História do violino: diferenças entre revisões

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A origem dos [[instrumentos de corda|instrumentos de cordas]]s friccionadas está ligada ao surgimento do [[Arco (música)|arco]] (Instrumentos de cordas dedilhadas são certamente o tipo mais antigo), e é possível que sua utilização inicialmente tenha se dado com a simples fricção da vara de madeira sobre as cordas. A utilização da crina animal aparentemente não faz parte deste primeiro estágio de sua construção e, até os dias de hoje, não foi possível encontrar indícios sobre o uso do arco na música da Antiguidade Clássica. Admite-se, no entanto, que o arco tenha sido importado da Ásia pelos árabes ou pelos povos nórdicos. Sobre sua evolução, se ela haveria ocorrido no norte da Europa, Oriente Médio, Índia ou Ásia Central, pouco se sabe. O mistério permanece... Talvez o arco tenha surgido em vários lugares, assim como ocorreu com várias das grandes descobertas fundamentais da humanidade!<br />
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Desde o século XI encontram-se na Europa os dois tipos principais de instrumentos a arco:
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Os nomes dos mais antigos construtores de violinos são em sua maior parte desconhecidos; o que se sabe, porém, é que estes também eram construtores de Alaúdes (Alaúde em francês = Luth; daí o termo [[Luthier]], que designa o construtor deste tipo de instrumento). De outra parte, sabe-se que não era incomum que os próprios músicos construíssem seus instrumentos de cordas. O mais antigo documento que cita a construção de instrumentos como profissão independente surge em Paris, onde, em 1292, são registrados os “féseurs de vielles” (construtores de Vielas).
 
O surgimento do violino em sua forma definitiva se situa entre 1520 e 1550, no norte da Itália, tendo a cidade de Milão como centro. Dentre os primeiros luthieres,<ref> Há um problema quanto o uso deste termo na Língua Portuguesa. No Brasil, o usual é a utilização do termo francês "Luthier"; há alguns versões em português para este termo que além de esdrúxulas não são usadas no vocabulário brasileiro. Neste artigo, fica portanto a forma aportuguesada "Luthier" que reproduz de forma mais fiel o termo falado usualmente no Brasil e, acreditamos, em outros países de Língua Portuguesa.</ref>, desta região, citamos Giovan Giacomo Dalla Corna (1484-1530) e Zanetto de Michelis da Montechiaro (1488-1562) de Brescia, que construíam Alaúdes, Liras e instrumentos semelhantes (como está claro, não se tratavam de construtores de violinos).
[[Ficheiro:Itália_Violino.jpg|thumb]]
Dentre os instrumentos cujas datas são conhecidas, temos dois violinos de Andrea Amati (nascido entre 1500 e 1505, morto em 1576 em Cremona), construídos entre 1542 e 1546 que, de forma primitiva, possuíam apenas três cordas. Somente a partir de 1555 encontram-se documentos que provam a existência do violino a quatro cordas (o primeiro a quatro cordas de Amati data justamente deste ano de 1555). O ano de 1560 remonta à grande encomenda feita pelo rei da França Charles IX a Amati, encomenda que contava com 38 instrumentos, sendo 24 violinos, 6 violas e 8 violoncelos; dois destes instrumentos se encontram atualmente no museu Ashmolean em Oxford.
Os Estados independentes do Norte da Itália mantinham estreitas relações políticas com a França desde o reinado de Fraçois I (cujo reinado data de 1515 a 1547) o que explica a encomenda feita a Amati e a rápida expansão do violino neste último país.<br />
A famosa Escola de Cremona se perpetua com Antonio Amati (1555-1640?), Girolamo Amati (1556-1630) e o filho deste último, [[Nicola Amati]] (1596-1684).
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Assim, durante a primeira metade do século XVIII, a Luteria de Cremona passa a dominar o cenário europeu, sobretudo sob a égide de Antonio Stradivari (1644-1737), que fixa o modelo de violino para todos os seus sucessores. Se a qualidade de seus instrumentos não foi devidamente reconhecida entre os músicos de seu tempo, seria falso concluir que os mesmos não tenham sido apreciados. Ainda em vida, Stradivari gozava de grande reputação em toda a Itália. Mas sem o reconhecimento e toda a importância que alcançaria mais tarde.
 
Três fases criativas se distinguem na obra de Stradivari: uma em que a influência de Amati se mostra de maneira muita clara; outra, dos modelos “longtemps” (1690-1700); e enfim, seu período de ouro com as magníficas obras da maturidade. Os violinos ornados de marchetaria como o “Hellier” de 1679, são mais raros. Contudo, existem numerosos desenhos e esboços de Stradivari para trabalhos deste gênero. Durante sua longa vida, chegou a produzir aproximadamente 1000 instrumentos. Suas criações representam o apogeu da Escola de Cremona e da arte da Luteria em geral.
 
Seus filhos Ombone e Francesco, assim como seus alunos, Carlo Bergonzi (1686-1747), Lorenzo Guadagnini (1695-1745), e muitos outros perpetuaram sua tradição.
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O mais importante após Stradivari, [[Giuseppe Guarneri]] “Del Gesù” (1698-1744) é o último representante da ilustre dinastia, representada por [[Andrea Guarneri]] (1626-1698), aluno de Nicola Amati, seus dois filhos Pietro Giovanni (1655-1720) e Giuseppe G.B Guarneri (1666-1739/40), este o último, o pai de Giuseppe “Del Gesù” ( e de Pietro, nascido em 1695, e morto em 1762 em Veneza).
 
O sobrenome “Del Gesù” aparece por volta de 1726 cuja origem remete a JHS que figurava sobre suas etiquetas (no interior do violino, sobre o fundo, o luthier cola uma etiqueta onde figuram seu nome, a data em que a construção do instrumento foi concluída, bem como o local onde se deu a construção).
A reputação de Guarneri não era, em vida, comparável à de Stradivari. Pugnani foi o primeiro violinista importante a tocar seus célebres violinos, e, após ter tocado com o “Cânon” (obra de Guarneri), houve quem preferisse os Guarnerius aos Stradivarius <ref> "Guarnerius" e "Stradivarius" formas latinas com que Guarneri e Stradivari, respectivamente, assinavam seus nomes; é uma tradição entre luthieres assinarem suas etiquetas em latim.</ref> devido a sua sonoridade mais potente. Os instrumentos de Guarneri apresentam ainda estrutura mais fina e mais larga que os Stradivarius. A obra de Guarneri compreende aproximadamente 200 violinos.<br />
É preciso dizer também que ao lado de todos estes grandes mestres trabalhavam uma quantidade de excelentes “pequenos mestres”. Nos séculos XVII e XVIII foi possível encontrar luthieres mais ou menos importantes, sobretudo na Itália: Bolonha, Veneza, Roma, Nápoles e Palermo; na Alemanha: Mittenwald (com a família Klotz);e também na Holanda, França, Inglaterra, Noruega, Áustria, República Tcheca e Espanha.
 
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Um novo desafio surge ao início do século zz, em decorrência do interesse crescente trazido pela música barroca: como os violinos antigos que não sofreram alterações despareceram completamente, ou pelo menos não existiam mais em número suficiente, passou-se a construir violinos de acordo com a concepção clássica. Tais instrumentos foram apresentados pela primeira vez em 1930.<br />
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Ainda hoje, há luthieres que fabricam belos e sólidos violinos de maneira inteiramente artesanal; apesar da existência de procedimentos industriais cujos resultados são frequentemente catastróficos, sob todos os pontos de vista. O violino - instrumento infinitamente complexo - tem necessidade de todo amor de um luthier que saiba aliar a uma longa experiência: paciência,
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=={{Ligações Externas}}externas==
* [http://library.thinkquest.org/27178/fr/index.html ''Texto original disponível no site francês da Revista Diapason'']
[[Categoria:Música clássica]]