Rei Zhou de Shang: diferenças entre revisões

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nova página: O rei Zhou (nome pejorativo atribuído a Dixin) foi o último rei da dinastia Shang da China Antiga. Seu nome pessoal é Shou e seu nome ancestral (sobrenome) é Zi.<ref>{{c...
 
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Com o passar do tempo, eis que o rei adquiriu todas essas coisas uma por uma, passando a viver como um pródigo sem barreiras. Atendendo à sugestão de Daji, que gostava de animais e de bucolismo, ele construiu um grande parque ecológico nos fundos de seu palácio, enchendo o lugar com bosques e lagos repletos de animais exóticos. No centro do parque ele construiu uma piscina para encher com vinho, chamada Jiuchi, e no centro da piscina ele construiu uma ilha com árvores em cujos galhos pendurava carne cozida, chamada Roulin. Ainda nesse espaço ele ergueu uma torre de cento e cinquenta metros de altura, feita com mármore e revestida de jade e outras pedras preciosas, e deu-lhe o nome de Lutai. O governo central da dinastia Shang foi à falência com a execução desses projetos, e uma carga tributária extremamente alta foi adotada para cobrir o rombo nos cofres nacionais, sobrecarregando a população. Nessa época o rei teve um desentendimento com seu oficial [[Jiang Ziya]], que era contrário às suas decisões recentes. Ele acabou fugindo da capital para não ser morto e recorreu ao exílio no oeste. Mais tarde o rei se desentendeu com uma de suas concubinas, filha do marquês de Jiu, pois ela se recusava a participar de suas orgias e protestava contra o uso do paolao. Por essa razão ela foi decapitada e esquartejada, e o marquês de Jiu foi preso e eviscerado até a morte. Seu amigo e companheiro, o marquês de E, protestou veementemente contra essa decisão, e por isso foi fatiado em tiras e pendurado ao sol para secar. Os estados de Jiu e de E se rebelaram. Ji Chang, o conde de Zhou, disse que desconfiava das acusações imputadas contra seus antigos colegas e pediu a opinião do marquês de Chong. Este, desejando ser recompensado, repassou essa mensagem ao rei, que condenou Ji Chang por insubordinação e o baniu para a pequena cidade de Youli, onde ficou sob forte vigília por muitos anos.
 
== Queda ==
Após sete anos do banimento de Ji Chang, seu filho mais velho, [[Boyi Kao]], viajou até a capital para pedir a sua libertação. Ele foi caluniado por Daji e executado sob falsas acusações de assédio. Seu corpo foi dilacerado e servido em bolos de carne para Ji Chang em Youli. Após esse acontecimento, alguns ministros de Ji Chang reuniram tributos volumosos para serem apresentados ao rei, esperando assim comprar o seu favorecimento. O rei estava satisfeito com a pena imposta sobre Ji Chang e acreditava que ele estava reabilitado, pois não manifestara sinais de revolta desde o início do seu confinamento. Por isso, aceitou os presentes com muito deleite e convocou Ji Chang para sua casa. Na audiência que se seguiu, deu a Ji Chang seu arco e sua aljava, seu machado de mão e por último o grande machado de batalha com as insígnias da dinastia Shang, representando a autoridade real na guerra. Com esse presente, incumbiu Ji Chang de proteger o seu reinado e confrontar os focos de rebelião, dando-lhe a prerrogativa de fazer guerra livremente contra quem desejar, segundo o seu próprio juízo. Para isso, terminou a investidura conferindo a Ji Chang o título superior de conde do Ocidente (Xibo). Pretendendo demonstrar gratidão e fortalecer a sua aparência de amizade com o rei, Ji Chang respondeu oferecendo-lhe um território ocioso que possuía a oeste do rio Luo. O rei recebeu o novo presente e em troca deu a Ji Chang a concessão de um último desejo. Ele desejou que o paolao fosse desmontado e nunca mais reutilizado, e assim foi feito. Depois disso Ji Chang retornou para sua casa no estado de Zhou. Por volta dessa época, o rei Dixin passou a ser chamado furtivamente pelo nome pejorativo Zhou, que significa rabicheira e denota desprezo da população (esse nome não tem relação com o estado de Zhou, pois são palavras distintas em chinês).
 
No mesmo ano em que retornou à sua residência oficial em Qixia, Ji Chang foi procurado por delegações dos estados de Yu e Rui para resolver uma disputa de terras. O resultado foi que ambos os estados concordaram em abrir mão do território reivindicado pelo bem da sua relação harmoniosa. Logo após o desfecho desse acontecimento, muitos nobres ocidentais começaram a buscar Ji Chang para solucionar seus conflitos, e alguns começaram a chamá-lo de rei e pressioná-lo a trair a dinastia Shang. Ji Chang recebeu na mesma época o apelido de Wen, que significa algo como "o Letrado" ou "o Sábio". No ano seguinte, Ji Chang encontrou [[Jiang Ziya]], o ex-oficial fugido de Shang, e o recrutou como general após conhecer as suas competências técnicas. No mesmo ano, Jiang Ziya rechaçou uma invasão dos bárbaros [[quanrong]] vinda do oeste, revelando o exército de Zhou. No ano seguinte, Ji Chang e Jiang Ziya atacaram Li, um estado aliado de Shang que controlava uma importante passagem estratégica nas montanhas Taihang. A tomada desse estado possibilitou a expansão do estado de Zhou para o leste em direção a Shang. No ano seguinte, eles atacaram E, um dos estados rebelados no sul, e todo o sul do reino caiu sob domínio do estado de Zhou. No ano seguinte, atacaram Chong, lar do marquês de Chong, que havia delatado Ji Chang para o rei tempos antes. O marquês de Chong foi executado por traição. A tomada de Chong abriu caminho para uma invasão final contra o restante do reino, fornecendo a importante passagem de Meng, uma região do [[rio Amarelo]] de fácil cruzamento a pé. No mesmo ano, Ji Chang transferiu sua capital do extremo oeste para as proximidades da passagem de Meng, avançando cerca de cem quilômetros para mais perto da capital de Shang. Na nova localidade ele construiu a cidade de Feng. No ano seguinte, porém, antes que pudesse atravessar o vau de Meng e terminar a sua campanha, Ji Chang morreu, possivelmente de uma parada ou ataque cardíaco. Ele foi sucedido por Ji Fa, seu segundo filho, que se intitulou [[Rei Wu de Zhou|rei Wu]], o Marcial.
 
== Queda ==
Inicialmente, o rei Wu freou o seu avanço militar e hesitou em atacar a dinastia Shang abertamente. Passaram-se quatro anos. Em certa ocasião, o rei decretou feriado geral para poder se utilizar a sala ministerial em uma nova festa orgiástica que pretendia realizar. Todos os ministros foram ordenados a se ausentarem, mas Bigan, seu tio mais novo, se recusou, e optou por ficar para cuidar do trabalho e aconselhar o rei. Mas o rei trancou as portas e permaneceu sozinho com uma centena de mulheres e alguns amigos por muito tempo. Bigan se sentou em um banco de espera e permaneceu ali por três dias na expectativa de que o rei sairia para vê-lo. Quando constatou que ele não viria tão cedo, desesperou-se e adentrou no salão contra as ordens que recebera. Ao ver o que havia dentro, ficou perplexo, mas nada disse; o rei falou em sua vez: ''“Bigan, que surpresa vê-lo aqui. Eu ouvi dizer que o coração de um santo tem sete câmaras. Vamos descobrir se é verdade”''. Então Bigan foi arrastado para fora pelos guardas, que o amarraram a uma estaca e cortaram fora o seu coração. Eles também invadiram sua casa, mataram uma de suas esposas e a segunda, que estava grávida de nove meses, fugiu para a floresta. Ao saberem da tragédia em sua família, Wugeng - o filho do rei - e Weizi e Weizhong - seus irmãos - fugiram da capital para o exílio e procuraram a ajuda do rei Wu. Jizi foi o único dos parentes a ficar para trás, e, tendo afrontado o rei pela morte de Bigan, foi atirado numa cela no calabouço e abandonado. Os outros três príncipes alcançaram Feng, a capital de Zhou, e pediram a ajuda ao rei Wu para destruir a dinastia Shang. Surpreso, e movido pelas histórias que lhe contaram, ele concordou, e convocou de uma vez todos os estados e tribos que haviam declarado lealdade a seu pai. Com um grande exército de quarenta e cinco mil, marcharam contra Shang.