Malacóstracos: diferenças entre revisões
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{{Wikispecies|Malacostraca}}
''Malacostraca'' é uma classe do subfilo [[Crustáceo|Crustacea]], pertencente ao filo [[Artrópode|Arthropoda]], com aproximadamente
A maioria das propostas de classificação divide as espécies de Malacostraca em três subclasses, sendo estas: [[Eumalacostraca]], [[Hoplocarida]] e [[Phyllocarida]]. No entanto, a subdivisão dos
Algumas características morfológicas são importantes na determinação dos
* Corpo formado por 19 ou 20 segmentos, sendo o segmento cefálico com 6, o tórax com 8 e o pléon com 6 segmentos, com exceção de [[Phyllocarida|Leptostraca]] que possui 7 segmentos no pléon. <ref name=":0" /><ref name=":1">{{citar periódico|ultimo=Ricther|primeiro=S.|data=2000|titulo=Phylogentic analysis of the malacostraca (Crustacea)|url=|jornal=Humboldt-Universität zu Berlin, Institute für Biologie|acessodata=}}</ref>
* Posição definida dos gonóporos, sendo os femininos no sexto
* Antênulas e antenas geralmente birremes. <ref name=":0" />
* Segmentos abdominais com apêndices birremes. <ref name=":2">{{Citar livro|url=http://worldcat.org/oclc/181901543|título=Zoologia dos invertebrados|ultimo=Barnes, Robert D.|data=19--|editora=Roca|oclc=181901543}}</ref>
==Etimologia==
O nome ''Malacostraca'', criado pelo zoólogo francês [[Pierre André Latreille]] em 1802 <ref>{{Citar periódico|ultimo=Dupuis|primeiro=Claude|data=1974-1|titulo=Pierre Andre Latreille (1762-1833): The Foremost Entomologist of his Time|url=http://www.annualreviews.org/doi/10.1146/annurev.en.19.010174.000245|jornal=Annual Review of Entomology|lingua=en|volume=19|numero=1|paginas=1–14|doi=10.1146/annurev.en.19.010174.000245|issn=0066-4170}}</ref>, tem origem grega onde '''μαλακός''' (malakós) significa macio e '''ὄστρακον''' (óstrakon) significa concha, sendo assim o grupo seria caracterizado por uma concha macia. <ref>Oxford English Dictionary (3ª edição). Osford University Press. Setembro, 2005.</ref>
== Classificação ==
''Malacostraca'' é uma das cinco classes dentro do filo [[Crustáceo|Crustacea]], a subdivisão dessa classe ainda não está completamente definida, havendo muita discordância entre os autores, porém a sua monofilia é amplamente aceita. <ref name=":0" /> Abaixo, está apresentada a divisão segundo Richard Brusca no livro [[Invertebrados]]:
*'''Sub-classe [[Phyllocarida]]'''
:[[Ficheiro:Nebalia bipes.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|266x266px|''Nebalia bipes'' ([[Leptostraca]])]]
::*'''Ordem [[Leptostraca]]:''' Inclui cerca de 40 espécies, sendo considerado um grupo basal dentro de ''Malacostraca.'' No geral, são organismos pequenos, podendo variar entre 5 e 15 mm de comprimento, sendo que a espécie ''Nebaliopsis typica'' pode chegar aos 5 cm de comprimento, sendo equivalente a um gigante dentro dessa ordem. Todos os
[[Ficheiro:Petrolisthes sp.jpg|miniaturadaimagem|''Petrolisthes sp.'' (Decapoda; Anomura; Porcellanidae)]]
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*'''Sub-classe [[Eumalacostraca]]'''
::*'''Superordem [[Hoplocarida]]'''
::**'''Ordem [[Stomatopoda]]:''' Possui cerca de 500 espécies viventes também conhecidos como tamburutacas ou tamarutacas. Se comparado com a maioria dos
::*'''Superordem [[Syncarida]]:''' Cerca de 285 espécies descritas, representando um grupo-chave na evolução dos
::**'''Ordem [[Anaspidacea]]:''' Apresentam apenas um par de maxilípedes e uma distribuição estritamente de florestas gonduânicas habitando ambientes de água doce, como superfícies de lagos abertos, riachos, lagoas e tocas de [[lagostim]]. <ref name=":0" />
::**'''Ordem Bathynellacea:''' Se diferenciam dos
::*'''Superordem [[Eucarida]]:''' Os representantes deste grupo, apesar de serem altamente diversificados, apresentam um [[cefalotórax]] característico com uma carapaça completamente fundida com todos os segmentos torácicos. <ref name=":0" />
::**'''Ordem [[Euphausiacea]]:''' Composto por aproximadamente 90 espécies ocorrendo em todos os ambientes oceânicos. São espécies pelágicas e gegrárias, ocorrendo em grandes cardumes ([[Krill]]). Suas principais características são: ausência de um maxilípede, brânquias não recobertas pela carapaça e pereópodes birremes. Em geral, os
::**'''Ordem Amphionidacea:''' Esta ordem possui uma única espécie conhecida, ''Amphionides reynaudii'', encontrado no plâncton marinho do mundo inteiro em profundidades de até 1.700 metros. <ref name=":0" />
::**'''Ordem [[Decapoda]]:''' Composto pelas espécies mais conhecidas de [[Crustáceo|crustáceos]], reconhecidos como algum tipo de [[camarão]], [[caranguejo]], [[lagosta]] ou [[lagostim]], com cerca de 18.000 espécies ocorrendo em todas as profundidades dos ambientes aquáticos e até mesmo terrestres. Se diferem de outras espécies de [[Eucarida]] por sempre possuírem três pares de maxilípedes e cinco pares de pereópodes, dando o nome ao grupo. As estratégias alimentares dos decápodes incluem suspensivoria, predação, herbivoria, saprofagia e outras mais. Além disso, esta ordem pode ser dividida em duas subordens: [[Dendrobranchiata|Dendobranchiata]] e [[Pleocyemata]], que possui entre suas 11 infraordem: Branchyura e [[Anomura]]. <ref name=":0" />
::*'''Superordem [[Peracarida]]:''' Com cerca de 25.000 espécies, representam um grupo de [[Crustáceo|crustáceos]] muito bem sucedidos ocorrendo em habitats diversos, sendo a maioria marinha, porém com alguns representantes terrestres e de água doce, além de várias espécies que vivem em fontes termais com temperaturas entre 30 e 50°C. <ref name=":0" />[[Ficheiro:Diastylis bradyi.jpg|miniaturadaimagem|278x278px|''Diastylis bradyi'' (Cumacea)]]
::**'''Ordem [[Mysida]]:''' Com cerca de
::**'''Ordem [[Lophogastrida|Lophogasrtida]]:''' Suas 60 espécies possuem grande variedade de tamanhos (a maioria medindo entre 1 e 8 cm de comprimento, embora algumas espécies cheguem a 35 cm) e com uma ampla distribuição oceânica. <ref name=":0" />
::**'''Ordem [[Cumacea]]:''' Incluem cerca de
::**'''Ordem [[Tanaidacea]]:''' A maioria das
::**'''Ordem Mictacea:''' Esta ordem apresenta apenas 6 espécies conhecidas, geralmente muito pequenos e vivendo em águas de cavernas. <ref name=":0" />
::**'''Ordem Spelaeogriphacea:''' Possui apenas 4 espécies conhecidas, sendo ainda muito pouco conhecido sobre a sua biologia. <ref name=":0" />
::**'''Ordem Thermosbaenacea:''' Possui aproximadamente 34 espécies conhecidas, sendo uma delas, ''Thermosbaena mirabilis'', encontrada em fontes hidrotérmicas de água doce na América do Norte, onde vive sob temperaturas acima de 40°C. <ref name=":0" />
::**'''Ordem [[Isopoda]]:''' Incluem cerca de 10.500 espécies marinhas, dulcícolas e terrestres, cujo comprimento varia de 0,5 a 500 mm. Além disso, alguns grupos como Epicaridea e Flabellifera são parasitas. <ref name=":0" />[[Ficheiro:Armadillidium vulgare 001.jpg|miniaturadaimagem|227x227px|''Armadillidium vulgare'' (Isopoda)]]
::**'''Ordem [[Amphipoda]]:''' As cerca de 11.000 espécies apresentam grande variação de tamanho, desde animais minúsculos de 1 mm até espécies bentônicas gigantes de 29 cm de comprimento. Os animais estão distribuídos na maioria dos habitats marinhos e de água doce, constituindo uma porção expressiva da biomassa em muitas áreas. Os [[Isópodos|isópodes]] e os [[Amphipoda|anfípodes]] compartilham muitas características e são frequentemente considerados intimamente relacionados. <ref name=":0" />
== Registro fóssil ==
Em comparação com outros grupos de [[Crustáceo|crustáceos]], a classe ''Malacostraca'' possui o maior e mais completo registro fóssil de todos, especialmente devido à presença de um [[Exosqueleto|exoesqueleto]] passível de [[Fóssil|fossilização]]. <ref name=":5">{{Citar periódico|ultimo=Glaessner|primeiro=M. F.|data=1957-06|titulo=Evolutionary Trends in Crustacea (Malacostraca)|url=http://dx.doi.org/10.2307/2406049|jornal=Evolution|volume=11|numero=2|paginas=178|doi=10.2307/2406049|issn=0014-3820}}</ref>
Esses animais restringiram-se às águas tropicais de [[Laurência]] até a formação de [[Pangeia]] no [[Permiano]], quando então se dispersaram pelo mundo. E de maneira geral, é no [[Paleozoico]] que surge uma grande variedade de [[Phyllocarida]], [[Hoplocarida]], e [[Eumalacostraca]] primitivos, como veremos abaixo. <ref name=":6">{{Citar periódico|ultimo=Schram|primeiro=F. R.|data=1977-12-01|titulo=Paleozoogeography of Late Paleozoic and Triassic Malacostraca|url=http://dx.doi.org/10.1093/sysbio/26.4.367|jornal=Systematic Biology|volume=26|numero=4|paginas=367–379|doi=10.1093/sysbio/26.4.367|issn=1063-5157}}</ref>
Sabe-se que a tendência evolutiva deste grupo é complexa e não derivou de apenas uma radiação adaptativa, sendo assim é possível dizer também que atualmente existem alguns grupos que são considerados como verdadeiros “fósseis vivos”, como os Nebaliidae (ordem [[Phyllocarida|Leptostraca]]) e [[Syncarida]]. Esses animais devem sua sobrevivência às combinações ecológicas excepcionais, enquanto que muitos outros Malacostracos já foram extintos. <ref name=":5" />
Alguns pesquisadores acreditam, com base em evidências tanto morfológicas quanto paleontológicas, que na ordem [[Phyllocarida|Leptostraca]] esteve o representante mais primitivo da fauna atual dos Malacostracos, já que as evidências contidas no registro fóssil indicam que os representantes mais antigos desta ordem viveram no Período [[Cambriano]], quando os Malacostracos começaram a se diferenciar'''.''' Provavelmente os Leptostracos são também muito semelhantes ao primeiro [[crustáceo]] ancestral. <ref name=":2" />
Os Malacostracos primitivos herdaram uma diferenciação do tegumento em carapaça e abdômen sendo que ao longo da [[evolução]], alguns grupos seguiram a tendência de consolidar essa característica, enquanto outros seguiram o caminho de volta à segmentação uniforme. <ref name=":5" />
Grupos como [[Hoplocarida]] são conhecidos desde o [[Devoniano Superior|Devoniano superior]] enquanto outros grupos dentro de [[Eumalacostraca]] são conhecidos desde o carbonífero inferior e possivelmente, desde o [[Devoniano Médio|Devoniano médio]]. <ref>{{Citar periódico|data=1983|titulo=The Biology of Crustacea|url=http://dx.doi.org/10.1016/b978-0-12-106406-8.50001-7|publicado=Elsevier|paginas=ii|isbn=9780121064068}}</ref>
[[Ficheiro:Malacostraca - Evolução no registro fóssil.png|miniaturadaimagem|520x520px|Evolução da classe Malacostraca no registro fóssil.]]
Grupos como [[Mysidacea|Mysida]] e [[Krill|Euphausiacea]] são bem conservados desde o seu surgimento até hoje, apresentando como característica a falta de diferenciação funcional. Já em [[Isopoda]] e [[Amphipoda]], a carapaça é gradualmente reduzida e a segmentação externa do corpo torna-se quase perfeitamente uniforme, sendo que esses animais adquiriram um modo de vida de associação gradual ao substrato. <ref name=":5" />
É apenas no [[Mesozoico|Mesozóico]] que se consolida a base da composição geral dos Malacostracos, sendo dominada pela radiação anatômica das superordens [[Peracarida]] e [[Eucarida]]. Do [[Devoniano Médio|Devoniano médio]] até o [[Triássico]], os fósseis encontrados são Malacostracos maiores e os grupos marinhos presentes no [[Paleozoico|Paleozóico]] parecem ter sido suplantados após a extinção do [[Permiano]]-Triássico por animais primitivos e intermediários dos [[Decapoda|Decápodes]]. <ref name=":6" />
Uma verdadeira evolução ocorre, progressivamente, na ordem [[Decapoda]], resultando em um aumento expressivo do conjunto de adaptações presentes. Essa evolução é direcionada para a diferenciação e aumento da importância funcional da carapaça e dos toracópodes. Os representantes desta ordem aparecem no começo da Era [[Mesozoico|Mesozóica]] e se diversificam intensamente até a fauna atual. <ref name=":5" />
Muitos dos grupos de camarões característicos do [[Paleozoico|Paleozóico]] eram restritos em sua distribuição no [[Devoniano]] e no [[Carbonífero]], e se dispersaram com a formação da [[Pangeia]], ficando restritos aos habitats de água doce de [[Gondwana]], enquanto os Malacostracos evoluíram nos habitats marinhos e tropicais de Pangeia, a partir de populações que tinham sido elementos menores na fauna paleozóica. <ref name=":6" />
== Morfologia geral ==
[[Ficheiro:Camarão rosa.jpg|miniaturadaimagem|Camarão rosa (Decapoda; Penacoidae).|317x317px]]Embora seja difícil abranger a diversidade de formas entre os
*Corpo com 19 a 20 segmentos (senod 6 segmentos cefálicos; 8
*Primeiro par de antenas multirreme (geralmente birreme);
* Segmentos abdominais com apêndices birremes;
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* Último par de apêndices abdominais modificados em urópodes;
*Esses urópodes, quando presentes, geralmente são amplos e achatados e estão situados ao longo do télson largo formando um leque caudal;
*A [[carapaça]] recobre parte ou todo o tórax, sendo reduzida ou ausente;
* A [[carapaça]] não recobre os apêndices;
* A posição de abertura dos gonópodes é fixa (sendo no sexto tarcômero nas fêmeas e no oitavo nos machos);
* Estômago com câmaras cárdica e pilórica para trituração, hidrólise e filtração;
*Alguns grupos apresentam estatocistos, que podem ser totalmente fechados e conter um estatólito secretado, como ocorre em [[Mysidacea|misídeos]] e em alguns [[Isópodos|isópodes]], ou podem ser abertos ao exterior por meio de um poro diminuto e conter um estatólito formado por grãos de areia, como ocorre em muitos [[Decapoda|decápodes]].
== Filogenia ==
[[Ficheiro:Malacostracaphylo.png|miniaturadaimagem|582x582px|Conjunto de filogenias de Malacostraca ao longo do tempo. Baseado especialmente no artigo ''Phylogenetic analysis of the Malacostraca (Crustacea)''.|alt=]]
Atualmente a classe Malacostraca é amplamente aceita como monofilética, porém a relação entre as ordens que compõem a classe não são inteiramente compreendidas devido à grande variedade morfológica entre os grupos, e por isso, as relações filogenéticas dos principais [[Táxon|táxons]] ainda estão em debate. <ref name=":7">{{citar periódico|ultimo=Richter|primeiro=Stefan|data=2001|titulo=Phylogenetic analysis of the Malacostraca (Crustacea)|url=|jornal=Journal of Zoological Systematics and Evolutionary Research|acessodata=14/06/2019}}</ref> Alguns estudos baseados em análises moleculares estão sendo realizados para compreender esse clado <ref>{{Citar periódico|ultimo=Jarman|primeiro=Simon N.|ultimo2=Nicol|primeiro2=Stephen|ultimo3=Elliott|primeiro3=Nicholas G.|ultimo4=McMinn|primeiro4=Andrew|data=2000-10|titulo=28S rDNA Evolution in the Eumalacostraca and the Phylogenetic Position of Krill|url=http://dx.doi.org/10.1006/mpev.2000.0823|jornal=Molecular Phylogenetics and Evolution|volume=17|numero=1|paginas=26–36|doi=10.1006/mpev.2000.0823|issn=1055-7903}}</ref><ref>{{Citar periódico|ultimo=Spears|primeiro=Trisha|ultimo2=DeBry|primeiro2=Ronald W.|ultimo3=Abele|primeiro3=Lawrence G.|ultimo4=Chodyla|primeiro4=Katarzyna|data=2005-04|titulo=Peracarid monophyly and interordinal phylogeny inferred from nuclear small-subunit ribosomal DNA sequences (Crustacea: Malacostraca: Peracarida)|url=http://dx.doi.org/10.2988/0006-324x(2005)118[117:pmaipi]2.0.co;2|jornal=Proceedings of the Biological Society of Washington|volume=118|numero=1|paginas=117–157|doi=10.2988/0006-324x(2005)118[117:pmaipi]2.0.co;2|issn=0006-324X}}</ref><ref>{{Citar periódico|ultimo=Meland|primeiro=Kenneth|ultimo2=Willassen|primeiro2=Endre|data=2007-09|titulo=The disunity of “Mysidacea” (Crustacea)|url=http://dx.doi.org/10.1016/j.ympev.2007.02.009|jornal=Molecular Phylogenetics and Evolution|volume=44|numero=3|paginas=1083–1104|doi=10.1016/j.ympev.2007.02.009|issn=1055-7903}}</ref> resultando, por vezes, em filogenias com baixo suporte morfológico. <ref>{{citar periódico|ultimo=Poore|primeiro=Gary|data=janeiro/2005|titulo=Peracarida: monophyly, relationships and evolutionary|url=|jornal=Nauplius|acessodata=22/06/2019}}</ref> Para a total compreensão do clado e a elaboração de uma [[árvore filogenética]] robusta é necessário ir além das técnicas moleculares mais conhecidas (sequência mitocondrial e DNA ribossomal). <ref>{{Citar web|titulo=Eumalacostracan phylogeny and total evidence: limitations of the usual suspects (project)|url=http://dx.doi.org/10.7934/p906|obra=MorphoBank datasets|data=2014|acessodata=2019-06-22|primeiro=A|ultimo=Jenner|primeiro2=N|ultimo2=Dhubhghaill|primeiro3=P|ultimo3=Ferla|primeiro4=A|ultimo4=Wills}}</ref>
Os
Essa enorme disparidade morfológica existente entre os grupos, é a grande questão que circunda a [[filogenia]] de Malacostraca, sendo que muitos estudos foram realizados com o intuito de elucidar as relações filogenéticas entre os grupos, gerando diferentes [[Árvore filogenética|árvores filogenéticas]] que, em geral, não concordavam entre si, a depender dos caracteres analisados. Entretanto, análises feitas com o [[ADN mitocondrial|genoma mitocondrial]] suportam a monofilia de [[Caranguejo|Brachyura]], [[Caridea]], [[Krill|Euphausiacea]], [[Penaeidae]] e [[Stomatopoda]]. Essas análises, também suportam uma relação entre [[Krill|Euphausiacea]] e [[Decapoda]]. <ref>{{Citar periódico|ultimo=Shen|primeiro=Xin|ultimo2=Wang|primeiro2=Haiqing|ultimo3=Wang|primeiro3=Minxiao|ultimo4=Liu|primeiro4=Bin|data=2011-11|titulo=The complete mitochondrial genome sequence of Euphausia pacifica (Malacostraca: Euphausiacea) reveals a novel gene order and unusual tandem repeats|url=http://dx.doi.org/10.1139/g11-053|jornal=Genome|volume=54|numero=11|paginas=911–922|doi=10.1139/g11-053|issn=0831-2796}}</ref>
Ainda assim, a relação entre os membros desta classe ainda não foi totalmente resolvida, sendo que existem dúvidas até mesmo em relação à sua posição dentre os [[Crustáceo|crustáceos]], sendo sugerido, por vezes, que os
Em 1893, Hansen criou a base para a classificação mais aceita até hoje distinguindo três táxons dentro de [[Eumalacostraca]]: o primeiro compreendendo [[Mysidacea]], [[Cumacea]], [[Isópodos|Isopoda]] e [[Amphipoda]], o segundo [[Krill|Euphausiacea]] e [[Decapoda]], e o terceiro os [[Stomatopoda]]. Já entre 1904 e 1909, Calman criou três novas divisões, [[Peracarida]] (Mysidacea, Cumacea, Tanaidacea, Isopoda e Amphipoda), [[Eucarida]] (Euphausiacea e Decapoda) e [[Hoplocarida]] (Stomatopoda). <ref name=":7" /> Essas três novas divisões, juntamente com [[Syncarida]], constituem os [[Eumalacostraca]], em oposição à ordem [[Phyllocarida|Leptostraca]]. As ordens Thermosbaenacea, [[Mictacea]], e Spelaeogriphacea (da superodem [[Peracarida]]) foram
Hessler em 1983 estabeleceu o táxon “Caridoida” para todos os [[Eumalacostraca]] com exceção de [[Stomatopoda]] e deu algum suporte para este táxon. E, embora essa classificação não seja mais utilizada, naquela época, Hessler queria defender o termo "faces caridóides”
Em 1998, Wills apresentou uma análise de todo o grupo [[Crustáceo|Crustacea]], e concluiu que Malacostraca não é [[Monofilia|monofilético]]. <ref name=":7" /> Entretanto, atualmente os pesquisadores estão de acordo com a monofilia dos
As relações entre as linhagens de [[Eumalacostraca]] e até mesmo entre os [[Eucarida]] estão longe de serem definidas e têm ocupado várias gerações de zoólogos com debates acirrados. <ref name=":0" /> Alguns pesquisadores, entretanto, estão de acordo com a monofilia da superordem [[Eucarida]] e também com a da superordem [[Syncarida]]. <ref name=":8" /> E existem dúvidas se os [[Hoplocarida]] são membros dos [[Eumalacostraca]] ou se merecem ter sua própria subclasse, sendo que [[Stomatopoda]] é a única ordem vivente dentro dos
Dentro da subclasse [[Phyllocarida]], resta apenas uma ordem vivente, sendo essa a ordem [[Phyllocarida|Leptostraca]], as outras duas ordens que faziam parte de Phyllocarida foram extintas.
Alguns pesquisadores sugeriram abandonar o táxon
|1={{clade
|1={{clade
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== Reprodução e ciclo de vida ==
Algumas características gerais com relação ao modo de reprodução podem ser citadas para os táxons em geral. Com relação ao tipo de desenvolvimento ou tipo larval na eclosão, [[Phyllocarida]], [[Syncarida]], [[Peracarida]] e alguns
Algumas outras características mais detalhadas são encontradas abaixo: <ref name=":0" />
*
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== Ecologia ==
[[Ficheiro:Callinectes sp.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|''Callinectes sp'' em seu habitat natural.|297x297px]]
Os
== Distribuição ==
[[Ficheiro:Siri Azul (Callinectes sapidus) - São Sebastião, SP.jpg|miniaturadaimagem|''Callinectes sapidus'', Siri-Azul|326x326px]]
De maneira geral, os
Entre os [[Leptostraca]], o gênero ''Nebalia'' é o mais bem estudado e suas espécies ocorrem todos os oceanos do mundo, com registros em ambas as costas da [[América do Norte]] <ref name=":2" /> e nas proximidades do [[Mar Egeu]] <ref name=":3">{{Citar web|titulo=WoRMS - World Register of Marine Species|url=http://www.marinespecies.org/aphia.php?p=checklist|obra=www.marinespecies.org|acessodata=2019-06-12}}</ref>''',''' por exemplo.
Na subclasse dos [[Eumalacostraca]], temos a ordem [[Stomatopoda]] com ampla distribuição em mares tropicais. [[Syncarida]] com distribuições quase globais, com exceção da Antártida. <ref>{{Citar periódico|ultimo=Camacho|primeiro=A. I.|ultimo2=Valdecasas|primeiro2=A. G.|titulo=Global diversity of syncarids (Syncarida; Crustacea) in freshwater|url=http://dx.doi.org/10.1007/978-1-4020-8259-7_28|local=Dordrecht|publicado=Springer Netherlands|paginas=257–266|isbn=9781402082580}}</ref>
Já os [[Euphausiacea]] tendem a ter uma distribuição cosmopolita e cerca de ⅔ das espécies conhecidas ocorrem em todos os oceanos. Qualquer região oceânica considerada comporta tipicamente muitas espécies utilizando recursos que são muito semelhantes. <ref name=":2" />
Entre os [[Isópodos|Isópodes]] marinhos, temos a [[Ligia oceanica|barata-do-mar]] (''Ligia oceanica''), muito comum na costa brasileira, mas possuindo distribuição em diferentes regiões do globo, especialmente no hemisfério norte, na costa leste dos EUA e em toda a Europa.
[[Ficheiro:Ligia oceanica.JPG|miniaturadaimagem|''Ligia oceanica'', Barata-do-mar|alt=|esquerda|242x242px]]
== Importância econômica ==
Em vista da grande diferenciação atual das espécies de [[Crustáceo|crustáceos]], os representantes dos
Muitas espécies são significativos itens de pesca para diversos países, fornecendo recursos para usos em indústrias farmacêutica e cosmética, na agricultura e medicina. <ref name=":4" />
Entretanto é na indústria alimentícia que ocorre o principal uso desses animais pelos seres humanos, sendo que grandes indústrias se baseiam em torno da captura ou cultivo de [[Lagosta|lagostas]], siris, [[Camarão|camarões]] e [[Caranguejo|caranguejos]], por exemplo. Também existe um comércio relativo ao fornecimento desses animais para aquários, ou ainda para serem usados como alimentos para [[Peixe|peixes]] e [[anfíbios]]. <ref>{{citar web|url=https://animaldiversity.org/accounts/Malacostraca/|titulo=Malacostraca|data=2014|acessodata=12/06/19|publicado=University of Michigan museum of zoology|ultimo=Atwater|primeiro=Dan Atwater|autor=Daphne G. Fautin}}</ref>
[[Ficheiro:Antarctic krill (Euphausia superba).jpg|miniaturadaimagem|286x286px|Krill (Euphausiacea)|alt=]]
Os
{{Bases de dados taxonómicos}}
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