Georg Friedrich Händel: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m Desfeita(s) uma ou mais edições de 2804:2238:714:1d00:8dfb:e01d:16df:7194, com Reversão e avisos
Etiquetas: Edição via dispositivo móvel Edição feita através do sítio móvel
Linha 97:
=== Visão geral ===
 
Falando dedo seu estilo geral, [[Romain Rolland]] disse que
::''"...nenhum outro músico é tão difícil de incluir nos limites de uma definição, ou mesmo dentro de várias, do que Händel... Ele não é um daqueles que impõem sobre a vida e a arte um idealismo voluntário, seja violento ou pacífico; nem é daqueles que escrevem a fórmula deda sua campanha no livro da vida. Ele é do tipo que bebe da vida universal, e a assimila a si mesmo. SuaA sua vontade artística é essencialmente objetiva. SeuO gênioseu segénio adapta-se a milhares de imagens de eventos passageiros, às nações, aos tempos em que viveu, e mesmo às modas dedos seus dias. Ele se acomoda às várias influências, ignorando todos os obstáculos. Ele pondera outros estilos e outros pensamentos, mas tamanho é o poder de assimilação e o equilíbrio deda sua natureza que ele jamais submerge ou se sobrecarrega pela massa dos elementos estranhos. Tudo é devidamente absorvido, controlado e classificado. Esta alma imensa é como o mar, onde todos os rios do mundo se derramam sem que perca a sua serenidade"''.<ref>[http://books.google.com/books?id=e3bsu1-IkhoC&printsec=frontcover&dq=handel&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&hl=pt-BR&cd=9#v=onepage&q=&f=false Rolland, pp. 110-111]</ref>
[[Ficheiro:Handel regendo.jpg|thumbnail|230px|Händel regendo um oratório]]
 
Quanto à obra operística, Händel em linhas gerais seguiu os princípios da música dramática italiana, que era a corrente dominante em seu tempo, toda composta na grande tradição da [[Ópera-séria|ópera séria]]. Não reagiu contra as convenções do gênerogénero, mas foi capaz de introduzir-lhe grande variedade, e notabilizou-se pela profundidade da caracterização [[psicologia|psicológica]] de seus [[personagem|personagens]], conseguindo fazer convincentes seres humanos dos heróis míticos de suas histórias. Incorporou também elementos dos estilos inglês (especialmente de [[Henry Purcell|Purcell]]), francês (a tradição dramática de [[Lully]] e [[Rameau]]) e alemão ([[Johann Krieger|Krieger]], [[Johann Adam Reincken|Reincken]], [[Dietrich Buxtehude|Buxtehude]], [[Pachelbel]], [[Muffat]] e outros, que deram a base de sua formação inicial), os quais conhecia em profundidade, sendo, de acordo com [[Nikolaus Harnoncourt]], um dos poucos compositores dedo seu tempo que podiam ser descritos como verdadeiramente cosmopolitas.<ref>[http://books.google.com/books?id=-Z7VTQC7zt0C&printsec=frontcover&dq=handel&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&hl=pt-BR&cd=2#v=onepage&q=&f=false Lang, pp. 636-644]</ref><ref name="Harnoncourt">Harnoncourt, Nikolaus. [http://books.google.com/books?id=OgUQX5TQKYgC&pg=PA213&dq=haendel&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&hl=pt-BR&cd=9#v=onepage&q=haendel&f=false ''O Discurso dos Sons'']. Jorge Zahar Editor Ltda, 1998. pp. 212-213</ref> SuasAs suas obras vocais nunca foram compostas para satisfazer o gosto popular, salvo algumas tentativas em seus anos finais, todas mal-sucedidas, e a sua correspondência privada atesta o quanto ele desprezava esse gosto,<ref name="Dent"/> mas seus cadernos de notas revelam que retirava muita inspiração das canções que ouvia nas ruas.<ref>[http://books.google.com/books?id=e3bsu1-IkhoC&printsec=frontcover&dq=handel&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&hl=pt-BR&cd=9#v=onepage&q=&f=false Rolland, p. 114]</ref> Realmente compunha para o momento, por dinheiro, para arrasar os seus concorrentes, sem pretender a imortalidade, mas, segundo [[Edward Dent]], jamais abandonou a seriedade com que via o seu próprio trabalho, e o fez visando uma classe social educada que seria capaz de desejar, além de entretenimento, também graça, dignidade e serenidade. Apesar disso, contribuiu de forma importante para disseminar música de alto nível entre o povo através dos seus concertos públicos.<ref name="Dent"/><ref name="Hindley"/> Suas obras sacras revolucionaram a prática inglesa, não somente através do emprego de grandes massas orquestrais e vocais e pelo uso eficiente do ''stile concertato'', contrapondo pequenos grupos e solos contra o bloco da orquestra e coro, como também pelos seus efeitos grandiosos e poderoso dramatismo, e a introdução de um senso melódico mais moderno e uma harmonia mais clara.<ref>Burrows, Donald. [http://books.google.com/books?id=4nfmouPTuM4C&printsec=frontcover&dq=handel&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&hl=pt-BR&cd=39#v=onepage&q=handel&f=false ''Introduction'']. IN Burrows, Donald (ed). ''Händel and the English Chapel Royal''. Oxford University Press, 2005. p. 1</ref> Seus oratórios, muito mais do que substitutos de óperas para os períodos de [[Quaresma]], quando os teatros profanos fechavam, fundaram no país toda uma nova tradição de [[canto coral]], que logo se tornou um traço importante da cena musical inglesa e que inspirou [[Haydn]] e impressionou [[Berlioz]]. Além da sua produção vocal, deixou grande quantidade de música instrumental de nível superior, entre [[Concerto (música erudita)|concertos]], [[sonata]]s e [[suíte]]s.<ref name="Hindley"/>
 
Händel foi celebrado como um dos grandes organistas e cravistas de sua geração, foi chamado de "divino" e "miraculoso", e comparado a [[Orfeu]]. Certa vez, em Roma, tocou o cravo de pé, numa posição incômoda, e com um chapéu debaixo do braço, mas de uma maneira tão exímia que todos disseram, jocosamente, que sua arte se devia a algum pacto com o demônio, já que ele era um [[protestante]]. Sentando-se depois, tocou ainda melhor.<ref>[http://ichriss.ccarh.org/HRD/1710.htm ''Carta da Eleitora Sophia de Hanover a Sophia Dorothea, princesa da Prússia'']. IN Chrissochoidis, Ilias (comp). ''1710''. Handel Reference Database</ref><ref>Prat, Daniel. [http://ichriss.ccarh.org/HRD/1722%20Ode%20to%20Mr.%20Handel%20playing%20on%20the%20Organ.htm ''Ode to Mr. Handel on his Playing on the Organ, 1722'']. IN Chrissochoidis, Ilias (comp). Handel Reference Database</ref><ref>[http://ichriss.ccarh.org/HRD/1707.htm ''Histoire du Musicien Haindel'']. IN Chrissochoidis, Ilias (comp). ''1707''. Handel Reference Database</ref> Espantava seus ouvintes com sua capacidade de improvisação. Um registro contemporâneo refere que ''"ele acompanhava os cantores da forma mais maravilhosa, adaptando-se ao seu temperamento e virtuosidade, sem ter qualquer nota escrita diante de si"''. Mattheson afirmou que nesse terreno ele era incomparável.<ref>[http://books.google.com/books?id=e3bsu1-IkhoC&printsec=frontcover&dq=handel&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&hl=pt-BR&cd=9#v=onepage&q=&f=false Rolland, p. 116]</ref> Teve alguns alunos na Alemanha, mas depois disso jamais voltou a ensinar, salvo as filhas de [[Jorge II da Grã-Bretanha]], e o filho de seu secretário, John Christopher Smith. Um relato da época conta que ele não apreciava esta atividade. A documentação manuscrita sobrevivente, incluindo um caderno de exercícios composto para uso destes poucos alunos, indica que seus métodos como professor não diferiam da prática geral de seu tempo, mas mostravam uma especial influência da escola germânica, onde ele mesmo recebera sua formação.<ref>Mann, Aldred. [http://books.google.com.br/books?id=uvc8AAAAIAAJ&printsec=frontcover&dq=handel&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&cd=12#v=onepage&q=&f=false ''Bach and Handel as Teachers of Thorough Bass'']. IN Williams, Peter F (ed). ''Bach, Handel, Scarlatti, tercentenary essays''. Cambridge University Press, 1985. pp. 245-255</ref><ref>Handel, George Frideric & Ledbetter, David (ed). [http://books.google.com.br/books?id=NcKzfcexYHEC&printsec=frontcover&dq=handel&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&cd=14#v=onepage&q=&f=false ''Continuo playing according to Handel: his figured bass exercises'']. Oxford University Press, 1990. pp. 1-2</ref>