Cacilda Becker: diferenças entre revisões

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== Biografia ==
[[File:Cacilda Becker em “Em moeda corrente do país”.tif|thumb|Cacilda Becker em “Em moeda corrente do país”.]]
Filha do [[imigração|imigrante]] [[Itália|italiano]] Edmondo Iaconis e de Alzira Becker, Cacilda tinha apenas nove anos quando seus pais romperam o casamento e sua mãe viu-se obrigada a criar três filhas sozinha, uma delas a também atriz [[Cleyde Yáconis]]. Por este motivo, fixaram-se na cidade de [[Santos]], onde Cacilda ainda jovem frequentou os círculos boêmios e mais vanguardistas, já que por ser filha de pais pobres e separados não podia estabelecer amizade com pessoas da alta sociedade. Mesmo assim, Cacilda conseguiu fazer os estudos de ballet, sua primeira vocação artistica. Antes do teatro, um diploma de professora e, em São Paulo, o emprego de escrituraria numa firma de seguros<ref name="Folha"></ref>.
 
Aos 20 anos, vai para o [[Rio de Janeiro]] disposta a iniciar a carreira de [[atriz]]. Em [[1941]], na companhia de [[Raul Roulien]], Cacilda Becker começa a afirmar-se na carreira de atriz; com Raul e [[Laura Suarez]] ela interpreta em "''Trio em Lá Menor''", de [[Raimundo Magalhães Júnior]]. Antes disso ainda fez parte do elenco do ''"Teatro do Estudante"'', participando da montagem teatral de [[Hamlet]], dirigida por [[Paschoal Carlos Magno]]<ref name="Folha"></ref>.
Cacilda começou no teatro paulista como atriz amadora e se profissionalizou em 1948. Neste ano, [[Nydia Lícia]] recusou um papel na peça "Mulher do Próximo", de [[Abílio Pereira de Almeida]], produzida pelo [[Teatro Brasileiro de Comédia]] (TBC), para não ter que beijar nem dizer "amante" em cena, pois isto podia lhe custar o emprego numa importante loja. Cacilda, que a substituiu, exigiu ser contratada como profissional, acabando com o velho preconceito de que artista sério deveria ser diletante.
 
Regressa a São Paulo em [[1943]], onde faz [[rádio-teatro]] e integra-se no ''Grupo Universitário de Teatro'' (GUT), fundado por [[Décio de Almeida Prado]]; No GUT participa de três montagens: "Auto da Barca do Inferno", de [[Gil Vicente]]; "Irmãos das Almas", de [[Martins Pena]] e "Pequeno Serviço em Casa de Casal", de [[Mário Neme]].<ref name="Folha"></ref>. Volta ao Rio para trabalhar com "Os Comediantes", grupo responsável por uma verdadeira revolução no panorama teatral brasileiro; com eles e dirigida por [[Zbigniew Ziembinski|Zienbisnky]] (que a conhecia desde 1943), participa da remontagem da peça escrita por [[Nelson Rodrigues]] "O Vestido de Noiva", em [[1946]], no papel de Lúcia, ao lado de [[Olga Navarro]] e [[Maria Della Costa]]<ref name="Folha"></ref>.
Em 30 anos de carreira, Cacilda encenou 68 peças, no [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]] e em [[São Paulo (cidade)|São Paulo]]; fez três filmes (''[[Luz dos Seus Olhos]]'' em 1947, ''[[Caiçara (filme)|Caiçara]]'', em 1950 e ''[[Floradas na Serra (filme)|Floradas na Serra]]'', em 1954) e uma telenovela (''[[Ciúmes (telenovela)|Ciúmes]]'', em 1966), na [[Rede Tupi|TV Tupi]] além de outras participações em [[teleteatros]] na televisão, foi Cacilda quem inaugurou o [[Teatro Municipal de São Carlos]] com a peça [[Esperando Godot]] no começo de 1969.
 
Novamente em São Paulo, já em 1948, no teatro paulista a então atriz amadora e se profissionalizou. Cacilda leciona interpretação na [[Escola de Arte Dramática de São Paulo]] e entra para o [[Teatro Brasileiro de Comédia]] como a primeira atriz contratada em caráter profissional<ref name="Folha"></ref>; Isto foi possível pois [[Nydia Lícia]] recusou um papel na peça "Mulher do Próximo", de [[Abílio Pereira de Almeida]], produzida pelo TBC, para não ter que beijar nem dizer "amante" em cena, pois isto podia lhe custar o emprego numa importante loja. Cacilda, que a substituiu, exigiu ser contratada como profissional, acabando com o velho preconceito de que artista sério deveria ser diletante. Participante do ''TBC'', Cacilda viu o [[industrial]] [[Franco Zampari]] contratar Zienbisnky para ser ator e diretor da companhia teatral. Zampari lhe imprimiu novo ritmo a companhia, realizando de quatro a cinco montagens por ano e contratando diretores estrangeiros que contribuíram decisivamente para a elevação do nível técnico e artístico do teatro paulista<ref name="Folha"></ref>. Atuando em quase todas montagens dessa época, Cacilda Becker esteve em "''Nick Bar''", de [[William Saroyan]], em "''Antigone''", textos de [[Sofocles]] e de [[Jean Anouilh]], em "Dama das Camelias", de [[Alexandre Dumas]], e em "''Gata em Teto de Zinco Quente''", de [[Tennessee Williams]]<ref name="Folha"></ref>.
Cacilda provocava paixões avassaladoras e teve três maridos, sendo o último [[Walmor Chagas]], com quem adotou sua única filha, [[Clara Becker|Maria Clara Becker Chagas]], nascida em 1964. Durante a apresentação do espetáculo ''[[Esperando Godot]]'', que encenava com o marido, na capital paulista, em 6 de maio de 1969, Cacilda sofreu um [[Acidente vascular cerebral|derrame cerebral]] e foi levada para o hospital, ainda com as roupas de sua personagem.
 
Morreu após 38 dias de coma e foi sepultada no [[Cemitério do Araçá]], com a presença de uma multidão de admiradores.
O ''Teatro Brasileiro de Comédia'' entrou em declínio a partir de [[1955]]; quando os diretores italianos regressaram à Europa, enquanto os atores mais famosos fundavam suas próprias companhias teatrais. A partir disto, Cacilda e [[Walmor Chagas]] alugaram o teatro da [[Federação Paulista de Futebol]] e inauguraram o ''Teatro Cacilda Becker'' naquele espaço; e junto com Zienbinsky e sua irmã [[Cleide Yaconis]] - que também iniciara carreira no TBC e firmava-se como atriz - estrearam com ''"O Santo e a Porca"'', de [[Ariano Suassuna]]<ref name="Folha"></ref>. Ali também encenaria o texto de de [[Edward Albee]], ''"Quem tem medo de Virginia Woolf?"'', considerada uma das melhores interpretações da carreira de Cacilda Backer<ref name="Folha"></ref>.
 
Em 1968 Cacilda suspende as atividades da sua companhia teatral para presidir a ''Comissão Estadual de Teatro'', em São Paulo; cargo no qual buscou ser a mediadora entre classe teatral e o Governo. Um ano depois, em 1969, retorna ao teatro, ao aceitar o desafio de representar, sob a direção de [[Flavio Rangel]], o vagabundo Estragon de ''[[Esperando Godot]]''. Sua presença no palco, ao lado de Walmor Chagas e de seu filho Luís Carlos Martins, que estreava no teatro, era citada como um dos acontecimentos importantes da temporada teatral daquele ano<ref name="Folha">{{citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=15 de junho de 1969|titulo=O silêncio desce sobre Cacilda|url=http://almanaque.folha.uol.com.br/ilustrada_15jun1969.htm|jornal=[[Folha de São Paulo]]|acessodata=16 de junho de 2019}}</ref>. Foi Cacilda quem inaugurou o [[Teatro Municipal de São Carlos]] com a peça "Esperando Godot, no começo de 1969.
 
Cacilda provocava paixões avassaladoras e teve três maridos, sendo o último [[Walmor Chagas]], com quem adotou sua única filha, [[Clara Becker|Maria Clara Becker Chagas]], nascida em 1964. Durante a apresentação do espetáculo ''[[Esperando Godot]]'', que encenava com o maridoWalmor, na capital paulista, em 6 de maio de 1969, Cacilda sofreu um [[Acidente vascular cerebral|derrame cerebral]] e, não retornando para o segundo ato, foi levada para o hospital, ainda com as roupas de sua personagem<ref name="Folha"></ref>.
 
Em 30 anos de carreira, Cacilda encenou 68 peças, no [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]] e em [[São Paulo (cidade)|São Paulo]]; fez três filmes (''[[Luz dos Seus Olhos]]'' em 1947, ''[[Caiçara (filme)|Caiçara]]'', em 1950 e ''[[Floradas na Serra (filme)|Floradas na Serra]]'', em 1954) e uma telenovela (''[[Ciúmes (telenovela)|Ciúmes]]'', em 1966), na [[Rede Tupi|TV Tupi]] além de outras participações em [[teleteatros]] na televisão, foi Cacilda quem inaugurou o [[Teatro Municipal de São Carlos]] com a peça [[Esperando Godot]] no começo de 1969.
 
Foi casada em primeira nupcias com o [[jornalista]] [[Tito Fleury]]. Quando faleceu estava separada de seu último marido, o ator Walmor Chagas. Deixau a mãe Alzira Yaconis Becker (seu pai Edmundo Radamés Becker já era falecido), o filho Luís Carlos, do primeiro matrimonio, e as irmãs Dirce e Cleide Yaconis, esta também conhecida atriz de teatro. Deixou ainda uma filha adotiva, Maria Clara<ref name="Folha"></ref>.
 
==Personagens==