Glauco Mattoso: diferenças entre revisões

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'''Glauco Mattoso''', [[pseudônimo]] de '''Pedro José Ferreira da Silva''', ([[São Paulo (cidade)|São Paulo]], [[29 de junho]] de [[1951]]) é um [[escritor]] [[brasil]]eiro.
 
Seu nome artístico é um trocadilho com ''glaucomatoso'', termo usado para os que sofrem de [[glaucoma]], doença que o fez perder progressivamente a visão, até a [[cegueira]] total em [[1995]]. É também uma alusão a [[Gregório de Matos]], de quem se considera herdeiro na sátira política e na crítica de costumes <ref>http://glaucomattoso.sites.uol.com.br/quem.htm</ref>. O próprio se declara um "anarquista intelectual".
 
==Biografia==
Glauco cursou [[biblioteconomia]] na [[Escola de Sociologia e Política de São Paulo]] e [[letras vernáculas]] na USP. Nos anos 70, participou da resistência cultural à [[AnosDitadura demilitar chumbono Brasil (1964–1985)|ditadura militar]] através do grupo dos "poetas marginais". Além de editar o fanzine poético-panfletário ''Jornal Dobrabil'' (trocadilho com o [[Jornal do Brasil]] e o formato dobrável dos folhetos satíricos), colaborou em diversos periódicos da imprensa alternativa, tais como o tabloide gay ''Lampião'' e o humorístico [[O Pasquim]].
militar]] através do grupo dos "poetas marginais". Além de editar o fanzine poético-panfletário ''Jornal Dobrabil'' (trocadilho com o [[Jornal do Brasil]] e o formato dobrável dos folhetos satíricos), colaborou em diversos periódicos da imprensa alternativa, tais como o tabloide gay ''Lampião'' e o humorístico [[O Pasquim]].
 
Na década de 80, publicou trabalhos em revistas como [[Chiclete com Banana (revista)|Chiclete com Banana]], ''Tralha'', ''Mil Perigos'', ''SomTrês'', ''Top Rock'', ''Status'' e ''Around'', ensaios e críticas literárias no [[Jornal da Tarde]], além de diversos volumes de [[poesia]] e [[prosa]]. Em [[1982]], edita a ''Revista Dedo Mingo'', como um suplemento do Jornal Dobrabil.
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==Curiosidades==
Glauco Mattoso éfoi citado por [[Caetano Veloso]] na sua música ''Língua''.
 
Glauco Mattoso em fevereiro de 2008 completou dois mil e trezentos sonetos de uma série iniciada em 1999, superando a histórica marca do italiano [[Giuseppe Belli]] (1791-1863), que, em 1849, teria composto, segundo consta, seu [[soneto]] de número 2.279 numa obra produzida mormente entre 1830 e 1839. Mattoso tem com Belli outra afinidade, além da copiosa produção: a [[sátira]] fescenina, que abusa da [[pornografia]] e da [[escatologia]]. Também no aspecto linguístico há paralelos: Belli versejava no dialeto romanesco, falado na periferia da capital italiana, enquanto Mattoso incorpora ao português brasileiro as gírias suburbanas e os neologismos contraculturais da segunda metade do século XX, de mistura com o vernáculo castiço e com o rigor formal, típicos do soneto clássico, composto em decassílabos predominantemente heroicos. A diferença entre ambos os "malditos" está na postura: Belli cedeu às pressões moralistas e aderiu à autoridade católica, renegando o anticlericalismo que caracterizara sua temática; Mattoso se mantém anarquicamente independente de quaisquer ideologias ou fisiologias, fiel unicamente à sua biografia de cego sadomasoquista e fetichista. Belli, mundialmente reconhecido, foi traduzido também para o inglês; Mattoso, que tem sido objeto de estudos acadêmicos na América Latina e nos Estados Unidos, alcança agora as universidades europeias. Glauco também traduziu "A Bíblia skinhead - Espírito de 69" de George Marshall, cujo nome original é Spirit of 69' A Bible of Skinhead.
Glauco também traduziu A Bíblia skinhead - Espirito de 69 de George Marshall, cujo nome original é Spirit of 69' A Bible of Skinhead.
 
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