Infraestrutura e superestrutura: diferenças entre revisões

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{{Marxismo}}De acordo com a [[Marxismo|teoria marxista]], os diversos atributos dos homens se desenvolvem internamente a uma dada forma de [[sociedade]] e não são dados externamente por uma natureza humana ou divina. Por isso, não existe em Marx um estudo do homem no geral, mas das formas de sociedade humanas. Mas uma dada forma de sociedade não se caracteriza por um amontoado de relações aleatórias. No estudo dessas formas de sociedade Marx reconhece a existência de uma '''infraestrutura e uma superestrutura'''.
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{{Marxismo}}De acordo com a [[Marxismo|teoria marxista]], os diversos atributos dos homens se desenvolvem internamente a uma dada forma de [[sociedade]] e não são dados externamente por uma natureza humana ou divina. Por isso, não existe em Marx um estudo do homem no geral, mas das formas de sociedade humanas. Mas uma dada forma de sociedade não se caracteriza por um amontoado de relações aleatórias. No estudo dessas formas de sociedade Marx reconhece a existência de uma '''infraestrutura e uma superestrutura'''.
 
A infraestrutura — que corresponde a um dado nível de desenvolvimento das [[forças produtivas]] e à [[relações de produção]] específicas — se deve ao fato de que "na produção social de sua existência, os homens estabelecem relações determinadas, necessárias, independentes da sua vontade, relações de produção que correspondem a um determinado grau de desenvolvimento das forças produtivas materiais" <ref>cf. Karl Marx, ''Contribuição para a Crítica da Economia Política.'', Lisboa, 1971, pg.28</ref>. Como os homens não escolhem a forma de sociedade em que vivem, Marx denomina como infraestruturais ou estruturais as relações sociais necessárias em uma dada forma de organização social. Por serem necessária, tais determinações estruturais condicionam todas as demais. O "conjunto destas relações de produção constitui a estrutura econômica da sociedade, a base concreta sobre a qual se eleva uma superestrutura jurídica e política"<ref>cf. Karl Marx, ''Contribuição para a Crítica da Economia Política.'', Lisboa, 1971, pg.28</ref>. Diversamente das relações sociais estruturais, a superestrutura são aqueles aspectos ou relações da sociedade que podem ser alterados sem que uma dada forma de sociedade se transforme em seus fundamentos. Aí se insere as formas de governo, de estado, da educação. Apesar uma dada estrutura de sociedade comportar formas superestruturais as mais diversas, este deve, necessariamente, se adequar ao domínio estrutural. Se não for assim, a forma de sociedade deixa de existir.
 
No [[marxismo ortodoxo]] ou de base stalinista, a infraestrutura determina a superestrutura em uma relação unidirecional.<ref>{{citar web|URL =http://www.aber.ac.uk/media/Documents/marxism/marxism07.html|título =Marxist Media Theory|data =|acessadoem =|autor =|publicado =|arquivourl =https://web.archive.org/web/20120705182135/http://www.aber.ac.uk/media/Documents/marxism/marxism07.html#|arquivodata =5 de julho de 2012|urlmorta =yes}}</ref> No entanto, nas formas mais avançadas do pensamento marxista, a sua relação não é estritamente unidirecional, como algumas teorias afirmam que, assim como a base influencia a superestrutura, a superestrutura também influencia a infraestrutura. Na verdade, em nenhum momento a teoria original de Marx diz que a estrutura causa a superestrutura. Trata-se de um condicionamento entre algo que é necessário e algo que é contingente em uma dada forma de organização social <ref>{{citar web |url=http://teoriaerevolucao.pstu.org.br/uma-nota-sobre-os-dominios-estruturais-e-superestruturais-no-pensamento-de-marx/|autor=Gustavo Machado |publicado= Teoria & Revolução |título=''Uma nota sobre os domínios estruturais e superestruturais no pensamento de Marx'' |acessodata=21 de agosto 2018 |língua= pt}}</ref>.
 
== Desenvolvimento dos conceitos ==
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Assim, à diferença de Freud, para quem um afastamento da humanidade da religião a libertaria da submissão aos [supostos] poderes divinos<ref name=":1" />, Marx e Lenin defendem que o abandono da religião constitui fator fundamental para que a humanidade viva o concreto, a realidade da vida. Esse afastamento da religião constituiria, pois, um passo fundamental para a libertação política e econômica da exploração burguesa; classe, portanto, que explora a religião como fator de manutenção da passividade e da submissão, como meio de controle social, empregando a religião como um ópio para povo, induzindo-o a viver em estado hipnoide.
 
== Resumo ==
A infraestrutura — que corresponde a um dado nível de desenvolvimento das [[forças produtivas]] e à [[relações de produção]] específicas — se deve ao fato de que "na produção social de sua existência, os homens estabelecem relações determinadas, necessárias, independentes da sua vontade, relações de produção que correspondem a um determinado grau de desenvolvimento das forças produtivas materiais" <ref>cf. Karl Marx, ''Contribuição para a Crítica da Economia Política.'', Lisboa, 1971, pg.28</ref>. Como os homens não escolhem a forma de sociedade em que vivem, Marx denomina como infraestruturais ou estruturais as relações sociais necessárias em uma dada forma de organização social. Por serem necessária, tais determinações estruturais condicionam todas as demais. O "conjunto destas relações de produção constitui a estrutura econômica da sociedade, a base concreta sobre a qual se eleva uma superestrutura jurídica e política"<ref>cf. Karl Marx, ''Contribuição para a Crítica da Economia Política.'', Lisboa, 1971, pg.28</ref>. Diversamente das relações sociais estruturais, a superestrutura são aqueles aspectos ou relações da sociedade que podem ser alterados sem que uma dada forma de sociedade se transforme em seus fundamentos. Aí se insere as formas de governo, de estado, da educação. Apesar uma dada estrutura de sociedade comportar formas superestruturais as mais diversas, este deve, necessariamente, se adequar ao domínio estrutural. Se não for assim, a forma de sociedade deixa de existir.
 
No [[marxismo ortodoxo]] ou de base stalinista, a infraestrutura determina a superestrutura em uma relação unidirecional.<ref>{{citar web|URL =http://www.aber.ac.uk/media/Documents/marxism/marxism07.html|título =Marxist Media Theory|data =|acessadoem =|autor =|publicado =|arquivourl =https://web.archive.org/web/20120705182135/http://www.aber.ac.uk/media/Documents/marxism/marxism07.html#|arquivodata =5 de julho de 2012|urlmorta =yes}}</ref> No entanto, nas formas mais avançadas do pensamento marxista, a sua relação não é estritamente unidirecional, como algumas teorias afirmam que, assim como a base influencia a superestrutura, a superestrutura também influencia a infraestrutura. Na verdade, em nenhum momento a teoria original de Marx diz que a estrutura causa a superestrutura. Trata-se de um condicionamento entre algo que é necessário e algo que é contingente em uma dada forma de organização social <ref>{{citar web |url=http://teoriaerevolucao.pstu.org.br/uma-nota-sobre-os-dominios-estruturais-e-superestruturais-no-pensamento-de-marx/|autor=Gustavo Machado |publicado= Teoria & Revolução |título=''Uma nota sobre os domínios estruturais e superestruturais no pensamento de Marx'' |acessodata=21 de agosto 2018 |língua= pt}}</ref>.
 
== Ver também ==