Bombardeamento aéreo do centro migratório de Tajura de 2019: diferenças entre revisões

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Em [[3 de julho]] de [[2019]], um [[bombardeamento aéreo]] atingiu o Centro de Detenção de [[Tajura]], nos arredores de [[Trípoli]], [[Líbia]], enquanto centenas de pessoas estavam dentro das instalações. O Centro de Detenção estava sendo usado como uma instalação de retenção para migrantes e refugiados que tentavam chegar à [[Europa]], quando um hangar de armazenamento usado como instalação residencial foi destruído em um bombardeio aéreo. O [[Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas]] declarou que "era sabido que havia 600 pessoas vivendo dentro" da instalação.<ref name=AP/><ref>{{citar jornalweb|últimourl=Walshhttps://prezly.msf.org.uk/msf-response-deadly-airstrikes-on-tajoura-detention-centre|primeirotítulo=DeclanMSF RESPONSE: Deadly airstrikes on Tajoura detention centre|títulopublicado=AirstrikeMédecins KillsSans DozensFrontières ofUK|data=3 Migrantsde atjulho Detentionde Center2019|acessodata=5 inde Libyajulho de 2019}}</ref> Pelo menos 53 pessoas foram mortas e mais de 130 ficaram feridas.<ref name=BBC/> Uma revolta internacional generalizada foi gerada contra o bombardeamento aéreo, devido a sua percebida imprudência e ao alvejamento de civis desarmados e inocentes. O bombardeamento aéreo também levantou o escrutínio da política da [[União Europeia]] de cooperar com as milícias para deter migrantes e financiar e treinar a Guarda Costeira da Líbia, que prendeu a maioria dos migrantes e refugiados.<ref name=AP/><ref>{{citar web|url=https://www.nytimesnpr.comorg/2019/07/03/world/middleeast738392690/libya-airstrike-migrantson-tripoli.htmlmigrant-detention-center-kills-at-least-44-people|datatítulo=3Airstrike deOn julhoMigrant deDetention 2019Center In Libya Kills At Least 44 People|publicado=[[TheNPR|último1=Romo|primeiro1=Vanessa|último2=Chappell|primeiro2=Bill|data=3 Newde Yorkjulho Times]]de 2019|acessodata=5 de julho de 2019}}</ref>
 
== Fundo ==
O [[Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas]] declarou que "era sabido que havia 600 pessoas vivendo dentro" da instalação.<ref name=AP/><ref>{{citar web|url=https://prezly.msf.org.uk/msf-response-deadly-airstrikes-on-tajoura-detention-centre|título=MSF RESPONSE: Deadly airstrikes on Tajoura detention centre|publicado=Médecins Sans Frontières UK|data=3 de julho de 2019|acessodata=5 de julho de 2019}}</ref> Segundo a [[Organização das Nações Unidas]] (ONU), pelo menos 53 pessoas foram mortas e mais de 130 ficaram feridas.<ref name=BBC/> A ONU também registrou relatos de que "após o primeiro impacto, alguns refugiados e migrantes receberam tiros de guardas enquanto tentavam escapar".<ref name=BBC/>
 
O Centro de Detenção Tajoura está localizado a 16 km a leste da capital líbia de Tripoli. Faz parte de uma rede de 34 centros de detenção de migrantes em todo o noroeste da Líbia, que abrigam pelo menos 5.000 pessoas. Os centros são operados pelo Governo do Acordo Nacional e são usados para deter migrantes que tentam chegar à Europa.<ref name=TNYT>{{citar jornal|último=Walsh|primeiro=Declan|título=Airstrike Kills Dozens of Migrants at Detention Center in Libya|url=https://www.nytimes.com/2019/07/03/world/middleeast/libya-airstrike-migrants-tripoli.html|data=3 de julho de 2019|publicado=[[The New York Times]]|acessodata=5 de julho de 2019}}</ref>
 
Em abril de 2019, o Exército Nacional da Líbia iniciou uma grande ofensiva para capturar o oeste da Líbia e a capital Trípoli. Depois que um ataque aéreo atingiu um alvo a menos de 100 metros do centro de detenção em maio, a Agência de Refugiados da ONU pediu a evacuação de refugiados e migrantes em centros de detenção em áreas de conflito em Trípoli.<ref name=TNYT/>
 
== Bombardeamento aéreo ==
 
Em 3 de julho de 2019, um ataque aéreo atingiu diretamente o hangar do Centro de Detenção de Tajoura, enquanto as famílias de migrantes dormiam. Um coordenador médico da Médicos Sem Fronteiras contava com 126 migrantes vivendo dentro da unidade de hangar do centro pouco antes de ser atingido diretamente pela greve. Fotos aéreas da cena mostram que a explosão desmoronou no telhado e explodiu as paredes da seção do hangar, onde ela bateu. Um assessor de mídia do Ministério da Saúde da Líbia disse que "havia sangue e partes do corpo em todo o lugar" e o governo da Líbia o descreveu como um "massacre". Hospitais trabalharam em capacidades acima da média no rescaldo do ataque, enquanto tentavam tratar uma enxurrada de pacientes feridos.
 
O [[Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas]] declarou que "era sabido que havia 600 pessoas vivendo dentro" da instalação.<ref name=AP/><ref>{{citar web|url=https://prezly.msf.org.uk/msf-response-deadly-airstrikes-on-tajoura-detention-centre|título=MSF RESPONSE: Deadly airstrikes on Tajoura detention centre|publicado=Médecins Sans Frontières UK|data=3 de julho de 2019|acessodata=5 de julho de 2019}}</ref> Segundo a [[Organização das Nações Unidas]] (ONU), pelo menos 53 pessoas foram mortas e mais de 130 ficaram feridas.<ref name=BBC/> A ONU também registrou relatos de que "após o primeiro impacto, alguns refugiados e migrantes receberam tiros de guardas enquanto tentavam escapar".<ref name=BBC/>
 
Forças associadas ao general [[Khalifa Hafter]] disseram que estavam atacando um base militar próxima do local. Eles receberam assistência do [[Egito]], dos [[Emirados Árabes Unidos]] e da [[Rússia]].<ref name=AP/>
 
== Reações ==
Uma revolta internacional generalizada foi gerada contra o bombardeamento aéreo, devido a sua percebida imprudência e ao alvejamento de civis desarmados e inocentes. O bombardeamento aéreo também levantou o escrutínio da política da [[União Europeia]] de cooperar com as milícias para deter migrantes e financiar e treinar a Guarda Costeira da Líbia, que prendeu a maioria dos migrantes e refugiados.<ref name=AP/><ref>{{citar web|url=https://www.npr.org/2019/07/03/738392690/libya-airstrike-on-migrant-detention-center-kills-at-least-44-people|título=Airstrike On Migrant Detention Center In Libya Kills At Least 44 People|publicado=NPR|último1=Romo|primeiro1=Vanessa|último2=Chappell|primeiro2=Bill|data=3 de julho de 2019|acessodata=5 de julho de 2019}}</ref>
 
O governo da Líbia culpou o ataque às forças aéreas associadas ao general Khalifa Haftar, do Exército Nacional da Líbia. O general vinha travando uma ofensiva contra grupos rebeldes na capital da Líbia desde abril, e o ataque aéreo ocorrera dois dias depois de o general ter ameaçado ataques a bomba na área depois de anunciar que os "meios tradicionais" da diplomacia eram insuficientes. Um porta-voz de Haftar disse ao The Independent que a alegação era "incorreta" e que "o LNA não tem operações aéreas", apesar do fato de o LNA ter anunciado dois dias antes planos de ataques aéreos em resposta à perda do controle de Gharyan.
 
O ministro do Interior da Líbia, Fathi Bashagha, anunciou em 4 de julho que o governo estava considerando encerrar os centros de detenção e liberar todos os migrantes, já que o governo não pode garantir sua proteção.
 
*[[Organização das Nações Unidas|ONU]] - Um porta-voz da agência de refugiados da ONU afirmou que a proximidade do centro de detenção a um armazém de armas fez dele um alvo por associação. O chefe de direitos humanos da ONU chamou o ataque aéreo de "crime de guerra". O diretor do Oriente Médio e Norte da África para a Anistia Internacional também exigiu que o Tribunal Penal Internacional investigue o bombardeio como um crime de guerra. Em um comunicado oficial, o secretário-geral Antonio Guterres exigiu uma investigação sobre "como isso aconteceu e quem foi o responsável e levar as pessoas em consideração". O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados e a Organização Internacional para as Migrações fizeram uma declaração conjunta: "Nossas duas organizações condenam veementemente este e qualquer ataque à vida civil. Também pedimos o fim imediato da detenção de migrantes e refugiados". O Conselho de Segurança da ONU considerou uma resolução elaborada pelo Reino Unido que teria condenado o ataque e pediu um cessar-fogo. A resolução não passou.
*{{EUA}} - O Departamento de Estado dos EUA declarou: "Esta trágica e desnecessária perda de vidas, que afetou uma das populações mais vulneráveis, ressalta a necessidade urgente de todas as partes líbias reduzirem os combates em Trípoli e retornarem ao processo político, que é o único caminho viável para a paz duradoura e estabilidade na Líbia ".
*{{TUR}} - O Ministério das Relações Exteriores da Turquia classificou o ataque de "crime contra a humanidade" e culpou as forças do general Haftar pelo ataque aéreo.
 
{{Referências}}
 
{{Portal3|Líbia}}
 
{{esboço-líbia}}
 
[[Categoria:Ataques aéreos]]