Antissemitismo: diferenças entre revisões

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O historiador Martin Gilbert escreve que foi no {{séc|XIX}} que a posição dos judeus se agravou nos países muçulmanos. [[Benny Morris]] escreve que um símbolo da degradação judaica foi o fenômeno do apedrejamento de judeus por crianças muçulmanas. Morris cita um viajante do {{séc|XIX}}:
 
:"''Eu vi um rapazinho de seis anos de idade, com uma tropa de crianças gordas de apenas três e quatro anos, ensinando-as a atirar pedras contra um judeu, e um pequeno menino, com a maior frieza, ir até ao homem e, literalmente, cuspir na sua gabardine. A tudo isso, o judeu é obrigado a submeter-se, seria mais do que sua vida valia atacar um maometano.''"<ref>{{citar livro|título=Righteous victims: a history of the Zionist-Arab conflict, 1881-2001|ultimo=Morris|primeiro=Benny|ano=1999|páginas=11}}</ref>
 
Em meados do {{séc|XIX}}, J.J. Benjamin escreveu sobre a vida dos judeus persas, descrevendo as condições e crenças que remontam ao {{séc|XVI}}:
 
:"''... eles são obrigados a viver em uma parte separada da cidade ... Sob o pretexto de serem impuros, eles são tratados com a maior severidade e se entrarem numa rua, habitada por muçulmanos, eles são atingidos pelos meninos e multidões com pedras e lixo.''"<ref>{{citar livro|título=The Jews of Islam|ultimo=Lewis|primeiro=Bernard|editora=Princeton University Press|ano=1984|páginas=181-183}}</ref>
 
Contudo, pelo menos em [[Jerusalém]], as condições para alguns judeus melhoravam. [[Moses Montefiore]], em sua sétima visita em 1875, observou que novos e belos edifícios haviam surgido e; "certamente estamos nos aproximando do tempo de testemunhar a promessa santificada de Deus para [[Sião]]". [[Árabes]] muçulmanos e [[cristãos]] participavam da festa de [[Purim]] e da [[Páscoa]]; os árabes tratavam os judeus de "filhos dos árabes"; os [[ulemá]]s e os [[rabino]]s ofereciam orações conjuntas por chuva em tempo de seca.<ref>{{citar livro|título=Jerusalem : the biography|ultimo=Montefiore|primeiro=Simon Sebag|ano=2011|páginas=429-432}}</ref>
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Em 1850, o compositor alemão [[Richard Wagner]] - que foi chamado de "o inventor do antissemitismo moderno" - publicou ''Das Judenthum in der Musik'' ("O Judaísmo na Música") sob [[pseudônimo]]. O ensaio começava por um ataque aos compositores judeus, particularmente os contemporâneos de Wagner, e seus rivais, [[Felix Mendelssohn Bartholdy|Felix Mendelssohn]] e [[Giacomo Meyerbeer]], mas alargava-se para acusar os judeus de serem um elemento nocivo e alienígena na cultura alemã; corrompiam a moral e era, de fato, parasitas incapazes. de criar "arte verdadeiramente alemã". O ponto crucial era a manipulação e controle da economia pelos judeus:
 
:"''De acordo com a atual constituição deste mundo, o judeu na verdade já é mais do que emancipado: ele governa e governará, enquanto o dinheiro permanecer como o poder diante do qual todos os nossos atos e nossos negócios perdem sua força.''"<ref>{{citar livro|url=https://books.google.pt/books?id=twCXU4ROpRkC&printsec=frontcover&dq=Steinberg,+Jonathan+(2011)+Bismarck:+A+Life+New+York:+Oxford,+pp.388%E2%80%9390.&hl=en&sa=X&ved=0ahUKEwjq7L66ibbcAhWGzaQKHeEcDKgQ6AEILzAB#v=onepage&q&f=false|título=Bismarck: A Life New York: Oxford|ultimo=Steinberg|primeiro=Jonathan|ano=2011|páginas=388-389}}</ref>
 
Em 1894, uma empregada de limpeza francesa descobriu um documento na embaixada alemã em Paris, que entregou aos serviços secretos. O documento ou memorando listava segredos militares franceses que o autor estava disposto a vender à Alemanha. O capitão [[Alfred Dreyfus]], um oficial judeu, foi considerado o principal suspeito, e apesar da fraqueza de provas, condenado a prisão perpétua na [[Ilha do Diabo]].
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O actual antissemitismo provém simultaneamente de sectores da [[Esquerda (política)|esquerda]] e [[Extrema-esquerda|extrema esquerda]], da [[Extrema-direita|extrema direita]] e dos [[islamistas]]; misturando, sem fronteiras bem definidas, a oposição a [[Israel]], ao [[sionismo]], e a aversão aos judeus em geral.<ref>{{citar web|url=https://www.theguardian.com/uk/2005/jan/30/religion.world|titulo=Anti-Jewish attacks at record level|data=30 de Janeiro de 2005|publicado=The Guardian|ultimo=Doward|primeiro=Jamie}}</ref><ref name=":6">{{citar web|url=https://web.archive.org/web/20120729171012/http://warrenkinsella.com/oldsite/old/words_extremism_nas.htm|titulo=The New Anti Semitism|data=29 de Julho de 2012|publicado=WarrenKinsella.com (Arq. em WayBack Machine)|ultimo=Kinsella|primeiro=Warren}}</ref><ref>{{citar web|url=https://books.google.pt/books?id=Lmym8zUBCKcC&pg=PA65&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false|titulo=Contemporary Antisemitism: Canada and the World|data=2005|publicado=University of Toronto Press|ultimo=Marrus|primeiro=Michael Robert (editor - e outros)|paginas=66, 67}}</ref><ref>{{citar web|url=https://books.google.pt/books?id=DYR7SqcMe9gC&pg=PA30&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false|titulo=Aftershock: Anti-zionism and Anti-semitism|data=2005|publicado=Dundurn Press|ultimo=Matas|primeiro=David|paginas=30-39}}</ref><ref>{{citar livro|título=From Ambivalency to Betrayal - The Left, The Jews and Israel|ultimo=Wistrich|primeiro=Robert S.|editora=University of Nebraska Press|ano=2012|páginas=625}}</ref><ref>{{citar web|url=https://web.archive.org/web/20040302181955/http://yaleglobal.yale.edu:80/display.article?id=2791&page=4|titulo=Antiglobalism's Jewish Problem|data=2 de Março de 2004|publicado=Yale Global OnLine (Arq. em WayBack Machine)|ultimo=Strauss|primeiro=Mark}}</ref> Afirma-se que o actual antissemitismo emprega motivos antissemitas tradicionais, incluindo motivos mais antigos, como o [[libelo de sangue]].<ref name=":6">{{citar web|url=https://web.archive.org/web/20120729171012/http://warrenkinsella.com/oldsite/old/words_extremism_nas.htm|titulo=The New Anti Semitism|data=29 de Julho de 2012|publicado=WarrenKinsella.com (Arq. em WayBack Machine)|ultimo=Kinsella|primeiro=Warren}}</ref><ref>{{citar livro|título=Poison - Modern Manifestations Of A Blood Libel|ultimo=Israeli|primeiro=Raphael|editora=Lexington Books|ano=2002|páginas=368}}</ref> Em julho de 2014, Osama Hamdan, representante do [[Hamas]] no [[Líbano]], afirmou:
 
:"''Todos nos lembramos como os judeus costumavam chacinar [[cristãos]] para misturar o seu sangue nos [[Pão ázimo|matza]].''" E acrescentou: "''é um facto, comprovado pelos seus próprios livros e pela evidência histórica''".<ref>{{citar web|url=https://www.nationalreview.com/corner/top-hamas-offical-jews-use-blood-matzos-molly-wharton/|titulo=Top Hamas Offical: Jews Use Blood for Matzos|data=4 de Agosto de 2014|publicado=National Review|ultimo=Wharton|primeiro=Molly}}</ref>''
 
[[Robert L. Bernstein]], fundador da [[Human Rights Watch]], afirma que o antissemitismo está ''profundamente enraizado e institucionalizado'' nos países árabes nos tempos modernos.<ref>{{citar web|url=https://www.washingtonpost.com/opinions/why-do-human-rights-groups-ignore-palestinians-war-of-words/2011/09/26/gIQAWU5y2K_story.html?utm_term=.b2050161ef6c|titulo=Why do human rights groups ignore Palestinians’ war of words?|data=27 de Setembro de 2011|publicado=The Washington Post|ultimo=Bernstein|primeiro=Robert L.}}</ref>