Porto Rico: diferenças entre revisões

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No início do século XIX, o Porto Rico gerou um movimento de independência que, devido à dura perseguição pelas autoridades espanholas, reuniu-se na ilha de Saint Thomas. O movimento foi em grande parte inspirado os ideais de [[Simón Bolívar]] no estabelecimento das Províncias Unidas da Nova Granada, que incluía a Porto Rico e Cuba. Entre os membros influentes deste movimento estavam o Brigadeiro Antonio Valero de Bernabé e María de las Mercedes Barbudo. O movimento foi descoberto e o governador [[Miguel de la Torre]] mandou prender ou exilar os seus membros.<ref>{{citar web|url=http://www.raquelrosario.net/Historias%20Claridad%20Mercedes%20Bar.pdf|titulo=María de las Mercedes Barbudo - Primera mujer independentista de Puerto Rico|data=8 de dezembro de 1994|acessodata=3 de dezembro de 2016|obra=|publicado=|ultimo=Rosario Rivera|primeiro=Raquel}}</ref>
 
Com o crescimento cada vez mais rápido das independências de ex-colônias espanholas na América do Sul e América Central, na primeira parte do século XIX, a coroa espanhola considerou Porto Rico e Cuba de importância estratégica. Para aumentar a sua influência nas suas duas últimas colônias do novo mundo, a coroa espanhola renovou o Real Decreto de Graças de 1815 em consequência do quais 450.000 imigrantes, principalmente espanhóis, se estabeleceram na ilha até a conquista americana. Impresso em três línguas — [[Língua espanhola|espanhol]], [[Língua inglesa|inglês]] e [[Língua francesa|francês]] — foi destinado a atrair também não- europeus da Espanha, com a esperança de que os movimentos de independência perderiam sua popularidade se novos colonos tivessem fortes laços com a coroa. Centenas de famílias não espanholas, principalmente da [[Córsega]], [[França]], [[Alemanha]], [[Irlanda]], [[Itália]] e [[Escócia]], também emigraram para a ilha.<ref name="ensayistas.org">http://www.ensayistas.org/antologia/XIXE/castelar/esclavitud/cedula.htm</ref> Terras grátis foram oferecidas como um incentivo para aqueles que queriam preencher as duas ilhas, na condição de que eles jurassem lealdade à [[coroa espanhola]] e fidelidade à [[Igreja Católica Apostólica Romana]]. A oferta foi muito bem sucedida, e imigração europeia continuou mesmo depois de 1898. Porto Rico ainda hoje recebe imigrantes espanhóis e europeus.<ref>{{Citar web|url=http://www.ensayistas.org/antologia/XIXE/castelar/esclavitud/cedula.htm|titulo=Teoría, Crítica e Historia: La abolición de la esclavitud y el mundo hispano|acessodata=2016-12-03|obra=www.ensayistas.org}}</ref> Pobreza e distanciamento político com a Espanha levaram a uma revolta pequena mas significativa em 1868, conhecido como [[Grito de Lares]]. Tudo começou na cidade rural de Lares, mas foi subjugado quando os rebeldes mudaram-se para a cidade vizinha de [[San Sebastián (Porto Rico)|San Sebastián]]. Os líderes deste movimento de independência incluíram [[Ramón Emeterio Betances]], considerado o "pai" do movimento de independência de Porto Rico e outras figuras políticas como [[Segundo Ruiz Belvis]]. A escravidão foi abolida em Porto Rico em 1873.<ref>{{Citar web|url=https://web.archive.org/web/20130309101044/http://www.britannica.com/blackhistory/article-24160|titulo=Welcome to Encyclopædia Britannica's Guide to Black History|data=2013-03-09|acessodata=2016-12-03}}</ref>
 
Em 1897, Luis Muñoz Rivera e outros persuadiram o governo liberal espanhol, que concordou em conceder autonomia limitada para a ilha por decreto real na carta autonômica, incluindo um [[parlamento]] [[bicameral]].<ref>{{Citar web|url=http://www.proyectosalonhogar.com/enciclopedia_ilustrada/Carta_Autonomica.htm|titulo=Carta Autonómica de 1897|acessodata=2016-12-03|obra=www.proyectosalonhogar.com}}</ref> Em 1898, um governo de curta duração, quase autónomo, foi organizado como uma "província ultramarina" da Espanha. Esta carta foi assinada bilateralmente por um governador nomeado pelo rei de Espanha – que detinha o poder de anular qualquer decisão legislativa – e uma estrutura parlamentar parcialmente eleita. Em fevereiro, o [[governador-geral]] [[Manuel Macías]] inaugurou o novo governo sob a carta autonômica. As eleições gerais foram realizadas em março e o novo governo começou a funcionar em 17 de julho de 1898.<ref>{{Citar web|url=http://www.solboricua.com/history2.htm#usa|titulo=History of Puerto Rico II|acessodata=2016-12-03|obra=www.solboricua.com}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.topuertorico.org/history4.shtml|titulo=History of Puerto Rico: 1851 - 1899|acessodata=2016-12-03|obra=www.topuertorico.org}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.loc.gov/rr/hispanic/1898/chronpr.html|titulo=Chronology of Puerto Rico in the Spanish-American War - The World of 1898: The Spanish-American War (Hispanic Division, Library of Congress)|acessodata=2016-12-03|obra=www.loc.gov}}</ref>
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A [[Igreja Católica Romana]] foi trazida por colonos espanhóis e gradualmente se tornou a religião dominante em Porto Rico. As primeiras [[diocese]]s das Américas, incluindo a de Porto Rico, foram autorizadas pelo [[Papa Júlio II]] em [[1511]].<ref>Herbermann, Charles, ed. (1913). "Porto Rico". Catholic Encyclopedia. New York: Robert Appleton Company.</ref> Um papa, [[João Paulo II]], visitou Porto Rico em [[outubro]] de [[1984]]. Todos os municípios de Porto Rico têm pelo menos uma igreja católica, a maioria dos quais estão localizados no centro da cidade ou na "praça". Os escravos africanos trouxeram e mantiveram várias práticas étnicas religiosas africanas associadas a diferentes povos; Em particular, as [[Religião iorubá|crenças iorubás]] de [[Santería]] e/ou [[Ifá]], e o [[Palo Mayombe]] derivado da [[África Central]]. Alguns aspectos foram absorvidos no [[sincretismo|cristianismo sincrético]].
 
O [[protestantismo]], que foi suprimido sob o regime católico espanhol, ressurgiu ligeiramente sob o governo dos [[Estados Unidos]], tornando o Porto Rico contemporâneo mais interconfessional do que nos séculos anteriores, embora o catolicismo continuou a ser a religião dominante. A primeira igreja protestante, a ''Igreja de Santísima Trinidad'', foi estabelecida em Ponce pela diocese [[anglicanismo|anglicana]] de Antigua em [[1872]].<ref>https://web.archive.org/web/20100317153425/http://www.episcopalpr.org/sobre_nosotros/sobre_nosotros.html</ref> Foi a primeira igreja não- católica em todo o Império espanhol nas Américas.<ref>Luis Fortuño Janeiro. Album Histórico de Ponce (1692–1963). Page 165. Ponce, Puerto Rico: Imprenta Fortuño. 1963.</ref><ref>http://www.preb.com/articulos/aleman2.htm</ref>
 
Pollster Pablo Ramos afirmou em 1998 que a população era 38% católica romana, 28% pentecostal e 18% eram membros de igrejas independentes, o que proporcionaria uma porcentagem protestante de 46% se as duas últimas populações fossem combinadas. Os protestantes coletivamente somaram quase dois milhões de pessoas. Outro pesquisador deu uma avaliação mais conservadora da proporção de protestantes: "Porto Rico, em virtude de sua longa associação política com os Estados Unidos, é o mais protestante dos países latino-americanos, com uma população protestante de aproximadamente 33 a 38%, a maioria dos quais é pentecostal. David Stoll calcula que, se extrapolarmos as taxas de crescimento das igrejas evangélicas de 1960-1985 por mais vinte e cinco anos, Porto Rico se tornará evangélico em 75%. (Ana Adams: "Brincando o Charco ..." no poder, na política e nos pentecostais na América Latina, Edward Cleary, ed., 1997. p. 164)."
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No entanto, as restrições legais relacionadas com o estatuto político dos cidadãos porto-riquenhos não são transferidas porque limitam apenas o território. Assim, qualquer cidadão dos Estados Unidos, mesmo aqueles nascidos em Porto Rico, podem votar para o presidente e o Congresso se eles não residem em Porto Rico; nenhum cidadão pode votar por cargo eletivo federal, a partir do território abrangido por esta ilha. Portanto várias pessoas defendem o argumento de que os Estados Unidos tratam Porto Rico como uma [[colônia]].<ref>{{Citar livro |nome=José |sobrenome=Trias Monge |título=Puerto Rico: Trials of the Oldest Colony in the World |local= |editora=Yale University Press |ano= |página= |isbn=0-300-07110-8}}</ref>
 
Em outubro de 2011, o governador [[Luis Fortuño]] estabeleceu em 12 de agosto de 2012 para ser realizada a primeira parte de um plebiscito sobre o status de duas etapas. Se uma segunda votação for necessária, ela será realizada no mesmo dia da eleição geral em 6 de novembro de 2012, acrescentou: "O primeiro referendo será pedir aos eleitores se querem manter o atual Estado Livre Associado sob a cláusula territorial da [[Constituição dos Estados Unidos]], ou se preferem uma opção não- territorial, não colonial. Se há mais eleitores que favorecem a opção não territorial, uma segunda votação será realizada entre as três opções de status não- territoriais, não- coloniais: [[Estado]], [[Independência]] ou [[Livre associação|Livre Associação]]."<ref>{{Citar web |url=http://www.vocero.com/puerto-rico-es/politica-es/para-ya-proyecto-de-status |título=Para ya proyecto de estatus (Lea el mensaje) |publicado= |editor= |acessadoem=5 de março de 2017}}</ref>
 
Atualmente, o projeto está sob avaliação da Assembleia Legislativa de Porto Rico, onde foi alterado para ambas as perguntas sobre a mesma votação, em 6 de Novembro de 2012. O "Não" ao atual status territorial (colonial) venceu a consulta, enquanto a segunda categoria de Estado ganhou uma maioria. A escolha do "Não ao [[status quo]]" de Commonwealth colonial, obteve cerca de 54% do povo. A categoria de estado venceu com mais de 61% dos votos apurados, o que tem causado controvérsia pela presença de uma grande quantidade de [[Voto em branco|votos em branco]] e [[Voto nulo|nulos]]. No entanto, estes são descartados para o cálculo da escolha vencedora, e eles não são considerados votos nos termos do [[Código eleitoral|Código Eleitoral]] vigente.<ref>{{Citar web |url=http://www.oslpr.org/2009-2012/leyes/pdf/ley-78-01-Jun-2011.pdf |título=Sección 2.003, Código Electoral de Puerto Rico para el Siglo XXI, Ley Núm. 78 del 1 de junio de 2011. |publicado= |editor= |acessadoem=5 de março de 2017}}</ref>