Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro: diferenças entre revisões

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Paulo Castagna (discussão | contribs)
Inclusão da categoria Institutos históricos e geográficos do Brasil.
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==História==
[[Imagem:IHGB revista 1889.jpg|thumb|334x334px|Capa da [[Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro]] em (1889).]]
O Instituto foi criado em [[1838]], em assembleia da [[Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional]], por uma proposta do [[cônego]] [[Januário da Cunha Barbosa]] e do [[Marechal]] [[Raimundo José da Cunha Matos]].<ref name="Brasil Escola"/><ref name=guima/> A sua criação, juntamente com o [[Arquivo Nacional (Brasil)|Arquivo Público do Império]], que se somavam à [[Academia Imperial de Belas Artes]], integrou o esforço dos conservadores (Regência de [[Pedro de Araújo Lima]]), para a construção de um Estado imperial centralizado e forte.<ref name="Brasil Escola"/> O IHGB foi criado com duas diretrizes centrais para seus trabalhos: a co­leta e publicação de documentos rele­vantes para a [[história do Brasil]] e o
incentivo, ao [[ensino público]], de estu­dos de História.<ref name=guima/>
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Em março de 1839 recebeu o Patronato do [[Pedro II do Brasil|Imperador D. Pedro II]], que além de seu protetor, com o passar do tempo foi se tornando um ativo membro, presidindo centenas de sessões.<ref name=dias>DIAS, Fabiana Rodrigues. "[http://www.ichs.ufop.br/rhh/index.php/revista/article/view/118 Polifonia e consenso nas páginas da Revista do IHGB: a questão da mão de obra no processo de consolidação da nação]", ''História da Historiografia'', no. 5, 2010, 175-188.</ref> O vínculo com o governo sempre foi forte, cinco anos após a sua funda­ção, 75% do orçamento do IHGB era coberto pelo governo, porcentagem que tendeu a se manter durante o [[século XIX]].<ref name=guima/>
[[Imagem:Pedro de Araujo Lima 1835.jpg|miniatura|direita|O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro foi criado durante a regência de [[Pedro de Araújo Lima|Pedro de Araújo Lima, Marquês de Olinda]].]]
 
Apesar de se espelhar em agremiações [[iluminismo|iluministas]], sua agenda girava em torno do soberano, sem ele não havia espetáculo: em 1846, não celebrou a sessão pública de aniversário, pois o imperador estava fora do Rio de Janeiro; na sessão magna de 1865, comemorou-se o retorno do imperador ao Rio de Janeiro, envolvido na [[Guerra do Paraguai]].<ref name=callari/> Além disso era praxe no Instituto enviar delegações para cumprimentar o monarca por ocasião de inúmeras datas, tanto de cunho pessoal, como nacional.<ref name=callari/>
[[Ficheiro:Sócio IHGB 1839.jpg|miniaturadaimagem|256x256px|Diploma de sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil concedido a [[Eusébio de Queirós]]. (1839) ]]
 
Em 1840, o IHGB promoveu, depois de uma longa discussão sobre a necessidade de um bom compêndio, um concurso destinado a premiar a melhor maneira de se escrever sobre [[História do Brasil]].<ref name=callari/> O prêmio foi outorgado em 1847 a [[Carl von Martius]], naturalista, nascido na [[Baviera]] (atual [[Alemanha]]), que entre [[1817]] e [[1820]] havia percorrido, entre outras, as então províncias da [[Bahia]], [[Minas Gerais]], [[Goiás]] e a [[Amazônia]].<ref name="Brasil Escola"/> O trabalho já havia sido publicado nas páginas da [https://web.archive.org/web/20150924033333/http://www.ihgb.org.br/rihgb.php?s=19 Revista do IHGB]<ref>{{citar web|url = http://www.ihgb.org.br/rihgb.php?s=19|título = Acervo da Revista do IHGB - disponível em pdf gratuitamente|data = |acessodata = 21 de fevereiro de 2015|arquivourl = https://web.archive.org/web/20150924033333/http://www.ihgb.org.br/rihgb.php?s=19#|arquivodata = 24 de setembro de 2015|urlmorta = yes}}</ref> em 1844.<ref name=guima/> Intitulado ''Como se deve escrever a história do Brasil'', o texto, embora valorizasse a contribuição portuguesa, especialmente o regime monárquico, salientava, como característica principal na história brasileira, a fusão das raças branca, negra e indígena.<ref name=callari/> Além dele, havia concorrido [[Julio de Wallestein]], propondo uma história política escrita através do sistema de décadas, à maneira de [[Tito Lívio Ferreira]], com as partes civil, eclesiástica e literária como apêndices.<ref name=callari/>
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Ao longo do tempo, os maiores expoentes da [[história]] e [[geografia]] no Brasil tiveram assento na instituição, representando o IHGB para as [[Ciências Sociais]], o que a [[Academia Brasileira de Letras]] representa para a literatura no país. O descobridor do ''Homem de [[Lagoa Santa (Minas Gerais)|Lagoa Santa]]'', o [[Ciências naturais|naturalista]] [[Dinamarca|dinamarquês]] [[Peter Wilhelm Lund]] ([[1801]]-[[1880]]), por exemplo, foi um de seus sócios.
[[Ficheiro:Sócio IHGB 1839.jpg|miniaturadaimagem|256x256px270px|Diploma de sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil concedido a [[Eusébio de Queirós]]. (1839) ]]
 
Desde sua fundação o IHGB incentivava a criação de institutos históricos [[província|provinciais]], de forma a que canalizassem de volta para o [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]] as informações sobre as diferentes regiões do Brasil.<ref name=guima/> Apesar disso, durante muitos anos o IHGB foi a única fonte produtora de saber histórico, seu monopólio só foi quebrado em 1862, com a criação do [[Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano]] de foco regional e posteriormente com outros institutos de foco local, como o de São Paulo em 1894, e o Mineiro em 1907.<ref name=callari/>
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===Publicação principal===
[[Imagem:IHGB revista 1889.jpg|thumb|334x334px270px|Capa da [[Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro]] em (1889).]]
Edita desde 1839 a [[Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro]] com linha editorial inerente aos objetivos da instituição e com periodicidade trimestral.<ref>{{citar web | url=https://ihgb.org.br/publicacoes/revista-ihgb.html | título=História da Revista }}ihgb.org.br. Acesso em 1 de janeiro de 2017.</ref>