Antissemitismo: diferenças entre revisões

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=== Idade Contemporânea ===
Em 1790, [[Iázide de Marrocos|Iázide]], Sultão de Marrocos, subindo ao poder, ordenou a destruição total do bairro judeu de [[Tetuão]]. Os seus exércitos saquearam, mataram e violaram. As comunidades de [[Larache]], [[Arzila]], [[Alcácer Quibir]], [[Taza]], [[Fez]] e [[Mequinez]] sofreram o mesmo destino.Todos os judeus que tinham servido ao anterior sultão foram pendurados pelos pés nos portões de Mequinez, onde permaneceram até morrer. Alguns notáveis e povo muçulmanos, porém, intervieram em favor dos judeus, escondendo muitos em suas casas e salvando muitos outros. Outras atrocidades se seguiram. Pouco antes de morrer como resultado de uma ferida recebida em uma batalha perto de Marraquexe, Al Iázide ordenou a elaboração de longas listas de notáveis ​​judeus e muçulmanos em Fez, Mequinez e [[Essaouira|Mogador]] que seriam executados - no entanto morreu antes da ordem ser realizada.<ref>{{citar web|url=https://www.jewishvirtuallibrary.org/morocco-virtual-jewish-history-tour|titulo=Morocco Virtual Jewish History Tour|acessodata=4 de Julho de 2018|publicado=Jewish Virtual Library}}</ref><ref>{{citar livro|título=The Jews of Arab Lands|ultimo=Stillman|primeiro=Norman A.|ano=1979|páginas=309}}</ref>
 
[[Imagem:The Liberation of Bergen-belsen Concentration Camp, April 1945 BU4260.jpg|miniatura|direita|Vala comum no [[campo de concentração de Bergen-Belsen]] ([[1 de abril]] de [[1945]]).]]
O historiador Martin Gilbert escreve que foi no {{séc|XIX}} que a posição dos judeus se agravou nos países muçulmanos. [[Benny Morris]] escreve que um símbolo da degradação judaica foi o fenômeno do apedrejamento de judeus por crianças muçulmanas. Morris cita um viajante do {{séc|XIX}}: "Eu vi um rapazinho de seis anos de idade, com uma tropa de crianças gordas de apenas três e quatro anos, ensinando-as a atirar pedras contra um judeu, e um pequeno menino, com a maior frieza, ir até ao homem e, literalmente, cuspir na sua gabardine. A tudo isso, o judeu é obrigado a submeter-se, seria mais do que sua vida valia atacar um maometano."<ref>{{citar livro|título=Righteous victims: a history of the Zionist-Arab conflict, 1881-2001|ultimo=Morris|primeiro=Benny|ano=1999|páginas=11}}</ref>
 
Em 1790, [[Iázide de Marrocos|Iázide]], Sultão de Marrocos, subindo ao poder, ordenou a destruição total do bairro judeu de [[Tetuão]]. Os seus exércitos saquearam, mataram e violaram. As comunidades de [[Larache]], [[Arzila]], [[Alcácer Quibir]], [[Taza]], [[Fez]] e [[Mequinez]] sofreram o mesmo destino. Todos os judeus que tinham servido ao anterior sultão foram pendurados pelos pés nos portões de Mequinez, onde permaneceram até morrer. Alguns notáveis e povo muçulmanos, porém, intervieram em favor dos judeus, escondendo muitos em suas casas e salvando muitos outros. Outras atrocidades se seguiram. Pouco antes de morrer como resultado de uma ferida recebida em uma batalha perto de Marraquexe, Al Iázide ordenou a elaboração de longas listas de notáveis ​​judeus e muçulmanos em Fez, Mequinez e [[Essaouira|Mogador]] que seriam executados - no entanto morreu antes da ordem ser realizada.<ref>{{citar web|url=https://www.jewishvirtuallibrary.org/morocco-virtual-jewish-history-tour|titulo=Morocco Virtual Jewish History Tour|acessodata=4 de Julho de 2018|publicado=Jewish Virtual Library}}</ref><ref>{{citar livro|título=The Jews of Arab Lands|ultimo=Stillman|primeiro=Norman A.|ano=1979|páginas=309}}</ref>
Em meados do {{séc|XIX}}, J.J. Benjamin escreveu sobre a vida dos judeus persas, descrevendo as condições e crenças que remontam ao {{séc|XVI}}: ''... eles são obrigados a viver em uma parte separada da cidade ... Sob o pretexto de serem impuros, eles são tratados com a maior severidade e se entrarem numa rua, habitada por muçulmanos, eles são atingidos pelos meninos e multidões com pedras e lixo.''<ref>{{citar livro|título=The Jews of Islam|ultimo=Lewis|primeiro=Bernard|editora=Princeton University Press|ano=1984|páginas=181-183}}</ref>
 
O historiador Martin Gilbert escreve que foi no {{séc|XIX}} que a posição dos judeus se agravou nos países muçulmanos. [[Benny Morris]] escreve que um símbolo da degradação judaica foi o fenômeno do apedrejamento de judeus por crianças muçulmanas. Morris cita um viajante do {{séc|XIX}}:
Contudo, pelo menos em Jerusalém, as condições para alguns judeus melhoravam. [[Moses Montefiore]], em sua sétima visita em 1875, observou que novos e belos edifícios haviam surgido e; "certamente estamos nos aproximando do tempo de testemunhar a promessa santificada de Deus para Sião". Árabes muçulmanos e cristãos participavam da festa de [[Purim]] e da [[Páscoa]]; os árabes tratavam os judeus de "filhos dos árabes"; os [[ulemá]]s e os [[rabino]]s ofereciam orações conjuntas por chuva em tempo de seca.<ref>{{citar livro|título=Jerusalem : the biography|ultimo=Montefiore|primeiro=Simon Sebag|ano=2011|páginas=429-432}}</ref>
 
O historiador Martin Gilbert escreve que foi no {{séc|XIX}} que a posição dos judeus se agravou nos países muçulmanos. [[Benny Morris]] escreve que um símbolo da degradação judaica foi o fenômeno do apedrejamento de judeus por crianças muçulmanas. Morris cita um viajante do {{séc|XIX}}: "Eu vi um rapazinho de seis anos de idade, com uma tropa de crianças gordas de apenas três e quatro anos, ensinando-as a atirar pedras contra um judeu, e um pequeno menino, com a maior frieza, ir até ao homem e, literalmente, cuspir na sua gabardine. A tudo isso, o judeu é obrigado a submeter-se, seria mais do que sua vida valia atacar um maometano."<ref>{{citar livro|título=Righteous victims: a history of the Zionist-Arab conflict, 1881-2001|ultimo=Morris|primeiro=Benny|ano=1999|páginas=11}}</ref>
Em 1850, o compositor alemão [[Richard Wagner]] - que foi chamado de "o inventor do antissemitismo moderno" - publicou ''Das Judenthum in der Musik'' ("O Judaísmo na Música") sob pseudônimo. O ensaio começava por um ataque aos compositores judeus, particularmente os contemporâneos de Wagner, e seus rivais, [[Felix Mendelssohn Bartholdy|Felix Mendelssohn]] e [[Giacomo Meyerbeer]], mas alargava-se para acusar os judeus de serem um elemento nocivo e alienígena na cultura alemã; corrompiam a moral e era, de fato, parasitas incapazes. de criar "arte verdadeiramente alemã". O ponto crucial era a manipulação e controle da economia pelos judeus: ''De acordo com a atual constituição deste mundo, o judeu na verdade já é mais do que emancipado: ele governa e governará, enquanto o dinheiro permanecer como o poder diante do qual todos os nossos atos e nossos negócios perdem sua força.''<ref>{{citar livro|url=https://books.google.pt/books?id=twCXU4ROpRkC&printsec=frontcover&dq=Steinberg,+Jonathan+(2011)+Bismarck:+A+Life+New+York:+Oxford,+pp.388%E2%80%9390.&hl=en&sa=X&ved=0ahUKEwjq7L66ibbcAhWGzaQKHeEcDKgQ6AEILzAB#v=onepage&q&f=false|título=Bismarck: A Life New York: Oxford|ultimo=Steinberg|primeiro=Jonathan|ano=2011|páginas=388-389}}</ref>
 
Em meados do {{séc|XIX}}, J.J. Benjamin escreveu sobre a vida dos judeus persas, descrevendo as condições e crenças que remontam ao {{séc|XVI}}:
 
Em meados do {{séc|XIX}}, J.J. Benjamin escreveu sobre a vida dos judeus persas, descrevendo as condições e crenças que remontam ao {{séc|XVI}}: ''... eles são obrigados a viver em uma parte separada da cidade ... Sob o pretexto de serem impuros, eles são tratados com a maior severidade e se entrarem numa rua, habitada por muçulmanos, eles são atingidos pelos meninos e multidões com pedras e lixo.''<ref>{{citar livro|título=The Jews of Islam|ultimo=Lewis|primeiro=Bernard|editora=Princeton University Press|ano=1984|páginas=181-183}}</ref>
 
Contudo, pelo menos em [[Jerusalém]], as condições para alguns judeus melhoravam. [[Moses Montefiore]], em sua sétima visita em 1875, observou que novos e belos edifícios haviam surgido e; "certamente estamos nos aproximando do tempo de testemunhar a promessa santificada de Deus para [[Sião]]". [[Árabes]] muçulmanos e [[cristãos]] participavam da festa de [[Purim]] e da [[Páscoa]]; os árabes tratavam os judeus de "filhos dos árabes"; os [[ulemá]]s e os [[rabino]]s ofereciam orações conjuntas por chuva em tempo de seca.<ref>{{citar livro|título=Jerusalem : the biography|ultimo=Montefiore|primeiro=Simon Sebag|ano=2011|páginas=429-432}}</ref>
 
Em 1850, o compositor alemão [[Richard Wagner]] - que foi chamado de "o inventor do antissemitismo moderno" - publicou ''Das Judenthum in der Musik'' ("O Judaísmo na Música") sob [[pseudônimo]]. O ensaio começava por um ataque aos compositores judeus, particularmente os contemporâneos de Wagner, e seus rivais, [[Felix Mendelssohn Bartholdy|Felix Mendelssohn]] e [[Giacomo Meyerbeer]], mas alargava-se para acusar os judeus de serem um elemento nocivo e alienígena na cultura alemã; corrompiam a moral e era, de fato, parasitas incapazes. de criar "arte verdadeiramente alemã". O ponto crucial era a manipulação e controle da economia pelos judeus: ''De acordo com a atual constituição deste mundo, o judeu na verdade já é mais do que emancipado: ele governa e governará, enquanto o dinheiro permanecer como o poder diante do qual todos os nossos atos e nossos negócios perdem sua força.''<ref>{{citar livro|url=https://books.google.pt/books?id=twCXU4ROpRkC&printsec=frontcover&dq=Steinberg,+Jonathan+(2011)+Bismarck:+A+Life+New+York:+Oxford,+pp.388%E2%80%9390.&hl=en&sa=X&ved=0ahUKEwjq7L66ibbcAhWGzaQKHeEcDKgQ6AEILzAB#v=onepage&q&f=false|título=Bismarck: A Life New York: Oxford|ultimo=Steinberg|primeiro=Jonathan|ano=2011|páginas=388-389}}</ref>
 
:''De acordo com a atual constituição deste mundo, o judeu na verdade já é mais do que emancipado: ele governa e governará, enquanto o dinheiro permanecer como o poder diante do qual todos os nossos atos e nossos negócios perdem sua força.''<ref>{{citar livro|url=https://books.google.pt/books?id=twCXU4ROpRkC&printsec=frontcover&dq=Steinberg,+Jonathan+(2011)+Bismarck:+A+Life+New+York:+Oxford,+pp.388%E2%80%9390.&hl=en&sa=X&ved=0ahUKEwjq7L66ibbcAhWGzaQKHeEcDKgQ6AEILzAB#v=onepage&q&f=false|título=Bismarck: A Life New York: Oxford|ultimo=Steinberg|primeiro=Jonathan|ano=2011|páginas=388-389}}</ref>
 
Em 1894, uma empregada de limpeza francesa descobriu um documento na embaixada alemã em Paris, que entregou aos serviços secretos. O documento ou memorando listava segredos militares franceses que o autor estava disposto a vender à Alemanha. O capitão [[Alfred Dreyfus]], um oficial judeu, foi considerado o principal suspeito, e apesar da fraqueza de provas, condenado a prisão perpétua na [[Ilha do Diabo]].
 
Em 13 de janeiro de 1898, o famoso romancista [[Émile Zola]], escreveu uma carta aberta ao Presidente da França, a toda a primeira página do jornal [[L'Aurore]] com o título a letras gordas: "Eu Acuso!" ( ''J’Accuse[[J'accuse]]!'' (“Acuso!”). Zola acusava o governo francês e o exército de conspirar para condenar Dreyfus. De facto, o verdadeiro culpado era o major [[Charles-Ferdinand Walsin Esterhazy]], que mais tarde fugiria para a [[Inglaterra]], onde viveria tranquilo o resto dos seus dias.
 
As acusações de Zola e a resposta do governo (que o [[Processo judicial|processou]]) moveram milhares de pessoas para a controvérsia. Aqueles que discordavam das conclusões de Zola foram para as ruas, onde atacaram empresas judaicas, sinagogas[[sinagoga]]s e lares — incluindo a residência de Dreyfus. Houve tumultos contra os judeus em cerca de 70 cidades.
 
Em 1899, as evidências da inocência de Dreyfus possibilitaram um segundo julgamento, que o condenou novamente. A 19 de setembro de 1899 foi amnistiado apesar de continuar a ser considerado culpado. O tribunal não declarou Dreyfus inocente até 1906 - doze anos após sua primeira condenação. Só então ele foi reintegrado no exército.
 
O [[caso Dreyfus]] mudou a forma como muitos judeus na [[Europa Ocidental se]] viam a si próprios e aos outros. Em 1894, [[Theodor Herzl]], então um repórter de um jornal austríaco, cobriu a cerimónia militar em que Dreyfus foi degradado. Embora Herzl tenha reconhecido a força do antissemitismo muito antes do caso Dreyfus, este fortaleceu seus pontos de vista. Herzl propunha uma solução: a criação de um Estado judaico, já que os judeus eram persehguidosperseguidos em toda a parte.<ref>{{citar livro|título=A CONVENIENT HATRED: THE HISTORY OF ANTISEMITISM (Cap.11)|ultimo=Goldstein|primeiro=Phyllis|ano=2012}}</ref>
 
Entre 1900 e 1924, aproximadamente 1,75 milhões de judeus migraram para os [[Estados Unidos]], sendo a maior parte proveniente da [[Europa do Leste]]. Antes do ano de 1900, formavam menos de 1% da população, mas cerca de 1930 eram já cerca de 3,5%. Esse aumento, assim como a [[mobilidade social]] ascendente de alguns deles, contribuiu para um ressurgimento do antissemitismo nos EUA. Na primeira metade do {{séc|XX}}, os judeus eram discriminados nos empregos, no acesso a zonas de residência e recreio, clubes e organizações, e acesso ao ensino e ao professorado. Em 1915, deu-se o [[linchamento]] do judeu [[Leo Frank]], por um grupo de proeminentes cidadãos de [[Marietta (Geórgia)|Marietta]] ([[Geórgia (Estados Unidos)|Georgia]]), o qual fora acusado, sem provas palpáveis, pela morte de uma garota de 13 anos, Mary Phagan.<ref>{{citar livro|título=Antisemisitism - a Reference Handbook|ultimo=Chanes|primeiro=Jerome|ano=2004|páginas=72}}</ref>
 
Em outubro de 1917, deu-se a [[Revolução Russa de 1917|Revolução Russa.]] O antissemistismo foi, na ocasião, declarado contrário aos ideais da revolução, e os judeus russos gozaram de um breve período de aceitação, embora todas as religiões fossem desencorajadas.<ref name=":5">{{citar livro|título=Semites & Anti Semites|ultimo=Lewis|primeiro=Bernard|editora=W.W.Norton and Co.|ano=1986|páginas=34-39}}</ref> Porém, em breve ocorreu um retrocesso. Em 1936, [[Josef Stalin|Estaline]] desencadeou o chamado [[Grande Expurgo]], durante o qual foram assassinados milhões de [[soviéticos]], entre eles muitos judeus. A situação piorou após o [[Pacto Molotov-Ribbentrop|pacto Nazi-Soviético]] na [[Segunda Guerra Mundial]], e não cessou de se agravar até ao fim da guerra. Contudo, em 1947, na [[ONU]], Estaline apoiou a fundação do estado de [[Israel]].
 
Em janeiro de 1948, o ator e activista Solomon Mikhoels foi assassinado por ordem de Estaline. Seguiram-se prisões e assassinatos de dezenas de líderes ou intelectuais judeus Em 12 de agosto de 1952, 13 intelectuais judeus foram executados no que veio a ser conhecida como a [[Noite dos Poetas Assassinados]].
 
As execuções foram seguidas pela prisão de vários médicos judeus (no assim chamado [[Complô dos médicos|Complô dos Médicos]]), que em janeiro de 1953 foram publicamente acusados de colaborar com organizações judaicas no estrangeiro para envenenar os principais funcionários do [[Kremlin]].
 
Circulavam rumores de que Stalin se preparava para enviar os judeus soviéticos para [[Gulag|campos de trabalho]] na [[Sibéria]], mas a sua morte em 1953 deixou esses planos por cumprir.<ref name=":3" /><ref name=":4" /><ref name=":5" />
 
O antissemitismo na América atingiu o seu máximo durante o [[período entre as duas guerras mundiaisentreguerras]]. O pioneiro fabricante de automóveis [[Henry Ford]], simpatizante do [[nazismo]] alemão, propagou ideias antissemitas em artigos no seu jornal ''The Dearborn Independent'' (publicado de 1919 a 1927), reunidos mais tarde sob o título ''The International Jew''<ref name=":2">{{citar livro|título=America, Its Jews and the Rise of Nazism|ultimo=Arad|primeiro=Gulie Ne'Eman|editora=Indiana University Press|ano=2000|páginas=66, 174}}</ref><ref>{{citar web|url=https://timesmachine.nytimes.com/timesmachine/1922/12/20/98799625.pdf|titulo=Berlin Hears Ford is Backing Hitler|data=20 de Dezembro de 1922|publicado=The New York Times}}</ref> Os discursos radiofônicos do padre Coughlin, no final da década de 1930, atacaram o [[New Deal]] de [[Franklin Delano Roosevelt|Franklin D. Roosevelt]] e promoveram a ideia de uma conspiração financeira judaica. Alguns políticos proeminentes compartilhavam tais visões.<ref name=":2" /> Ford deu a conhecer também ao público americano o livro [[Os Protocolos dos Sábios de Sião]], uma fraude da Rússia czarista. Hitler elogiou Ford no ''Mein Kampf'',<ref>{{citar livro|título=Mein Kampf|ultimo=Hitler|primeiro=Adolf|editora=Reynal and Hitchcock|ano=1941|páginas=930}}</ref> e o governo alemão condecorou-o em 1938 com a [[Ordem de Mérito da Águia AlemãCzarismo|czarista]].<ref>{{citar web|url=http://www.axishistory.com/component/content/article/360-germany-unsorted/militaria/8693-order-of-the-german-eagle?highlight=WyJoZW5yeSIsImZvcmQiLCJoZW5yeSBmb3JkIl0=|titulo=Order of the German Eagle|data=24 de Fevereiro de 2013|publicado=Axis History}}</ref> O grau do colaboracionismo de Ford com o nazismo continua a ser objecto de pesquisas de historiadores.<ref>{{citar web|url=http://www.washingtonpost.com/wp-srv/national/daily/nov98/nazicars30.htm|titulo=Ford and GM Scrutinized for Alleged Nazi Collaboration|data=30 de Novembro de 1998|publicado=The Washington Post|ultimo=Dobbs|primeiro=Michael}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/northamerica/usa/1445822/Ford-used-slave-labour-in-Nazi-German-plants.html|titulo=Ford 'used slave labour' in Nazi German plants|data=3 de Novembro de 2003|publicado=The Telegraph|ultimo=English|primeiro=Simon}}</ref>
 
[[Imagem:1920 poster 12000 Jewish soldiers KIA for the fatherland.jpg|thumb|260px|direita|Panfleto de 1920 publicado pelo ''[[Reichsbund jüdischer Frontsoldaten]]'' (associação de judeus [[veterano]]s da [[I Guerra Mundial]]). Fundada em 1919 por [[Leo Löwenstein]],<ref>{{citar livro|autor=Jürgen Matthäus, Mark Roseman|título=Jewish Responses to Persecution: 1933–1938|editora=Rowman & Littlefield|ano=2009|páginas=427 {{en}}|id=ISBN 9780759119109}} Adicionado em 27 de junho de 2019.</ref> esta associação foi extinta em 1938 pelo governo nazista. Traz os dizeres: <br />"''Os heróis cristãos e judeus lutaram lado a lado e repousam lado a lado em terras estrangeiras.''" <br />Cerca de 100 mil soldados alemães judeus lutaram no [[exército imperial alemão]] nesta guerra e, destes, aproximadamente 12 mil perderam suas vidas.<ref>{{citar livro|autor=Tim Grady|título=The German-Jewish Soldiers of the First World War in History and Memory|editora=Liverpool University Press {{en}}|ano=2012|páginas=|id=ISBN 9781781388839}} Adicionado em 27 de junho de 2019.</ref> ]]
[[Imagem:The Liberation of Bergen-belsen Concentration Camp, April 1945 BU4260.jpg|miniatura|esquerda|Vala comum no campo de concentração de Bergen-Belsen]] Na então [[República de Weimar]], subiu ao poder, em janeiro de 1933, [[Adolf Hitler]], após um terço da população alemã ter votado a favor do partido nazi. Hitler começou imediatamente a pôr em prática as ideias que já tinha exposto no livro ''[[Mein Kampf]]'' — "purificar" a nação dos seus elementos judaicos. Na [[Noite dos Cristais]], em 9 de novembro de 1938, deu-se a expropriação e destruição de bens e propriedades judaicas e o primeiro encarceramento em massa (cerca de {{fmtn|30000}}) de judeus. Durante o domínio nazi, foi levada a cabo a [[Solução final]] — a eliminação sistemática da população judaica, na Alemanha e nos países conquistados. Cerca de seis milhões de judeus — e também ciganos, comunistas, socialistas, católicos, homossexuais, testemunhas de Jeová e, de um modo geral, todos os opositores, foram executados até ao fim da [[Segunda Guerra Mundial]].<ref>{{citar livro|título=Antisemitism - A Reference Handbook|ultimo=Chanes|primeiro=Jerome A.|editora=ABC Clio|ano=2004|páginas=67, 142-143}}</ref> Uma pesquisa iniciada em 2000 por [[Geoffrey Megargee]] e [[Martin Dean]] para o [[Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos]], estimou em 2013 que 15 a 20 milhões de pessoas, no total, morreram ou foram aprisionadas nos milhares de campos e guetos identificados até ao momento.<ref>{{citar web|url=https://www.nytimes.com/2013/03/03/sunday-review/the-holocaust-just-got-more-shocking.html|titulo=The Holocaust Just Got More Shocking|data=1 de Março de 2013|publicado=The New York Times|ultimo=Lichtblau|primeiro=Eric}}</ref>
 
Hitler elogiou Ford no ''[[Mein Kampf]]'',<ref>{{citar livro|título=Mein Kampf|ultimo=Hitler|primeiro=Adolf|editora=Reynal and Hitchcock|ano=1941|páginas=930}}</ref> e o governo alemão condecorou-o em 1938 com a [[Ordem de Mérito da Águia Alemã]].<ref>{{citar web|url=http://www.axishistory.com/component/content/article/360-germany-unsorted/militaria/8693-order-of-the-german-eagle?highlight=WyJoZW5yeSIsImZvcmQiLCJoZW5yeSBmb3JkIl0=|titulo=Order of the German Eagle|data=24 de Fevereiro de 2013|publicado=Axis History}}</ref> O grau do [[colaboracionismo]] de Ford com o nazismo continua a ser objecto de pesquisas de historiadores.<ref>{{citar web|url=http://www.washingtonpost.com/wp-srv/national/daily/nov98/nazicars30.htm|titulo=Ford and GM Scrutinized for Alleged Nazi Collaboration|data=30 de Novembro de 1998|publicado=The Washington Post|ultimo=Dobbs|primeiro=Michael}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/northamerica/usa/1445822/Ford-used-slave-labour-in-Nazi-German-plants.html|titulo=Ford 'used slave labour' in Nazi German plants|data=3 de Novembro de 2003|publicado=The Telegraph|ultimo=English|primeiro=Simon}}</ref>
 
[[Imagem:The Liberation of Bergen-belsen Concentration Camp, April 1945 BU4260.jpg|miniatura|esquerda|Vala comum no campo de concentração de Bergen-Belsen]] Na então [[República de Weimar]], subiu ao poder, em janeiro de 1933, [[Adolf Hitler]], após um terço da população alemã ter votado a favor do partido nazi. Hitler começou imediatamente a pôr em prática as ideias que já tinha exposto no livro ''[[Mein Kampf]]'' — "purificar" a nação dos seus elementos judaicos. Na [[Noite dos Cristais]], em 9 de novembro de 1938, deu-se a expropriação e destruição de bens e propriedades judaicas e o primeiro encarceramento em massa (cerca de {{fmtn|30000}}) de judeus. Durante o domínio nazi, foi levada a cabo a [[Solução final]] — a eliminação sistemática da população judaica, na Alemanha e [[Europa ocupada pela Alemanha Nazista|nos países conquistados]]. Cerca de seis milhões de judeus — e também ciganos[[cigano]]s, comunistas[[comunista]]s, socialistas[[socialista]]s, católicos[[católico]]s, [[homossexuais]], [[testemunhas de Jeová]] e, de um modo geral, todos os opositores, foram executados até ao fim da [[Segunda Guerra Mundial]].<ref>{{citar livro|título=Antisemitism - A Reference Handbook|ultimo=Chanes|primeiro=Jerome A.|editora=ABC Clio|ano=2004|páginas=67, 142-143}}</ref> Uma pesquisa iniciada em 2000 por [[Geoffrey Megargee]] e [[Martin Dean]] para o [[Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos]], estimou em 2013 que 15 a 20 milhões de pessoas, no total, morreram ou foram aprisionadas nos milhares de campos e [[Guetos judeus na Europa|guetos]] identificados até ao momento.<ref>{{citar web|url=https://www.nytimes.com/2013/03/03/sunday-review/the-holocaust-just-got-more-shocking.html|titulo=The Holocaust Just Got More Shocking|data=1 de Março de 2013|publicado=The New York Times|ultimo=Lichtblau|primeiro=Eric}}</ref>
 
Em 23 de Junho de 1941, tropas nazis entram na pequena povoação de [[Jedwabne]], na Polónia,que até ali estivera nas mãos do exército russo. Imediatamente começaram as perseguições, torturas e assassínios de judeus, por parte da população católica polaca, com a morte de cerca de 1500 judeus - homens, mulheres e crianças - a maior parte deles queimados vivos num celeiro.<ref>{{citar web|url=https://www.jewishvirtuallibrary.org/the-massacre-in-jedwabne|titulo=Jews in Occupied Poland: The Massacre in Jedwabne (Summer 1941)|acessodata=4 de Agosto de 2018|publicado=Jewish Virtual Library}}</ref><ref>{{citar livro|título=Neighbors : the destruction of the Jewish communityin Jedwabne, Poland|ultimo=Gross|primeiro=Jan T.|editora=Princeton University Press|ano=2001|páginas=16}}</ref><ref>{{citar livro|título=Antisemitism - A Historical Encyclopedia of Prejudice and Persecution -VOLUME 1: A–K|ultimo=Levy|primeiro=Richard S.(editor)|editora=ABC Clio|ano=2005|páginas=366-367}}</ref>
 
==== Século XXI ====
Durante o {{séc|XXI}}, houve um aumento do antissemitismo e das suas manifestações, não só na Europa como em todo o mundo, o que foi sendo observado em diversos relatórios anuais do Departamento de Estado dos EUA, e também por outros governos, instituições, líderes mundiais e figuras públicas. A Conferência da [[Organização para a Segurança e Cooperação na Europa|OSCE]] sobre antissemitismo, realizada em [[Berlim]] em abril de 2004, culminou com a emissão de uma declaração - “A Declaração de Berlim” - que ''“reconhece que o antissemitismo ... assumiu novas formas e expressões que, juntamente com outras formas de intolerância, representam uma ameaça à democracia, aos valores da civilização e, portanto, à segurança geral ”''<ref>{{citar web|url=https://2009-2017.state.gov/documents/organization/102301.pdf|titulo=Contemporary Global anti-Semitism: a report provided to the United States Congress|data=Março de 2008|publicado=United States Department of State}}</ref>
 
O actual antissemitismo provém simultaneamente de sectores da [[Esquerda (política)|esquerda]] e [[Extrema-esquerda|extrema esquerda]], da [[Extrema-direita|extrema direita]] e dos [[islamistas]]; misturando, sem fronteiras bem definidas, a oposição a [[Israel]], ao [[sionismo]], e a aversão aos judeus em geral.<ref>{{citar web|url=https://www.theguardian.com/uk/2005/jan/30/religion.world|titulo=Anti-Jewish attacks at record level|data=30 de Janeiro de 2005|publicado=The Guardian|ultimo=Doward|primeiro=Jamie}}</ref><ref name=":6">{{citar web|url=https://web.archive.org/web/20120729171012/http://warrenkinsella.com/oldsite/old/words_extremism_nas.htm|titulo=The New Anti Semitism|data=29 de Julho de 2012|publicado=WarrenKinsella.com (Arq. em WayBack Machine)|ultimo=Kinsella|primeiro=Warren}}</ref><ref>{{citar web|url=https://books.google.pt/books?id=Lmym8zUBCKcC&pg=PA65&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false|titulo=Contemporary Antisemitism: Canada and the World|data=2005|publicado=University of Toronto Press|ultimo=Marrus|primeiro=Michael Robert (editor - e outros)|paginas=66, 67}}</ref><ref>{{citar web|url=https://books.google.pt/books?id=DYR7SqcMe9gC&pg=PA30&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false|titulo=Aftershock: Anti-zionism and Anti-semitism|data=2005|publicado=Dundurn Press|ultimo=Matas|primeiro=David|paginas=30-39}}</ref><ref>{{citar livro|título=From Ambivalency to Betrayal - The Left, The Jews and Israel|ultimo=Wistrich|primeiro=Robert S.|editora=University of Nebraska Press|ano=2012|páginas=625}}</ref><ref>{{citar web|url=https://web.archive.org/web/20040302181955/http://yaleglobal.yale.edu:80/display.article?id=2791&page=4|titulo=Antiglobalism's Jewish Problem|data=2 de Março de 2004|publicado=Yale Global OnLine (Arq. em WayBack Machine)|ultimo=Strauss|primeiro=Mark}}</ref> Afirma-se que o actual antissemitismo emprega motivos antissemitas tradicionais, incluindo motivos mais antigos, como o [[libelo de sangue]].<ref name=":6">{{citar web|url=https://web.archive.org/web/20120729171012/http://warrenkinsella.com/oldsite/old/words_extremism_nas.htm|titulo=The New Anti Semitism|data=29 de Julho de 2012|publicado=WarrenKinsella.com (Arq. em WayBack Machine)|ultimo=Kinsella|primeiro=Warren}}</ref><ref>{{citar livro|título=Poison - Modern Manifestations Of A Blood Libel|ultimo=Israeli|primeiro=Raphael|editora=Lexington Books|ano=2002|páginas=368}}</ref> Em julho de 2014, Osama Hamdan, representante do [[Hamas]] no Líbano, afirmou ''todos nos lembramos como os judeus costumavam chacinar cristãos para misturar o seu sangue nos [[Pão ázimo|matzaLíbano]].'' E acrescentou: ''é um facto, comprovado pelos seus próprios livros e pela evidência histórica''.<ref>{{citar web|url=httpsafirmou://www.nationalreview.com/corner/top-hamas-offical-jews-use-blood-matzos-molly-wharton/|titulo=Top Hamas Offical: Jews Use Blood for Matzos|data=4 de Agosto de 2014|publicado=National Review|ultimo=Wharton|primeiro=Molly}}</ref>''
 
:''Todos nos lembramos como os judeus costumavam chacinar [[cristãos]] para misturar o seu sangue nos [[Pão ázimo|matza]].'' E acrescentou: ''é um facto, comprovado pelos seus próprios livros e pela evidência histórica''.<ref>{{citar web|url=https://www.nationalreview.com/corner/top-hamas-offical-jews-use-blood-matzos-molly-wharton/|titulo=Top Hamas Offical: Jews Use Blood for Matzos|data=4 de Agosto de 2014|publicado=National Review|ultimo=Wharton|primeiro=Molly}}</ref>''
O actual antissemitismo provém simultaneamente de sectores da [[Esquerda (política)|esquerda]] e [[Extrema-esquerda|extrema esquerda]], da [[Extrema-direita|extrema direita]] e dos [[islamistas]]; misturando, sem fronteiras bem definidas, a oposição a [[Israel]], ao [[sionismo]], e a aversão aos judeus em geral.<ref>{{citar web|url=https://www.theguardian.com/uk/2005/jan/30/religion.world|titulo=Anti-Jewish attacks at record level|data=30 de Janeiro de 2005|publicado=The Guardian|ultimo=Doward|primeiro=Jamie}}</ref><ref name=":6">{{citar web|url=https://web.archive.org/web/20120729171012/http://warrenkinsella.com/oldsite/old/words_extremism_nas.htm|titulo=The New Anti Semitism|data=29 de Julho de 2012|publicado=WarrenKinsella.com (Arq. em WayBack Machine)|ultimo=Kinsella|primeiro=Warren}}</ref><ref>{{citar web|url=https://books.google.pt/books?id=Lmym8zUBCKcC&pg=PA65&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false|titulo=Contemporary Antisemitism: Canada and the World|data=2005|publicado=University of Toronto Press|ultimo=Marrus|primeiro=Michael Robert (editor - e outros)|paginas=66, 67}}</ref><ref>{{citar web|url=https://books.google.pt/books?id=DYR7SqcMe9gC&pg=PA30&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false|titulo=Aftershock: Anti-zionism and Anti-semitism|data=2005|publicado=Dundurn Press|ultimo=Matas|primeiro=David|paginas=30-39}}</ref><ref>{{citar livro|título=From Ambivalency to Betrayal - The Left, The Jews and Israel|ultimo=Wistrich|primeiro=Robert S.|editora=University of Nebraska Press|ano=2012|páginas=625}}</ref><ref>{{citar web|url=https://web.archive.org/web/20040302181955/http://yaleglobal.yale.edu:80/display.article?id=2791&page=4|titulo=Antiglobalism's Jewish Problem|data=2 de Março de 2004|publicado=Yale Global OnLine (Arq. em WayBack Machine)|ultimo=Strauss|primeiro=Mark}}</ref> Afirma-se que o actual antissemitismo emprega motivos antissemitas tradicionais, incluindo motivos mais antigos, como o [[libelo de sangue]].<ref name=":6">{{citar web|url=https://web.archive.org/web/20120729171012/http://warrenkinsella.com/oldsite/old/words_extremism_nas.htm|titulo=The New Anti Semitism|data=29 de Julho de 2012|publicado=WarrenKinsella.com (Arq. em WayBack Machine)|ultimo=Kinsella|primeiro=Warren}}</ref><ref>{{citar livro|título=Poison - Modern Manifestations Of A Blood Libel|ultimo=Israeli|primeiro=Raphael|editora=Lexington Books|ano=2002|páginas=368}}</ref> Em julho de 2014, Osama Hamdan, representante do [[Hamas]] no Líbano, afirmou ''todos nos lembramos como os judeus costumavam chacinar cristãos para misturar o seu sangue nos [[Pão ázimo|matza]].'' E acrescentou: ''é um facto, comprovado pelos seus próprios livros e pela evidência histórica''.<ref>{{citar web|url=https://www.nationalreview.com/corner/top-hamas-offical-jews-use-blood-matzos-molly-wharton/|titulo=Top Hamas Offical: Jews Use Blood for Matzos|data=4 de Agosto de 2014|publicado=National Review|ultimo=Wharton|primeiro=Molly}}</ref>''
 
[[Robert L. Bernstein]], fundador da [[Human Rights Watch]], afirma que o antissemitismo está ''profundamente enraizado e institucionalizado'' nos países árabes nos tempos modernos.<ref>{{citar web|url=https://www.washingtonpost.com/opinions/why-do-human-rights-groups-ignore-palestinians-war-of-words/2011/09/26/gIQAWU5y2K_story.html?utm_term=.b2050161ef6c|titulo=Why do human rights groups ignore Palestinians’ war of words?|data=27 de Setembro de 2011|publicado=The Washington Post|ultimo=Bernstein|primeiro=Robert L.}}</ref>
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Numa pesquisa realizada em 2011 pelo [[Pew Research Center]], em todos os países de maioria muçulmana do Médio Oriente existiam poucas opiniões positivas sobre os judeus. No questionário, apenas 2% dos egípcios, 3% dos muçulmanos libaneses e 2% dos jordanianos relataram ter uma visão positiva dos judeus. Quanto aos países de maioria muçulmana fora do Médio Oriente, da mesma forma, poucos tinham opiniões positivas sobre os judeus, com 4% dos turcos e 9% dos indonésios vendo os judeus favoravelmente.<ref>{{citar web|url=http://www.pewglobal.org/2011/07/21/muslim-western-tensions-persist/3/|titulo=Muslim-Western Tensions Persist - Common Concerns About Islamic Extremism|data=21 de Julho de 2011|publicado=Pew Research Center}}</ref>
 
Os clérigos muçulmanos no [[Oriente Médio]] frequentemente se referem aos judeus como descendentes de macacos e porcos, que são epítetos convencionais para judeus e cristãos.<ref>{{citar livro|título=The Jews of Islam|ultimo=Lewis|primeiro=Bernard|editora=Princeton University Press|ano=1984|páginas=33}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.memri.org/reports/based-koranic-verses-interpretations-and-traditions-muslim-clerics-state-jews-are|titulo=Based on Koranic Verses, Interpretations, and Traditions, Muslim Clerics State: The Jews Are the Descendants of Apes, Pigs, And Other Animals|data=31 de Outubro de 2002|publicado=MEMRI|ultimo=Dankowitz|primeiro=Aluma}}</ref>
 
Segundo o professor [[Robert Wistrich]], diretor do [[Centro Internacional Vidal Sassoon para o Estudo do Anti-semitismo|Centro Internacional Vidal Sassoon para o Estudo do Antissemitismo]] (SICSA), os apelos para a destruição de Israel pelo [[Irã]] ou pelo [[Hamas]], o [[Hezbollah]], a [[Movimento da Jihad Islâmica na Palestina|Jihad Islâmica]] ou a [[Irmandade Muçulmana]], representam um modo contemporâneo de antissemitismo genocida.<ref>{{citar web|url=http://blogs.timesofisrael.com/holocaust-remembrance-day-a-somber-anniversary/|titulo=Holocaust Remembrance Day — a somber anniversary|data=27 de Janeiro de 2013|publicado=The Times of Israel|ultimo=Wistrich|primeiro=Robert S.}}</ref>
 
Os judeus em vários países da Europa estão em fuga para Israel em números crescentes, dado o aumento constante do antissemitismo e dos ataques [[Terrorismo islâmico|terroristas islâmicos]]. Em França, maisMais de 8000 judeus deixaram a [[França]] em 2015; também os judeus alemães, e britânicos não se sentem seguros.<ref name=":7">{{citar web|url=https://www.independent.co.uk/news/world/europe/jews-are-leaving-france-in-record-numbers-amid-rising-anti-semitism-and-fears-of-more-isis-inspired-a6832391.html|titulo=Jews are leaving France in record numbers|data=25 de Janeiro de 2016|publicado=The Independent|ultimo=Hall|primeiro=John}}</ref> Todas as sinagogas, todas as creches e escolas judaicas na Alemanha estão sob proteção policial.<ref name=":8">{{citar web|url=http://www.spiegel.de/international/germany/our-antennae-are-up-rise-in-anti-semitism-unsettles-germany-a-1220179.html|titulo=Rise in Anti-Semitism Unsettles Gemany's Jews (part 1)|data=26 de Julho de 2018|publicado=Spiegel|ultimo=Großbongardt|primeiro=Annette}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.spiegel.de/international/germany/our-antennae-are-up-rise-in-anti-semitism-unsettles-germany-a-1220179-2.html|titulo=Rise in Anti-Semitism Unsettles Gemany's Jews (part 2)|data=26 de Julho de 2018|publicado=Spiegel|ultimo=Großbongardt|primeiro=Annette}}</ref> A migração muçulmana para os países da Europa, trazendo com eles o antissemitismo das suas culturas de origem, e o apelo a ataques pelo ISIS, aumentaram o medo nas comunidades judaicas.
 
Uma pesquisa da UE em 2013 revelou que 74% dos judeus franceses agora têm tanto medo de serem atacados por sua religião que tomam medidas para evitar serem identificados como judeus.<ref name=":7">{{citar web|url=https://www.independent.co.uk/news/world/europe/jews-are-leaving-france-in-record-numbers-amid-rising-anti-semitism-and-fears-of-more-isis-inspired-a6832391.html|titulo=Jews are leaving France in record numbers|data=25 de Janeiro de 2016|publicado=The Independent|ultimo=Hall|primeiro=John}}</ref>
 
Em 23 de março de 2018, num caso que chocou a França, [[Mireille Knoll,]] de 85 anos, sobrevivente do [[Holocausto]], foi assassinada a facadas no seu apartamento em [[Paris]].<ref>{{citar web|url=https://www.algemeiner.com/2018/08/09/son-of-murdered-french-holocaust-survivor-mireille-knoll-expresses-fear-over-jewish-future-in-europe/|titulo=Son of Murdered French Holocaust Survivor Mireille Knoll Expresses Fear Over Jewish Future in Europe|data=9 de Agosto de 2018|publicado=The Algemeiner|ultimo=Cohen|primeiro=Ben}}</ref> Isto sucedeu quase um ano depois de outro caso semelhante, o assassínio de [[Sarah Halimi]], judia, de 66 anos, em 4 de abril de 2017, morta a golpes de [[arma branca]] e atirada depois dum terceiro andar.<ref>{{citar web|url=https://www.telegraph.co.uk/news/2018/02/28/murder-jewish-woman-paris-reclassified-anti-semitic-attack/|titulo=Murder of Jewish woman in Paris reclassified as anti-semitic attack|data=28 de Fevereiro de 2018|publicado=The Telegraph|ultimo=Chazan|primeiro=David}}</ref> Estes dois episódios fizeram reviver o de [[Ian Halimi]], também judeu, de 23 anos, raptado, torturado e finalmente morto em janeiro de 2006, por uma gangue.<ref>{{citar web|url=https://www.nysun.com/foreign/tale-of-torture-and-murder-horrifies-the-whole/27948/|titulo=Tale of Torture and Murder Horrifies the Whole of France|data=22 de Fevereiro de 2006|publicado=The New York Sun|ultimo=Gurfinkiel|primeiro=Michel}}</ref>
 
No [[Ocidente]], também existe a vertente conservadora do antissemitismo performada pelo [[Partido Conservador (Reino Unido)|Partido Conservador]],<ref>{{Citar web|titulo=Confusion over suspension of ‘antisemitic’ Conservative Councillor|url=https://antisemitism.uk/confusion-over-suspension-of-antisemitic-conservative-councillor/|obra=Campaign Against Antisemitism|data=2016-04-17|acessodata=2019-06-15|lingua=en-GB|primeiro=Campaign Against|ultimo=Antisemitism}}</ref> no [[Reino Unido]]; também o Partido Trabalhista britânico, tem sido acusado de antissemitismo, acusação principalmente focada na figura de [[Jeremy Corbyn]].<ref>{{citar web|url=https://www.nationalreview.com/2018/08/jeremy-corbyn-anti-semite-supports-terrorists-holocaust-deniers/|titulo=Jeremy Corbyn, Anti-Semite|data=14 de Agosto de 2018|acessodata=|publicado=National Review|ultimo=Lenarz|primeiro=Julie}}</ref>
 
O antissemitismo nunca foi tão forte quanto na [[Idade Contemporânea]], sendo que ele foi racionalizado para ser uma função exclusiva do Estado <ref>[http://www.jewishvirtuallibrary.org/adolf-hitler-on-the-annihilation-of-the-jews-september-1919 Adolf Hitler: On the Annihilation of the Jews (September 16, 1919)]</ref> e por outro lado nunca foi tão escondido.<ref>[https://www.timesofisrael.com/hailing-yair-netanyahu-neo-nazi-site-puts-him-on-its-banner/ Hailing Yair Netanyahu, neo-Nazi site puts him on its banner]</ref> Hoje o mundo passa por uma conscientização coletiva sobre todos os tipos de preconceito existentes e o espaço para o antissemitismo ficou escasso e vergonhosos para quem o usa. Os judeus tem sido comparados a germes de doenças infecciosas transmissíveis por Hitler tais quais os bacilos da [[tuberculose]].<ref>[http://www.jewishvirtuallibrary.org/adolf-hitler-on-the-jewish-question-jewish-virtual-library Adolf Hitler: On the Jewish Question(January 30, 1939)]</ref> Por isso, além de suas formas clássicas, ele se apresenta em nossos tempos de duas novas formas. O retroativo e o descaracterizado.
* '''Retroativo''' — Forma de usar o próprio antissemitismo para atacar o povo judeu, acusando-o de criar ou usar o antissemitismo para causar mal aos outros, criando assim um ambiente propicio para desenvolver o ódio aos judeus sem culpa.
* '''Negacionismo''' — Acusar os judeus de criar sua própria perseguição no holocausto ou em outros eventos, com o propósito de dominar o mundo.