Abadia de São Vítor: diferenças entre revisões

A '''Abadia de São Vítor''' foi uma [[abadia]] agostiniana fundada no {{séc| XII}} por Guilherme de Champeaux, [[arquidiácono]] e diretor da [[escola de Notre Dame]], em [[Paris]]. Em poucas décadas, São Vítor tornou-se um dos centros mais importantes da vida intelectual no Ocidente medieval, especialmente nos campos da [[teologia]] e da [[filosofia]].<ref>Robert-Henri {{Sfn|Bautier, em L'abbaye parisienne de Saint-Victor em Moyen Âge, pág.|1991|p=25.</ref>}}

Por volta de 1108, Guilherme de Champeaux se aposenta do ensino e, com alguns discípulos, vai para um [[eremitério]] que ficava ao lado de uma [[capela]] dedicada a São Vítor, no sopé do Monte St. Genevieve. Em 1113, quando Guilherme foi eleito bispo de [[Châlons-sur-Marne|Chalons-sur-Marne]], [[Luís VI de França]] transformou o pequeno retiro em uma rica abadia.<ref>{{Nota de rodapé|Le roi Louis VI le Gros fès l'abbaye de Saint-Victor à Paris. Il lui donne des biens situés à Puiseaux, Orgenoy, Bucy, Corbeilles, Fontenay, Larchant, etc. 1113. Documento em latim donné à Châlons-en-Champagne.</ref>}} Em 1114, a fundação da abadia foi confirmada pelo [[Papa Pascoal II]].{{Nota de <ref>rodapé| Extrait de Patrologie latine, on peut lire en ligne les 43 páginas de l' Essai Sur La Fondation de l'Ecole de Saint-Victor De Paris par Hugonin Flavien 1842.</ref>}}

A abadia contava com uma rica [[biblioteca]], que era aberta ao público e com uma sala de leitura, onde os [[manuscritos]] ficavam acorrentados. Era habitual a leitura de manuscritos [[Liturgia|litúrgicos]] no coro no refeitório, em voz alta, também na enfermaria. Haviam livros reservados ao acesso do bibliotecário (''armarius''). Uma parte da biblioteca consistia em livros que os [[cônegos]] ou estudantes poderiam pegar emprestado temporariamente. A atividade educacional da abadia favoreceu o desenvolvimento da biblioteca, assim como as aquisições feitas por compra ou recebidas de outros vitorinos. O Pantagruel de Rabelais (1494-1553), é uma menção [[Sátira|satírica]] à biblioteca de São Vítor (Capítulo VII).<ref>{{Nota de rodapé|Rabelais, Pantagruel, capítulo VII.</ref>}}