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'''Áustria-Hungria''' ou '''Império Austro-Húngaro''' foi uma união [[Monarquia constitucional|constitucional]] do [[Império Austríaco]] (Reinos e Terras Representados no Conselho Imperial, ou [[Cisleitânia]]) e o [[Reino da Hungria]] (Terras da Coroa de Santo Estêvão ou [[Transleitânia]]) que existiu de 1867 a 1918, quando entrou em colapso após a sua derrota na [[Primeira Guerra Mundial]]. A união foi resultado do [[Compromisso austro-húngaro de 1867|Compromisso Austro-Húngaro de 1867]] e surgiu em 30 de março de 1867. A Áustria-Hungria consistiu em duas [[monarquia]]s, [[Áustria]] e [[Hungria]], e uma região autônoma: o [[Reino da Croácia-Eslavônia]] sob domínio da coroa húngara, que negociou o [[Compromisso Croata-Húngaro]] (''Nagodba'') em 1868. Foi regido pela [[Casa de Habsburgo]] e constituiu a última fase na evolução constitucional da [[Monarquia Habsburgo]]. Após as reformas de 1867, os estados austríaco e húngaro foram co-iguais. Os assuntos estrangeiros e militares eram submetidos à supervisão conjunta, mas todos os outros temas governamentais eram divididos entre os respectivos estados.
 
A Áustria-Hungria era um estado multinacional e uma das grandes potências do mundo na época. Geograficamente, era o segundo maior país da Europa após o [[Império Russo]], com uma área de 621.,538 km²,<ref name=ah1911>{{cite EB1911|ref=harv |last=Headlam |first=James Wycliffe |wstitle=Austria-Hungary |volume=3 |pages=2–39}}</ref> e o terceiro mais populoso (depois doda [[Império Russo]]Rússia e do [[Império Alemão]]). O Império construiu a quarta maior indústria de fabricaçãoconstrução de máquinas do mundo, depois dos [[Estados Unidos]], [[Alemanha|Império Alemão]] e [[Reino Unido]].<ref>Schulze, Max-Stephan. ''Engineering and Economic Growth: The Development of Austria-Hungary's Machine-Building Industry in the Late Nineteenth Century'', p.&nbsp;295. Peter Lang ([[Frankfurt am Main|Frankfurt]]), 1996.</ref> A Áustria-Hungria também se tornou o terceiro maior fabricante e exportador mundial de [[eletrodoméstico]]s elétricos, aparelhos elétricos industriais e aparelhos de geração de energia para usinas de energia, depois dos [[Estados Unidos]] e do [[Império Alemão]].<ref>{{citar livro|autor1 =Publishers' Association, Booksellers Association of Great Britain and Ireland|título=The Publisher, Volume 133|página=355|ano=1930}}</ref><ref>{{citar livro|autor1 =Contributors: Austria. Österreichische konsularische Vertretungsbehörden im Ausland |autor2 =Austrian Information Service, New York|título=Austrian information|página=17|ano=1965}}</ref>
 
Depois de 1878, a [[Bósnia e Herzegovina (condomínio da Áustria-Hungria)|Bósnia e Herzegovina estava sob o domínio militar e civil austro-húngaro]]<ref>Minahan, James. [https://books.google.com/?id=RSxt-JB-PDkC&pg=PA48 ''Miniature Empires: A Historical Dictionary of the Newly Independent States'', p.&nbsp;48].</ref>, até que ser totalmente anexada em 1908, provocando a [[crise bósnia]] entre as outras potências.<ref name=b1911>"{{cite EB1911 |first=Kingsley Garland |last=Jayne |wstitle=Bosnia and Herzegovina |volume=4 |pages=279–286}}</ref> Sandžak/Raška, ''[[de jure]]'' parte norte do [[Sanjaco de Novi Pazar]] (no [[Montenegro]] e na [[Sérvia]]), também estava sob uma ocupação conjunta ''de fatofacto'' durante esse período, mas o [[Exército Austro-Húngaro]] retirou-se como parte dade sua anexação da Bósnia.<ref>Anderson, Frank Maloy and Amos Shartle Hershey, [https://www.mtholyoke.edu/acad/intrel/boshtml/bos128.htm ''Handbook for the Diplomatic History of Europe, Asia, and Africa 1870–1914.- The Austrian occupation of Novibazar, 1878–1909'']</ref> A anexação da Bósnia também levou o [[islamismo]] a ser reconhecido como uma [[religião oficial]] do Estado devido à população [[muçulmana]] da [[Bósnia (região)|Bósnia]].<ref name="Law of Islam 1912">{{citar jornal|url=http://www.derislam.at/?c=content&cssid=Englisch&navid=886&par=10&navid2=906&par2=886|título=Imperial Gazette −1912|publicado=IGGIO Islamische Glaubensgemeinschaft in Osterreich|data=2011 |acessodata=4 de junho de 2014}}</ref>
 
A Áustria-Hungria foi um dos [[Impérios Centrais]] durante a [[Primeira Guerra Mundial]]. O Paíspaís foi efetivamente dissolvido quando as autoridades militares assinaram o [[Armistício de Villa Giusti]] em 3 de novembro de 1918. O Reino da Hungria e a [[Primeira República Austríaca]] foram tratados como seus sucessores ''de jure'', enquanto a independência dos [[eslavos ocidentais]] e dos [[eslavos meridionais]] do Império como a [[Primeira República da Checoslováquia]], a [[Segunda República da Polônia]] e o [[Reino da Iugoslávia]], respectivamente, e a maioria das demandas territoriais do [[Reino da Romênia]] também foram reconhecidas pelas potências vitoriosas em 1920.
 
== História ==
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O [[compromisso austro-húngaro de 1867]] inaugurou uma estrutura de poder dualista dentro do extinto [[Império Austríaco]] (1804-1867) numa época em que a Áustria entrava em declínio, ao perder influência na península itálica (como resultado de uma guerra contra o [[Reino da Sardenha]] em 1859)<ref>{{citar web |url=http://www.brasilescola.com/historiag/unificacao-italia.htm |titulo=Unificação italiana |acessodata=19/10/08}}</ref> e nos estados alemães, que se reuniram sob o controlo da [[Prússia]] na [[Confederação Germânica]], formada logo após a [[Guerra Austro-Prussiana]].<ref>{{citar web |url=http://www.ricardoorlandini.net/hoje_historia/ver/8539 |titulo=Guerra franco-prussiana |acessodata=19/10/08 |autor=Ricardo Orlandini}}</ref>
 
Outro fatorfactor crucial para a mudança constitucional foi a ascensão do chamado "movimento das nacionalidades", que se havia instalado por toda a [[Europa]] a partir dos ideais espalhados por [[Napoleão Bonaparte]] pelo continente durante as [[Guerras Napoleônicas]]. Com o sucesso da independência de nações como a [[Grécia]] e a [[Bélgica]],<ref name="I">{{citar web |url=http://www.sociedadehelenica.org.br/noticias_pt/netnews.cgi?cmd=mostrar&cod=54&max=1000&tpl=modelo1 |titulo=25 de Março de 1821 - Data da Independência da Grécia |acessodata=19/11/08 |data= }}</ref> embasadas no ideal nacional, ficou ainda mais clara a instabilidade do império e o [[separatismo]] dentro de suas fronteiras. Durante a [[Primavera dos Povos]] de 1848, o povo húngaro sentiu-se renegado a uma situação de segunda classe perante os povos alemães da Áustria e revoltou-se, sendo contido apenas com a intervenção da [[Império Russo|Rússia]], que ainda tentava buscar a manutenção do ''status quo'', conforme estabelecido nos arranjos políticos do [[Congresso de Viena]].<ref>{{citar web |url=http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/2003/03/26/001.htm |titulo=Ordem e desordem no mundo|data=19/10/2008}}</ref>
 
Para assegurar que o império não passaria por outra crise, como a da década de 1840, o imperador [[Francisco José I da Áustria|Francisco José]] negociou um compromisso com a nobreza húngara no intuito de garantir seu apoio. Os líderes [[magiares]] aceitaram a coroação de Francisco José ao garantir o estabelecimento de um parlamento autônomoautónomo em [[Budapeste]] com o poder de definir leis para a parte húngara da coroa (as terras de [[Santo Estêvão]]) e assim garantir sua proeminência política na região. Com o acordo firmado, também foi definido que o poder central ficaria responsável pela [[política externa]], [[economia]] e [[Forças armadas|defesa]] do novo império.<ref name="H">{{citar web |url=http://encyclopedia.farlex.com/Austro-Hungarian+Compromise+of+1867 |titulo=Austro-Hungarian Compromise of 1867 |acessodata=19/11/08 |autor=Hutchinson Encyclopedia|língua=en}}</ref>
 
Apesar de o acordo ter favorecido a etnia magiar do império, a situação não mudou para as minorias eslavas que estavam sob o poder dos [[Casa de Habsburgo|Habsburgo]]. [[Eslovenos]], [[croatas]], [[polacos]], [[eslovacos]] e [[checos]], entre outros, representavam uma parcela significativa da população, mas não tinham plenos direitos de cidadania aos olhos de [[Viena]] e [[Budapeste]], e isto contribuiu, em última instância, para a desintegração do império em 1918.<ref>LESSA, 2001, p. 113.</ref> Apesar disto, na [[Primeira Guerra Mundial]] houve uma tentativa de promover algumas minorias étnicas do Império para marginalizar os cristãos ortodoxos da região.<ref>M. Gross, Povijest pravaške ideologije, Zagreb: Institut za hrvatsku povijest, [[1973]]</ref><ref>M. S. Spalatin, “The Croatian Nationalism of Ante Starčević, 1845−1871”, Journal of Croatian Studies, 15, [[1975]], 19−146</ref><ref>G. G. Gilbert, “Pravaštvo and the Croatian National Issue”, East European Quarterly, 1, 1978, 57−68</ref><ref>M. Gross. A. Szabo, Prema hrvatskome građanskom društvu. Društveni razvoj u civilnoj Hrvatskoj I Slavoniji šezdesetih I sedamdesetih godina 19. stoljeća, Zagreb: Globus nakladni zavod, 1992, 257−265</ref><ref>Ј. Хорват, Странке код Хрвата и њихова идеологија, Београд: Политика, 1939</ref><ref>В. Ћоровић, Црна књига: Патње Срба Босне и Херцеговине за време Светског Рата 1914−1918, Удружење ратних добровољаца, 1996</ref>
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** 31 de outubro, independência da Hungria.
** 3 de novembro, armistício entre o Império Austro-húngaro e os aliados.
** 7 de novembro, proclamada a república de PolôniaPolónia (que se adjudica à região austríaca de [[Galícia (Europa Central)|Galícia]])
** 16 de novembro, proclamada a república da Hungria.
** 1 de dezembro, as regiões do sul do Império unem-se à Sérvia e [[Montenegro]] formando o [[Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos]].
** 24 de dezembro, unificação da [[Transilvânia]] e [[Roménia|Romênia]].
* [[1919]]: O Império Austro-húngaro é totalmente dissolvido pelos tratados de [[Tratado de Saint-Germain-en-Laye|Saint-Germain]] e [[Tratado de Trianon|Trianon]].