Pedro I do Brasil: diferenças entre revisões

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Chegaram no Brasil em 17 de outubro de 1820 notícias de que guarnições militares em Portugal haviam se amotinado, levando a que posteriormente ficaria conhecida como a [[Revolução liberal do Porto|Revolução Liberal do Porto de 1820]]. Os militares formaram um governo provisório e suplantaram a regência que João havia nomeado, convocando as [[Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa|Cortes]], o parlamento centenário português, desta vez democraticamente eleito e com o objetivo de criar uma constituição nacional.{{sfn|Barman|1988|p=64}} Pedro ficou surpreso quando seu pai não apenas lhe pediu conselhos, mas também decidiu enviá-lo de volta para Portugal para governar como regente em seu nome e tentar aplacar os revolucionários.{{sfn|name=Ba68|Barman|1988|p=68}} O príncipe nunca havia sido educado para governar e anteriormente jamais recebeu permissão para participar dos assuntos de estado. O papel que seria seu direito de nascimento era na verdade exercido por sua irmã mais velha Maria Teresa; João confiava nela para conselhos e inclusive lhe fez uma membro do Conselho de Estado.{{sfn|Macaulay|1986|pp=47–48}}
 
Pedro era visto com suspeitas por João e pelos conselheiros mais próximos do rei, todos os quais apegavam-se aos princípios de uma [[Monarquia absoluta|monarquia absolutista]]. Em contraste, o príncipe era bem conhecido como um grande defensor dos ideais do [[liberalismo]] e de uma monarquia constitucional representativa. Ele havia lido os trabalhos de [[Voltaire]], [[Benjamin Constant (escritor)|Benjamin Constant]], Gaetano Filangieri e [[Edmund Burke]].{{sfn|Costa|1995|p=101}}{{sfn|Lustosa|2006|p=70}}{{sfn|Sousa|1972a|pp=121–122}} Até mesmo sua esposa Maria Leopoldina comentou que "Meu esposo, Deus nos ajude, ama as novas ideias".{{sfn|Sousa|1972a|p=123}}{{sfn|name=Ma93|Macaulay|1986|p=93}} João adiou o máximo possível a partida de Pedro, temendo que o filho fosse aclamado rei pelos revolucionários assim que chegasse ema Portugal.<ref name=Ba68 />
 
Tropas portuguesas no Rio de Janeiro se amotinaram-se em 26 de fevereiro de 1821. João e seu governo não realizaram quaisquer ações contra as unidades revoltosas. Pedro decidiu agir por conta própria e foi se encontrar com os rebeldes, negociando com eles e convencendo seu pai a aceitar as demandas, que incluíam a nomeação de um novo gabinete e a realização de um juramento de obediência para a futura constituição portuguesa.{{sfn|Barman|1988|p=70}}{{sfn|Calmon|1950|pp=59–62}}{{sfn|Sousa|1972a|pp=158–164}}{{sfn|Viana|1994|p=395}} Os eleitores da paróquia do Rio de Janeiro encontraram-se em 21 de abril para eleger seus representantes nas Cortes. Um pequeno grupo de agitadores invadiu o encontro e formaramformou um governo revolucionário. João e seus ministros novamente permaneceram passivos, com o rei estando prestes a aceitar as exigências dos revolucionários quando Pedro tomou iniciativa e enviou tropas do exército para restabelecer a ordem.{{sfn|Barman|1988|p=72}}{{sfn|Calmon|1950|pp=66–67}}{{sfn|Sousa|1972a|pp=203–217}}{{sfn|Viana|1994|p=396}} João e sua família finalmente cederam sob a pressão das Cortes e partiram de volta para Portugal em 26 de abril, deixando Pedro e Maria Leopoldina no Brasil.{{sfn|Barman|1988|p=72}} Dois dias antes, o rei avisou o filho: "Pedro, se o Brasil for se separar de Portugal, antes seja para ti, que me hás de respeitar, do que para algum desses aventureiros".{{sfn|Barman|1988|p=72}}{{sfn|Costa|1972|p=69}}{{sfn|Macaulay|1986|p=86}}{{sfn|Sousa|1972a|p=227}}
 
=== "Independência ou morte" ===