Filipa de Lencastre: diferenças entre revisões
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== Ascendência ==
Filipa de Lencastre proveio de duas nobres famílias: a casa régia dos [[Dinastia Plantageneta|Plantagenetas]] e a dos [[Dinastia de Lencastre|Lencastre]]. Seus avós paternos eram o rei [[Eduardo III]] e a rainha [[Filipa de Hainault]], enquanto que os maternos eram [[
== Vida na Inglaterra ==
No que se refere ao estudo das línguas, Filipa de Lencastre foi educada à maneira nobre e aristocrática, isto é, aprendeu [[latim]] suficientemente para ler livros [[Liturgia|litúrgicos]], além de [[
Quando tinha aproximadamente nove anos, vivenciou o falecimento da sua madrinha e avó paterna. Logo em seguida, sua mãe foi vítima da peste e também morreu. Filipa, então, passou aos cuidados de [[Catarina Swynford]] que viria a se tornar amante de seu pai ainda durante o segundo casamento dele com [[
Os registos de despesas de seu pai mostram que ele era generoso tanto com os seus filhos legítimos como para os membros da sua corte.{{harvref|Silva|2009b|p=202-203}} Essa característica influenciaria a vida de Filipa, que também viveu sob o clima literário da corte de seu pai. Considerado um [[Mecenato|mecenas]], ele foi seu principal exemplo, inspirando-a a criar o seu próprio círculo de poetas através de um grupo cortesão de leitura conhecido como "A flor e a folha". O poeta [[Eustache Deschamps]], membro desse grupo, dedicou a Filipa um poema no qual a comparava a uma flor. Tratava-se de um reconhecimento por seu notável papel no incentivo à literatura inglesa.{{harvref|Silva|2009b|p=43-44}}
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== Casamento ==
[[Imagem:Casamento João I e Filipa Lencastre 02.jpg|direita|thumb|Casamento de João I e Filipa de Lencastre. ''Chronique de France et d' Angleterre'' (Jean Wavrin, século XV)]]
O pai de Filipa via em Portugal, conduzido por D. João I a partir de 1385, um importante aliado para os seus interesses castelhanos. O duque acreditava que, ao se casar com Constança em 1372, herdeira do rei [[Pedro I de Castela]], eventualmente tomaria posse do trono. Contudo, o lugar estava ocupado até [[1379]] por [[
Escoltada por nobres ingleses e portugueses, Filipa foi conduzida ao Porto, onde, de acordo com a ''Crónica de El-Rei D. João I'', foi recebida com grandes festejos. Alguns dias depois, D. João chegou à cidade e os dois puderam conversar e trocar presentes. Após o casamento, a festa continuou por mais quinze dias.{{harvref|Oliveira|2010|p=402-404}}
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Para manter a corte da rainha enquanto não lhe doava terras, D. João concedeu-lhe um rendimento originário das rendas da alfândega de Lisboa, estabelecendo também o que as servidoras da rainha receberiam mensalmente. Posteriormente, D. Filipa recebeu os rendimentos das vilas de [[Alenquer (Portugal)|Alenquer]], [[Sintra]], [[Óbidos (Portugal)|Óbidos]], [[Alvaiázere]], [[Torres Novas]] e [[Torres Vedras]].{{harvref|Oliveira|2010|p=413}}
D. Filipa seguiu os hábitos que aprendeu na corte inglesa. Assim, tentou manter a conexão entre Inglaterra e Portugal, influenciando casamentos entre membros das nobrezas dos dois países.<ref name="M44"/> Além disso, D. Filipa por várias vezes assumiu o exercício do governo representando o marido, uma vez que ele estava frequentemente ocupado em operações militares.{{harvref|Oliveira|2010|p=405}} Ainda em 1387, deslocou-se até [[
== Descendência ==
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Desde o início de 1415, a [[peste bubónica]] invadia Lisboa e Porto. Os reis refugiaram-se em [[Sacavém]], mas os longos e frequentes jejuns, orações e vigílias da rainha enfraqueciam e debilitavam o seu corpo. Ela dedicava-se espiritualmente ao sucesso na [[Tomada de Ceuta]], empreendimento em que seu marido e seus filhos [[Infante D. Henrique|Henrique]], [[Pedro, Duque de Coimbra|Pedro]] e Duarte participaram. Contudo, com as constantes entradas e saídas de mensageiros e contactos, a peste acabou por chegar a Sacavém. O rei abrigou-se em [[Odivelas]], mas a rainha preferiu ir depois. Quando chegou, em julho do mesmo ano, já estava doente.{{harvref|Oliveira|2010|p=419}}
De acordo com a [[Crónica da Tomada de Ceuta]], de [[Gomes Eanes de Zurara]], D. Filipa sentiu a morte aproximar-se, preparando-se para a viagem eterna ao cumprir os ritos da boa morte. [[Confissão (sacramento)|Confessou-se]], comungou e recebeu a [[extrema-unção]]. Quando os clérigos acabaram de rezar, no dia 19 de julho, ela faleceu.{{harvref|Oliveira|2010|p=421}} Inicialmente foi sepultada em [[Odivelas]], onde havia falecido. No ano seguinte, os seus restos mortais seguiram para o [[Mosteiro da Batalha|Mosteiro de Santa Maria da Vitória]], por ordem de seu marido. Mais tarde, o local abrigou túmulos de outros membros da [[dinastia de Avis]], tais como os de seus filhos.{{harvref|Oliveira|2010|p=425}} Com exceção de D. [[Duarte I de Portugal|Duarte]], que construiu o seu próprio [[panteão]], a "[[Ínclita Geração]]" está sepultada na [[Capela do Fundador]] do [[Mosteiro da Batalha]], primeiro panteão régio a ser construído em [[Portugal]].<ref>{{citar web|
== Ascendência ==
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{{refbegin|2}}
* {{Citar livro|sobrenome=Benevides|nome=Francisco da Fonseca|título=Rainhas de Portugal|ano=1878|ref=harv}}
* {{Citar livro|sobrenome=Lopes|nome=Fernão|título=Chronica de El-Rei D. João I''|url=http://purl.pt/416|ano=
* {{Citar livro|sobrenome=Silva|nome=Amélia Maria Polónia|título=Actas do Colóquio Comemorativo do VI Centenário do Tratado de Windsor|capítulo=D.Filipa de Lencastre: representações de uma rainha|ano=1986|url=http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/5431.pdf p. |ref=harv}}
* {{Citar livro|sobrenome=Silva|nome=Manuela Santos|título=Poder espiritual/poder temporal: as relações Igreja-Estado no tempo da monarquia (1179-1909)|capítulo=Práticas religiosas e hábitos culturais inovadores na corte dos reais de Portugal (1387-1415)|url=http://www.academia.edu/687239/Praticas_religiosas_e_habitos_culturais_inovadores_na_corte_dos_reis_de_Portugal_1387-1415_|ano=2009a|ref=harv}}
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{{Consortes de Portugal}}
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{{DEFAULTSORT:Filipa Lencastre}}
[[Categoria:Rainhas de Portugal]]
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[[Categoria:Príncipes católicos romanos]]
[[Categoria:Casa de Lencastre]]
▲{{artigo bom}}
[[Categoria:Mulheres da Inglaterra medieval]]
[[Categoria:Mulheres de Portugal medieval]]
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