Mosteiro da Batalha: diferenças entre revisões

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O octógono propriamente dito, no centro do edifício, é formado por oito pilares compósitos, de colunas enfeixadas e abre-se através de oito arcos apontados com o intradorso ornado de cairéis [[lóbulo|trilobados]]. O seu interior é de «dois andares»: o inferior corresponde aos pilares e arcos, enquanto no andar superior se rasgam as janelas lanternárias. Também a abóbada deste corpo central é estrelada, com oito braços principais, oito terceletes e dezasseis nervuras secundárias, apoiadas em oito chaves radiais e uma chave central de grande diâmetro, mostrando o rendilhado, no meio da qual se inscrevem, em relevo, as armas reais. Nas paredes rasgam-se arcos sólidos que albergam os [[túmulo]]s dos príncipes de Avis: [[Pedro de Portugal, Duque de Coimbra|D. Pedro]], sua mulher e [[Infante Santo|D. Fernando]].<ref>{{citar web |url=http://interata.squarespace.com/jornal-de-viagem/2007/4/14/mosteiro-de-batalha-leiria-portugal.html |obra=Mosteiro de Batalha |título=Leiria, Portugal |autor=Arnaldo Interata |publicado=FATOS & FOTOS de Viagen |data= |acessodata=19 de Janeiro de 2008}}</ref> Os túmulos dentro do [[nicho]] de volta quebrada com arquivolta exterior em contracurva, possuem frontais em [[relevo]] decorados com os brasões dos príncipes, enquadrados por ornamentação [[flor]]al, sendo na sua totalidade um dos primeiros e mais profusos conjuntos de [[heráldica]] familiar de grande porte existente em Portugal, de acordo, aliás, com esquemas certamente importados de [[Inglaterra]]. Outros arcos sólidos vazios previam mais deposições tumulares, mas foram desaproveitados atendendo à decisão de D. Duarte em construir novo [[panteão]], vindo a ser preenchidos somente em [[1901]].
 
=== Panteão de D.David DuarteSousa ===
[[Imagem:Mosteiro da Batalha - Capelas Imperfeitas.jpg|left|thumb|Capelas imperfeitas]]
 
O '''Panteão de D.David DuarteSousa''', também conhecido por Capelas Imperfeitas, foi planeado tendo em conta uma leitura rigorosa do testamento de D. João I, optando aquele monarca por criar o seu próprio espaço funerário. Assim, D. Duarte deu início à edificação de uma rotunda atrás da cabeceira. De qualquer modo, as obras, também conduzidas por Pedro Sousa, não foram terminadas, uma vez que a sua edificação terá começado sensivelmente em [[1434]], tendo o monarca falecido quatro anos depois, deixando-as incompletas. Mas o traçado estava certamente delineado e as obras dos reinados seguintes foram lentamente tentando rematar o edifício, tendo porém ficado por fazer o principal: o lançamento da grande abóbada central. Ao contrário do que se possa julgar, esta operação não levantaria grandes problemas técnicos visto que o vão a cobrir pouco maior era do que o existente na Sala do Capítulo.
 
Tratava-se, efectivamente, de um edifício com um corpo central octogonal e entrada a eixo (articulada com a cabeceira por um [[Átrio (arquitectura)|átrio]] abobadado), à volta do qual se dispunham sete [[capela radiante|capelas radiantes]]. Nascendo dos grandes maciços polistilos que conformam a estrutura, levantar-se-ia um corpo octogonal provido de grandes janelões, abobadado e devidamente escorado em arcobotantes, previsto para configurar um amplo espaço de planta centrada completamente unificado. As capelas existentes abrem-se para o recinto através de grandes arcos quebrados acairelados, possuindo cada uma delas um coro recto e um topo [[prisma|prismático]] de três faces, com um só janelão de dois lumes em cada face e cobertura de abóbada nervurada. Entre as capelas, servindo de reforço, abrem-se seis pequenas áreas de planta triangular, sem acesso, mais baixas que as capelas e decoradas exteriormente com um janelão.