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Na primavera de 40 aC, Antônio deixou o Egito devido a problemas na Síria, onde seu governador [[Lúcio Decídio Saxa]] foi morto e seu exército tomado por [[Quinto Labieno]], um ex-oficial sob Cássio que agora servia ao [[Império Parta]]. Cleópatra forneceu-lhe 200 navios para a sua campanha e como pagamento pelos seus territórios recém-adquiridos. Ela não veria Antônio de novo até 37 a.C., mas manteve correspondência, e as evidências sugerem que ela manteve um espião em seu acampamento. No final de 40 aC, ela deu à luz gêmeos, um garoto chamado [[Alexandre Hélio]] e uma garota chamada [[Cleópatra Selene II]], os quais Marco Antônio reconheceu como seus filhos. [[Hélio (mitologia)|Hélio]] (o Sol) e [[Selene]] (a Lua) simbolizavam uma nova era de rejuvenescimento social, bem como uma indicação de que Cleópatra esperava que seu parceiro repetisse as [[Guerras de Alexandre, o Grande|façanhas de Alexandre, o Grande]], conquistando os partos.
 
A campanha parta de Marco Antônio no Oriente foi interrompida pelos acontecimentos da [[Campanha de Perúsia|Guerra Perusina]], iniciada por sua ambiciosa esposa [[Fúlvia]] contra Otaviano, na esperança de fazer de seu marido o líder indiscutível de Roma. Foi sugerido que Fúlvia queria afastar Antônio de Cleópatra, mas o conflito emergiu na Itália antes mesmo do encontro de ambos em Tarso. Fúlvia e [[Lúcio Antônio]], o irmão de seu marido, foram cercados por Otaviano na [[Perusia]] (atual [[Perúgia]], Itália) e depois exilados da Itália, após o que Fúlvia morreu em [[Sicião]], na Grécia, enquanto tentava chegar até seu marido. Sua morte repentina levou a uma reconciliação de Otaviano e Antônio em [[Brindisi|Brundísio]], na Itália, em setembro de 40 a.C.. Embora o acordo em Brundísio solidificasse o controle de Antônio dos territórios da República Romana a leste do [[Mar Jônico]], também estipulava que ele concedesse a [[Itália (província romana)|Itália]], [[Hispânia]] e [[Gália]], e se casaria com [[Octávia|OctáviaOtávia, a Jovem]], a irmã de seu adversário e rival em potencial de Cleópatra.
 
Em dezembro de 40 aC, Cleópatra recebeu Herodes em Alexandria como hóspede inesperado e refugiado de uma situação turbulenta na [[Judeia]]. Ele tinha sido instalado como um [[Tetrarquia de Herodes|tetrarca]] por Antônio, mas logo estava em desacordo com [[Antígono (filho de Aristóbulo II)|Antígono II]], da dinastia asmoneana há muito estabelecida. Este último havia aprisionado o irmão de Herodes e seu colega tetrarca [[Phasael]], que foi executado enquanto o tetrarca fugia em direção à corte de Cleópatra. A rainha egípcia tentou fornecer-lhe uma missão militar, mas Herodes recusou e viajou para Roma, onde os triúnviros Otávio e Antônio o nomearam [[rei da Judeia]]. Este ato o colocou em rota de colisão com Cleópatra, que desejaria recuperar os antigos territórios ptolemaicos que compunham seu novo [[reino herodiano]].
 
As relações entre o militar e a rainha talvez azedaram quando ele não só se casou com Otávia, mas também gerou suas duas filhas, [[Antónia, a Velha|Antônia, a Velha]], em 39 aC, e [[Antónia, a Jovem|Antônia Menor]], em 36 aC, e mudou seu quartel-general para Atenas. No entanto, sua posição no Egito era segura. Seu rival Herodes estava ocupado com a guerra civil na Judeia, que exigia assistência militar romana pesada, mas não recebeu nenhuma de Cleópatra. Desde que a autoridade de Marco Antônio e Otaviano como triúnviros expirou em 1 de janeiro de 37 aC, Otávia organizou uma reunião em [[Tarento]], onde o triunvirato foi oficialmente estendido para 33 aC. Com duas [[Legião romana|legiões]] concedidas por Otaviano e mil soldados emprestados por sua irmã, Antônio viajou para [[Antioquia]], onde se preparou para a guerra contra os partos.
 
Ele convocou Cleópatra em Antioquia para discutir questões urgentes, como o reino de Herodes e o apoio financeiro para sua campanha parta. Ela trouxe seus gêmeos de três anos para Antioquia, onde Antônio os viu pela primeira vez e onde provavelmente receberam pela primeira vez seus sobrenomes Hélio e Selene como parte dos ambiciosos planos de ambos para o futuro. Para estabilizar o oriente, Antônio não apenas ampliou o domínio de Cleópatra, mas também estabeleceu novas dinastias governantes e governantes clientes que seriam leais a ele, mas que no final sobreviveriam a ele.
 
Nesse arranjo, Cleópatra ganhou importantes territórios Ptolemaicos no Levante, incluindo quase toda a [[Fenícia]] ([[Líbano]]), menos [[Tiro]] e [[Sídon]], que permaneceram em mãos romanas. Ela também recebeu [[Acre (Israel)|Accho Ptolemais]] (moderna Acre, Israel), uma cidade que foi fundada por Ptolemeu II. Dadas suas [[Império Selêucida|relações ancestrais com os selêucidas]], ela recebeu a região de [[Celessíria]] ao longo do alto [[rio Orontes]]. Recebeu até mesmo a região em torno de [[Jericó]] na Palestina, mas alugou este território de volta para Herodes. À custa do [[Lista de reis nabateus|rei nabateu]] [[Malichus I]] (primo de Herodes), Cleópatra também recebeu uma parte do [[Reino Nabateu]] ao redor do [[Golfo de Aqaba]], no [[Mar Vermelho]], incluindo Ailana (moderna [[Aqaba]], Jordânia). No oeste recebeu [[Cirene (cidade)|Cirene]] ao longo da costa da Líbia, bem como [[Itanos]] e [[Olunte]] na [[Creta e Cirenaica|Creta Romana]]. Embora ainda administrados por oficiais romanos, esses territórios, no entanto, enriqueceram seu reino e a levaram a declarar a inauguração de uma nova era, datando em dobro [[Moeda ptolemaica|sua cunhagem]] em 36 aC.
 
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