História do cristianismo: diferenças entre revisões

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Durante sua história, o cristianismo passou de uma obscura [[Judaísmo|seita judaica]] do século I para uma religião existente em todo o mundo conhecido na [[Antiguidade]].
 
Na [[Judeia (província romana)|Judeia]], uma das províncias romanas no [[Oriente]], facções políticas locais se degladiavamdigladiavam em fins do século I a.C. De um lado, a aristocracia e os sacerdotes [[judeus]] aceitavam a dominação romana, pois os primeiros obtinham vantagens comerciais e os segundos mantinham o monopólio da religião. Entre as várias seitas judaicas que coexistiam na região, estavam a dos [[fariseus]], voltados para a vida religiosa e o estudo da [[Torá]], e a dos [[essênios]], que pregavam a vinda do [[Messias]], um rei poderoso que lideraria os judeus rumo à independência. Nesse clima de agitação, durante o governo de [[Augusto|Otávio]], nasceu, em [[Belém (Palestina)|Belém]], um judeu chamado [[Jesus]].
 
Poucas fontes históricas não- cristãs mencionam Jesus ou os primeiros anos do [[cristianismo]]. A principal fonte a respeito de sua vida são os [[Evangelhos]], que relatam o nascimento e os primeiros anos no modesto lar de um artesão de [[Nazaré]]. Há um período sobre o qual praticamente não há informações, até que, aos trinta anos, Jesus recebe o [[batismo]] pelas mãos de [[João Batista]], nas águas do [[rio Jordão]] e começa a pregação de seu ideário. Para os cristãos, Ele seria o Messias esperado pelos judeus. No [[Sermão da Montanha]], descrito nos evangelhos de [[Mateus (evangelista)|Mateus]] e de [[São Lucas|Lucas]], são apresentados os princípios básicos de seu pensamento: para Jesus, a moral, como a religião, era essencialmente individual e a virtude não era social, mas de consciência. Pregava a igualdade entre os homens, o perdão e o amor ao próximo.
 
Segundo os Evangelhos, as autoridades religiosas judaicas não aceitaram que aquele homem simples, que pregava aos humildes, pudesse ser o rei, o Messias que viria salvá-los (''ver: [[Rejeição de Jesus]]''). Consideraram-no um dissidente e o enquadraram na lei religiosa, condenando-o à morte por [[crucificação]], a ser aplicada pelos romanos (do ponto de vista das autoridades romanas, Jesus era um rebelde político). Levadas pelos seus discípulos, os [[apóstolo]]s, a diversas partes do Império Romano, as ideias de Jesus frutificaram. O apóstolo [[Paulo de Tarso|Paulo]], judeu com [[cidadania romana]], deu caráter universal à nova religião: segundo ele, a mensagem de Jesus, chamado de Cristo (o ungido) por seus seguidores, era dirigida não somente aos [[judeus]], mas a todos os povos. Com Paulo, o cristianismo deixou de ser uma seita do [[judaísmo]] para se tornar uma religião autônoma (''ver: [[Paulinismo]]''). Por não aceitarem a divindade imperial e por acreditarem que havia uma única verdade - a de Jesus -, os cristãos foram perseguidos pelos romanos.
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}}
 
[[Galério]] que havia sido uma das principais figuras na perseguição, em 311 [[Édito de Tolerância de Galério|emitiu um édito]] que acabou com a perseguição de Diocleciano ao cristianismo.<ref name="PersecutionEnded">Lactantius,[http://www.ucalgary.ca/~vandersp/Courses/texts/lactant/lactpers.html#XXXIV ''De Mortibus Persecutorum''] "On the Deaths of the Persecutors" ch. 35–34</ref> O édito foi proclamado de má vontade pelo imperador no seu leito de morte.<ref name="História do Cristianismo">SHELLEY, Bruce. ''História do Cristianismo ao Alcance de Todos''. São Paulo: Shedd, 2004</ref> Após a suspensão da perseguição aos cristãos, Galério reinou por mais dois anos. Ele então foi sucedido por um imperador com forte inclinçãoinclinação ao cristianismo, [[Constantino]], o Grande.
 
Constantino, o novo imperador foi apresentado ao cristianismo por meio de sua mãe, [[Helena de Constantinopla|Helena]].<ref name="H. Moran Cruz 2004 p. 55">R. Gerberding and J. H. Moran Cruz, ''Medieval Worlds'' (New York: Houghton Mifflin Company, 2004) p. 55</ref> Na [[Batalha da Ponte Mílvia]], em 28 de outubro de 312, Constantino ordenou que suas tropas pintassem uma cruz nos escudos dos soldados, de acordo com uma visão que tivera na noite anterior. De acordo com a [[Tradição católica|tradição]], Constantino teve uma visão enquanto olhava para o sol que se punha. As [[Alfabeto grego|letras gregas]] XP (Chi-Rho, as primeiras duas letras de ???st??, ''Cristo'') entrelaçadas com uma cruz apareceram-lhe enfeitando o sol, juntamente com a inscrição em [[latim]] ''In Hoc Signo Vinces'' — ''Sob este signo vencerás''. Depois de vencer a batalha com uma vitória esmagadora sobre seus inimigos, Constantino foi capaz de reivindicar o controle da parte [[Império Romano do Ocidente|Ocidental do Império]].<ref>R. Gerberding and J. H. Moran Cruz, ''Medieval Worlds'' (New York: Houghton Mifflin Company, 2004) p. 55; cf. Eusebius, ''Life of Constantine''</ref>
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[[Imagem:Meister von San Vitale in Ravenna.jpg|thumb|170px|[[Justiniano I]],<br><small>[[Mosaico]] na [[Basílica de São Vital]], [[Ravena]]</small>]]
 
A transição do [[cristianismo]] para a [[Idade Média]] foi um processo gradual e localizado. As [[zona rural|áreas rurais]] cresceram como centros de poder, enquanto as [[zonas urbanas]] diminuíram. Apesar do [[Império Bizantino|Oriente]] conter o maior número de Cristãos (áreas gregas), aconteceram importantes desenvolvimentos no [[Império Romano do Ocidente|Ocidente]] (áreas Latinas). Cada uma das duas áreas assumiram formas distintas. Os [[Papa|Bispos de Roma]] foram obrigados a adaptar-se a drástica alteração das circunstâncias: mantendo apenas uma fidelidade nominal ao imperador, eles eram obrigados a negociar com os [[Migrações dos povos bárbaros|governantes bárbaras]] das ex-províncias do [[Império Romano]]. No Oriente, a Igreja manteve a sua estrutura, seu caráter e sua lenta evoulçãoevolução.
 
=== Início do papado medieval ===