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A revista Fon-Fon foi concebida por Jorge Schmidt. Tendo como um de seus idealizadores o célebre escritor e crítico de arte [[Gonzaga Duque]], tinha no enfoque dado a [[ilustração]] uma de suas principais características. A revista, inclusive, tornou célebres ilustradores como [[Nair de Tefé]], [[J. Carlos]], [[Raul Pederneiras]] e [[K. Lixto]] e contou, inclusive, com a colaboração do pintor [[Di Cavalcanti]] em 1914<ref name=":0">{{citar livro|url=http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/4204434/4101430/memoria22.pdf|título=Fon-fon! Buzinando a modernidade|ultimo=Basso|primeiro=Eliane|editora=Secretaria Especial de Comunicação Social/Prefeitura do Rio de Janeiro|ano=2008|local=Rio de Janeiro|páginas=|acessodata=05/04/2019}}</ref>.
 
O nome da revista, que remete à onomatopéia[[onomatopeia]] da buzina dos automóveis, foi desenvolvido pelo cartunista e poeta [[Emílio de Meneses]]. Em seu início, a publicação tinha um chofer de nome Fon-Fon como personagem principal, enfatizando a identificação do periódico com os preceitos da modernidade. A intensa utilização de caricaturas coloridas, charges e fotografias, litografia e xilogravura passavam de forma visual essa identificação. De teor agradável, tinha como objetivo provocar risos e trazer alegria aos seus leitores com piadas finas e brincadeiras educadas.<ref>{{citar periódico|ultimo=Dantas|primeiro=Carolina|data=|titulo=FON FON|url=https://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-republica/FON%20FON.pdf|jornal=|publicado=Centro de Pesquisa e Documentação de História do Brasil Contemporâneo - Fundação Getúlio Vargas|acessodata=}}</ref>
 
O espectro de temas do periódico passava por hábitos cariocas, como ir aos cafés e aos jogos de futebol[1]; crítica de arte, de cinema e de teatro; atualidades, cinema e literatura; crônica social e sátira política; charadas, curiosidades e jogos; colunismo social e concursos, moda feminina e vida doméstica. Levava aos seus leitores, flagrantes em fotos de artistas, pessoas da alta sociedade carioca, jornalistas brasileiros e estrangeiros, políticos, e as últimas notícias sobre moda e comportamento no exterior.<ref name=":0" />
 
Em 1915, a Fon-Fon sofreu mudanças em sua propriedade e sua direção. Sérgio Silva passou a ser o detentor do semanário, permanecendo assim até a última edição. [[Mário PerderneirasPederneiras|O poeta Mário Pederneiras]], que acabou sozinho na liderança da publicação, passou a ter ao seu lado Álvaro Moreira - como diretor -, Felipe d’Oliveira, [[Hermes Fontes]], [[Homero Prates]], [[Olegário Mariano]]]], Paulo Godói, [[Rodrigo Otávio Filho]], [[Ronald de Carvalho]], Rui Pinheiro Guimarães e [[Ribeiro Couto]]. O periódico também teve a colaboração de Gustavo Barroso, Mario Sette, Oscar D’Alva, Mario Poppe e Bastos Portela. Correia Dias transformou-se no ilustrador, com participações pontuais de outros artistas, como Di Cavalcanti e Fabian. Nesse momento é possível constatar na revista uma identificação com as ideias do modernismo, influência que se intensificou na década de 1920.<ref name=":0" />
 
A partir da década de 1930, os espaços representativos para as crônicas sociais e as sátiras políticas começaram a ficar escassos e perderam o vigor que tinham, transferindo o lugar para a figura feminina e para a divulgação de textos de beleza, comportamento, elegância e luxo. Segmentos como Culinária de bom gosto, Conselhos às mães, Páginas do lar, Como ser bela e moldes para roupas figuravam ao lado das notas sobre o cotidiano e dos escritos sobre literatura, da mesma maneira, a fotografia tomou o espaço da ilustração. Dessa forma, desde a Era Vargas, a publicação buscou constituir pautas relacionadas à afirmação de papéis ideais para a mulher. Observa-se também o aumento da utilização de material acerca da infância, invariavelmente de conteúdo disciplinador.<ref name=":0" />
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Em 1942, com o ingresso do Brasil na Segunda Guerra Mundial, grande parte dos textos tornaram a enfatizar o orgulho nacional, o espírito patriótico e guerreiro do brasileiro. Nesse tempo, o esforço para mudar o viés de conteúdo fez com que a Fon-Fon se aproximasse do gênero do fotojornalismo de atualidades.[2] A revista também envolveu-se na campanha das sufragistas em defesa do voto feminino.<ref name=":0" />
 
Até 1943, recebeu o slogan de "''Semanário alegre, politico, crítico e esfusiante''”, quando uma mudança editorial alterou este subtítulo para "''Uma revista para o lar''", indicando ao mudançaenfoque de seu conteúdo para o universo feminino <ref>{{citar periódico|ultimo=FRANQUI, R.; Periotto, M.R.|primeiro=|data=|anooriginal=2015|titulo=A trajetória de Fon-fon (1907-1958): de semanário ilustrado e crítico à revista para o lar|url=http://www.ppe.uem.br/publicacoes/seminario_ppe_2015/trabalhos/co_04/93.pdf|jornal=Seminário de Pesquisa do PPE|acessodata=27/11/2018}}</ref>.
 
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