Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará: diferenças entre revisões

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=== De Escola de Aprendizes a Centro Federal ===
Em [[1909]] o presidente [[Nilo Peçanha]] autoriza a criação das Escolas de Aprendizes Artífices - EAA, tendo a do Ceará iniciado suas atividades em 1910 num prédio onde funcionava a [[Escola de Aprendizes-Marinheiros do Ceará]] - EAMCE, na [[Praia de Iracema]], inaugurada em [[25 de maio]] com presença do governador [[Antônio Pinto Nogueira Acioly|Nogueira Accioli]].<ref>{{citar periódico|ultimo=Sombra|primeiro=José Castellar|data=27/05/1910|titulo=Escola de Aprendizes Artífices|url=http://memoria.bn.br/DocReader/231894/2802|jornal=Jornal do Ceará|acessodata=21/03/2019}}</ref> Na inauguração só funcionava a oficina de [[tipografia]] e no ano seguinte, em [[1911]] passou a funcionar a [[Sapateiro|sapataria]] e a [[alfaiataria]] e finalmente as de [[marcenaria]] e [[carpintaria]] e [[Indústria metalmecânica|serralheria e mecânica]] em [[1912]].<ref name=":Almanach">{{citar livro|título=Almanach estatístico, administrativo, mercantil, industrial e literário do Estado do Ceará|ultimo=CAMARA|primeiro=João|editora=TYP. Gadelha|ano=1922|local=Fortaleza|páginas=669-682|acessodata=13/03/2018}}</ref> A Escola de Artífices participou em 1911 da [[Exposição Universal de 1911|Exposição Universal]] que aconteceu em [[Turim]], na [[Itália]] e obteve medalhas de ouro e prata com vários artefatos levados pelos estudantes, alem de menção honrosa.<ref name=":Almanach" /> O governo do Ceará fez uma mudança com a EAA, transferindo a escola, em [[1914]], para um prédio ao lado do [[Theatro José de Alencar]].<ref name=":3">{{citar livro|título=Os Cem anos de CEFET/CE : compromisso social, desenvolvimento tecnológico e aproximação com o mercado|ultimo=SANTOS|primeiro=Deribaldo|editora=UECE|ano=2007|local=Fortaleza|páginas=21|acessodata=24/03/2019}}</ref> Durante os anos inicias foi precário o funcionamento, tanto que as oficinas não funcionavam com motores, sendo as instalações todas com máquinas manuais.<ref name=":Almanach" /> Somente em [[1915]] houve a inauguração dos motores e outras máquinas elétricas. Nessa época a Escola de Aprendizes começou a publicar a "Revista Pedagógica", em [[1917]], em que eram apresentados e discutidos temas de ensino que envolviam as atividades da instituição.<ref>{{citar livro|título=História do Ensino no Ceará|ultimo=Castelo|primeiro=Plácido Aderaldo|editora=Departamento de Impressa Oficial|ano=1970|local=Fortaleza|páginas=189|acessodata=24/03/2019}}</ref> A lista dos primeiros formados na Escola de Aprendizes Artífices do Ceará é muito pequena tendo em [[1922]] terminados os cursos apenas 13 alunos num período de 12 anos de atividades da escola, entre [[1910]] e [[1921]]. Tal situação decorre da dificuldade dos alunos, a maioria pobres e precisando trabalhar para sobreviver.<ref name=":Almanach" /> Em 1931 as Escolas de Marinheiros foram extintas, e por isso, no Ceará, a Escola de Artífices passou a ocupar as instalações, no bairro [[Jacarecanga]], entre [[1932]] e [[1939]].<ref>{{citar web|url=http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/fe/article/viewFile/60628/58869|titulo=As Escolas de Aprendizes Artífices - estrutura e evolução|data=julho de 1982|acessodata=19/02/2018|publicado=FGV|ultimo=SOARES|primeiro=Manoel}}</ref>[[Ficheiro:Foto aerea Campo do Prado década 1930.jpg|thumb|Vista aérea do "Campo do Prado" onde foi construído o Prédio da Escola Industrial de Fortaleza]]
A transformação para Liceu Industrial aconteceu ainda na gestão de [[Carlos Câmara]], em [[1937]].<ref>{{Citar web|titulo=Lei 378 de 13 de ejaneiro de 1937|url=https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1930-1939/lei-378-13-janeiro-1937-398059-publicacaooriginal-1-pl.html|obra=www2.camara.leg.br|acessodata=2019-03-21|data=15/01/1937|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref> Nessa época Câmara articulou com o governo do Ceará a viabilização da sede própria da instituição, por meio de doação de terreno em Fortaleza, o antigo "[[Campo do Prado (Fortaleza)|Campo do Prado]]".<ref>{{citar periódico|ultimo=Juracir|primeiro=Juracir|data=21/02/1937|titulo=Vida Desportiva: Requiescat in Pace! Futeból Cearense|url=http://memoria.bn.br/DocReader/764450/8432|jornal=A Razão|acessodata=21/03/2019}}</ref><ref>{{citar periódico|ultimo=Soares|primeiro=R|data=28/04/1937|titulo=Vida Esportiva: Voltanda à Ribalta|url=http://memoria.bn.br/DocReader/764450/8948|jornal=A Razão|acessodata=21/03/2019}}</ref> A doação do terreno aconteceu por meio do Decreto 548 de 4 de maio de 1939. Devido o Brasil ter entrado na [[Segunda Guerra Mundial]], o local foi utilizado como abrigo e preparação para os [[Soldados da Borracha]] do [[Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia]], até 1945.<ref>{{citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=04/03/1943|titulo=Rumo a Amazônia|url=http://memoria.bn.br/DocReader/830399/25460|jornal=O Radical|acessodata=26/03/2019}}</ref> Em [[1939]] [[Waldyr Diogo de Siqueira]] foi nomeado diretor e no ano seguinte, [[1940]], o liceu foi transferido para um prédio da [[Rede de Viação Cearense]] no [[Centro (Fortaleza)|Centro]] de Fortaleza.<ref name=":3" /> O MEC alterou a denominação de Liceu para Escola em [[1942]]. Siqueira foi o diretor que acompanhou a construção da nova sede, mas foi Jorge Raupp quem inaugurou, em [[1952]] o projeto do arquiteto [[Emílio Hinko]].<ref>{{citar web|url=https://www.institutodoceara.org.br/revista/Rev-apresentacao/RevPorAno/1967/1967-DataseFatosparaHistoriaCeara.pdf|titulo=Datas e fatos para a História do Ceará (in Revista do Instituto do Ceará - ANNO LXXXI)|data=1967|acessodata=19/02/2018|publicado=[[Instituto do Ceará]]|ultimo=SOUSA|primeiro=José Bonifácio de}}</ref> A instituição contava na época com uma estrutura para "atender 800 alunos, contando, além das salas de aulas e oficinas, de dormitórios, ginásio, campo de tênis e piscina".<ref>{{citar periódico|ultimo=Diário de Notícias|primeiro=Diário de Notícias|data=26/03/1952|titulo=O Brasil de Norte a Sul: Ceará - Escola Industrial|url=http://memoria.bn.br/DocReader/093718_03/15617|jornal=Diário de Notícias|acessodata=20/03/2019}}</ref> Raupp foi empossado diretor em 1951 e já naquele ano participou de treinamento na área de ensino industrial nos Estados Unidos no [[Nova Iorque (estado)|Estado de Nova Iorque]] em um programa de cooperação americano.<ref>{{citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=14/01/1951|titulo=Intercâmbio Panamericano|url=http://memoria.bn.br/DocReader/093718_03/7458|jornal=Diário de Notícias|acessodata=22/03/2019}}</ref> O ensino técnico passou por mudanças em [[1959]], já com idade mínima de 14 anos e transformando as escolas em [[Autarquia (direito administrativo brasileiro)|autarquias]].<ref>{{Citar web|titulo=Lei - 3.552 de 16/02/1959 - Publicação Original [Diário Oficial da União de 17/02/1959] (p. 3009, col. 1)|url=http://legis.senado.gov.br/legislacao/ListaTextoSigen.action?norma=545368&id=14233432&idBinario=15714523&mime=application/rtf|obra=legis.senado.gov.br|acessodata=2019-04-04|data=|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref> Em [[1961]] com a primeira [[Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional]] foi estabelecido o ensino profissional de nível médio e nessa época que surgiram os primeiros cursos técnicos integrados foram os técnicos em estradas e edificações em [[1962]].<ref name=":5" /> No final da década de 60 o governo militar realizou um acordo com o [[Banco Mundial|Banco Internacional de Desenvolvimento]] que modernizou as Escolas Técnicas Federais, com a do Ceará recebendo diversos maquinários importados de países como Alemanha, Suíça, Franca, Estados Unidos e Tcheco-Eslováquia.<ref>{{citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=06/08/1967|titulo=Escolas Técnicas do NE vão ser reequipadas em setembro|url=http://memoria.bn.br/DocReader/029033_14/51915|jornal=Diário de Pernambuco|acessodata=04/04/2019}}</ref><ref>{{citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=28/07/1967|titulo=MEC reequipa ensino industrial: convênios|url=http://memoria.bn.br/DocReader/089842_07/84268|jornal=Correio da Manhã|acessodata=04/04/2019}}</ref>
 
A transição entre "Escola Industrial" para "Escola Técnica" já estava prevista na legislação por meio do Decreto-Lei 4.127 de 1942.<ref>{{Citar web|titulo=Portal da Câmara dos Deputados|url=https://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1940-1949/decreto-lei-4127-25-fevereiro-1942-414123-publicacaooriginal-1-pe.html|obra=www2.camara.leg.br|acessodata=2019-03-21}}</ref> Tal momento aconteceu em 1968 por meio de portaria do MEC.<ref name=":5">{{citar web|url=http://www.poleduc.ufc.br/wp-content/uploads/2012/02/SEVERINA-GADELHA-FIGUEIREDO.pdf|titulo=A Educação Profissional e Tecnológica nas Políticas Públicas de Educação: Análise Crítica de seus Princípios, Finalidade e Objetivos.|data=2008|acessodata=19/02/2018|publicado=Universidade Federal do Ceará|ultimo=FIGUEIREDO|primeiro=Severina Gadelha}}</ref> O Gestor que passou mais tempo sobre essa denominação foi o professor César Araripe, por 21 anos. Em [[1973]] ele foi em comitiva com outros gestores federais, para os [[Estados Unidos]] por meio do programa [[Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional]] - USAID, passando por treinamento sobre o ensino médio daquele país, na [[Universidade da Califórnia em San Diego]].<ref>{{Citar web|titulo=Professores Brasileiros vão estudar Processo Americano|url=http://memoria.bn.br/DocReader/110523_06/112869|obra=memoria.bn.br|acessodata=2019-03-21|data=24/06/1973|publicado=O Jornal|ultimo=|primeiro=}}</ref> Na [[década de 1980]] a Escola entrou na era da informática com a oferta do curso técnico de Informática Industrial em [[1987]]. Nessa época o professor Mauro, que foi o último diretor desse período, era o coordenador do curso e foi o responsável pela popularização de redes locais para o uso no ensino, tendo sido destaque em feiras locais e nacionais.<ref>{{citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=17/06/1988|titulo=Professores da PUC-RJ e UFC criam rede local para ensino|url=http://memoria.bn.br/DocReader/364568_17/79705|jornal=Jornal do Commercio|acessodata=04/04/2019}}</ref> Nessa época a inovação também era parte do ambiente acadêmico da escola com seus alunos e professores envolvidos na elaboração de protótipos para patentes, como o da agulha que inutiliza a reutilização para evitar a transmissão de AIDS, em [[1991]].<ref>{{citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=14/11/1991|titulo=Professor inventa sistema que evita risco de agulhas|url=http://memoria.bn.br/DocReader/030015_11/47137|jornal=Jornal do Brasil|acessodata=04/04/2019}}</ref> Com a chegada de [[Fernando Henrique Cardoso]] à presidência o ensino técnico federal tinha um reconhecimento e uma qualidade ainda bem elevados, tanto que críticos dos problemas educacionais do país batizaram a situação de "[[Belíndia]]", citando em [[1995]] o caso do Ceará que ofertava apenas 200 vagas para uma concorrência de 3000 estudantes.<ref>{{citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=18/07/1995|titulo=A Belíndia da educação|url=http://memoria.bn.br/DocReader/100439_13/50134|jornal=O Fluminense|acessodata=04/04/2019}}</ref> A interiorização teve início por meio do Programa de Expansão e Melhoria do Ensino Técnico (PROTEC), lançado em Brasília no ano de [[1986]] e efetivado com a inauguração em [[1995]] das Unidades de Ensino Descentralizadas (UnEDs) de [[Juazeiro do Norte]] e de [[Cedro (Ceará)|Cedro]].<ref>{{citar web|url=https://www.unimep.br/phpg/bibdig/pdfs/docs/17092013_150348_leandro.pdf|titulo=A EXPANSÃO DO ENSINO TÉCNICO INDUSTRIAL DA REDE FEDERAL NO CEARÁ: o caso do IFCE – Campus de Cedro (1986-1999)|data=2013|acessodata=19/02/2018|publicado=UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA|ultimo=LEANDRO Neto|primeiro=Raimundo}}</ref>[[Ficheiro:Cefetce.JPG|miniaturadaimagem|Fachada do ''Campus'' de Fortaleza com o letreiro do CEFET. Ao lado o antigo letreiro da Escola Técnica Federal do Ceará.]]
O governo do Ceará fez uma mudança com a EAA, transferindo a escola, em [[1914]], para um prédio ao lado do [[Theatro José de Alencar]].<ref name=":3">{{citar livro|título=Os Cem anos de CEFET/CE : compromisso social, desenvolvimento tecnológico e aproximação com o mercado|ultimo=SANTOS|primeiro=Deribaldo|editora=UECE|ano=2007|local=Fortaleza|páginas=21|acessodata=24/03/2019}}</ref> Durante os anos inicias foi precário o funcionamento, tanto que as oficinas não funcionavam com motores, sendo as instalações todas com máquinas manuais.<ref name=":Almanach" /> Somente em [[1915]] houve a inauguração dos motores e outras máquinas elétricas. Nessa época a Escola de Aprendizes começou a publicar a "Revista Pedagógica", em [[1917]], em que eram apresentados e discutidos temas de ensino que envolviam as atividades da instituição.<ref>{{citar livro|título=História do Ensino no Ceará|ultimo=Castelo|primeiro=Plácido Aderaldo|editora=Departamento de Impressa Oficial|ano=1970|local=Fortaleza|páginas=189|acessodata=24/03/2019}}</ref> Em 1931 as Escolas de Marinheiros foram extintas, e por isso, no Ceará, a Escola de Artífices passou a ocupar as instalações, no bairro [[Jacarecanga]], entre [[1932]] e [[1939]].<ref>{{citar web|url=http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/fe/article/viewFile/60628/58869|titulo=As Escolas de Aprendizes Artífices - estrutura e evolução|data=julho de 1982|acessodata=19/02/2018|publicado=FGV|ultimo=SOARES|primeiro=Manoel}}</ref>
 
Com a mudança para Cefet a oferta de cursos superiores foi iniciada em [[1999]] com cursos de graduação tecnológica. Nessa mesma época foi ciado o Centro de Pesquisa e Qualificação Tecnológica (CPQT), uma Instituição sem fins lucrativos para gerir recursos para ofertas de [[pós-graduação]] [[Lato sensu]] ofertados nessa época. Em [[2006|2003]] a [[LG Electronics]] iniciou uma parceria com o Cefet com doação de computadores e depois a construção de prédios e laboratórios, tendo em [[2006]] sido inaugurado um novo bloco de salsas de aula.<ref>{{citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=07/12/2003|titulo=Cefet-Ce Inaugura unidade no Pirambu|url=http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf/Boletim24.pdf|jornal=Notícias SEMTEC|acessodata=27/03/2019}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=Jovens são capacitados no Pirambu|url=https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/metro/jovens-sao-capacitados-no-pirambu-1.256229|obra=Diário do Nordeste|acessodata=2019-03-28|lingua=pt-BR|data=29/04/2006|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref> Foi na mudança para Cefet que houve o Plano de Expansão Fase II da rede de ensino tecnológico do país, planejamento realizado pelo Governo Federal em [[2007]], que foram escolhidas seis cidades polos do Ceará, das 150 cidades em todo o Brasil, para ampliação dos Cefets. A primeira cidade a ter uma UnED foi [[Maracanaú]] em 2007. O Governo do Ceará reforçou a estrutura com a transferência em [[2008]] das unidades do [[Instituto Centro de Ensino Tecnológico do Ceará|Instituto Centro de Ensino Tecnológico do Ceará - CENTEC]] de [[Sobral]] e [[Limoeiro do Norte]].<ref>{{Citar web|url=http://ifce.edu.br/sobral/campus-sobral/o-campus|titulo=O campus — Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará IFCE|acessodata=2018-02-19|obra=ifce.edu.br|lingua=pt-br}}</ref> Ainda em 2008 iniciou as atividades a UnED de [[Quixadá]].
A lista dos primeiros formados na Escola de Aprendizes Artífices do Ceará é muito pequena tendo em [[1922]] terminados os cursos apenas 13 alunos num período de 12 anos de atividades da escola, entre [[1910]] e [[1921]]. Tal situação decorre da dificuldade dos alunos, a maioria pobres e precisando trabalhar para sobreviver.<ref name=":Almanach" />[[Ficheiro:Foto aerea Campo do Prado década 1930.jpg|thumb|Vista aérea do "Campo do Prado" onde foi construído o Prédio da Escola Industrial de Fortaleza]]
A transformação para Liceu Industrial aconteceu ainda na gestão de [[Carlos Câmara]], em [[1937]].<ref>{{Citar web|titulo=Lei 378 de 13 de ejaneiro de 1937|url=https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1930-1939/lei-378-13-janeiro-1937-398059-publicacaooriginal-1-pl.html|obra=www2.camara.leg.br|acessodata=2019-03-21|data=15/01/1937|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref> Nessa época Câmara articulou com o governo do Ceará a viabilização da sede própria da instituição, por meio de doação de terreno em Fortaleza, o antigo "[[Campo do Prado (Fortaleza)|Campo do Prado]]".<ref>{{citar periódico|ultimo=Juracir|primeiro=Juracir|data=21/02/1937|titulo=Vida Desportiva: Requiescat in Pace! Futeból Cearense|url=http://memoria.bn.br/DocReader/764450/8432|jornal=A Razão|acessodata=21/03/2019}}</ref><ref>{{citar periódico|ultimo=Soares|primeiro=R|data=28/04/1937|titulo=Vida Esportiva: Voltanda à Ribalta|url=http://memoria.bn.br/DocReader/764450/8948|jornal=A Razão|acessodata=21/03/2019}}</ref> A doação do terreno aconteceu por meio do Decreto 548 de 4 de maio de 1939. Devido o Brasil ter entrado na [[Segunda Guerra Mundial]], o local foi utilizado como abrigo e preparação para os [[Soldados da Borracha]] do [[Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia]], até 1945.<ref>{{citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=04/03/1943|titulo=Rumo a Amazônia|url=http://memoria.bn.br/DocReader/830399/25460|jornal=O Radical|acessodata=26/03/2019}}</ref>
 
Em [[1939]] [[Waldyr Diogo de Siqueira]] foi nomeado diretor e no ano seguinte, [[1940]], o liceu foi transferido para um prédio da [[Rede de Viação Cearense]] no [[Centro (Fortaleza)|Centro]] de Fortaleza.<ref name=":3" /> O MEC alterou a denominação de Liceu para Escola em [[1942]]. Siqueira foi o diretor que acompanhou a construção da nova sede, mas foi Jorge Raupp quem inaugurou, em [[1952]] o projeto do arquiteto [[Emílio Hinko]].<ref>{{citar web|url=https://www.institutodoceara.org.br/revista/Rev-apresentacao/RevPorAno/1967/1967-DataseFatosparaHistoriaCeara.pdf|titulo=Datas e fatos para a História do Ceará (in Revista do Instituto do Ceará - ANNO LXXXI)|data=1967|acessodata=19/02/2018|publicado=[[Instituto do Ceará]]|ultimo=SOUSA|primeiro=José Bonifácio de}}</ref> A instituição contava na época com uma estrutura para "atender 800 alunos, contando, além das salas de aulas e oficinas, de dormitórios, ginásio, campo de tênis e piscina".<ref>{{citar periódico|ultimo=Diário de Notícias|primeiro=Diário de Notícias|data=26/03/1952|titulo=O Brasil de Norte a Sul: Ceará - Escola Industrial|url=http://memoria.bn.br/DocReader/093718_03/15617|jornal=Diário de Notícias|acessodata=20/03/2019}}</ref>
 
Raupp foi empossado diretor em 1951 e já naquele ano participou de treinamento na área de ensino industrial nos Estados Unidos no [[Nova Iorque (estado)|Estado de Nova Iorque]] em um programa de cooperação americano.<ref>{{citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=14/01/1951|titulo=Intercâmbio Panamericano|url=http://memoria.bn.br/DocReader/093718_03/7458|jornal=Diário de Notícias|acessodata=22/03/2019}}</ref> O ensino técnico passou por mudanças em [[1959]], já com idade mínima de 14 anos e transformando as escolas em [[Autarquia (direito administrativo brasileiro)|autarquias]].<ref>{{Citar web|titulo=Lei - 3.552 de 16/02/1959 - Publicação Original [Diário Oficial da União de 17/02/1959] (p. 3009, col. 1)|url=http://legis.senado.gov.br/legislacao/ListaTextoSigen.action?norma=545368&id=14233432&idBinario=15714523&mime=application/rtf|obra=legis.senado.gov.br|acessodata=2019-04-04|data=|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref> Em [[1961]] com a primeira [[Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional]] foi estabelecido o ensino profissional de nível médio e nessa época que surgiram os primeiros cursos técnicos integrados foram os técnicos em estradas e edificações em [[1962]].<ref name=":5" /> No final da década de 60 o governo militar realizou um acordo com o [[Banco Mundial|Banco Internacional de Desenvolvimento]] que modernizou as Escolas Técnicas Federais, com a do Ceará recebendo diversos maquinários importados de países como Alemanha, Suíça, Franca, Estados Unidos e Tcheco-Eslováquia.<ref>{{citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=06/08/1967|titulo=Escolas Técnicas do NE vão ser reequipadas em setembro|url=http://memoria.bn.br/DocReader/029033_14/51915|jornal=Diário de Pernambuco|acessodata=04/04/2019}}</ref><ref>{{citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=28/07/1967|titulo=MEC reequipa ensino industrial: convênios|url=http://memoria.bn.br/DocReader/089842_07/84268|jornal=Correio da Manhã|acessodata=04/04/2019}}</ref>
 
A transição entre "Escola Industrial" para "Escola Técnica" já estava prevista na legislação por meio do Decreto-Lei 4.127 de 1942.<ref>{{Citar web|titulo=Portal da Câmara dos Deputados|url=https://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1940-1949/decreto-lei-4127-25-fevereiro-1942-414123-publicacaooriginal-1-pe.html|obra=www2.camara.leg.br|acessodata=2019-03-21}}</ref> Tal momento aconteceu em 1968 por meio de portaria do MEC.<ref name=":5">{{citar web|url=http://www.poleduc.ufc.br/wp-content/uploads/2012/02/SEVERINA-GADELHA-FIGUEIREDO.pdf|titulo=A Educação Profissional e Tecnológica nas Políticas Públicas de Educação: Análise Crítica de seus Princípios, Finalidade e Objetivos.|data=2008|acessodata=19/02/2018|publicado=Universidade Federal do Ceará|ultimo=FIGUEIREDO|primeiro=Severina Gadelha}}</ref> O Gestor que passou mais tempo sobre essa denominação foi o professor César Araripe, por 21 anos. Em [[1973]] ele foi em comitiva com outros gestores federais, para os [[Estados Unidos]] por meio do programa [[Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional]] - USAID, passando por treinamento sobre o ensino médio daquele país, na [[Universidade da Califórnia em San Diego]].<ref>{{Citar web|titulo=Professores Brasileiros vão estudar Processo Americano|url=http://memoria.bn.br/DocReader/110523_06/112869|obra=memoria.bn.br|acessodata=2019-03-21|data=24/06/1973|publicado=O Jornal|ultimo=|primeiro=}}</ref>
 
Na [[década de 1980]] a Escola entrou na era da informática com a oferta do curso técnico de Informática Industrial em [[1987]]. Nessa época o professor Mauro, que foi o último diretor desse período, era o coordenador do curso e foi o responsável pela popularização de redes locais para o uso no ensino, tendo sido destaque em feiras locais e nacionais.<ref>{{citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=17/06/1988|titulo=Professores da PUC-RJ e UFC criam rede local para ensino|url=http://memoria.bn.br/DocReader/364568_17/79705|jornal=Jornal do Commercio|acessodata=04/04/2019}}</ref> Nessa época a inovação também era parte do ambiente acadêmico da escola com seus alunos e professores envolvidos na elaboração de protótipos para patentes, como o da agulha que inutiliza a reutilização para evitar a transmissão de AIDS, em [[1991]].<ref>{{citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=14/11/1991|titulo=Professor inventa sistema que evita risco de agulhas|url=http://memoria.bn.br/DocReader/030015_11/47137|jornal=Jornal do Brasil|acessodata=04/04/2019}}</ref> Com a chegada de [[Fernando Henrique Cardoso]] à presidência o ensino técnico federal tinha um reconhecimento e uma qualidade ainda bem elevados, tanto que críticos dos problemas educacionais do país batizaram a situação de "[[Belíndia]]", citando em [[1995]] o caso do Ceará que ofertava apenas 200 vagas para uma concorrência de 3000 estudantes.<ref>{{citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=18/07/1995|titulo=A Belíndia da educação|url=http://memoria.bn.br/DocReader/100439_13/50134|jornal=O Fluminense|acessodata=04/04/2019}}</ref> A interiorização teve início por meio do Programa de Expansão e Melhoria do Ensino Técnico (PROTEC), lançado em Brasília no ano de [[1986]] e efetivado com a inauguração em [[1995]] das Unidades de Ensino Descentralizadas (UnEDs) de [[Juazeiro do Norte]] e de [[Cedro (Ceará)|Cedro]].<ref>{{citar web|url=https://www.unimep.br/phpg/bibdig/pdfs/docs/17092013_150348_leandro.pdf|titulo=A EXPANSÃO DO ENSINO TÉCNICO INDUSTRIAL DA REDE FEDERAL NO CEARÁ: o caso do IFCE – Campus de Cedro (1986-1999)|data=2013|acessodata=19/02/2018|publicado=UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA|ultimo=LEANDRO Neto|primeiro=Raimundo}}</ref>[[Ficheiro:Cefetce.JPG|miniaturadaimagem|Fachada do ''Campus'' de Fortaleza com o letreiro do CEFET. Ao lado o antigo letreiro da Escola Técnica Federal do Ceará.]]
 
Com a mudança para Cefet a oferta de cursos superiores foi iniciada em [[1999]] com cursos de graduação tecnológica. Nessa mesma época foi ciado o Centro de Pesquisa e Qualificação Tecnológica (CPQT), uma Instituição sem fins lucrativos para gerir recursos para ofertas de [[pós-graduação]] [[Lato sensu]] ofertados nessa época. Em [[2006|2003]] a [[LG Electronics]] iniciou uma parceria com o Cefet com doação de computadores e depois a construção de prédios e laboratórios, tendo em [[2006]] sido inaugurado um novo bloco de salsas de aula.<ref>{{citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=07/12/2003|titulo=Cefet-Ce Inaugura unidade no Pirambu|url=http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf/Boletim24.pdf|jornal=Notícias SEMTEC|acessodata=27/03/2019}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=Jovens são capacitados no Pirambu|url=https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/metro/jovens-sao-capacitados-no-pirambu-1.256229|obra=Diário do Nordeste|acessodata=2019-03-28|lingua=pt-BR|data=29/04/2006|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref>
 
Foi na mudança para Cefet que houve o Plano de Expansão Fase II da rede de ensino tecnológico do país, planejamento realizado pelo Governo Federal em [[2007]], que foram escolhidas seis cidades polos do Ceará, das 150 cidades em todo o Brasil, para ampliação dos Cefets. A primeira cidade a ter uma UnED foi [[Maracanaú]] em 2007. O Governo do Ceará reforçou a estrutura com a transferência em [[2008]] das unidades do [[Instituto Centro de Ensino Tecnológico do Ceará|Instituto Centro de Ensino Tecnológico do Ceará - CENTEC]] de [[Sobral]] e [[Limoeiro do Norte]].<ref>{{Citar web|url=http://ifce.edu.br/sobral/campus-sobral/o-campus|titulo=O campus — Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará IFCE|acessodata=2018-02-19|obra=ifce.edu.br|lingua=pt-br}}</ref> Ainda em 2008 iniciou as atividades a UnED de [[Quixadá]].
 
=== Transformações no Ensino Agropecuário ===