Manuel Marques de Sousa: diferenças entre revisões

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Ele recebeu instruções de Mitre em 18 de agosto para atacar o [[Forte de Curuzú]] em uma operação que seria realizada sob o comando de Tamandaré. Entretanto, Porto Alegre se recusou a aceitar o comando do primo sob o argumento que ambos tinham a mesma patente, avisando que iria operar por conta própria em Curuzú.<ref> {{harvnb|Doratioto|2002|pp=234–235}} </ref> Ele era incapaz de submeter suas forças a uma ordem estrangeira e não estava disposto a acatar ordens emitidas por um aliado.<ref> {{harvnb|Doratioto|2002|p=235}} </ref> A situação não melhorou nem quando os dois primos encontraram algo em comum em seu desgosto pelo comandante brasileiro do 1.º Corpo, o marechal de campo [[Polidoro Jordão]] (depois o Visconde de Santa Teresa). Jordão era ostracizado por apoiar Mitre e ser membro do Partido Conservador enquanto Porto Alegre e Tamandaré eram Progressistas.<ref> {{harvnb|Doratioto|2002|p=247}} </ref>
 
[[Ficheiro:Jornal Sentinela do Sul 2.JPG|thumb|Gravura do então ViscondeFac-símile de Portouma Alegrepágina nodo Jornal ''[[A Sentinela do Sul]]'' ([[1867]]) com retrato do então Visconde de Porto Alegre (no alto), homenageando a vitória em [[Batalha de Curuzu|Curuzú]].]]
 
Porto Alegre, que em agosto foi elevado para visconde, liderou um [[Guerra anfíbia|ataque anfíbio]] que durou do dia 1 ao 3 de setembro. Suas forças acabaram saindo vitoriosas da [[Batalha de Curuzu|Batalha de Curuzú]].<ref> {{harvnb|Rio Branco|1999|pp=407, 411}}; {{harvnb|Rodrigues|1990|pp=131–132}} </ref> O exército aliado marchou em seguida para o [[Forte de Curupaiti]], parte da defesa externa de Humaitá. A [[Batalha de Curupaiti]] que se seguiu em 22 de setembro terminou em uma imensa derrota das forças aliadas.<ref> {{harvnb|Rio Branco|1999|p=449}}; {{harvnb|Rodrigues|1990|pp=133–135}} </ref> Os líderes da Tríplice Aliança culparam uns aos outros pelo fracasso, porém Porto Alegre praticamente só criticava Mitre. Ele disse: "Aqui está o resultado da falta de confiança do governo brasileiro em seus generais e da entrega de seus exércitos para generais estrangeiros".<ref> {{harvnb|Doratioto|2002|p=244}} </ref> Para encerrar os conflitos internos, o Brasil colocou Caxias no comando de todas as forças brasileiras no Paraguai.<ref> {{harvnb|Doratioto|2002|p=278}} </ref> Anteriormente amigos, Porto Alegre e Caxias (membro do Partido Conservador) haviam se distanciado por conta de política.{{nota de rodapé|Não se sabe o motivo do desentendimento entre Porto Alegre e Caxias nem quando ele ocorreu. Porto Alegre havia fundado o Partido Progressista-Liberal junto com o chefe Conservador de São Pedro do Rio Grande do Sul, [[Luís Alves Leite de Oliveira Belo (I)|Luís Alves Leite de Oliveira Belo]] (primo direto de Caxias).<ref> {{harvnb|Doratioto|2008|pp=101–102}} </ref> Porto Alegre e Oliveira Belo se desentenderam em 1858 quando o primeiro apoiou [[Ângelo Moniz da Silva Ferraz]] (depois Barão de Uruguaiana) para presidente provincial enquanto o segundo era contra.<ref> {{harvnb|Doratioto|2008|pp=114–115}} </ref> Oliveira Belo encontrou apoio em [[Manuel Luís Osório]] (depois Marquês de Herval), uma importante figura do Partido Liberal que fazia oposição a facção Progressista de Porto Alegre.<ref> {{harvnb|Doratioto|2008|pp=120–121}} </ref> Em 1862, Porto Alegre acusou Osório em uma carta secreta de conspirar a secessão de São Pedro do Rio Grande do Sul. Caxias (que era inimigo de Silva Ferraz) adquiriu a carta e a enviou para Oliveira Belo, que por sua vez a mostrou para Pedro II. A situação fez com que Porto Alegre parecesse um conspirador e de certa forma um tolo.<ref> {{harvnb|Doratioto|2008|pp=122–123}} </ref> Não está claro se esta sequência de eventos corroeu a relação entre os dois militares. Entretanto, o rompimento virou de conhecimento público já que até o imperador escreveu em seu diário no mesmo ano sobre a animosidade de Porto Alegre com Caxias.<ref name=calmon > {{citar livro|autor=[[Pedro Calmon|Calmon, Pedro]]|título=História de D. Pedro II|local=Rio de Janeiro|editora=José Olímpio|ano=1975|páginas=671, 762 }} </ref> }} Tamandaré foi substituído na marinha por [[Joaquim José Inácio]] (posterior Visconde de Inhaúma e membro do Partido Conservador), porém Porto Alegre permaneceu no comando do 2.º Corpo.{{nota de rodapé|Porto Alegre havia recebido uma licença em 27 de novembro de 1866 alegando não estar bem de saúde. Seu pedido ocorreu alguns dias depois da chegada de Caxias. Ele voltou para seu posto em 1 de março de 1867.<ref> {{harvnb|Rio Branco|1999|p=139}}; {{harvnb|Rodrigues|1990|p=135}} </ref> }}