Tacacá: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Desfeita a edição 54965586 de 2804:214:81B7:7678:FA71:8655:3D45:B990
Etiqueta: Desfazer
Desfeita a edição 54965515 de 2804:214:81B7:7678:FA71:8655:3D45:B990
Etiqueta: Desfazer
Linha 1:
[[Ficheiro:Tacaca.png|miniaturadaimagem|tacacá]]
'''O Tacacá''' é uma iguaria típica doda [[Pará]]região Amazônica e pode ser encontrado nos estados do [[AmapáAmazonas]], [[Pará]], [[Acre]], [[AmazonasRoraima]], [[RoraimaAmapá]] e [[Rondônia]]. É preparado com um caldo amarelado, chamado [[tucupi]]. Coloca-se esse caldo por cima da [[goma]] de tapioca, também servida com [[jambu]] (Erva amazônica que provoca uma dormência na boca) e camarão seco. Serve-se muito quente, temperado com [[pimenta]], em [[cuia]]s. O [[tucupi]] e a [[goma]] são resultados da massa ralada da mandioca que, depois de prensada para fazer farinha, resulta num líquido leitoso-amarelado. Após deixado em repouso, a [[goma]] fica depositada no fundo do recipiente e o [[tucupi]] na sua parte superior.
 
Sua origem é dos indígenas e deriva de um tipo de sopa indígena denominada ''mani poi'',“Esse ''mani poí'' fez nascer os atuais tacacá, com [[goma]], [[tucupi]], [[jambu]] e camarões secos", porém, cada estado nortista tem características acerca dos preparos do tacacá, Adicionais estes que podem ser encontrados fora do [[Pará]] são pipoca, farinha, purê, cebolinha, etc.
 
O primeiro escrito que se tem notícia acerca do tacacá, ocorre no século XVI pelo padre capuchinho Abbeville em sua descrição das práticas alimentares indígenas (Câmara Cascudo, 2004 : 135),e não tem nenhum registro mais antigo que este. A palavra tacacá provém certamente do nheengatu ou língua geral, o tupi veicular da Amazônia, falado emna BelémAmazônia até o fim do século XIX. Na atualidade, entre os Wayãpi de língua tupi, o takaka é um caldo aveludado de amido, apimentado e enriquecido com carne e, sobretudo, com peixe consumido pela manhã (Grenand, 2006: 13). Vários povos ameríndios, entre os quais os índios do Rio Negro, consomem as variações de uma receita composta de um caldo espesso, devido à presença de amido, fortemente apimentado e contendo, ocasionalmente, migalhas de peixe (Ribeiro, 1995). Esse prato é geralmente denominado de mujeca (cf. Eloy, nesse número). Na literatura, assim como na mídia destinada aos turistas, o tacacá quase sempre é apresentado como sendo um alimento de índio.
 
Em 1859, Robert Avé-Lallement (1812-1884), esteve na região. Ele visitou a vila de Serpa (atual Itacoatiara) e outros lugares da Amazônia, de que resultou o livro “No Rio Amazonas (1859)”, de sua autoria, traduzida em São Paulo em 1980.
A culinária amazônica, especialmente a do [[Pará]], se distingue pela sua autenticidade, o seu caráter nativo, pelo fato de que seus ingredientes e condimentos serem autóctones e o que há de mais selvagem: picante e aromática. Em suma, ela é tudo o que nos resta de nossas origens tribais (Orico, 1972:180).
 
No lago de Serpa Avé-Lallemant provou o tacacá (ele escreve cacacá), qualificando-a como “a bebida nacional dos Mura”: mingau quase líquido de goma de tapioca temperado com tucupi, jambu, camarão e pimenta, que bebeu “com a maior naturalidade” achando-a “bem saborosa e nutritiva”. No dia 12 de agosto de 1859 o viajante alemão deixou Serpa, sua “última parada no Amazonas”, legando à posteridade um belo trabalho descritivo sobre a paisagem física e humana da Amazônia.
Todo o sabor da selva em seu prato, Dentre todas as delícias da região, de sabores selvagens e exóticos, o mais estranho é o tacacá.
 
Conforme foi noticiado anteriormente Câmara Cascudo acredita que “o tacacá “nasceu entre os indígenas paraenses”, frase que se contrapõe ao que defende Avé-Lallemant. Para ele, “O tacacá é a bebida nacional dos Mura”, portanto, um erro histórico afirmar que a bebida é originária do Estado do Pará, que comercialmente e historicamente vendeu essa ideia, baseado numa única afirmação, na de Cascudo, sem nenhum contraponto até então.
 
Não houve índios Mura residindo no lado oriental da Amazônia, mais precisamente no Estado do Pará, então, a tese do pesquisador alemão é consistente. Outro alemão, o etnólogo Kurt Nimuendaju (1883-1945) escreveu em 1926 que “de todas as tribos da Amazônia [a dos Mura] foi a que mais extenso território ocupou, espalhando-se das fronteiras do Peru até o Rio Trombetas”, no limite do Amazonas com o Pará. Foram moradores especialmente das bacias do Solimões, Médio Amazonas e Madeira. Ressalte-se que, em cerca de 1450 a. C., após se evadirem da margem esquerda do Amazonas, no interflúvio Urubu-Matari (atual Rio Preto da Eva), a noroeste da atual cidade de Itacoatiara, os Aroaqui, indígenas do grupo linguístico Arwak, foram ali substituídos pelos Mura, um grupo de língua isolada.
 
==Ingredientes==