Jardim Duque da Terceira: diferenças entre revisões

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Em 1925, novamente sob a presidência de Henrique Brás, o coreto, que havia sido construído em 1887, ganhou a sua presente configuração, com a actual cobertura metálica e gradeamento. Nesse mesmo ano foi transferido para a localização actual o chamado «babão», fontanário decorativo em [[mármore]] que depois de uma curta passagem pela Praça Velha em 1879, e após vários anos desmontado à guarda do Conselho da Agricultura, se encontrava inicialmente instalado no «bosque», ou seja no actual «Jardim de Cima», ocupando uma posição central, sensivelmente frente à porta da Igreja de Nossa Senhora da Guia. Ficava assim completo o «Jardim de Baixo» na sua presente configuração. O coreto era a esse tempo local principal de atracção da cidade, com concertos nocturnos da banda militar, e a partir de 1900 das filarmónicas, num jardim que para esse efeito era iluminado.
 
O «Jardim de Baixo» foi escolhido em 1954, por ocasião da comemoração do centenário da sua morte, para perpetuar a memória de [[Almeida Garrett]]. Entre as diversas homenagens prestadas na ilha Terceira, o Município decidiu colocar, frente ao portão principal, uma glorieta com a efígie do poeta, integrada num projecto da autoria do arquitecto [[Fernando de Sousa]]. A glorieta, em bronze e pedra, foi descerrada a 30 de novembro de 1954, contendo uma evocação a Almeida Garrett, que viveu em Angra parte da sua mocidade, entre os 9 e os 17 anos de idade. Para além da efígie, contém inscrições alusivas às iniciativas de Garrett em benefício da cidade enquanto figura de vulto da [[Revolução do Liberal do Porto|revolução liberal]] e enquanto deputado às Cortes eleito pelo círculo da Terceira, autor do Decreto de 12 de Janeiro de 1837, assinado pela rainha D. [[Maria II de Portugal|Maria II]] que deu a Angra o sobriquete de «do Heroísmo», acrescentando aos títulos de «''Muito Nobre e Leal''» o de «''sempre constante''». Esse mesmo decreto concede ao Município a grã-cruz da [[Ordem da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito]], a mais alta condecoração portuguesa, sendo Angra a primeira cidade a receber tal honra.
 
A transição entre o «Jardim de Baixo» e o «Jardim de Cima» é feita por um talude que tem como elementos decorativos pequenos muretes em «pedra queimada», ou seja em grandes pedras de [[bagacina]] basáltica castanho-avermelhada, de aspecto rústico, entre os quais estão plantados diversos arbustos. A construção desta estrutura foi concluída em 1928, ano em que a pedido de um particular foi construído o quiosque em madeira ainda existente na extremidade sul daquela zona, destinado a venda de doçaria e bebidas.<ref name="CE"/> Em 1929 foi aprovada a construção de um aviário, para aves decorativas, projecto que não se concretizou, mas que levou à criação do espaço que depois seria a estufa fria do jardim, hoje a casa de chá e restaurante ali existente. No extremo sul desta área subsiste do tempo dos franciscanos, um conjunto de quatro painéis de azulejos, datados de cerca de 1740, que representam passagens da [[Parábola do Filho Pródigo]], e estão enquadrados num espaço sobranceiro ao quiosque, com banquetas e muros.<ref name="CE"/>