexualidade]] (que condena o [[sexo pré-marital]], a [[Homossexualidade e catolicismo |homossexualidade]] e o uso de [[preservativo]]s). Estas questões ético-morais continuam a gerar polêmicas e controvérsias<ref>{{citar web | titulo= Bento XVI garante que preservativo agrava sida em África | publicado = [[Diário de Notícias]] | url=http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx?content_id=1174393 |data=18 de março de 2009 |acessodata=18 de Junho de 2009}}</ref><ref>{{citar web | titulo= Polêmica sobre preservativos marca primeira viagem de Bento XVI à África | publicado = Globo | obra = G1 | url=http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1054341-5602,00-POLEMICA+SOBRE+PRESERVATIVOS+MARCA+PRIMEIRA+VIAGEM+DE+BENTO+XVI+A+AFRICA.html |data=23 de março de 2009 |acessodata=18 de junho de 2009}}</ref><ref name= "GXgeral1">{{citar livro | primeiro = George | sobrenome = Weigel |título= A Verdade do Catolicismo |subtítulo= Resposta a Dez Temas Controversos |local= [[Lisboa]]|editora=Bertrand |ano= 2002| ISBN = 972-25-1255-2}}</ref>. Algumas ações escandalosas e imorais, que vão contra a doutrina católica, praticadas por certos membros e clérigos católicos (ex: [[abuso sexual de menores por membros da Igreja Católica]]) reforçaram as críticas referentes ao modo como essa doutrina trata a sexualidade e a moralidade em geral.<ref>{{citar web | titulo= Aggiornamento sulla pedofilia nella Chiesa | títulotrad = Atualização sobre pedofilia na igreja | prenome = Bruno | sobrenome = Mastroianni | ano= 2010 | url=http://www.documentazione.info/article.php?id=1111&idsez=41 | lingua= italiano | acessodata=21 de outubro de 2010}}</ref><ref>{{citar web | titulo= A maior crise da Igreja Católica dos últimos 100 anos | prenome =António | sobrenome = Marujo | publicado= Público | ano= 2010 | url= http://www.publico.pt/Sociedade/a-maior-crise-da-igreja-catolica-dos-ultimos-100-anos_1429760?all=1 | acessodata=21 de outubro de 2010}}</ref>
 
Nos tempos modernos, a própria crença em [[Deus]] e as inúmeras [[Doutrina católica#Moral católica|regras ético-morais da Igreja]] são também duramente criticadas como sendo obstáculos para a verdadeira [[liberdade |libertação]], progresso e realização do Homem. A origem da Igreja e da [[Bíblia]], a vida de Jesus (com particular destaque às teorias sobre [[Maria Madalena]] {{carece de fontes|data=abril de 2017}}) e a paradoxal compatibilidade entre a existência de Deus e a existência do [[mal]] e do [[sofrimento]] são também questionadas<ref name= "GXgeral1" />. Recentemente, a questão teológica da "''unicidade e universalidade salvífica de Jesus Cristo e da Igreja [Católica]''" <ref>{{citar web | autor= [[Congregação para a Doutrina da Fé]] | titulo= Dominus Iesus | publicado = [[Santa Sé]] | url= http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20000806_dominus-iesus_po.html | ano= [[2000]] |acessodata=18 de junho de 2009}}</ref> e a definição teológica de que a Igreja Católica é a única Igreja de Cristo <ref>{{citar web | autor= [[Congregação para a Doutrina da Fé]] | titulo= Respostas a questões relativas a alguns aspectos da doutrina sobre a Igreja | publicado = [[Santa Sé]] | url= http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20070629_responsa-quaestiones_po.html#_ftn11 | ano= [[2007]] |acessodata=18 de junho de 2009}}</ref> continuam a suscitar várias polémicas e desentendimentos <ref>{{citar web | titulo= Polêmica: Vaticano definirá a Igreja Católica como a única de Jesus Cristo | publicado = Word press | obra = Tribuna Popular | url= http://tribunapopular.wordpress.com/2007/07/09/polemica-vaticano-definira-a-igreja-catolica-como-a-unica-de-jesus-cristo/ |data=9 de julho de 2007 |acessodata=18 de junho de 2009}}</ref>. Apesar destas duas crenças, a [[doutrina católica]] nunca negou a [[Doutrina católica#Salvaçãoda para os não-católicosIgreja Católica|salvação aos não- católicos]].
 
[[Ficheiro:Galileo.arp.300pix.jpg|thumbnail|direita|170px|[[Galileu Galilei]], um dos símbolos do confronto entre a Igreja Católica e a [[Ciência]].]]
Questões mais disciplinares da Igreja, como a [[hierarquia católica]] e o [[celibato]] clerical, e questões doutrinárias como o ensinamento de ser impossível conferir [[Ordem (sacramento)|ordenação sacerdotal]] às mulheres, são também temas muito debatidos na atualidade<ref name="GXgeral1" />. Outras controvérsias que a Igreja está ou esteve metida incluem o mediático e atual caso do [[Abuso sexual de menores por membros da Igreja Católica |abuso sexual das crianças por padres]]<ref>{{Citation | url = http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/2004/02/040227_igrejacg.shtml |título= Relatório da Igreja revela mais 11 mil casos de abuso sexual |publicado= [[BBC]] Brasil |data= 27/2/2004}}.</ref>, as históricas acções opressoras e violentas das [[Cruzadas]] e da [[Inquisição]] (que perseguiu os [[herege]]s, os [[judeu]]s e alguns cientistas), o seu suposto [[Críticas à Igreja Católica#Regimes não-democráticos|envolvimento com os regimes não- democráticos]] e as acções "''desatinadas''" de alguns [[missionário]]s católicos durante o [[colonialismo|período colonial]] na África, na Ásia e na América <ref name="Desculpas1">{{Citation | url = http://veja.abril.com.br/especiais/papa/p_044.html |tipo= artigo |título= Perdoai as nossas ofensas |jornal= Veja |data= 6/4/2005}}</ref>.
 
A [[Críticas à Igreja Católica#A relação da Igreja com a Ciência e com os pensadores laicos|relação entre a Igreja e a Ciência]] não foi fácil e está recheada de controvérsias passadas e já resolvidas, como a questão da perseguição de certos cientistas e teorias (ex: os casos famosos de [[Galileu Galilei]] e do [[evolucionismo]] [[Charles Darwin|darwiniano]]). Apesar de a Igreja defender tanto a fé quanto a razão <ref name= "Desculpas1" /><ref>{{citar web | url = http://www.msnbc.msn.com/id/29484902/ | titulo = Vatican official calls atheist theories 'absurd' | trans_title = Cardinal Levada: No conflict between evolution science and faith in God | publicado= MSN | obra = [[MSNBC]] |data=3 de março de 2009 |acessodata=3 de junho de 2009 | lingua = inglês}}</ref><ref>{{Citation |último = Woytila |primeiro = Carlos |autorlink = João Paulo II |publicado= Vaticano | url = http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_15101998_fides-et-ratio_po.html |tipo= Carta Encíclica |título= Fides et ration | trans_title = Fé e razão}}.</ref><ref>{{Citation | url = http://www.quadrante.com.br/Pages/servicos02.asp?id=97&categoria=Filosofia |publicado= Quadrante |título= Fé e razão: as duas asas para elevar-se à verdade}}.</ref>(por exemplo, a Igreja aceita a teorias do [[evolucionismo]] e do ''[[Big-bang]]'', que aliás foi proposto pela primeira vez por um padre católico), a Igreja e os cientistas/filósofos seculares continuam a discordar em questões mais teológicas relacionadas com a [[infalibilidade papal]] e a autenticidade da [[Revelação divina]] contida nas [[Bíblia|Escrituras]] e na [[tradição]] oral; com a negação da existência de [[Deus]] e da [[alma]] (e da sua [[imortalidade]]); com os momentos exactos do princípio e do fim da vida humana; e com as implicações [[ética]]s da [[clonagem]], da [[contracepção]] ou [[fertilização]] artificiais, da [[engenharia genética|manipulação genética]] e das investigações científicas que matam embriões humanos <ref>{{citar web | titulo= Science and the Church | publicado = New advent | url= http://www.newadvent.org/cathen/13598b.htm | ano= [[1913]] | formato= | lingua= inglês | obra = [[Enciclopédia Católica]] |acessodata=9 de junho de 2009}}</ref><ref>{{citar web | editor = [[Congregação para a Doutrina da Fé]] | titulo= Dignitas Personae | publicado = [[Santa Sé]] | url=http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20081208_dignitas-personae_po.html | ano= [[2008]] |acessodata=9 de junho de 2009}}</ref>.