Guerra do Contestado: diferenças entre revisões

A '''Guerra do Contestado''' foi um conflito armado entre a população [[caboclo|cabocla]] e os representantes dos poderes estadual e federal [[brasil]]eiro travado entre outubro de [[1912]] a agosto de [[1916]], numa região rica em [[Erva mate|erva-mate]] e [[Madeira (material)|madeira]], disputada pelos [[estados brasileiros]] do [[Paraná]] e de [[Santa Catarina]].<ref name="UOL - Educação"/>Região de muitos conflitos ligados a disputas de limites entre os dois estados, ficou conhecida como [[Região Metropolitana do Contestado|Contestado]].

OriginadaA nosdesapropriação de uma faixa de terra, de aproximadamente 30 km de largura, que atravessava os Estados do Paraná e de Santa Catarina, para a construção da estrada de ferro que ligaria [[São Paulo]] ao [[Rio Grande do Sul]], provocou a expulsão dos [[posseiros]] da região e a falência de vários pequenos fazendeiros que viviam da extração da madeira. Ademais, concluída a construção da estrada, pela empresa norte-americana [[Brazil Railway Company]], de propriedade de [[Percival Farquhar]], que também era dono da madeireira [[Southern Brazil Lumber & Colonization Company]], formou-se um significativo contingente de trabalhadores desocupados. Os problemas sociais, decorrentes principalmente da falta de regularização da posse de terras e da insatisfação da população hipossuficiente, numa região em que a presença do poder público era pífia, favoreceram o embateinício foido agravadoconflito. aindaEntre peloos fanatismocamponeses religiosorevoltados, expresso peloo [[messianismo]] e pelao crença,[[fanatismo porreligioso]] partefavoreceram dosa cabocloscrença revoltados, de que se tratava de uma ''[[guerra santa]]'', o que exacerbou os ânimos para a luta, na qual cerca de 8 000 deles pereceram.

Antes dos acontecimentos que culminaram na guerra, houve:<ref name="UOL - Educação">{{citar web |url=httphttps://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/guerra-do-contestado-conflito-alcancou-enormes-proporcoes.jhtmhtm|autor= Vitor Amorim de Angelo|título=Guerra do Contestado - Conflito alcançou enormes proporções|acessodata=108 de julhojaneiro de 2012 2019|data= |publicado=UOL - Educação }}</ref>

Após a conclusão das obras do trecho catarinense da [[Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande]], a companhia [[Brazil Railway Company]], que recebeu do governo 15&nbsp;km de cada lado da ferrovia,<ref name=15KM>[http://www.histedbr.fae.unicamp.br/img1_16.pdf ''A Ferrovia do Contestado''.]</ref> iniciou a desapropriação de 6.696&nbsp;km² de terras (equivalentes a 276.694 alqueires)<ref name="15KM"/> ocupadas já há muito tempo por posseiros que viviam na região entre o Paraná e Santa Catarina. O governo brasileiro, ao firmar o contrato com a [[Brazil Railway Company]], declarou a área como devoluta, ou seja, como se ninguém ocupasse aquelas terras.<ref name=DEVOLUTAS"UOL - Educação"/>[http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/guerra-do-contestado.jhtm ANGELO, Vitor Amorim de. ''Guerra do Contestado: Conflito alcançou enormes proporções''. UOL Educação, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação Reproducão.]</ref> "A área total assim obtida deveria ser escolhida e demarcada, sem levar em conta sesmarias nem posses, dentro de uma zona de trinta quilômetros, ou seja, quinze para cada lado"..<ref name=QUINZE>QUEIROZ, Maurício Vinhas de. ''Messianismo e Conflito Social – A Guerra Sertaneja do Contestado: 1912/1916''. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966.</ref> Isso, e até mesmo a própria outorga da concessão feita à Brazil Railway Company, contrariava a chamada [[Lei de Terras|Lei de Terras de 1850]].<ref name="QUINZE"/> Não obstante, o governo do [[Estado do Paraná|Paraná]] reconheceu os direitos da ferrovia; atuou na questão, como advogado da [[Brazil Railway Company|Brazil Railway]], [[Affonso Camargo]], então vice-presidente do estado.<ref name=ADVOGADO>THOMÉ, N. PR e SC Disputam Território. Curitiba: Gazeta do Povo, Suplemento, 2003.</ref>

Esses camponeses que viram o direito às terras que ocupavam ser usurpado,<ref name="ADVOGADO"/> e os trabalhadores que foram demitidos pela companhia (1910), decidiram então ouvir a voz do monge José Maria, sob o comando do qual organizaram uma [[comunidade]]. Resultando infrutíferas quaisquer tentativas de retomada das terras - que foram declaradas ''" [[terras devolutas|devolutas]]"'', pelo governo brasileiro, no contrato firmado com a ferrovia<ref name="DEVOLUTASUOL - Educação"/> - cada vez mais se passou a contestar a legalidade da desapropriação. Uniram-se ao grupo diversos fazendeiros que, por conta da concessão, estavam perdendo terras para o grupo de [[Percival Farquhar|Farquhar]], bem como para os coronéis manda-chuvas da região.<ref name="InfoEscola">{{citar web |url=http://www.infoescola.com/historia/guerra-do-contestado/|título=Guerra do Contestado |acessodata=10 de julho de 2012 |autor=Miriam Ilza Santana |data=09/10/2007 |publicado=Info Escola }}</ref>