Guilherme II da Alemanha: diferenças entre revisões

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== Política estrangeira ==
[[Ficheiro:China imperialism cartoon.jpg|miniaturadaimagem|direita|1898 Cartoon da China imperialista: Um oficial mandarim observa impotente a China, representada como uma tarte, prestes a ser disseminada pela rainha [[Vitória do Reino Unido|Vitória]] ([[Grã-Bretanha]]), [[Guilherme II da Alemanha|Guilherme II]] ([[Alemanha]]), [[Nicolau II da Rússia|Nicolau II]] ([[Rússia]]), a [[Marianne]] ([[França]]) e um samurai ([[Japão]]).]]
A política estrangeira sob Guilherme II enfrentou vários problemas significativos. Talvez o mais aparente fosse o facto de Guilherme ser um homem impaciente, subjectivo nas suas reacções e fortemente influenciado pelos seus sentimentos e impulsos. Era uma pessoa pouco preparada para liderar a política estrangeira num rumo racional. Hoje em dia reconhece-se de forma geral que os muitos actos espetaculares que Guilherme realizou na esfera internacional eram muitas vezes encorajados pela elite alemã da política estrangeira. Houve vários exemplos notórios, tal como o [[telegrama Kruger]] em 1896, no qual Guilherme deu os parabéns ao presidente [[Paul Kruger]] da [[República Sul-Africana]], pela supressão do Raide Jameson britânico, revoltando assim a opinião pública britânica.
 
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Após a [[Invasão da Polônia|vitória da Alemanha sobre a Polónia]] em setembro de 1939, o ajudante de Guilherme, o general von Dommes, escreveu em seu nome a Hitler, afirmando que a Casa de Hohenzollern "''permanecia leal''" e chamou a atenção para o facto de nove príncipes prussianos (um filho e oito netos) estarem a combater na frente, concluindo que "''devido às circunstâncias especiais que exigem a residência num país estrangeiro neutro, Sua Majestade vê-se forçado a recusar fazer comentário acima mencionado. Assim, o imperador incumbiu-me de realizar esta comunicação.''"<ref name="Petropoulos 2006, p. 170">Petropoulos 2006, p. 170.</ref> Guilherme admirava muito o sucesso que Hitler conseguiu obter nos primeiros meses da [[Segunda Guerra Mundial]] e enviou pessoalmente um telegrama de parabéns na altura da queda de Paris, afirmando: "P''arabéns, venceu utilizando as minhas tropas.''" Numa carta dirigida à sua filha Vitória Luísa, a duquesa de Brunsvique, escreveu triunfalmente: "''Esta é a [[Entente Cordiale]] perniciosa do tio [[Eduardo VII do Reino Unido|Eduardo VII]] reduzida a nada.''"<ref>Palmer 1978, p. 226.</ref> Apesar de tudo, quando os nazis conquistaram os Países Baixos em 1940, Guilherme, já debilitado, retirou-se completamente da vida pública. Em Maio de 1940, quando Hitler invadiu os Países Baixos, Guilherme recusou um convite de asilo para o Reino Unido de [[Winston Churchill|Churchill]] e preferiu morrer em Huis Doorn.<ref>Martin 1994, p. 523.</ref>
 
Durante o seu último ano em Doorn, Guilherme, já idoso, debilitado e com sua saúde mental em estado questionável, acreditava que a Alemanha era a terra da monarquia e, por isso, de Cristo enquanto que a Inglaterra era a terra do [[liberalismo]] e por isso pertencia a [[Satanás]] e ao [[Anti-Cristo]]. Defendia que as classes governantes britânicas pertenciam "''à [[maçonaria]]''" e estavam "''completamente infectadas por [[Judas]]''". Guilherme afirmou que "''o povo britânico deve ser libertado do Anti-Cristo Judas. Temos de tirar Judas de Inglaterra tal como este foi expulso do continente.''"<ref name="Röhl, p. 211">Röhl, p. 211.</ref> Acreditava que a Maçonaria e os Judeus tinha sido os responsáveis pelas duas guerras mundiais com o objectivo de criar um Império Judaico mundial com ouro britânico e americano, mas que "''o plano de Judas tinha sido completamente destruído e eram eles próprios quem estava a ser limpo do continente europeu!''". Agora, segundo Guilherme, a Europa continental estava "''a consolidar-se e a afastar-se da influência britânica após a eliminação dos britânicos e dos judeus''!". O resultado final seriam "''os Estados Unidos da Europa!''".<ref name="Röhl, p. 211"/> Numa carta dirigida à sua irmã [[Margarida da Prússia|Margarida]] em 1940, Guilherme escreveu: "''A mão de Deus está a criar um novo mundo e a fazer milagres (...) Estamos a tornar-nos os Estados Unidos da Europa sob a liderança da Alemanha, um continente europeu unido.''" E acrescentou: "''Os Judeus estão a ser afastados das suas posições nefastas em todos os continentes que levaram à hostilidade durante séculos.''"<ref name="Petropoulos 2006, p. 170"/> Em 1940 também se comemoraria o 100.º aniversário da sua mãe e, sobre esta ocasião, Guilherme escreveu de forma irónica a um amigo: "''Hoje é o 100.º aniversário da minha mãe" Ninguém na Alemanha reparou! Não houve "missas" nem (...) nenhum comité para recordar o seu trabalho maravilhoso para o (...) bem-estar do nosso povo alemão (...) Ninguém da nova geração sabe alguma coisa dela.''"<ref>Pakula 1995, p. 602.</ref> Esta simpatia pela mãe contrasta fortemente com o ódio intenso que expressou por ela enquanto esta estaestava viva.
 
=== Morte ===