Espinha bífida: diferenças entre revisões

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== Defeitos abertos do tubo neural ==
A '''espinha bifida''' é uma das malformacoes mais frequentes entre os defeitos abertos do tubo neural (DATN). Na espinha bífida algumas [[vértebras]] que deveriam recobrir a [[medula espinhal]] são mal formadas, permanecendo abertas. Isto permite que parte da medula espinhal se projete pela abertura e fique exposta ao líquido amniótico. Algumas vezes esta projeção tem o formato de uma "bolsa", sendo denominada '''meningomielocelemielomeningocele''' e às vezes ela permanece plana (ou deprimida), denominando-se '''raquisquise''' ou '''mielosquise'''. Quando pelo defeito entre as vértebras se projetam apenas as meninges (membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal), o defeito é chamado de meningocele. As meninges se projetam formando uma "bolsa" contendo apenas o [[liquor]] (líquido cefaloraquidiano). Nesse caso não existe tecido nervoso dentro da bolsa.
 
Outros defeitos abertos do tubo neural incluem a [[anencefalia]], uma condição em que o crânio não se forma (acrania) deixando o cérebro exposto, levando a uma lesão cerebral irreversível, e a [[encefalocele]], quando ocorre a herniação de tecido cerebral por um orifício no crânio.
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A mulher que se submeteu a uma cirurgia bariátrica mal-absortiva antes da gestação (By-pass ou redução do estômago) tem um risco adicional de gerar um bebê com DATN. Após a cirurgia bariátrica pode ocorrer um aumento da fertilidade pela redução do IMC e a absorção de ácido fólico diminui pela exclusão da porção do intestino onde ele e absorvido. Outro problema é que a suplementacao oral do ácido fólico pode não ter a mesma eficácia pela própria exclusão do intestino que é responsável pela absorção dos folatos.
===Mielomeningocele= (espinha bifida aberta)==
 
== Tipos da espinha bífida ==
[[Imagem:Typesofspinabifida.jpg|thumb|500px|right|As três classificações da espinha bífida.]]
===Mielomeningocele===
A '''mielomeningocele''', assim como a '''raquisquise''' (ou '''mielosquis'''e), constituem o grupo de espinha bifida aberta ou "'''espinha bífida aberta"''' (ingles: ''open spina bifida''). Neste tipo de defeito, alem do não fechamento da coluna vertebral permitindo a projecao da medula espinal, as meninges tambem não se fecham deixando "vazar" o líquor produzido no cérebro. Desta forma, ambas levam a efeitos sobre a formacao do cerebro, que os demais tipos de espinha bifida nao apresentam. Estas alteracoes cerebrais se donominam [[Síndrome de Arnold-Chiari]] tipo II, conferindo sinais bastante tipico ao ultrassom que muitas vezes levam ao diangnostico da presenca do defeito na coluna. Estes sinais sao conhecidos como '''"sinal do limao"''' e '''"sinal da banana" (Figura)'''
 
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====Sinais e sintomas da mielomeningocele====
Os sinais e sintomas de '''mielomeningocele''' são cerebrais e locais, podendo incluir:
*Dilatação dos ventrículos cerebrais (hidrocefalia), consequentes a obstrucao ao fluxo do líquor devidopela aoherniacao do cerebelo (Chiari II);
*Dificuldade de locomoção, por alteração da inervação dos músculos das pernas, podendo levar a paralisia dos membros inferiores<ref name="Mitchell">{{citar periódico|último=Mitchell|primeiro=L. E.|autor4=Pasquariello, P. S.|autor5=Sutton, L. N.|autor6=Whitehead, A. S.|ano=2004|título=Spina bifida|periódico=Lancet|volume=364|páginas=1885–1895|doi=10.1016/S0140-6736(04)17445-X|pmid=15555669|autor2=Adzick, N. S.|autor3=Melchionne, J.|número=9448}}</ref>;
*Problemas de controle da bexiga, incluindo incontinência ou retenção urinária (<u>bexiga neurogenica</u>);
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Historicamente, se utilizava a dosagem da alfa-fetoproteína no sangue materno para rastrear a doenca. Se a dosagem estava elevada, se realizava um ultrassom da coluna fetal e uma [[amniocentese]], para dosagem da [[alfafetoproteína]] e [[acetilcolinesterase]] no líquido amniótico.<ref>{{Citar web|url=http://www.boothkoskoff.com/wp-content/uploads/2013/01/spina_bifida.pdf|título=Medical malpractice: Childbirth, failed to perform AFP test}}</ref> Atualmente, com a evolução tecnológica, apenas o ultrassom morfológico é suficiente para fechar o diagnóstico. Essa confirmação já pode ser feita a partir de 16 semanas de gestação. Na ultrassonografia muitas vezes a hidrocefalia e a alteração da forma do cerebelo já fazem suspeitar do diagnóstico. Principalmente quando a espinha bífida aberta é plana, o diagnóstico é mais difícil.
 
A espinha bífida raramente se associa a doenças genéticas, mas a avaliçãoavaliação do cariotipo fetal obtido através da amniocentese pode ser indicada, principalmente se o tratamento antes do nascimento for indicado, sendo que a possibilidade de operar o feto antes de nascer é um dos grandes avanços recentes da medicina e tem levado a uma melhora importante na [[qualidade de vida]] dos indivíduos afetados.<ref name="paediatrics">T. Lissauer, G. Clayden. Illustrated Textbook of Paediatrics (Second Edition). Mosby, 2003. ISBN 0-7234-3178-7</ref>
 
===Tratamento===
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==== Cirurgia antes de nascer (cirurgia fetal) ====
FicouFoi demonstrado <ref>[https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1014379 MOMS]</ref> que os fetos operados antes de nascer (ainda dentro do útero) têm o '''dobro de chances de andar,''' e cai pela '''metade da necessidade tratar a [[hidrocefalia]]''' após o nascimento<ref>{{Citar periódico|data=2016-02-26|titulo=MOMS Trial|url=https://en.wikipedia.org/w/index.php?title=MOMS_Trial&oldid=706964849|jornal=Wikipedia, the free encyclopedia|idioma=en}}</ref>. Este grande impacto da [[Cirurgia fetal endoscópica|cirurgia fetal]] no desenvolvimento neurológico das crianças afetadas foi responsável pela aprovação de uma técnica cirúrgica com considerável risco materno para esse fim. Essa técnica, denominada '''cirurgia fetal "a céu aberto"''' (open fetal surgery), foi desenvolvida na década de 1980 para tratar outras doenças fetais. Ela foi praticamente abandonada na decada de 1990, quando se demonstrou que esse tipo de abordagem por si só poderia levar a lesões neurológicas no feto, além de levar riscos para a mãe em todas as suas gestações futuras.
 
Na cirurgia "a céu aberto" é necessário abrir a barriga da mãe (corte como o da cesárea, porém um pouco maior) e o útero também é cortado para expor diretamente o bebê. Depois que o bebê é operado, o corte no útero é fechado com pontos, porém, como o bebê vai continuar crescendo, a cicatrização pode não ser boa, levando a um risco de o útero romper na região que foi operada. Esse risco ocorre tanto na gravidez em que a gestante foi operada quanto em todas as outras gestações que ela possa vir a ter. Por isso, ela não pode entrar em trabalho parto e o parto normal também não será mais permitido, pois, se o rompimento do útero ocorre durante a gravidez, tanto a mãe quanto o bebê podem morrer.
 
Para reduzir os risco maternos, técnicas [[Fetoscopia|minimamente invasivas]] vêm sendo desenvolvidas, inspiradas na cirurgia [[Laparoscopia|laparoscópica]], que é realizada através de pequenos "furos" por onde são introduzidos uma câmera e os instrumentos cirúrgicos. Quando realizada no feto, esta laparoscopia ou [[Laparoscopia|videocirurgia]] se denomina '''fetoscopia'''. Esses "furos" no útero no caso da cirurgia por [[fetoscopia]] são diferentes do "corte" da cirurgia "a céu aberto", tornando o risco para a mãe muito menor, sendo permitido o parto normal tanto em futuras gestações, quanto na gravidez em que ela foi operada.
 
Existem algumas pequenas variações da técnica "a céu aberto", como por exemplo a correção denominada de "'''mini-histerotomia'''"<ref>{{Citar periódico|ultimo=Botelho|primeiro=Rafael Davi|ultimo2=Imada|primeiro2=Vanessa|ultimo3=Rodrigues da Costa|primeiro3=Karina Jorge|ultimo4=Watanabe|primeiro4=Luiz Carlos|ultimo5=Rossi Júnior|primeiro5=Ronaldo|ultimo6=De Salles|primeiro6=Antônio Afonso Ferreira|ultimo7=Romano|primeiro7=Edson|ultimo8=Peralta|primeiro8=Cleisson Fábio Andrioli|data=2017|titulo=Fetal Myelomeningocele Repair through a Mini-Hysterotomy|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27656888|jornal=Fetal Diagnosis and Therapy|volume=42|numero=1|paginas=28–34|doi=10.1159/000449382|issn=1421-9964|pmid=27656888}}</ref>, onde o corte realizado no útero tem apenas 3 centímetros (metade do corte usado no estudo MOMS). Essa técnica teria como vantagem reduzir o risco de rotura uterina, mas seria necessário um seguimento de longo prazo para estabelecer esta redução. Após a publicação do estudo MOMS, em 2011, se passaram 8 anos<ref>{{Citar periódico|ultimo=Goodnight|primeiro=William H.|ultimo2=Bahtiyar|primeiro2=Ozan|ultimo3=Bennett|primeiro3=Kelly A.|ultimo4=Emery|primeiro4=Stephen P.|ultimo5=Lillegard|primeiro5=J. B.|ultimo6=Fisher|primeiro6=Allan|ultimo7=Goldstein|primeiro7=Ruth|ultimo8=Jatres|primeiro8=Jillian|ultimo9=Lim|primeiro9=Foong-Yen|data=2019-5|titulo=Subsequent pregnancy outcomes after open maternal-fetal surgery for myelomeningocele|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30885769|jornal=American Journal of Obstetrics and Gynecology|volume=220|numero=5|paginas=494.e1–494.e7|doi=10.1016/j.ajog.2019.03.008|issn=1097-6868|pmc=6511319|pmid=30885769}}</ref> até a publicação das complicações ocorridas em gestações posteriores nas gestantes submetidas a '''cirurgia a céu aberto''' durante o estudo. Ocorreram 77 gestações em 60 mulheres, resultando em 96,2% de nascidos-vivos, sendo que o rompimento do útero ocorreu em 9,6%, cinco gestações, e em dois casos isto resultou na morte de dois bebês que não eram portadores de qualquer tipo de malformação (gestacoes posteriores a do feto portador de mielo). Se a mini-histerotomia<ref>{{Citar periódico|ultimo=Joyeux|primeiro=Luc|ultimo2=De Bie|primeiro2=Felix|ultimo3=Danzer|primeiro3=Enrico|ultimo4=Russo|primeiro4=Francesca M.|ultimo5=Javaux|primeiro5=Allan|ultimo6=Peralta|primeiro6=Cleisson Fabio Andrioli|ultimo7=De Salles|primeiro7=Antonio Afonso Ferreira|ultimo8=Pastuszka|primeiro8=Agnieszka|ultimo9=Olejek|primeiro9=Anita|data=2019-07-04|titulo=Learning curves of open and endoscopic fetal spina bifida closure: a systematic review and meta-analysis|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31273862|jornal=Ultrasound in Obstetrics & Gynecology: The Official Journal of the International Society of Ultrasound in Obstetrics and Gynecology|doi=10.1002/uog.20389|issn=1469-0705|pmid=31273862}}</ref> tiver metade dessas complicações, ainda assim o custo da perda de um feto normal para provar a superioridade do metodo foi considerado um preço alto a pagar pelo <u>consorcio internacional para estudo da correção da mielo por fetoscopia</u><ref>{{Citar periódico|ultimo=Sanz Cortes|primeiro=M.|ultimo2=Lapa|primeiro2=D. A.|ultimo3=Acacio|primeiro3=G. L.|ultimo4=Belfort|primeiro4=M.|ultimo5=Carreras|primeiro5=E.|ultimo6=Maiz|primeiro6=N.|ultimo7=Peiro|primeiro7=J. L.|ultimo8=Lim|primeiro8=F. Y.|ultimo9=Miller|primeiro9=J.|data=2019-6|titulo=Proceedings of the First Annual Meeting of the International Fetoscopic Myelomeningocele Repair Consortium|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31169957|jornal=Ultrasound in Obstetrics & Gynecology: The Official Journal of the International Society of Ultrasound in Obstetrics and Gynecology|volume=53|numero=6|paginas=855–863|doi=10.1002/uog.20308|issn=1469-0705|pmid=31169957}}</ref>, já que nenhuma das técnicas atuais de '''fetoscopia''' teve pior desempenho neurológico que qualquer das técnicas '''a céu aberto'''<ref>{{Citar periódico|ultimo=Sanz Cortes|primeiro=Magdalena|ultimo2=Torres|primeiro2=Paola|ultimo3=Yepez|primeiro3=Mayel|ultimo4=Guimaraes|primeiro4=Carolina|ultimo5=Zarutskie|primeiro5=Alexander|ultimo6=Shetty|primeiro6=Anil|ultimo7=Hsiao|primeiro7=Annie|ultimo8=Pyarali|primeiro8=Monika|ultimo9=Davila|primeiro9=Ivan|data=2019-06-20|titulo=Comparison of brain microstructure after prenatal spina bifida repair by either laparotomy assisted fetoscopic or open approach|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31219638|jornal=Ultrasound in Obstetrics & Gynecology: The Official Journal of the International Society of Ultrasound in Obstetrics and Gynecology|doi=10.1002/uog.20373|issn=1469-0705|pmid=31219638}}</ref>, sendo que uma delas tem mostrado inclusive resultados superiores no seguimento de longo prazo<ref>{{Citar periódico|ultimo=Lapa|primeiro=Denise Araujo|data=07 2018|titulo=Prenatal superior to postnatal myelomeningocele surgery|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29936963|jornal=The Journal of Pediatrics|volume=198|paginas=322–325|doi=10.1016/j.jpeds.2018.04.060|issn=1097-6833|pmid=29936963}}</ref>.
 
==== Cirurgia fetal no Brasil ====
Em países onde o aborto é permitido, os casais têm a opção de interromper a gravidez frente ao diagnostico de uma mielomeningocele. No Brasil, onde a interrupção da gravidez não e permitida, e o país tem proporções continentais, temos grupos pioneiros na correção antenatal da mielo. Destacam-se o grupo do Prof. Dr. Antonio F. Moron<ref>{{Citar periódico|ultimo=Milani|primeiro=Hérbene José Figuinha|ultimo2=Barreto|primeiro2=Enoch Quinderé de Sá|ultimo3=Chau|primeiro3=La Hong|ultimo4=To|primeiro4=Nguyen Ha|ultimo5=Moron|primeiro5=Antonio Fernandes|ultimo6=Meagher|primeiro6=Simon|ultimo7=Da Silva Costa|primeiro7=Fabricio|ultimo8=Araujo Júnior|primeiro8=Edward|data=2018-09-06|titulo=Prenatal diagnosis of closed spina bifida: multicenter case series and review of the literature|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30001658|jornal=The Journal of Maternal-Fetal & Neonatal Medicine: The Official Journal of the European Association of Perinatal Medicine, the Federation of Asia and Oceania Perinatal Societies, the International Society of Perinatal Obstetricians|paginas=1–7|doi=10.1080/14767058.2018.1500543|issn=1476-4954|pmid=30001658}}</ref>, que realizou a primeira cirurgia fetal "a céu aberto" para mielo no país, em 2002, e detém hoje uma das grandes casuísticas mundiais na correção da mielo "a céu aberto".[[Ficheiro:Tecnica SAFER para correção de mielomeningocele.jpg|alt=Correção por fetoscopia da mielomeningocele|miniaturadaimagem|Técnica SAFER de cirurgia fetal]]
 
No entanto, o estudo e desenvolvimento de técnicas menos invasivas para correção da mielo vem sendo realizado em vários países do mundo, e no Brasil isto vem ocorrendo de forma pioneira desde 2013. A técnica que foi inicialmente estudada, e agora vem sendo sendo aplicada no país, foi desenvolvida integralmente por pesquisadores brasileiros utilizando a [[fetoscopia]] (Figura), tem se mostrado mais segura para a mãe, não deixando riscos para suas gestações futuras. Ao lado da segurança materna esta tecnica inovadora vem demonstrando também superioridade na preservação motora e reduzindo a incidência da bexiga neurogência, algo que não foi demonstrado na cirurgia "a céu aberto". Esta técnica, denominada '''SAFER''',<ref>{{Citar periódico|ultimo=Pedreira|primeiro=D. a. L.|coautores=E. A.|data=2016-08-01|titulo=Fetoscopic repair of spina bifida: safer and better?|url=http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27273812|jornal=Ultrasound in Obstetrics & Gynecology: The Official Journal of the International Society of Ultrasound in Obstetrics and Gynecology|volume=48|numero=2|paginas=141–147|doi=10.1002/uog.15987|issn=1469-0705|pmid=27273812|doicoautores=10E.1002/uog A.15987|url=http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27273812}}</ref> é considerada [[Cirurgia fetal endoscópica|minimamente invasiva]], pois é realizada sem a necessidade de se abrir o útero da mãe.
 
==== Controversias - a céu aberto ''versus'' fetoscopia ====
Existem algumas pequenas variações da técnica "a céu aberto", como por exemplo a correção denominada de "'''mini-histerotomia'''"<ref>{{Citar periódico|ultimo=Botelho|primeiro=Rafael Davi|ultimo2=Imada|primeiro2=Vanessa|ultimo3=Rodrigues da Costa|primeiro3=Karina Jorge|ultimo4=Watanabe|primeiro4=Luiz Carlos|ultimo5=Rossi Júnior|primeiro5=Ronaldo|ultimo6=De Salles|primeiro6=Antônio Afonso Ferreira|ultimo7=Romano|primeiro7=Edson|ultimo8=Peralta|primeiro8=Cleisson Fábio Andrioli|data=2017|titulo=Fetal Myelomeningocele Repair through a Mini-Hysterotomy|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27656888|jornal=Fetal Diagnosis and Therapy|volume=42|numero=1|paginas=28–34|doi=10.1159/000449382|issn=1421-9964|pmid=27656888}}</ref>, onde o corte realizado no útero tem apenas 3 centímetros (metade do corte usado no estudo MOMS). Essa técnica teria como vantagem reduzir o risco de rotura uterina, mas seria necessário um seguimento de longo prazo para estabelecer esta redução. Após a publicação do estudo MOMS, em 2011, se passaram 8 anos<ref>{{Citar periódico|ultimo=Goodnight|primeiro=William H.|ultimo2=Bahtiyar|primeiro2=Ozan|ultimo3=Bennett|primeiro3=Kelly A.|ultimo4=Emery|primeiro4=Stephen P.|ultimo5=Lillegard|primeiro5=J. B.|ultimo6=Fisher|primeiro6=Allan|ultimo7=Goldstein|primeiro7=Ruth|ultimo8=Jatres|primeiro8=Jillian|ultimo9=Lim|primeiro9=Foong-Yen|data=2019-5|titulo=Subsequent pregnancy outcomes after open maternal-fetal surgery for myelomeningocele|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30885769|jornal=American Journal of Obstetrics and Gynecology|volume=220|numero=5|paginas=494.e1–494.e7|doi=10.1016/j.ajog.2019.03.008|issn=1097-6868|pmc=6511319|pmid=30885769}}</ref> até a publicação das complicações ocorridas em gestações posteriores nas gestantes submetidas a '''cirurgia a céu aberto''' durante o estudo. Ocorreram 77 gestações em 60 mulheres, resultando em 96,2% de nascidos-vivos, sendo que o '''rompimento do útero ocorreu em 9,6%,'''; em cinco gestações, e em dois casos isto resultou na morte de dois bebês. queEstes bebes não eram portadores de qualquer tipo de malformação, pois foram fruto de (gestacoes posteriores a do feto portador de mielo). Se a mini-histerotomia<ref>{{Citar periódico|ultimo=Joyeux|primeiro=Luc|ultimo2=De Bie|primeiro2=Felix|ultimo3=Danzer|primeiro3=Enrico|ultimo4=Russo|primeiro4=Francesca M.|ultimo5=Javaux|primeiro5=Allan|ultimo6=Peralta|primeiro6=Cleisson Fabio Andrioli|ultimo7=De Salles|primeiro7=Antonio Afonso Ferreira|ultimo8=Pastuszka|primeiro8=Agnieszka|ultimo9=Olejek|primeiro9=Anita|data=2019-07-04|titulo=Learning curves of open and endoscopic fetal spina bifida closure: a systematic review and meta-analysis|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31273862|jornal=Ultrasound in Obstetrics & Gynecology: The Official Journal of the International Society of Ultrasound in Obstetrics and Gynecology|doi=10.1002/uog.20389|issn=1469-0705|pmid=31273862}}</ref> tiver metade dessas complicações, ainda assim o custo da perda de um feto normal para provardemonstrar ao superioridadeganho do metodoadicional foi consideradoquestionado umdurante preçoa altoreuniao ade pagar2019 pelodo <u>consorcio internacional para estudo da correção da mielo por fetoscopia</u><ref>{{Citar periódico|ultimo=Sanz Cortes|primeiro=M.|ultimo2=Lapa|primeiro2=D. A.|ultimo3=Acacio|primeiro3=G. L.|ultimo4=Belfort|primeiro4=M.|ultimo5=Carreras|primeiro5=E.|ultimo6=Maiz|primeiro6=N.|ultimo7=Peiro|primeiro7=J. L.|ultimo8=Lim|primeiro8=F. Y.|ultimo9=Miller|primeiro9=J.|data=2019-6|titulo=Proceedings of the First Annual Meeting of the International Fetoscopic Myelomeningocele Repair Consortium|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31169957|jornal=Ultrasound in Obstetrics & Gynecology: The Official Journal of the International Society of Ultrasound in Obstetrics and Gynecology|volume=53|numero=6|paginas=855–863|doi=10.1002/uog.20308|issn=1469-0705|pmid=31169957}}</ref>,. já queComo nenhuma das técnicas atuais de '''fetoscopia''' teve pior desempenho neurológico que qualquer das técnicas '''a céu aberto'''<ref>{{Citar periódico|ultimo=Sanz Cortes|primeiro=Magdalena|ultimo2=Torres|primeiro2=Paola|ultimo3=Yepez|primeiro3=Mayel|ultimo4=Guimaraes|primeiro4=Carolina|ultimo5=Zarutskie|primeiro5=Alexander|ultimo6=Shetty|primeiro6=Anil|ultimo7=Hsiao|primeiro7=Annie|ultimo8=Pyarali|primeiro8=Monika|ultimo9=Davila|primeiro9=Ivan|data=2019-06-20|titulo=Comparison of brain microstructure after prenatal spina bifida repair by either laparotomy assisted fetoscopic or open approach|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31219638|jornal=Ultrasound in Obstetrics & Gynecology: The Official Journal of the International Society of Ultrasound in Obstetrics and Gynecology|doi=10.1002/uog.20373|issn=1469-0705|pmid=31219638}}</ref>, sendoo quecaminho umaescolhido delaspela temmaior mostradoparte inclusivedos resultadosgrupos superioresconvidados nofoi seguimentoo de longomigrar prazo<ref>{{Citarpara periódico|ultimo=Lapa|primeiro=Denisea Araujo|data=07 2018|titulo=Prenatal superior to postnatal myelomeningocele surgery|url=https://wwwfetoscopia.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29936963|jornal=The Journal of Pediatrics|volume=198|paginas=322–325|doi=10.1016/j.jpeds.2018.04.060|issn=1097-6833|pmid=29936963}}</ref>.
 
==== A fetoscopia ====
Atualmente, existem duas principais técnicas de correção da mielo por fetoscopia sendo realizadas no mundo: a totalmente percutânea, sem "cortes", apenas "furos", e a "assistida por laparotomia", onde se realiza a abertura da barriga da gestante e o útero é exteriorizado, para só entao ser realizada a fetoscopia ('''Imagem''').
 
Ainda nao existe consenso sobre qual das duas técnicas será consagrada e para isto foi criada uma base de dados internacional através de um '''Consórcio Internacional para Correcao por Fetoscopia da Mielomeningocele'''<ref>{{Citar periódico|ultimo=Sanz Cortes|primeiro=M.|ultimo2=Lapa|primeiro2=D. A.|ultimo3=Acacio|primeiro3=G. L.|ultimo4=Belfort|primeiro4=M.|ultimo5=Carreras|primeiro5=E.|ultimo6=Maiz|primeiro6=N.|ultimo7=Peiro|primeiro7=J. L.|ultimo8=Lim|primeiro8=F. Y.|ultimo9=Miller|primeiro9=J.|data=2019-6|titulo=Proceedings of the First Annual Meeting of the International Fetoscopic Myelomeningocele Repair Consortium|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31169957|jornal=Ultrasound in Obstetrics & Gynecology: The Official Journal of the International Society of Ultrasound in Obstetrics and Gynecology|volume=53|numero=6|paginas=855–863|doi=10.1002/uog.20308|issn=1469-0705|pmid=31169957}}</ref>. Este consórcio foi criado pelo Prof. Kypros Nicolaides, diretor da Fundação Medicina Fetal<ref>[https://fetalmedicine.org/ Fundação de Medicina Fetal de Londres]</ref> em Londres, em 2017, durante o Congresso Mundial em Lubliana (Slovenia), sendo que seus fundadores foram [https://orcid.org/0000-0003-3150-9187 Dra. Denise A. Lapa], do Hospital Israelita Albert Einstein em Sao Paulo, no Brasil; [https://orcid.org/0000-0001-7887-5737 Prof. Michael Belfort], do Texas Children's Hospital, em Houston nos Estados Unidos; e [https://orcid.org/0000-0003-3471-7248 Dra. Elena Carreras], Hospital Vall' Hebron em Barcelona, na Espanha<ref>{{Citar periódico|ultimo=Sanz Cortes|primeiro=M.|ultimo2=Lapa|primeiro2=D. A.|ultimo3=Acacio|primeiro3=G. L.|ultimo4=Belfort|primeiro4=M.|ultimo5=Carreras|primeiro5=E.|ultimo6=Maiz|primeiro6=N.|ultimo7=Peiro|primeiro7=J. L.|ultimo8=Lim|primeiro8=F. Y.|ultimo9=Miller|primeiro9=J.|data=2019-6|titulo=Proceedings of the First Annual Meeting of the International Fetoscopic Myelomeningocele Repair Consortium|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31169957|jornal=Ultrasound in Obstetrics & Gynecology: The Official Journal of the International Society of Ultrasound in Obstetrics and Gynecology|volume=53|numero=6|paginas=855–863|doi=10.1002/uog.20308|issn=1469-0705|pmid=31169957}}</ref>.
 
A discussao atual e tipo de tecnica de fetoscopia a ser utilizado sendo que uma delas tem mostrado inclusive resultados superiores no seguimento de longo prazo<ref>{{Citar periódico|ultimo=Lapa|primeiro=Denise Araujo|data=07 2018|titulo=Prenatal superior to postnatal myelomeningocele surgery|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29936963|jornal=The Journal of Pediatrics|volume=198|paginas=322–325|doi=10.1016/j.jpeds.2018.04.060|issn=1097-6833|pmid=29936963}}</ref>.
 
===== <u>Critérios de cirurgia fetal</u> =====
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A medula espinal pode se aderir ao zona do defeito vertebral causando a medula presa. a cicatriz da cirurgia de correcao tambem pode resultar em uma [[medula presa]]. A longo-prazo, com o crescimento da crianca pode ocorrer um estiramento progressivo da medula resultando em escoliose ou dor nas costas. Estas criancas tambem podem apresentar perdas de funcoes ja adquiridas necessitando de cirurgia para soltar a medula. Nos exames de imagem a medula pode ser descrita como presa ou ancorada, porem a cirurgia so deve ser realizada se houverem sintomas clinicos, como a mudancas da marcha e alteracoes progressivas do intestino e da bexiga.<ref>{{citar web|url=http://www.aans.org/Patient%20Information/Conditions%20and%20Treatments/Tethered%20Spinal%20Cord%20Syndrome.aspx|acessodata=23 de outubro de 2011|publicado=AANS|título=Tethered Spinal Cord Syndrome}}</ref>
 
<br==== />Alergia ao látex ====
 
68% das crianças com espinha bífida desenvolvem [[alergia]] ao [[látex]],<ref>{{citar web|url=http://www.sciencedaily.com/videos/2008/1206-protect_yourself_from_latex_allergies.htm|data=1 de dezembro de 2008|acessodata=12 de dezembro de 2012|publicado=Science Daily|título=Protect Yourself From Latex Allergies: Plant Biologists And Immunochemists Develop Hypoallergenic Alternative To Latex|arquivourl=https://web.archive.org/web/20121018142450/http://www.sciencedaily.com/videos/2008/1206-protect_yourself_from_latex_allergies.htm|arquivodata=2012-10-18|urlmorta=yes}}</ref> variando de graus leves a graus que causam risco de vida. O uso comum de látex em instalações médicas torna-se um fato preocupante. O tratamento mais comum para evitar o desenvolvimento de uma alergia é evitar o contato com produtos que contêm látex, como luvas de exame, preservativo, além de outros produtos.<ref name="emedicine">{{citar web|último=Foster|primeiro=Mark R|título=Espinha bífida|url=http://www.emedicine.com/orthoped/TOPIC557.HTM|acessodata=17 de maio de 2008}}</ref> Atualmente, existem vários destes produtos, catéteres, luvas, etc, na versão SEM látex, de forma que estes devem ser utilizados na realização de exames de [[cateterismo]], por exemplo.
===Espinha bífida oculta===
É a forma menos grave de espinha bífida.<ref>{{citar web|url=http://www.spinabifidaassociation.org/site/pp.aspx?c=liKWL7PLLrF&=2700309|título=Are There Different Types Of Spina Bifida?|publicado=SBA|acessodata=22 de fevereiro de 2012|arquivourl=https://archive.is/20140505153301/http://www.spinabifidaassociation.org/site/pp.aspx?c=liKWL7PLLrF&=2700309|arquivodata=2014-05-05|urlmorta=yes}}</ref> Na espinha bifida oculta, nem a medula espinal, nem as meninges se projetam atraves das vértebras que não foram formadas, como nos demais casos de espinha bifida ('''Figura'''). O local fica recoberto somente por pele, que pode ter um aspecto totalmente normal, ou apresentar uma depressao, uma mancha ou uma discreta concentracao de pelos <ref name="emedicine" /> <ref name="SBASBO">{{citar web|url=http://www.spinabifidaassociation.org/site/pp.aspx?c=liKWL7PLLrF&b=2700275|título=Spina Bifida Occulta|publicado=SBA|acessodata=22 de fevereiro de 2012|arquivourl=https://archive.is/20130416030751/http://www.spinabifidaassociation.org/site/pp.aspx?c=liKWL7PLLrF&b=2700275|arquivodata=2013-04-16|urlmorta=yes}}</ref>
 
Muitas pessoas com esse tipo de espinha bífida nem sequer sabem que possuem, porque a doença é assintomática na maioria dos casos.<ref name="SBASBO"/> A maioria das pessoas são diagnosticadas por acaso, a partir de exames de imagem (RX, tomografia, etc) feitos na coluna vertebral. Todavia, podem aparecer sintomas como dor local ou fraquesa nas pernas e alteracoes urinarias.<ref name="pmid15885037">{{citar periódico|ano=2005|título=Relationship between radiographic abnormalities of lumbar spine and incidence of low back pain in high school rugby players: a prospective study|periódico=Scandinavian periódico of medicine & science in sports|volume=15|páginas=163–8|doi=10.1111/j.1600-0838.2004.00414.x|pmid=15885037|autor=Iwamoto J, Abe H, Tsukimura Y, Wakano K|número=3}}</ref>
===Meningocele===
A meningocele é a forma menos comum de espinha bífida. Nela, apenas as [[meninge|meninges]] sao forçadas atraves do espaco entre as vértebras que nao se formaram. Como nao existe vazamento de liquor ou exposicao da medula, os indivíduos com meningocele raramente apresentam disturbios neurologicos, mas pode ocorrer sintomas de [[medula presa]].