Vieira de Leiria: diferenças entre revisões

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Em [[1632]], o [[Diocese de Leiria-Fátima|Bispo de Leiria]] D. [[Dinis Melo e Castro|Dinis de Melo e Castro]] separou de Monte Real o lugar de Carvide, que se constitui em nova freguesia, à qual ficou pertencendo Vieira, que, por sua vez, se desanexou daquela em 1740, constituindo-se em freguesia.
 
A primeira referência documental ao nome da freguesia só aparece em 1527 no "Cadastro da População do Reino": "aldea de Carvide cõ casaes da Vieira e da Pasagem, 30". Significa que por aqui existiam 30 fogos correspondentes a uma população estimada entre 100 a 135 habitantes. Crê-se que o crescimento desta zona tenha tido lugar a partir daquela época. É que, como diz o "Couseiro" ou Memórias do Bispado de Leiria "no logar da Passagem está uma ermida, da invocação de [[Nossa Senhora da Ajuda]], feita no ano de 1614". E "outra no logar da Vieira, da invocação de [[Nossa Senhora dos Milagres|Nossa Senhora dos pecados]], imagem de vulto, feita no anno de 1615". A construção desses templos é um indício bastante para acreditar no certo grau de desenvolvimento atingido pelas duas povoações.
 
E essa confirmação surge no [[século XVIII]] com sinais de que Vieira de Leiria regista um crescimento paralelo ao intensificar da exploração do Pinhal. Dá-se então a criação da freguesia e dezoito anos depois, já existem 200 fogos e 600 moradores.
 
As principais ocupações da população estavam ligadas à mata, com especial destaque para o corte e serração de madeira e para o fabrico do pez. Existe documentação coeva que permite concluir que esta freguesia suplantava quaisquer outras localidades da periferia do pinhal que eventualmente também tivessem a serração braçal como actividadecatividade dominante. Em 1767 é inaugurada a igreja matriz de Vieira, mas em 1783 é feito um novo arco na capela-mor por se considerar demasiado pequeno o inicial. O cura era da apresentação da mitra.
 
O [[século XIX]] marcaria novos contornos no desenvolvimento de Vieira polvilhando-o de altos e baixos. Primeiro, as obras de regularização do leito do Lis, depois a Invasão Francesa de 1810. Fugindo diante dela, o povo refugiou-se no Pinhal do Rei, onde escondeu os haveres que conseguiu transportar. O que não foi possível levar foi destruído ou enterrado. Mas o saldo desta invasão foi muito desfavorável para os Vieirenses. Quase metade da população foi dizimada por epidemias e mais de metade das casas foram destruídas ou danificadas pelos franceses.
 
Com a chegada do [[século XX]], a Vieira vai-se tornar protagonista de uma das mais singulares migrações internas que Portugal conheceu — a dos "avieiros". O agravamento das condições de vida dos pescadores, aos quais a vila nada mais tinha para oferecer para além de um inverno rigoroso e muita fome, criou um grande fluxo migratório em direcçãodicção ao Tejo. Grandes comunidades de avieiros se foram estabelecendo junto das vilas ribeirinhas, encaminhando-se depois, para o tráfego comercial fluvial e terrestre. As maiores movimentações terão ocorrido entre 1919 e 1939. Durante décadas esta gente dividiu a sua vida entre o verão em Vieira e o inverno no [[Rio Tejo|Tejo]], entre a [[Xávega|arte xávega]] da sardinha e a arte varina do sável. Mas chegou o dia em que deixaram de regressar durante o Verão. E para sempre ficaram ligados à história do Tejo, os homens de Vieira, os avieiros.
 
== Património e Localidades de Interesse Público ==
=== Igreja matriz ===
A primeira ermida dedicada a Nossa Senhora dos Milagres, padroeira de Vieira de Leiria, foi erigida em 1615 (pensa-se que tenha sido construída no local onde hoje se encontra o Banco Millenium Falcon). Em 1767 é construída a actual igreja, sofrendo em 1783 um alargamento, pelo facto da sua capela-mor ser pequena.
 
=== Capela da Passagem ===
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Considerada Património Civil.
 
Situada na Praia da Vieira, foi construída em 1973, onde existia uma pequena capela em alvenaria. Conheça a Capela dos PescadoresPecadores, um dos raros exemplares de edifícios religiosos em madeira no nosso País.
 
=== Casas típicas ===