Jean-Marie Le Pen: diferenças entre revisões

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[[Imagem:Jean-MarieLePen2005.jpg|thumb|direita|250px|Jean-Marie Le Pen, em [[2005]]]]
 
'''Jean-Marie Le Pen''' ([[Trinité-sur-Mer]], [[20 de Junho]] de [[1928]]) é um [[Política|político]] [[França|francês]]. Presidiu, até janeiro de 2011, a [[Frente Nacional (França)|Frente Nacional]], partido [[Nacionalismo|nacionalista]] francês e o mais à [[Direita (política)|direita]] no espectro político da França. Foi substituídocinco navezes liderançacandidato doà partido[[Presidente porda suaFrança|presidência filha,da [[Marine Le PenFrança]], candidata do partido à Presidência do país em (1995, 2002, 2007, 2012 e 2017) epelo comparadopartido; aoem [[Ronald Reagan2002]], dospassou para o segundo turno das [[EstadosEleições Unidos]].<ref>[https://www.dailymotion.com/video/xed3uxpresidenciais Jean-Mariefrancesas LEde 2002|eleições PENpresidenciais]], leperdendo Ronaldpara REAGAN[[Jacques françaisChirac]</ref>].
 
Le Pen éfoi comparado a [[Ronald Reagan]], dos [[Estados Unidos]].<ref>[https://www.dailymotion.com/video/xed3ux Jean-Marie LE PEN, le Ronald REAGAN français]</ref>, sendo conhecido por defender políticas radicais visando diminuir a violência e o desemprego na França, entre elas a volta da [[pena de morte]], maior restrição à entrada de imigrantes na França - em especial de países do [[Europa do Leste|leste europeu]] e de fora da [[Europa]] -, além de uma maior autonomia política e legislativa da França em relação às directivasdiretivas emanadas da [[União Europeia]].
 
Afirma que a maior parte dos políticos e da imprensa franceses são corruptos e não se comprometem com os interesses das pessoas comuns e da nação francesa. Faz sempre apelos patrióticos, como as manisfestaçõesmanifestações em frente à estátua de [[Joana D´Arc]] em [[Paris]]. Sua progressão na década de 1980 ficou conhecida como a "''lepenização'' dos espíritos"; seus discursos polêmicos e sua integração na vida pública fizeram dele uma figura que polariza a opinião, considerada como o "Diabo da República" entre oponentes ou o "último samurai na política" entre partidários.
 
Como outros candidatos da extrema-direita europeia, sua campanha eleitoral era baseada na oposição à imigração sem controle para a França. Foi condenado diversas vezes por declarações de cunho antissemita, racista, xenofóbico, e de negação de fatos históricos sobre o Holocausto — por isso acusado por especialistas no tema de praticar uma "negação suave" do genocídio de seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial<ref>{{Citar web|titulo=France’s National Front co-founder Jean-Marie Le Pen says the battle is already won|url=https://www.washingtonpost.com/world/europe/frances-national-front-party-founder-jean-marie-le-pen-says-the-battle-is-already-won/2017/03/20/8161bee8-08e3-11e7-bd19-fd3afa0f7e2a_story.html|obra=Washington Post|acessodata=2019-07-13|lingua=en}}</ref>.
Foi cinco vezes candidato à [[Presidente da França|presidência da França]] e, em [[2002]], passou para o segundo turno das [[Eleições presidenciais francesas de 2002|eleições presidenciais]], tendo perdido nas urnas para [[Jacques Chirac]].
 
Em 2015, Le Pen acabou expulso do próprio partido ao ser "submetido a um procedimento disciplinar depois de declarações polêmicas sobre o Holocausto", sendo substituído por sua filha, [[Marine Le Pen]].<ref>{{Citar web|titulo=Líder da direita francesa Jean-Marie Le Pen é expulso de seu partido|url=http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/08/jean-marie-le-pen-e-expulso-de-seu-partido.html|obra=Mundo|data=2015-08-20|acessodata=2019-07-13|lingua=pt-br|primeiro=Da France|ultimo=Presse}}</ref>.
Apresenta, como os outros candidatos da extrema direita europeia, a sua campanha eleitoral baseada na sua oposição à imigração sem controle para a França.
 
== Biografia ==
Jean Louis Marie Le Pen nasceu em [[Trinité-sur-Mer]], pequena aldeia costeira na Bretanha francesa, como único filho de Jean Le Pen (1901-1942). Ficou órfão na adolescência quando o barco de seu pai, ''La Persévérance'', explodiu por causa de uma mina alemã. Começou a trabalhar aos 13 anos em um navio transatlântico. Sua mãe, Anne-Marie Hervé (1904-1965) era costureira e também de ascendência local<ref>{{Citar web|titulo=Généalogie de Jean-Marie Le PEN|url=https://gw.geneanet.org/pierfit?lang=fr&n=le+pen&oc=1&p=jean+marie|obra=Geneanet|acessodata=2019-07-13|lingua=fr}}</ref>. Foi criado como católico romano e estudou no colégio jesuíta François Xavier em Vannes, e depois no liceu de Lorient. Era um jovem rebelde e dado à vida noturna, sendo repetidas vezes conduzido à delegacia por se envolver em brigas em bares, com acusações de agressão.<ref name=":0">{{Citar web|titulo=RFI - France 2007 - élection présidentielle - Le Pen, son univers impitoyable|url=https://web.archive.org/web/20061125220926/http://www1.rfi.fr/francais/actu/articles/081/article_45894.asp|obra=web.archive.org|data=2006-11-25|acessodata=2019-07-13}}</ref>
Jean-Marie Le Pen nasceu em [[Trinité-sur-Mer]], um pequeno porto [[Bretanha|bretão]], filho de um pescador. Ficou órfão na adolescência.
 
Em novembro de 1944, aos 16 anos, foi dispensado por causa de idade pelo coronel Henri de La Vaissière (então representante da Juventude Comunista) ao tentar se juntar às [[Forças Francesas do Interior]] (FFI)<ref>{{Citar web|titulo=LEXPRESS.fr - Présidentielle 2007 - L'Express|url=https://web.archive.org/web/20071001030819/http://www.lexpress.fr/info/france/elysee_2007/actu.asp?id=10247|obra=web.archive.org|data=2007-10-01|acessodata=2019-07-13}}</ref>. Entrou então para a faculdade de Direito em Paris, e começou a vender nas ruas o jornal monarquista da ''Action Française'', "Aspects de la France"<ref>{{Citar web|titulo=Assemblée nationale - Les députés de la IVe République :  Jean-Marie LE PEN|url=https://web.archive.org/web/20071123023508/http://www.assemblee-nationale.fr/histoire/biographies/IVRepublique/le-pen-Jean-Marie-20061928.asp|obra=web.archive.org|data=2007-11-23|acessodata=2019-07-13}}</ref>.
Estudou [[Ciências políticas|Ciência política]] e [[Direito]].
 
Ativo como figura da juventude estudantil de Paris, criou seu próprio jornal, o ''La Basoche'', e logo estava entre os líderes do movimento. Se tornaria presidente de uma associação de estudantes de Direito cuja ocupação principal era se envolver é "quebrar cocos" (brigar com os "''cocos''", comunistas)<ref>{{citar livro|título=L'affaire du point de détail: effet médiatique et enjeux de mémoire|ultimo=Deleersnijder|primeiro=Henri|editora=l'ULG|ano=2001|local=França|páginas=18}}</ref>.
Foi um [[soldado]] da [[Legião Estrangeira Francesa|legião estrangeira]] na [[Indochina]].
 
== Serviço militar e início na política ==
Casado duas vezes, a primeira com [[Pierrette Lalanne]] (com a qual teve três filhas e nove netos) e a segunda com a grega [[Jeanne-Marie Paschos]] ("Jany").
Durante a década de 1950, Le Pen se interessou pela Guerra da Argélia (1954-1962) e pelo orçamento de defesa francês. Eleito deputado do Parlamento sob a bandeira do partido populista UDCA, de Pierre Poujade, e contrário à perda da Indochina pelos franceses, se alistou [[Legião Estrangeira Francesa|Legião Estrangeira]], servindo por três meses na [[Indochina]] - chegou depois da batalha de [[Batalha de Dien Bien Phu|Dien Bien Phu]] e foi mandado a Suez em 1956, mas já havia sido assinado um cessar-fogo<ref>{{Citar web|titulo=RFI - France 2007 - élection présidentielle - Le Pen, son univers impitoyable|url=https://web.archive.org/web/20061125220926/http://www1.rfi.fr/francais/actu/articles/081/article_45894.asp|obra=web.archive.org|data=2006-11-25|acessodata=2019-07-13}}</ref>. Enviado para a Argélia em 1957 como oficial de inteligência, foi acusado de ter praticado tortura com uma adaga. Le Pen nega essas acusações.
 
Em 1953, um ano antes do início da Guerra da Argélia, Le Pen contatou o presidente Vincent Auriol, que aprovou seu projeto de ajuda voluntária após uma enchente na Holanda. Em dois dias, havia 40 voluntários de sua universidade, um grupo que mais tarde ajudaria as vítimas de um terremoto na Itália. Em Paris, foi em 1956 eleito para a Assembleia Nacional, onde era o membro mais jovem, mas o comunista André Chène (meio ano mais jovem) foi eleito no mesmo ano<ref>{{Citar periódico|ultimo=Pombeni|primeiro=Paolo|ultimo2=Sirinelli|primeiro2=Jean-Francois|data=1995-10|titulo=Dictionnaire historique de la vie politique au 20e siecle|url=http://dx.doi.org/10.2307/3770239|jornal=Vingtième Siècle. Revue d'histoire|numero=48|paginas=172|doi=10.2307/3770239|issn=0294-1759}}</ref>.
 
Em 1958, Le Pen afirmou ter perdido o olho esquerdo ao ser espancado durante a campanha eleitoral<ref>{{Citar periódico|ultimo=Paris|primeiro=Giles Tremlett Paul Webster in|data=2002-06-04|titulo=Battle of Algiers returns to haunt Le Pen as claims of torture focus on far-right leader|url=https://www.theguardian.com/world/2002/jun/04/france.thefarright|jornal=The Guardian|lingua=en-GB|issn=0261-3077}}</ref>. Testemunhas sugerem que ele foi apenas ferido no olho direito e não o perdeu; ele perdeu a visão do olho esquerdo anos depois, devido a uma doença<ref>{{Citar periódico|ultimo=Broughton|primeiro=Philip Delves|data=2002-04-22|titulo=Exposing the myth of poison Le Pen|url=https://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/europe/france/1391941/Exposing-the-myth-of-poison-Le-Pen.html|lingua=en-GB|issn=0307-1235}}</ref> (a crença popular é que ele usa um olho de vidro<ref>{{Citar web|titulo=EX-PARATROOPER AROUSES POLITICAL PASSIONS|url=https://www.chicagotribune.com/news/ct-xpm-1985-07-15-8502160018-story.html|obra=chicagotribune.com|acessodata=2019-07-13|lingua=en-US|primeiro=Ray Moseley, Chicago|ultimo=Tribune}}</ref>) .
 
Le Pen dirigiu a campanha presidencial de 1965 do candidato de extrema-direita Jean-Louis Tixier-Vignancour, que obteve 5,19% dos votos. Em 1962, Le Pen perdeu seu assento na Assembleia e criou a Serp (''Société d'études et de relations publiques''), empresa envolvida na indústria da música, especializada em gravações históricas; o catálogo tinha gravações do coro do sindicato CGT e canções da Frente Popular, mas também marchas nazistas, e em 1968, a Serp foi condenada por "pedir desculpas pro cumplicidade com crime de guerra" após a transmissão de um registro de canções do Terceiro Reich, cuja capa continha uma mensagem promovendo a ascensão do Partido Hitler na Alemanha<ref name=":0" />.
 
== Polêmicas ==
Ao longo da carreira, Le Pen deu várias declarações de cunho xenofóbico, racista e antissemita. É questionador de fatos históricos sobre o Holocausto e também cético quanto ao aquecimento global - em certa ocasião, abriu uma melancia e sugeriu que era como os defensores do aquecimento global, vermelhos por dentro, ou "comunistas disfarçados"<ref>{{Citar web|titulo=Foreign Climate: Why European Right-Wingers Should Be Tree Huggers|url=https://www.huffpost.com/entry/foreign-climate-why-nazis_b_5353959|obra=HuffPost|data=2014-05-21|acessodata=2019-07-13|lingua=en|primeiro=Jens Martin|ultimo=Skibsted|primeiro2=ContributorFounder of|ultimo2=Biomega|ultimo3=KiBiSi|ultimo4=Ogojiii}}</ref>.
 
Em 1987, Le Pen defendeu sugestão do médico e político de extrema-direita francês François Bachelot: isolamento total de portadores do vírus HIV, chamando os locais teóricos de "sidatórios" (da sigla da AIDS em francês, SIDA).<ref>{{Citar web|titulo=Ina.fr : vidéo, radio, audio et publicité - Actualités, archives de la radio et de la télévision en ligne - Archives vidéo et radio Ina.fr|url=http://www.ina.fr/|obra=Ina.fr|acessodata=2019-07-13|lingua=fr-FR|primeiro=Institut National de l’Audiovisuel-|ultimo=Ina.fr}}</ref> Em 1995, foi irônico ao responder ao cantor de origem judia Patrick Bruel, que decidiu não se apresentar em Toulon, comandada pela Frente Nacional. "A cidade de Toulon terá que seguir em frente sem as vocalizações do cantor Benguigui", disse Le Pen, citando o primeiro nome de batismo de Bachelot. Em 1997, acusou o então presidente francês Jacque Chirác de estar na "folha de pagamento de organizações judaicas".
 
Antes e depois da [[Copa do Mundo FIFA de 2006|Copa do Mundo de 2006]], em que a França foi vice-campeã, Le Pen sugeriu que a seleção francesa tinha "jogadores de cor" demais, que o povo "não pode se reconhecer na seleção nacional", e que "talvez o treinador tenha exagerado na proporção de jogadores de cor e deveria ter sido um pouco mais cuidadoso". O zagueiro do time francês, [[Lilian Thuram]], respondeu que "não importa a cor, somos todos franceses"<ref>{{Citar periódico|ultimo=Fifield|primeiro=Dominic|data=2006-06-29|titulo=Thuram attacks ignorant Le Pen|url=https://www.theguardian.com/football/2006/jun/30/worldcup2006.sport3|jornal=The Guardian|lingua=en-GB|issn=0261-3077}}</ref>.
 
Em 2006, Le Pen foi condenado a pagar um total de €15 mil por incitação ao ódio, ao afirmar que um dia os muçulmanos governariam a França "e causarão medo nos corações da população não-muçulmana."<ref>{{Citar web|titulo=France's far-right leader Jean-Marie Le Pen convicted of inciting racial hatred - AP Worldstream {{!}} HighBeam Research|url=https://web.archive.org/web/20121105195557/http://www.highbeam.com/doc/1P1-123367529.html|obra=web.archive.org|data=2012-11-05|acessodata=2019-07-13}}</ref>.
 
Durante a campanha presidencial de 2007, Le Pen chamou o adversário político [[Nicolas Sarkozy]] — que é descendente de judeus gregos e húngaros — de "estrangeiro", também se referindo a ele como "o estrangeiro"<ref>{{Citar periódico|data=2007-04-12|titulo=Le Pen rides to Sarkozy's rescue?|url=https://www.economist.com/certain-ideas-of-europe/2007/04/12/le-pen-rides-to-sarkozys-rescue|jornal=The Economist|issn=0013-0613}}</ref>.
 
Em 2014, ao comentar a explosão demográfica do mundo e o risco de a França sofrer um colapso imigratório, respondeu que o vírus [[Vírus Ebola|Ebola]] seria uma solução<ref>{{Citar web|titulo=Le Pen aponta Ebola como solução para explosão populacional|url=https://oglobo.globo.com/mundo/le-pen-aponta-ebola-como-solucao-para-explosao-populacional-12560689|obra=O Globo|data=2014-05-21|acessodata=2019-07-13|lingua=pt-BR}}</ref>, causando choque na França. As declarações receberam duras condenações, sobretudo de membros do governo francês.<ref>{{Citar web|titulo=Le Pen e a imigração: «O ébola resolvia isso em três meses»|url=https://tvi24.iol.pt/internacional/iol-push/le-pen-e-a-imigracao-o-ebola-resolvia-isso-em-tres-meses|obra=tvi24|data=2014-05-21|acessodata=2019-07-13|lingua=pt}}</ref>.
 
Também em 2014, perguntado sobre a decisão de celebridades judias - como o cantor Patrick Bruel, o ex-campeão de tênis Yannick Noah, e comediante Guy Bedos - de não se apresentarem em cidades comandadas por políticos da Frente Nacional, Le Pen disse num vídeo do partido que "na próxima vez faremos uma fornada".<ref>{{Citar web|titulo=Deslize antissemita de Le Pen estremece partido da extrema-direita|url=http://br.rfi.fr/franca/20140609-nova-derrapagem-antissemita-de-le-pen-cria-atrito-dentro-da-frente-nacional|obra=RFI|data=2014-06-09|acessodata=2019-07-13|lingua=pt-BR}}</ref> O então alegou que a palavra "fornada" não tinha qualquer relação com antissemitismo e as execuções em [[Câmara de gás|câmaras de gás]] durante a [[Segunda Guerra Mundial]], exceto para “os inimigos políticos ou os imbecis"<ref>{{Citar web|titulo=Le Pen perde imunidade parlamentar ao sugerir "fornada" de judeus|url=http://br.rfi.fr/franca/20161025-le-pen-perde-imunidade-parlamentar-ao-sugerir-fornada-de-judeus|obra=RFI|data=2016-10-25|acessodata=2019-07-13|lingua=pt-BR}}</ref>. O partido Frente Nacional, que buscava alianças para apoiar Marine, disse através de seu vice-presidente (e marido de Marine) Louis Alliot, que a proferir a frase foi "estúpido politicamente e constrangedor", ao que Len Pen respondeu o chamando de "imbecil". Órgãos de defesa de direitos humanos o criticaram; a Liga Internacional Contra o Racismo e o Antissemitismo disse que o "antissemitismo é o DNA da Frente Nacional"<ref>{{Citar web|titulo=Deslize antissemita de Le Pen estremece partido da extrema-direita|url=http://br.rfi.fr/franca/20140609-nova-derrapagem-antissemita-de-le-pen-cria-atrito-dentro-da-frente-nacional|obra=RFI|data=2014-06-09|acessodata=2019-07-13|lingua=pt-BR}}</ref>.
 
Em 2018, Le Pen foi alvo de investigação (que também visava sua filha Marine) por uso de fundos destinados à contratação de assessores na Eurocâmara e que, na realidade, teriam sido utilizados para pagar funcionários de seu partido por vários anos. Segundo os investigadores, cerca de €7 milhões teriam sido usados indevidamente pela legenda de Le Pen. Isso o levou a perder a imunidade parlamentar no ano seguinte<ref>{{Citar web|titulo=Parlamento europeu tira imunidade de Jean-Marie Le Pen|url=https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/03/12/parlamento-europeu-tira-imunidade-de-jean-marie-le-pen.ghtml|obra=G1|acessodata=2019-07-13|lingua=pt-br}}</ref>.
 
Le Pen defendeu até seu último discurso como deputado, aos 90 anos de idade, que "a invasão de imigrantes" era uma "ameaça", e que deveriam ser tomadas "todas as medidas necessárias para reprimi-los"<ref>{{Citar web|titulo=Jean-Marie Le Pen critica UE em seu último discurso como eurodeputado|url=https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2019/04/16/jean-marie-le-pen-critica-ue-em-seu-ultimo-discurso-como-eurodeputado.htm|obra=noticias.uol.com.br|acessodata=2019-07-13|lingua=pt-br}}</ref>. Segundo ele, imigrantes substituiriam os "verdadeiros" franceses ao "invadir" o país e o mudando com suas cultura e religiões.
 
== Condenações ==
Até meados de 2004, Le Pen havia sido condenado seis vezes por declarações de cunho antissemita, racista e de incitação ao ódio<ref>{{Citar web|titulo=Le Pen convicted of inciting racial hatred for anti-Muslim remarks - AP Worldstream {{!}} HighBeam Research|url=https://web.archive.org/web/20121105195546/http://www.highbeam.com/doc/1P1-93051559.html|obra=web.archive.org|data=2012-11-05|acessodata=2019-07-13}}</ref>.
 
Em 1987, Le Pen sugeriu que talvez as câmaras de gás não tenham existido, já que não as tinha visto; também negou acreditar que tenham sido mortos 6 milhões de judeus, dizendo que a deportação de 76 mil judeus da França para campos de concentração nazistas, onde foram mortos, é questão trivial, e que "não houve assassinatos em massa como dizem". <ref>{{Citar web|titulo=France’s National Front co-founder Jean-Marie Le Pen says the battle is already won|url=https://www.washingtonpost.com/world/europe/frances-national-front-party-founder-jean-marie-le-pen-says-the-battle-is-already-won/2017/03/20/8161bee8-08e3-11e7-bd19-fd3afa0f7e2a_story.html|obra=Washington Post|acessodata=2019-07-13|lingua=en}}</ref> Essas declarações o levaram a uma condenação, nos termos da Lei Gayssot, a pagar 1,2 milhão de francos (€ 183,200)<ref>{{Citar web|titulo=Le Monde.fr : Jean-Marie Le Pen renvoyé devant la justice pour ses propos sur l'Occupation|url=https://web.archive.org/web/20060720121511/http://www.lemonde.fr/web/article/0,1-0@2-3224,36-794895@51-776560,0.html|obra=web.archive.org|data=2006-07-20|acessodata=2019-07-13}}</ref>.
 
Em 1996, Le Pen teve sua imunidade parlamentar anulada para que pudesse ser julgado por um tribunal alemão, por declarações sobre as execuções em câmaras de gás na Segunda Guerra, que incluíam "Se você pegar um livro de mil páginas sobre a Segunda Guerra Mundial, os campos de concentração ocupam apenas duas páginas e as câmaras de gás de 10 a 15 linhas. Isso é o que chamamos de detalhe". Em junho de 1999, um tribunal de Munique considerou que a frase "minimizava o Holocausto, que causou a morte de seis milhões de judeus", e condenou e multou Le Pen<ref>{{Citar web|titulo=Le Pen Convicted for Racial Hatred - AP Online {{!}} HighBeam Research|url=https://web.archive.org/web/20121102133026/http://www.highbeam.com/doc/1P1-23235520.html|obra=web.archive.org|data=2012-11-02|acessodata=2019-07-13}}</ref>.
 
Em abril de 2000, Le Pen foi condenado por agredir durante as eleições gerais de 1997 a candidata Annette Peulvast-Bergeal, do Partido Socialista. Isto o levou a perder o assento no parlamento em 2003, e a ficar afastado da busca por cargos por um ano<ref>{{Citar web|titulo=One-year election ban for Le Pen - The Scotsman {{!}} HighBeam Research|url=https://web.archive.org/web/20121105195613/http://www.highbeam.com/doc/1P2-18675114.html|obra=web.archive.org|data=2012-11-05|acessodata=2019-07-13}}</ref>.
 
Em 2005 e 2008, Le Pen foi condenado em ambos os casos em €10 mil, por "incitação à discriminação, ao ódio e à violência contra um grupo de pessoas", quanto a declarações sobre muçulmanos na França.
 
Em 2015, Le Pen voltou a minimizar a importância das execuções em câmaras de gás, afirmando que foram "apenas um detalhe da história" e comparando seu uso a outros tipos de morte em guerras como "uma explosão que te esquarteja a barriga, uma bomba que te decapita, uma câmara que te asfixia", e que "todas eram desprezíveis"<ref>{{Citar web|titulo=Jean-Marie Le Pen diz que câmaras de gás foram 'detalhe'|url=https://www.terra.com.br/noticias/mundo/europa/jean-marie-le-pen-diz-que-camaras-de-gas-foram-detalhe,9578d5ad66b7c410VgnVCM10000098cceb0aRCRD.html|obra=Terra|acessodata=2019-07-13|lingua=pt-BR}}</ref>. Na ocasião, sua filha Marine não apoiou as falas e eles cortaram relações. Le Pen foi condenado no ano seguinte por um tribunal de Paris a pagar € 30 mil como multa às três associações que moveram o processo por contestar crimes contra a humanidade. O juízes também decidiram que o comunicado judicial sobre a decisão deveria ser publicado em três jornais da França.<ref>{{Citar web|titulo=Le Pen é condenado por dizer que câmaras de gás no Holocausto foram "detalhe"|url=http://br.rfi.fr/franca/20160406-le-pen-e-condenado-por-dizer-que-camaras-de-gas-do-holocausto-foram-detalhe-0|obra=RFI|data=2016-04-06|acessodata=2019-07-13|lingua=pt-BR}}</ref>
 
Em 2016, Le Pen foi condenado a pagar € 5 mil por incitar o ódio contra ciganos. Numa reunião pública no sul da França em 2013, o líder de extrema-direita afirmou que a presença de "algumas centenas de [[Ciganos|roms]]" na cidade de Nice era "urticante e fedorenta".
 
== Acusação de tortura ==
Le Pen supostamente praticou tortura durante a Guerra da Argélia (1954-1962), quando era tenente do exército francês. Ele negou e ganhou alguns julgamentos<ref>{{Citar periódico|data=1986-01|titulo=January 17, 1986|url=http://dx.doi.org/10.1177/006947708602400101|jornal=Clin-Alert|volume=24|numero=1|paginas=1–6|doi=10.1177/006947708602400101|issn=0069-4770}}</ref>.
 
Em maio de 2003, o jornal ''Le Monde'' publicou sobre a adaga que ele supostamente usava para cometer crimes de guerra e que foi esquecida em [[Casbá de Argel|Casbá]] em 1957. Apesar de crimes de guerra na Argélia terem sido anistiados pela França, a matéria foi reproduzida em vários jornais, e também pelo primeiro-ministro Michel Rocard na TV. Le Pen processou o jornal e o político por difamação<ref>{{Citar web|titulo=LeMonde.fr : L'affaire du poignard du lieutenant Le Pen en Algérie|url=https://web.archive.org/web/20071106012513/http://www.lemonde.fr/cgi-bin/ACHATS/acheter.cgi?offre=ARCHIVES&type_item=ART_ARCH_30J&objet_id=804499|obra=web.archive.org|data=2007-11-06|acessodata=2019-07-13}}</ref>, mas a suprema corte da França considerou que era legítimo o direito de publicar sobre o assunto<ref>{{Citar web|titulo=Le Pen et la torture : l’enquête du « Monde » validée par le tribunal – Algeria-Watch|url=https://algeria-watch.org/?p=62547|acessodata=2019-07-13|lingua=fr-FR|ultimo=AW}}</ref>.
 
Em 1995, Le Pen já havia processado, sem sucesso, Jean Dufour, conselheiro regional de Provença-Alpes-Costa Azul, pelo mesmo motivo<ref>{{Citar web|titulo=Jean Dufour - l'Humanite|url=https://web.archive.org/web/20071103082458/http://www.humanite.fr/1995-07-26_Articles_-Jean-Dufour|obra=web.archive.org|data=2007-11-03|acessodata=2019-07-13}}</ref>.
 
== Vida pessoal ==
CasadoLe Pen se casou duas vezes, a primeira com [[Pierrette Lalanne]] (com a qual teve três filhas e nove netos) e a segunda com a grega [[Jeanne-Marie Paschos]] ("Jany").
 
É um rico homem de negócios, em parte graças à grande herança recebida em [[1977]] de um simpatizante.