Maria Leopoldina da Áustria: diferenças entre revisões

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No Manifesto às Nações Amigas, assinado por D. Pedro I em 6 de agosto de 1822, denunciava-se o despotismo das cortes de Lisboa em relação aos assuntos brasileiros e convocava as nações amigas do Brasil a tratar diretamente dos assuntos com o Rio de Janeiro e não mais com o governo português, explicitando a sua causa e os acontecimentos segundo o ponto de vista dos brasileiros. Nesse mesmo documento, porém, é possível observar que, mesmo às vésperas da proclamação da independência, o príncipe regente não desejava dissolver os laços entre Portugal e Brasil, mas não prometia defender as ligações entre os dois países.<ref>{{Citar web|titulo=Portal da Câmara dos Deputados|url=https://www2.camara.leg.br/legin/fed/manife_sn/anterioresa1824/manifestosemnumero-41437-6-agosto-1822-576171-publicacaooriginal-99440-pe.html|obra=www2.camara.leg.br|acessodata=2019-03-06}}</ref><ref>{{citar livro|título=D. Leopoldina, a história não contada: A mulher que arquitetou a independência do Brasil|ultimo=Rezzutti|primeiro=Paulo|editora=Leya|ano=2017|local=Brasil|páginas=[[225]]|acessodata=}}</ref> Seria essa uma medida de água morna, já que um mês mais tarde o país tornaria-se independente. Como uma mulher não era bem vista no meio político, Leopoldina agia por meio de "conselhos pontuais e influenciando outros a aconselharem D. Pedro, [assim] ela ia conseguindo suas conquistas". D. Pedro, a princípio, evitou contato com a ideia de liberdade dos brasileiros, tentando manter a neutralidade, visando evitar a provável punição de perder sua herança ao trono português caso desobedecesse as cortes. Já a princesa Leopoldina percebia que Portugal, dominado pelas Cortes, já estava perdido e que o Brasil jazia ainda como uma tela em branco, que poderia vir a ser uma potência futura, muito mais relevante que a velha metrópole.<ref>{{citar livro|título=D. Leopoldina, a história não contada: A mulher que arquitetou a independência do Brasil|ultimo=Rezzutti|primeiro=Paulo|editora=Leya|ano=2017|local=Brasil|páginas=[[206]]|acessodata=}}</ref> As ordens da Corte, se forçosamente cumpridas, acabariam por despedaçar o Brasil em dezenas de repúblicas, como ocorrera com as províncias espanholas na América do Sul.<ref>{{citar livro|título=D. Leopoldina, a história não contada: A mulher que arquitetou a independência do Brasil|ultimo=Rezzutti|primeiro=Paulo|editora=Leya|ano=2017|local=Brasil|páginas=[[207]]|acessodata=}}</ref> Eram visíveis os sinais de uma nascente unidade brasileira como nação independente nas províncias do sul, mas o norte apoiava as Cortes de Lisboa e pediam independência regional. Se o Príncipe Regente tivesse deixado o país naquele momento, o Brasil estaria perdido para Portugal pois as cortes de Lisboa repetiam o mesmo erro que levou as cortes espanholas a perderem as colônias, procurando estabelecer contactos diretos com cada província em particular.<ref>{{Citar web|titulo=Dia da Independência: Por que Brasil continuou um só enquanto América espanhola se dividiu em vários países?|url=https://www.terra.com.br/noticias/brasil/dia-da-independencia-por-que-brasil-continuou-um-so-enquanto-america-espanhola-se-dividiu-em-varios-paises,6b2666ef64ba9cdd337b00a33b1b9b6512qj6q44.html|obra=Terra|acessodata=2019-03-07|lingua=pt-BR}}</ref>
 
 
 
A atitude de D. Leopoldina, defendendo os interesses brasileiros, acha-se eloqüentemente estampada na carta que escreveu a D. Pedro, por ocasião da independência do Brasil. “É preciso que volte com a maior brevidade. Esteja persuadido de que não é só o amor que me faz desejar mais que nunca sua pronta presença, mas sim as circunstâncias em que se acha o amado Brasil. Só a sua presença, muita energia e rigor podem salvá-lo da ruína”.<ref>{{Citar web|titulo=Casa Imperial do Brasil|url=https://www.monarquia.org.br/imperatrizleopoldina.html|obra=www.monarquia.org.br|acessodata=2019-03-01}}</ref>[[Ficheiro:Leopoldina-schlapritz-mcm.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Leopoldina, Imperatriz consorte do Brasil. Retrato por Luís Schlappriz, no [[Museu do Estado de Pernambuco]].]]No Rio, milhares de assinaturas colhidas exigiam que os regentes permanecessem no Brasil. "A corajosa atitude de [[José Bonifácio de Andrada e Silva]] contra a arrogância dos portugueses encorajou muito as aspirações de unidade que existiam nas províncias meridionais, especialmente em São Paulo. Um grupo de homens altamente cultos liderou este movimento". Depois do dia do Fico, [[9 de janeiro]] de [[1822]], organizou-se novo ministério sob a chefia de José Bonifácio, "no fundo rigoroso monarquista", e o Príncipe Real cedo conquistaria a confiança do povo. Em 15 de fevereiro de 1822 as tropas portuguesas deixaram o Rio, e sua partida representou a dissolução dos laços entre o Brasil e a metrópole. O príncipe foi triunfalmente recebido nas [[Minas Gerais]].