Palácio Nacional de Mafra: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 92:
Para a sua construção vieram técnicos de toda a [[Europa]]. Esta mão de obra especializada teve uma importante missão na realização do projeto de [[Ludovice]]. Assim vai receber vários tipos de contribuições, podendo ser uns mais activos e outros mais ilusórios. As ideias patentes neste Convento foram inspirado nos grandes palacetes urbanos do [[Barroco|Barroco internacional]], tendo como referência [[Basílica de São Pedro|São Pedro de Roma]], muito devido a [[Carlo Fontana|Carlos Fontana]] e a passagem do arquitecto por [[Roma]]. Em suma, Mafra é um bom exemplo de erudição, de boa arquitectura, de boa construção em termos de pura engenharia, conjugando a citação clássica com a necessidade de a apresentar enquanto espectáculo.<ref>Borges, N. C. (1993). ''História da Arte em Portugal. Do Barroco ao Rococó''. Volume 9. Lisboa: Alfa, p. 63</ref>
 
O palácio era popular para os membros da família real, que gostavam de caçar na tapada. Hoje em dia decorre aqui um projeto para a preservação dos [[lobo]]s ibéricos. As melhores mobílias e obras de arte foram levadas para o Brasil, para onde partiu a família real quando das [[Guerra Peninsular|invasões francesas]], em [[1807]]. O [[mosteiro]] passou a ser usado por forças militares desde [[1834]], após a dissolução das [[ordens religiosas]]. Durante os últimos reinados da [[Dinastia de Bragança]], o Palácio foi utilizado como residência de caça e dele saiu também em [[5 de Outubro]] de [[1910]] o último rei [[Manuel II de Portugal|dom Manuel II]] para a praia da Ericeira, onde o seu [[iate]] real o conduziu para o [[exílio]].
 
No palácio, pode-se visitar a [[farmácia]], com belos potes para [[medicamento]]s e alguns instrumentos [[cirurgia|cirúrgicos]], o [[hospital]], com dezasseis cubículos privados de onde os pacientes podiam ver e ouvir missa na [[capela]] adjacente, sem saírem das suas camas. No andar de cima, as sumptuosas salas do palácio estendem-se a todo o comprimento da fachada [[Ocidente|ocidental]], com os aposentos do rei numa extremidade e os da rainha na outra, a 232 m de distância.
Linha 124:
 
====Mobiliário====
Do mobiliário da época Joanina pouco resta pois a maior parte do mobiliário, tapeçarias e obras de arte foram transportadas aquando da ida da Corte para o Brasil na época das Invasões Francesas, nunca tendo regressado da colónia (terá sido leiloado em 1890 e com destino incerto, após a instauração da república no Brasil em 1889).<ref>https://www.ipharj.org/os-leiloes-do-palacio-imperial-de-sao-cristovao/</ref>
Assim, os ambientes atuais do palácio são fundamentalmente do século XIX, bastante diversificados, predominando o estilo Império e o mobiliário romântico.
No palácio real, destacam-se uma cama de aparato Império, em mogno e com bronzes, as respectivas mesas de cabeceira de meados do séc. XIX, adquirida pela Rainha D. Maria II, três cadeiras profusamente entalhadas em pau-santo e ainda uma credência entalhada e dourada assinada por José Aniceto Raposo (1756-1824), notável entalhador e inventor.