Álvaro Rodrigues de Azevedo: diferenças entre revisões

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Concluiu o curso de Direito na Universidade de Coimbra em 1849, na Universidade de Coimbra. Terminado o curso, concorreu, sem sucesso, a um lugar na magistratura judicial. Considerando-se injustiçado no concuros, fixou-se em Lisboa, onde durante cerca de seis anos exerceu advocacia.<ref>Na introdução do livro ''Esboço Crítico-Litterário'' (1866), explica a razão pela qual não tinha conseguido o lugar e se considerava injustiçado.</ref> Tendo surgido em 1855 uma vaga de professor no [[Liceu Nacional do Funchal]], concorreu e obteve o lugar, fixando-se na cidade do [[Funchal]].<ref name ="am"/>
 
No Liceu Nacional do Funchal foi inicialmente nomeado professor da cadeira de «Oratória, Poética e Literatura» e depois da cadeira de «Português e Recitação». Exerceu funções docentes no Funchal durante 26 anos. Pouco depois de ter chegado à Madeira passou a ter grande actividade social e a exercer funções políticas. Foi um dos sócios fundadores, e depois secretário, da Associação de Conferências, uma agremiação composta por professores do ensino público e particular do Funchal inaugurada a 9 de maio de 1856, visando promover o desenvolvimento dos princípios da educação popular e estudar escolha dos melhores métodos de ensino.
 
Também em 1856 exerceu as funções de [[administrador do concelho]] do Funchal, tendo prestado relevantes serviços no controlo da [[epidemia]] de ''[[colera morbus]]'' que naquele ano afectou a ilha com elevada taxa mortalidade.<ref name ="am"/>
 
 
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No Liceu do Funchal, teve a seu cargo a cadeira de Oratória, Poética e Literatura, que regeu durante 26 anos. Também no mesmo Liceu, foi professor de Português e Recitação e fez parte, como sócio e secretário, da Associação de Conferências, inaugurada a 9 de maio de 1856, com a finalidade de promover o desenvolvimento dos princípios da educação popular e de elaborar uma discussão com vista à escolha dos melhores métodos de ensino. A Associação de Conferências era composta por professores do ensino público e particular da capital do distrito da Madeira.
 
 
Em 1856, por ocasião da epidemia de cólera (cólera-mórbus), que se propagou na Ilha, causando uma elevada taxa mortalidade, prestou relevantes serviços no desempenho do cargo de administrador do concelho do Funchal. A 24 de julho de 1856, escrevia no periódico A Discussão, revelando as medidas tomadas pela Câmara Municipal que, no sentido de tentar combater a epidemia, concedeu 150$000 reis mensais para que o administrador do concelho estabelecesse uma sopa económica, a ser distribuída, uma vez por dia, aos mais necessitados. Referia ainda que medidas idênticas tinham extinguido a cólera em algumas regiões continentais. Mencionando nomes de personalidades e respetivos donativos para a causa, reforçava a ideia da importância da alimentação no combate daquele flagelo e considerava que os mais afetados pela doença eram geralmente pobres, pois a principal causa do seu desenvolvimento era a fome e a miséria.
 
Foi procurador à Junta Geral e membro do conselho de distrito e da comissão administrativa da Santa Casa da Misericórdia do Funchal, tendo recusado, em 1870, o cargo de secretário-geral do distrito e a comenda da Conceição. Foi ainda membro do Partido Reformista, participando ativamente na política madeirense e revelando aspirações liberais, sobretudo num período agitado da vida local, iniciado em 1868.
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No distrito de Lisboa, concelho de Oeiras e freguesia de Paço de Arcos, existe uma rua com o seu nome, a “Rua Álvaro Rodrigues de Azevedo”. Na Madeira, além da reedição das suas notas, em 2007, não houve, até 2016, qualquer homenagem a este homem que se empenhou pelo progresso da Ilha.
 
Obras de Álvaro Rodrigues de Azevedo:
*O Comunismo. Discurso proferido na Aula de Practica Forense da Univ. de Coimbra, em Que Se Expõe e Combate esta Doutrina (1848);
*O Livro d’Um Democrata (1848);
*A Familia do Demerarista. Drama em Um Acto (1859);
*Esboço Crítico-Litterário (1866);
*Curso Elementar de Recitação, Philologia e Redacçao (1869);
*As Saudades da Terra. Pelo Doutor Gaspar Fructuoso. História das Ilhas do Porto-Sancto, Madeira, Desertas e Selvagens. Manuscripto do Século XVI Annotado por Alvaro Rodrigues de Azevedo (1873);
* Corografia do Arquipélago da Madeira (1873);
*“A Casa em que Christovão Colombo Habitou na Ilha da Madeira” (1877);
* Romanceiro do Archipelago da Madeira (1880);
*Benavente: Estudo Histórico-Descritivo, Obra Póstuma, Continuada e Editada por Ruy d’Azevedo (1926).
 
Bibliog.: A. A., “Crítica literária – Bosquejo Historico da Literatura Classica Grega, Latina e Portuguesa, por A. Cardoso B. de Figueiredo”, A Discussão, 31 jan. 1856, 7 fev. 1856; 21 fev. 1856; 6 mar. 1856; 26 jun. 1856; 24 jul. 1856; ARAGÃO, António de Freitas e VIEIRA, Gilda França, Madeira Investigação Bibliográfica, 3 vols., Funchal, DRAC, 1981-1984; CLODE, Luís Peter, Registo Bio-bibliográfico de Madeirenses: Séculos XIX e XX, Funchal, Caixa Económica do Funchal, 1983; FRUTUOSO, Gaspar, Saudades da Terra. História das Ilhas do Porto Santo, Madeira, Desertas e Selvagens, anot. Álvaro Rodrigues de Azevedo, Funchal, Empresa Municipal Funchal 500 Anos, 2007; MARINO, Luís, Musa Insular (Poetas da Madeira), Funchal, Editorial Eco do Funchal, 1959; PORTO DA CRUZ, Visconde do, Notas e Comentários para a História Literária da Madeira, 3 vols., Funchal, Eco do Funchal/Câmara Municipal do Funchal, 1949-1953; SILVA, António Carvalho, “Apontamentos Sobre Gramáticas Madeirenses (1)”, Islenha, n.º 18, jan.-jun. 1996, pp. 101-109; Id., “Apontamentos Sobre Gramáticas Madeirenses (2)”, Islenha, n.º 19, jul.-dez. 1996, pp. 159-170; SILVA, Innocencio Francisco da, Diccionario Bibliographico Portuguez, vol. 1, Lisboa, INCM, 1858; SILVA, Fernando Augusto da e MENESES, Carlos Azevedo de, Elucidário Madeirense, 3 vols., Funchal, DRAC, 1998; VIEIRA, Alberto, “Introdução”, in FRUTUOSO, Gaspar, Saudades da Terra. História das Ilhas do Porto Santo, Madeira, Desertas e Selvagens, anot. Álvaro Rodrigues de Azevedo, Funchal, Empresa Municipal Funchal 500 Anos, 2007, pp. 7-15.
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==Obras publicadas==
Entre outras, Álvaro Rodrigues de Azevedo é autor das seguintes obras:<ref name ="am"/>
*''O Comunismo. Discurso proferido na Aula de Practica Forense da Univ. de Coimbra, em Que Se Expõe e Combate esta Doutrina'' (1848);
*''O Livro d’Um Democrata'' (1848);
*''A Familia do Demerarista. Drama em Um Acto'' (1859);
*''Esboço Crítico-Litterário'' (1866);
*''Curso Elementar de Recitação, Philologia e RedacçaoRedacção'' (1869);
*''As Saudades da Terra. Pelo Doutor Gaspar Fructuoso. História das Ilhas do Porto-Sancto, Madeira, Desertas e Selvagens''. Manuscripto(manuscrito do Séculoséculo XVI Annotadoanotado por AlvaroÁlvaro Rodrigues de Azevedo) (1873);
* ''Corografia do Arquipélago da Madeira'' (1873);
*“A''A Casa em que Christovão Colombo Habitou na Ilha da Madeira”Madeira'' (1877);
* ''Romanceiro do Archipelago da Madeira'' (1880);
*''Benavente: Estudo Histórico-Descritivo,'' Obra(obra Póstumapóstuma, Continuadacontinuada e Editadaeditada por Ruy d’Azevedo) (1926).
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