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[[Ficheiro:curupira.png|thumb|right|300px|Ilustração do Curupira]]
'''Curupira''' é uma figura do [[folclore brasileiro]]. Ele é uma entidade das [[mata]]s, um moleque de cabelos compridos e vermelhos, cuja característica principal são os [[pé]]s virados para trás.<ref>[https://brasilescola.uol.com.br/historiab/curupira.htm O mito do Curupira] Brasil Escola - setembro de 2018</ref>
 
== Etimologia ==
Um dos mais populares e espantosos entes fantásticos das matas brasileiras, o curupira é um anão de cabeleira ruiva, pés ao inverso, calcanhares para
"Curupira" e "currupira" procedem do [[Língua tupi|tupi]] ''kuru'pir'', que significa "o coberto de [[pústula]]s"<ref>FERREIRA, A. B. H. ''Novo dicionário da língua portuguesa''. Segunda edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 513.</ref>. Segundo Stradelli, procedem de ''curu'', [[Contração (gramática)|contração]] de ''[[Curumim|corumi]], "menino"'', e ''pira'', "corpo", significando, então, "corpo de menino".
== História ==
Um dos mais populares e espantosos entes fantásticos das matas brasileiras, o curupira é um anão de cabeleira ruiva, pés ao inverso, calcanhares para a frente. A mais antiga menção de seu nome é de [[José de Anchieta]], em [[São Vicente (São Paulo)|São Vicente]], em [[30 de maio]] de [[1560]]: <blockquote>"É coisa sabida e pela boca de todos corre que há certos demônios, chamam Curupira, que acontece aos índios muitas vezes no mato, dão-lhe açoites, machucam-nos e matam-nos. São testemunhos disso os nossos irmãos, que viram algumas vezes os mortos por eles. Por isso, costumam os índios deixar em certo caminho, que por ásperas brenhas vai ter ao interior das terras, no cume da mais alta montanha, quando por cá passam, penas de aves, abanadores, flechas e outras coisas semelhantes, como uma espécie de oferenda, rogando fervorosamente aos Curupiras que não lhes façam mal." </blockquote>Nenhum outro fantasma brasileiro [[Brasil Colônia|colonial]] determinou oferenda propiciatória.
 
Demônio da floresta, explicador dos rumores misteriosos, do desaparecimento de caçadores, do esquecimento de caminhos, de pavores súbitos, inexplicáveis, foi lentamente o Curupira recebendo atributos e formas físicas que pertenciam a outros entes ameaçadores e perdidos na [[antiguidade clássica]]. Sempre com os pés voltados para trás e de prodigiosa força física, engana caçadores e viajantes, fazendo-os perder o rumo certo, transviando-os dentro da floresta, com assobios e sinais falsos.
 
Do [[Maranhão]] para o sul até o [[Espírito Santo]], seu apelido constante é Caipora. Eduardo Galvão informa: "Curupira é um gênio da floresta. Na cidade ou nas capoeiras de sua vizinhança imediata não existem currupiras. Habitam mais para longe, muito dentro da mata. A gente da cidade acredita em sua existência, mas ela não é motivo de preocupação porque os currupiras não gostam de locais muito habitados."
 
"Gostam imensamente de fumo e de pinga. Seringueiros e roceiros deixam esses presentes nas trilhas que atravessam, de modo a agradá-los ou pelo menos distraí-los. Na mata, os gritos longos e estridentes dos Currupiras são muitas vezes ouvidos pelo caboclo. Também imitam a voz humana, num grito de chamada, para atrair vítimas. O inocente que ouve os gritos e não se apercebe que é um Currupira e dele se aproxima perde inteiramente a noção de rumo."
 
O estado de São Paulo, pela lei de [[11 de setembro]] de [[1970]], assinada pelo governador [[Roberto Costa de Abreu Sodré]], "institui o Curupira como símbolo estadual do guardião das florestas e dos animais que nela vivem." No município de [[Olímpia (São Paulo)|Olímpia]], nesse estado, por mais trinta anos consecutivos, não são assinados quaisquer documentos oficiais durante a semana em que ocorre o Festival de Folclore, no mês de agosto, período em que a autoridade municipal é representada pelo Curupira, que exerce seu poder protegendo a população local e os visitantes que ali comparecem, pássaros, matas, etc. No [[Horto Florestal de São Paulo|Horto Florestal]] da capital paulista há um monumento ao Curupira, inaugurado no Dia da Árvore, [[21 de setembro]].
 
== Ver também ==
* [[Monã]]
* [[Jurupari (mitologia)|Jurupari]]
* [[Caipora]]
* [[Kurupi]]
* [[Saci|Matita Perê]]
* [[Duende]]
* [[Mapinguari]]
* [[Língua tupi]]
* [[Mitologia guarani]]
* [[Folclore brasileiro]]
 
{{Referências}}
* [[Luís da Câmara Cascudo|CASCUDO, Luís da Câmara]]. ''[[Dicionário do Folclore Brasileiro]]''. 9º edição. [[São Paulo (estado)|São Paulo]], Global, [[2000]].
 
{{Lendas do folclore brasileiro}}
{{Mitologia Tupi-Guarani}}
 
[[Categoria:Lendas do Brasil]]
[[Categoria:Criaturas fantásticas]]
[[Categoria:Mitologia tupi-guarani]]