Atanásio de Alexandria: diferenças entre revisões

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'''Atanásio de Alexandria''' ({{langx|el|Ἀθανάσιος Ἀλεξανδρείας||Athanásios Alexandrías}}; {{lang-la|''Athanasius''}}), foi o vigésimo [[arcebispo de Alexandria]] (como '''Atanásio I de Alexandria'''). Seu episcopado durou 45 anos ({{ca.}} {{dtlink |8|6|296}} – {{dtlink |2|5|373}}), dos quais dezessete ele passou exilado, em cinco ocasiões diferentes e por ordem de quatro diferentes [[imperador romano|imperadores romanos]]. Atanásio foi um [[teólogo cristão]], um dos "[[padres da Igreja|pais da Igreja]]", um defensor do [[trinitarismo]] contra o [[arianismo]] e um líder da comunidade de Alexandria no {{séc|IV}}.
 
O conflito contra [[Ário]] e seus seguidores, apoiados muitas vezes pela corte em [[Roma]], moldou a carreira de Atanásio. Em 325, com 27 anos, começou a luta contra os arianos como assistente de seu [[arcebispo]], [[Alexandre de Alexandria|Alexandre]], no [[Primeiro Concílio de Niceia|Concílio de Niceia]], convocado pelo imperador [[Constantino I]] entre maio e agosto de 325 para tratar da tese ariana de que o [[Deus Filho|Filho de Deus]], [[Jesus de Nazaré]], e [[Deus Pai]] seriam de substâncias (''[[ousia]]'') diferentes.<ref name="CC">[[Will Durant|Durant, Will]]. Caesar and Christ. New York: Simon and Schuster. 1972.</ref> Três anos depois de Niceia, Atanásio sucedeu ao seu arcebispo.
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Além do conflito contra os arianos, que incluía o partido liderado por [[Eusébio de Nicomédia]], ele disputou também contra os imperadores Constantino, [[Constâncio II]], [[Juliano, o Apóstata]] e [[Valente (imperador)|Valente]] e, por isso, era conhecido como ''"Athanasius Contra Mundum"'' em [[latim]].
 
Apesar disso, poucos anos depois de sua morte, [[Gregório de Nazianzo]] chamou-o de "Pilar da Igreja". Suas obras foram celebradas por todos os paispadres da Igreja que vieram depois dele, tanto no ocidente quanto no oriente, que ressaltaram sua rica devoção ao [[Verbo Divino|Verbo]]-[[Encarnação|encarnado]], sua grande preocupação pastoral e seu profundo interesse no nascente [[monasticismo]]. Atanásio aparece entre os quatro grandes doutores da Igreja orientais da [[Igreja Católica Romana]].<ref name="Doctors">{{CathEncy|wstitle=Doctors of the Church}}</ref> Na [[Ortodoxia]], ele é chamado de "Pai da Ortodoxia". Algumas [[denominações cristãs|denominações]] [[protestantes]] chamam-no de "Pai do Cânon".
 
== Biografia ==
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== Obras ==
=== Obras teológicas e polêmicas ===
Atanásio não era um teólogo especulativo. Como ele mesmo afirmou na sua "Primeiras Cartas a Serapião", se agarrava ''"à tradição, ensinamentos e fé proclamadas pelos [[apóstolos]] e guardadas pelos [[Padres da Igreja|paispadres]]"''.<ref name="EA"/> Ele defendia não apenas que o [[Filho de Deus]] era [[consubstancialidade|consubstancial]] com o [[Deus Pai|Pai]], mas que também o era o [[Espírito Santo]], uma ideia que teve grande influência no desenvolvimento de doutrinas posteriores sobre a Trindade.<ref name="EA"/>
 
Sua "Carta sobre os Decretos do Concílio de Niceia" (''De Decretis'') é um importante relato histórico e teológico sobre os procedimentos do concílio. Outra, de 367, é a mais antiga conhecida listando os livros do [[Novo Testamento]] que inclui todos os livros aceitos universalmente como parte do Novo Testamento<ref name="EA"/> (há listas mais antigas que variam pela omissão ou adição de um ou outro livro; veja [[Desenvolvimento do cânon do Novo Testamento]]).
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Atanásio foi também a primeira pessoa a identificar os mesmos 27 livros do [[Novo Testamento]] utilizados hoje em dia como canônicos. Até então, listas similares de obras a serem lidas nas igrejas eram utilizadas. Um marco no desenvolvimento do [[cânon do Novo Testamento]] é a sua carta pascoal escrita em 367, conhecida geralmente como "[[39ª Carta Pascal]]". O [[papa Dâmaso I]], [[bispo de Roma]] em 382, promulgou uma lista de livros que continha os mesmos livros propostos por Atanásio.<ref>[http://www.columbia.edu/cu/augustine/a/canon.html Hahn, Paul Prof., "Development of the Biblical Canon"]</ref> Um [[Sínodo de Hipona|sínodo em Hipona]], em 393, repetiu a lista de Atanásio e Dâmaso (sem a [[Epístola aos Hebreus]]) e um [[Concílio de Cartago (397)|concílio em Cartago]] em 397 repetiram-na novamente.
 
Porém, estudiosos debatem se a lista de Atanásio em 367 era ou não a base das listas posteriores. Como o cânon de Atanásio é, dentre os [[padres da Igreja|pais da Igreja]], o que mais se parece com o cânon utilizado pelas igrejas [[protestantes]] modernas, muitos teólogos protestantes apontam Atanásio como o "Pai do cânon". Eles são idênticos, exceto que Atanásio inclui o [[Livro de Baruque]] e a [[Epístola de Jeremias]], além de incluir o [[Livro de Ester]] entre os ''"sete livros que não fazem parte do cânon, mas que devem ser lidos"'', juntamente com a [[Sabedoria de Salomão]], [[Sirácida]], [[Livro de Judite|Judite]], [[Livro de Tobias|Tobias]], a [[Didaquê]] e o [[Pastor de Hermas]].<ref>{{citar web|url=http://www.ccel.org/fathers2/NPNF2-04/Npnf2-04-93.htm |título=Excerpt from Letter 39 |publicado=Ccel.org |data=2005-07-13 |acessodata=2012-09-25}}</ref>
 
== Veneração ==